JONATHA ADERBAL MARTINI DOS SANTOS ANÁLISE DA FORÇA DE VENDAS DA EMPRESA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CALÇADOS ALA LTDA. TIJUCAS - SC, 2007 1 JONATHA ADERBAL MARTINI DOS SANTOS Trabalho de Conclusão de Estágio ANÁLISE DA FORÇA DE VENDAS DA EMPRESA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CALÇADOS ALA LTDA. Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí. TIJUCAS - SC, 2007 2 Dedico este trabalho a todos que de alguma forma contribuíram para a realização desta conquista, principalmente à minha família que sempre apoiando e esteve que ao meu lado me tanto amo. Inúmeras pessoas foram fundamentais, dentre elas professores que compartilharam comigo seus conhecimentos, orientadores que nortearam os rumos da pesquisa, demais profissionais da instituição pela presteza no atendimento, colegas de sala pela amizade e companheirismo e aos colegas de trabalho pelo incentivo. Dedico ainda àqueles colegas que por algum motivo infelizmente não lhes foi possível completar a jornada. 3 Agradeço em primeiro lugar a Deus, pelas dádivas que concedeu em minha vida. Aos meus pais Aderbal e Élide, e aos meus irmãos Ana Carla e Aderbal Filho, que sempre acreditaram em mim. A minha namorada Katyani, que sempre esteve do meu lado, me apoiando e colaborando para que eu tivesse perseverança para a realização de mais esta etapa da minha vida. Ao meu orientador de conteúdo, Nelson Zunino Duarte, pelos conhecimentos transmitidos e pela confiança depositada. 4 “Preciso dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor, o dinheiro e o sucesso nos estiverem deixado cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do Campo e as aves do céu”. Érico Veríssimo 5 EQUIPE TÉCNICA a) Nome do estagiário Jonatha Aderbal Martini dos Santos b) Área de estágio Vendas c) Orientador de campo Alyson Atanázio dos Santos d) Orientador de estágio Profº Nelson Zunino Duarte e) Responsável pelo estágio supervisionado em administração Profª. Jaqueline de Fátima Cardoso 6 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão social Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda. b) Endereço Rua Tijucas, nº 111, Centro - São João Batista - SC c) Setor de desenvolvimento do estágio Vendas d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do orientador de campo Alyson Atanázio dos Santos - Diretor Administrativo f) Carimbo e visto da empresa 7 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA São João Batista, 30 de Novembro de 2007. A empresa INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CALÇADOS ALA LTDA., pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o estágio supervisionado, pelo acadêmico JONATHA ADERBAL MARTINI DOS SANTOS. _____________________________________________ Alyson Atanásio dos Santos Diretor Administrativo 8 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo geral analisar a força de vendas da empresa Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda. Os objetivos específicos são: descrever a atual organização da força de vendas, identificar a área geográfica de atuação da força de vendas e como esta está distribuído, avaliar a carteira de clientes e apresentar sugestões se necessário. O estudo caracterizou-se como uma avaliação formativa numa abordagem qualitativa. A população foi constituída pelo diretor e pelos funcionários da força de vendas da empresa. A coleta de dados realizou-se por meio de entrevista informal com o diretor da empresa e por meio da observação participante do estagiário. Os resultados foram positivos, pois foi possível detectar os problemas no setor com relação à organização da força de vendas, como a área de atuação dos representantes está distribuída, avaliando a carteira de clientes de cada um e, por fim elaborar uma proposição, que constituiu como sugestão para a empresa. Palavras-chave: Análise, Força de Vendas, Empresa. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Organograma da empresa ................................................................ 46 Quadro 1: Distribuição da força de vendas ...................................................... 51 Quadro 2: Tamanho da força de vendas.......................................................... 56 Quadro 3: Estudo da carteira dos clientes ativos e inativos ............................. 59 Quadro 4: Estudo dos clientes potenciais entre 2005 e 2007 .......................... 60 Quadro 5: Curva ABC de clientes ativos .......................................................... 61 Gráfico 1: Curva ABC de clientes ativos .......................................................... 61 Quadro 6:Representatividade na força de vendas ........................................... 62 Gráfico 2:Representatividade na força de vendas............................................ 62 Quadro 7:Cursos a serem oferecidos............................................................... 72 Quadro 8:Programa de avaliação do vendedor................................................ 76 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................12 1.1 Objetivo Geral e Objetivos Específicos..........................................................12 1.2 Justificativa.......................................................................................................13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................14 2.1 Administração de marketing ...........................................................................14 2.1.1 Marketing de relacionamento ..........................................................................15 2.2 Vendas...............................................................................................................16 2.2.1 Etapas do processo de vendas .......................................................................18 2.3 Gerenciamento da força de vendas ................................................................19 2.3.1 Organização da estrutura da força de vendas.................................................20 2.3.2 Recrutamento e seleção de vendedores .........................................................22 2.3.2 Treinamento de vendedores............................................................................24 2.3.4 Remuneração dos vendedores .......................................................................25 2.3.5 Supervisão de vendedores..............................................................................26 2.3.5.1 Orientação de vendedores ...........................................................................26 2.3.5.2 Motivação de vendedores ............................................................................28 2.3.6 Avaliação de vendedores ................................................................................29 2.4 Objetivos e metas da força de vendas ...........................................................30 2.5 Tamanho da força de vendas ..........................................................................32 2.6 Serviços de vendas ..........................................................................................32 2.6.1 Estratégia da força de vendas.........................................................................33 2.6.2 Pós-vendas .....................................................................................................35 2.7 Distribuição física ............................................................................................35 2.8 Estudo da carteira ............................................................................................37 2.8.1 Curva ABC .....................................................................................................40 2.9 Controle de resultados ....................................................................................41 3 MÉTODO...............................................................................................................42 3.1 Delineamento do estudo..................................................................................42 3.2 Participantes.....................................................................................................42 11 3.3 Coleta de dados................................................................................................43 3.4 Tratamento e análise dos dados.....................................................................43 4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA.................................................................44 4.1 Caracterização da empresa .............................................................................44 4.1.1 Missão ............................................................................................................45 4.1.2 Visão ...............................................................................................................46 4.1.3 Organograma ..................................................................................................46 4.1.4 Principais fornecedores ...................................................................................48 4.1.5 Principais clientes............................................................................................48 4.1.6 Principais concorrentes ...................................................................................48 4.2 Resultado da Pesquisa ....................................................................................48 4.2.1Identificação da situação atual ........................................................................48 5 PROPOSIÇÃO DO PLANO DE AÇÃO PARA A FORÇA DE VENDAS ..............64 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................85 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................86 DECLARAÇÃO ........................................................................................................90 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ....................................................................91 12 1 INTRODUÇÃO As grandes transformações ocorridas na economia mundial têm definido uma nova ordem de competição em um mercado global. Sobreviver num mercado cada vez mais competitivo representa o grande desafio da empresa contemporânea. Na atual economia mundial, as organizações necessitam ser eficientes e inovadoras, para que sejam reconhecidas pela excelência de seus produtos, cada uma procurando ser a melhor no seu mercado. Pode-se afirmar que as empresas que não se adaptarem a essa nova ordem terão dificuldades de continuar no mercado. O surgimento de empresas mais fortes, mais bem preparadas, atuando em melhores condições, fatalmente levará à redução da parcela de mercado daquelas menos preparadas. Para acompanhar as mudanças que o mercado exige atualmente, a Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda., localizada na cidade de São João Batista/SC, no ramo de calçados femininos, atua no mercado nacional e internacional. A par de suas ações de desenvolvimento de produto e marca a empresa percebe dificuldades comerciais em determinadas regiões, podendo, no qual podese constatar que a força de vendas não está acontecendo de forma tão eficaz, visto que as vendas diminuem em algumas regiões e em outras não. A empresa busca manter-se no mercado e, para isso, precisa ter além de produtos inovadores, uma força de vendas estruturada para que possa oferecer qualidade competitiva na prestação de serviços em todo mercado em que atua. Nesta ordem, a empresa necessita ter domínio da atuação da força de venda e gerila de forma harmônica e competitiva. 1.1 Objetivo Geral e Objetivos Específicos O objetivo geral deste trabalho é analisar a força de vendas da empresa Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda. Os objetivos específicos são: Identificar atual organização da força de vendas; 13 Identificar a área geográfica de atuação da força de vendas e como esta está distribuída; Avaliar a carteira de clientes; Apresentar sugestões quando necessário. 1.2 Justificativa Este estudo é de suma importância para a empresa Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda., pois esta vivencia um momento de concorrência acirrada na cidade de São João Batista/SC, onde existem várias empresas do mesmo ramo. Para continuar se desenvolvendo num mercado que é de altos e baixos devido às mudanças do mercado mundial, o estagiário verificou a necessidade de analisar a força de vendas, por considerar uma ferramenta que permite diagnosticar a situação do setor de vendas, importante para o contínuo crescimento da empresa e, se necessário propor sugestões para reorganizá-la. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo são tratados os itens que servirão de apoio para o trabalho de estágio. Os temas estudados são: administração de marketing, marketing de relacionamento, vendas, etapas do processo de vendas, gerenciamento da força de vendas, organização da estrutura da força de vendas, recrutar, selecionar, treinar, remunerar, supervisionar, orientar, motivar e avaliar os vendedores; objetivos e metas da força de vendas, tamanho da força de vendas, serviços de vendas, estratégia da força de vendas, pós-vendas, distribuição física, estudo da carteira, curva ABC e controle de resultados. 2.1 Administração de Marketing As mudanças são constantes e estão acontecendo num ritmo acelerado, criando novos desafios na administração de marketing. O excesso da oferta e a grande concorrência atuais trouxe novos conceitos para as organizações, que são fundamentais para que as mesmas possam delimitar os objetivos que pretendem alcançar. De acordo com Kotler (1998, p. 11), a administração de marketing “é a análise, planejamento, implementação e controle de programas delineados para criar, desenvolver e manter trocas com mercados-alvo, visando alcançar os objetivos organizacionais”. A American Marketing Association (apud COBRA, 1992, p. 34), conceitua marketing como sendo “(...) o processo de planejamento e execução desde a concepção, apreçamento, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais”. Para Kotler (1993, p. 462), “marketing é um processo social e administrativo pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação e troca de produtos e valores”. Segundo Las Casas (1988), marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades relativo às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar os 15 objetivos da empresa, considerando sempre o meio ambiente, a atuação e o impacto que essas relações causam no bem estar da sociedade. De acordo com Moreira (2000, p. 28), marketing “é o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéia, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Para Cobra (1992), o marketing é definido como o comprometimento da empresa em busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas, sendo mais do que uma forma de adaptar os serviços ou os produtos ao mercado. Para o mesmo autor, as empresas devem, acima de tudo, considerar o marketing como uma filosofia, isto é, uma norma de conduta, onde as características dos produtos ou serviços deverão ser definidas pelos consumidores, através de seus desejos e necessidades; consistindo em descobrir o que o consumidor quer, ou seja, identificar necessidades não satisfeitas e proporcionar sua satisfação, colocando produtos ou serviços no mercado. 2.1.1 Marketing de relacionamento O marketing de relacionamento, de acordo com Kotler (1998), envolve todas as etapas que as empresas assumem para conhecer e atender melhor seus clientes. Para tanto, segundo o mesmo autor, faz-se necessário que tais empresas mantenham um marketing de relacionamento, para que possa melhorar cada vez mais seu desempenho neste mercado tão competitivo. O marketing de relacionamento pode ser um elemento chave para o sucesso de um bom trabalho de marketing, onde deveria haver relações contínuas com o comprador, pois como Kotler e Armstrong (1998, p. 8), afirmam que atrair novos clientes continua a ser mais uma importante tarefa de administração de marketing. Porém, o enfoque hoje é manter os clientes antigos e desenvolver com eles um relacionamento em longo prazo. A chave para manter o cliente é dar-lhe um valor superior de satisfação. Existem cinco níveis diferentes de marketing de relacionamento. De acordo com Kotler (1998) são: Marketing básico: onde o vendedor apenas vende o produto. 16 Marketing reativo: o vendedor, além de vender o produto, estimula o consumidor a entrar em contato por meio do telefone se tiver dúvidas, fazer comentários ou até mesmo reclamações. Marketing responsável: o vendedor entra em contato com o consumidor logo após a venda para conferir se o produto está atendendo as suas expectativas, além de solicitar que o cliente faça sugestões de melhoria do produto e apontar os possíveis desapontamentos. Essas informações ajudam a empresa continuadamente a melhorar seu desempenho. Marketing proativo: o vendedor da empresa contata o consumidor de vez em quando para informar sobre os melhores usos do produto ou ainda sobre a utilidade de novos produtos. Marketing de parceira: a empresa trabalha, com os consumidores para descobrir maneiras de ele economizar ou ajudá-lo a usar o produto mais adequadamente. 2.2 Vendas A mais clássica definição de venda foi formulada pelo Comitê de Definições da A.M.A. (American Marketing Association), como sendo o processo pessoal ou impessoal de assistir e ou persuadir um comprador potencial a adquirir um bem ou serviço, ou reagir favoravelmente a uma idéia que tenha significado comercial para o vendedor. A mesma Associação considera que vender é desempenhar atividades de negócios que orientam ao fluxo de bens e serviço do produtor ao consumidor ou usuário, enquanto que venda pessoal é a apresentação oral, a um ou vários possíveis compradores, com a finalidade de realizar vendas. Para Silva (1990, p. 45) “venda é o ato de dar alguma coisa a alguém para dele receber de volta outra, ou seja, venda é uma troca comercial, onde quem vende busca sempre obter lucro, vantagens e benefícios”. O tipo de venda é um fator de relevância dentro da força de vendas. A venda pessoal pode ocorrer em duas grandes atividades, na do vendedor no balcão do varejo ou atacado que, para Dias (2000, p. 333), “é aquele que atende o comprador 17 em potencial (prospect) no próprio estabelecimento comercial em que se realizará a transação, cujo tipo de venda tenta atender às necessidades do comprador com os produtos da empresa comercial”; e na do vendedor de campo em que, para Kotler (1998), a maioria das empresas industriais utiliza uma força de vendas profissional que, na prática resulta numa força de vendas capaz de manter o cliente real e localizar o cliente potencial transformando-o em cliente real e, conseqüentemente, aumentar os negócios. De acordo com Bárbara (1980), há basicamente três formas de se efetivar a venda: direta, indireta e mista: Venda direta: é aquela em que o produto atinge diretamente seu consumidor final, ou seja, é o canal curto, sem intervenção de intermediários, que possibilita um controle maior do mercado, embora o custo por visita (ou por consumidor atingindo) tenda a ser mais alto. Venda indireta: o consumidor é atingido de forma indireta, através de um ou de diversos intermediários, pois é o canal longo, mais lento em seus resultados e que permite um controle menor, menos efetivo do mercado. Este tipo de venda é bastante válido quando o mercado, ou o consumidor, que não tenha capacidade de compra suficiente para justificar o atendimento direto, mas que não deve ser abandonado totalmente. Venda mista: é aquela que atinge o mercado direta e indiretamente. Neste caso, os clientes mais expressivos são objetos de atendimento direto do produtor, cabendo aos intermediários dar cobertura aos clientes de menor expressão. 2.2.1 Etapas do processo de vendas Tão importante quanto manter os clientes atuais, é conquistar novos clientes. Para tanto, faz-se necessário que o vendedor siga as etapas dos processos de vendas, que servem tanto para manter, quanto conquistar novos clientes. De acordo com Kotler (2003), são: 18 Prospecção e qualificação: a primeira etapa do processo de venda é a prospecção, identificação de clientes potenciais qualificados. Abordar os clientes potenciais certos é crucial para o sucesso da venda. Pré-abordagem: antes de visitar um cliente potencial, o vendedor deve se informar e aprender o máximo possível sobre a organização e seus compradores. Para obter estas informações, pode consultar fontes-padrão de referência, fontes on line e pessoas conhecidas. Abordagem: durante esta fase, o vendedor deve saber como se dirigir ao comprador e dar um bom início ao relacionamento. Essa etapa abrange a aparência pessoal do vendedor, as frases de abertura e as observações subseqüentes. Essa abertura pode ser seguida de algumas perguntas-chave para descobrir as necessidades do cliente ou apresentação de amostras para atrair a curiosidade e a atenção do comprador. Apresentação e demonstração: nesta etapa, o vendedor apresenta os produtos, descrevendo suas características, concentrando-se em apresentar os benefícios de tais produtos ao cliente. Utilizando uma abordagem da satisfação da necessidade, começa pesquisando as necessidades ao cliente. Esta abordagem requer boa capacidade para ouvir e habilidade para solucionar problemas. Discussão das objeções: os clientes quase sempre fazem objeções durante a apresentação ou quando o vendedor pede para que conclua um pedido. Ao discutir as objeções, o vendedor deve usar uma abordagem positiva, tentar descobrir quais delas não foram reveladas, solicitar ao cliente que as esclareça, considerá-las como oportunidades para fornecer mais informações e transformá-las em razões para comprar. Fechamento: após discutir e resolver as objeções do cliente potencial, é chegada a hora de tentar fechar a venda. Os vendedores devem saber como reconhecer os sinais de que o cliente está disposto a fechar a venda, como 19 postura física, comentários e perguntas. Os vendedores podem escolher entre diversas técnicas de fechamento: solicitar o pedido, rever os pontos de concordância, oferecer-se para redigir o pedido, perguntar qual modelo o comprador prefere ou afirmar que ele vai perder se não concluir o pedido naquele momento. Pode ainda oferecer condições especiais para que o comprador decida fechar o pedido, como preço mais baixo ou uma quantidade extra grátis. Acompanhamento: última etapa do processo de venda, o acompanhamento é necessário se o vendedor quiser garantir a satisfação e preferência do cliente. Logo após o fechamento, o vendedor deve confirmar detalhes como prazo de entrega, condições de compra e outros assuntos. Em seguida, deve programar uma visita de acompanhamento quando do recebimento do pedido para verificar quaisquer problemas. O vendedor deve mostrar e provar seu interesse e reduzir qualquer angústia do comprador que possa ter surgido desde o momento da venda. 2.3 Gerenciamento da Força de Vendas Para Kotler (2003), o gerenciamento da força de vendas é definido como análise, planejamento, implementação e controle das atividades da força de vendas. Para o autor, abrange a estrutura e estratégia da força de vendas, além da seleção, treinamento, remuneração, supervisão e avaliação dos vendedores da empresa. 2.3.1 Organização da estrutura da força de vendas A empresa, de acordo com Kotler (2003), pode adotar diferentes diretrizes para elaborar a estrutura da força de vendas e repartir a responsabilidade sobre as vendas, partindo de questões de como deverão ser estruturados os vendedores e suas tarefas, se devem trabalhar sozinhos ou em equipe, como deve ser as vendas, entre outros questionamentos. 20 Segundo Kotler (2003), a estrutura da força de vendas pode ser utilizada a força de vendas externas ou internas: Forças de vendas externas: também chamada de força de vendas de campo, em que os vendedores viajam para visitar os clientes. Forças de vendas internas: neste tipo de vendas, os vendedores internos realizam negócios em seus escritórios via telefone ou visitas de clientes potenciais. A estrutura da força de vendas pode ser dividida em força de vendas por território, por produtos, por cliente e complexas: Estrutura da força de vendas por território Neste tipo de estrutura, de acordo com Kotler (2003) é designada uma área geográfica exclusiva para cada vendedor que vende a linha completa de produtos ou serviços da empresa a todos os clientes daquele território. A vantagem deste tipo de estrutura é que define claramente as tarefas do vendedor e, como somente um trabalha no território, é este que recebe os créditos pelas vendas realizadas. Outra vantagem é que aumenta a chance do vendedor de construir relacionamentos comerciais locais que, por sua vez, ampliará a eficácia da venda. Para Las Casas (1999, p. 73), “a concepção da divisão territorial da força de vendas tem muitas vantagens, e devem-se observar características peculiares de cada cliente. A divisão territorial dá oportunidade de identificar os clientes potenciais e chegar mais próximo de um atendimento adequado”. O autor afirma ainda que além de receber cobertura mais intensiva, os territórios são muito mais úteis não só para controlar melhor as atividades dos vendedores, como também para criar a sensação de responsabilidade no indivíduo, o que, como conseqüência, aumenta a motivação. A divisão territorial é, em grande parte, determinada pela natureza do produto e pelo tipo de trabalho. 21 Estrutura da força de vendas por produto De acordo com Kotler (2003), neste tipo de estrutura, a força de vendas comercializa de acordo com as linhas de produto. A desvantagem deste, segundo o autor, é que pode trazer problemas se um único grande comprador comprar muitos produtos diferentes da mesma empresa. Estrutura da força de vendas por cliente Para Kotler (2003), um número crescente de empresas está usando atualmente este tipo de estrutura, na qual a força de vendas é organizada conforme a linha de clientes ou de setores. Diferentes forças de vendas podem ser montadas por setores distintos, uma para atender os clientes existentes, e outra para descobrir novos clientes, ou uma para lidar com as contas mais importantes e outra para as contas normais. A vantagem deste tipo de estrutura pode ajudar uma empresa a se tornar mais focada no cliente e a construir relacionamentos mais próximos com clientes importantes. Estruturas complexas da força de vendas Quando uma empresa vende uma grande variedade de produtos a muitos tipos de clientes em áreas geográficas extensas, muitas vezes ela combina vários tipos de estruturas de força de vendas. Os vendedores podem ser especializados por cliente e território, por produto e cliente ou por território, produto e cliente. O autor salienta ainda, que nenhuma das estruturas é a melhor para todas as empresas e situações, cada qual deve escolher a estrutura de vendas que melhor atenda às necessidades de seus clientes e que melhor se ajuste à sua estratégia geral de marketing. 2.3.2 Recrutamento e seleção de vendedores Numa operação de força de vendas bem sucedida, está o recrutamento e seleção de vendedores. A diferença entre um vendedor médio e o de um vendedor 22 de alta qualidade pode ser substancial e afetar o desempenho da força de vendas (KOTLER, 2003). Para Kotler (2000, p. 645), “a seleção de vendedores efetivos é parte vital da criação de uma força de vendas bem-sucedida”. Afirma ainda, que além das diferenças de produtividade, existe um grande desperdício na contratação de pessoas erradas. Selecionar vendedores, para Kotler (2003), não seria problema se a empresa soubesse por quais características procurar. Segundo o autor, um levantamento sugeriu que bons vendedores são os que têm alta dose de entusiasmo, persistência, iniciativa, autoconfiança e dedicação ao trabalho, consideram as vendas um meio de vida e são fortemente orientados ao cliente; outro estudou sugeriu ainda que bons vendedores são independentes, automotivados e excelentes ouvintes; e outro ainda sugeriu que os vendedores devem ser amigos dos clientes, bem como persistentes, entusiasmados, aplicados e, acima de tudo, honestos, devem ter motivação interna, ser disciplinados, bons trabalhadores e capazes de desenvolver fortes relacionamentos com os clientes. Para Las Casas (1999), uma empresa deve contratar os vendedores que apresentem o seguinte perfil: Elevada energia física; Elevado grau de força e persistência; Forte motivação para realizar visitas extras e trabalhar durante várias horas; Clareza e objetividade na comunicação; Habilidade para se comunicar facilmente em todos os níveis de clientes; Sincero interesse em ajudar os outros; Condições de se vestir adequadamente; Socialmente adaptável e facilidade para todos os níveis de contato; Persistência e diplomacia em cuidar de contas existentes e de lidar com novas contas; Bom ouvinte; Orientado a solucionar problemas; Rápido em aprendizado e empatia para apreciar o ponto de vista dos clientes; Capacidade de lidar com detalhes eficientemente e com precisão; 23 Criativo, inovador, curioso, desejoso de obter idéias e respostas de colegas e superiores; Conhecimento ou vontade de aprender técnicas de vendas; Constante desejo de melhorar o desempenho; Muito motivado para ter sucesso na carreira de vendas. No entanto, é necessário que cada empresa escolha o perfil que deseja que seus vendedores possuam, de acordo com os produtos e serviços oferecidos por ela, uma vez que uma organização difere de outra, cada qual possui características próprias, mesmo aquelas que estão no mesmo ramo. Para Dias (2003), algumas características do negócio podem determinar se uma empresa precisa buscar vendedores com experiência ou não. Segundo ele, as principais fontes de recrutamento são os recrutamentos internos, que é uma política saudável e econômica, pois oferece oportunidades a funcionários qualificados para os cargos em aberto, além de abreviar o treinamento sobre produtos e sobre a cultura da empresa. Kotler (1998, p. 369), afirma que “o procedimento de seleção pode variar desde uma simples entrevista informal até longos testes e entrevistas”. Muitas empresas, segundo o autor, aplicam testes formais em candidatos a vendedores para avaliar sua aptidão para a venda, capacidade analítica e organizacional. De maneira geral, o processo de seleção em empresas passa pelas seguintes etapas, de acordo com Las Casas (1999): Análise dos documentos (currículo, referências, ficha de solicitação); Teste e entrevistas preliminares; Análise e exame das referências do candidato; Testes psicológicos; Entrevista final; Exame médico. De acordo com Sandhulsen (2003), a seleção final deve ser feita após meticuloso planejamento das tarefas a serem executadas, das competências 24 apresentadas pelos candidatos, do potencial para crescimento e das demais características demonstradas nos testes e entrevistas. 2.3.3 Treinamento de vendedores Para Boog (2001, p. 10), “treinamento é a ação sistematizada de educação para a capacitação, o aperfeiçoamento e desenvolvimento do indivíduo”. Para Chiavenato (1997), o treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizado, por meio dos quais as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. Em outras palavras treinamento é um ato intencional de fornecer os meios para possibilitar a aprendizagem. Ainda para o mesmo autor, o conteúdo do treinamento pode envolver quatro tipos de mudanças de comportamento, a saber: Transmissão de informações: o elemento essencial em muitos programas de treinamento é o conteúdo: repartir informações entre os treinandos como um corpo de conhecimentos. Desenvolvimento de habilidades: trata-se de um treinamento orientado diretamente para as tarefas e operações a serem executadas. Desenvolvimento e modificação de atitudes: envolve aquisição de novos hábitos e atitudes, principalmente em relação a clientes ou usuários (como é o caso de treinamento de vendedores, balconistas, etc.) ou técnicas de vendas. Desenvolvimento de conceitos: o treinamento pode ser conduzido no sentido de elevar o nível de abstração de idéias, para facilitar a aplicação de conceitos na prática administrativa. Lacombe (2003, p. 270), conceitua treinamento “como qualquer atividade que contribua para tornar uma pessoa apta a exercer sua função ou atividade, 25 aumentar sua capacidade para exercer melhor essas funções ou atividades, ou prepará-la para exercer de forma eficiente novas funções ou atividades”. Para Las Casas (1999), para a elaboração de um programa de treinamento e desenvolvimento, existem os seguintes passos: Análise das necessidades: o programa de treinamento deve ajustar-se às reais necessidades dos treinandos. Começa com entrevistas junto aos vendedores e aos supervisores, para identificação dos pontos fracos que orientarão e direcionarão os tópicos a serem enfatizados no programa. Determinação dos objetivos: de acordo com o resultado da análise feita, há condições de determinar os objetivos do treinamento, que podem ser: melhorar o relacionamento com os clientes; motivar a equipe de vendas; aumentar as vendas; aumentar a lucratividade; melhorar o uso do tempo; reduzir os custos de vendas; e controlar a força de vendas. Decisão do tipo de treinamento: pode ser: relacionamento, motivação, marketing, comunicação, custos e força de vendas. Elaboração do programa: deve incluir: produtos, mercados, empresas, apresentação de vendas eficientes, território de vendas, esforço de marketing das empresas, características dos clientes. 2.3.4 Remuneração dos vendedores A remuneração deve refletir claramente os objetivos das vendas. É complexo definir qual é o melhor modo de remunerar e de muita importância para manter o interesse e a motivação dos melhores profissionais em vendas. Cada empresa deve realizar análises e ser criativa para elaborar sistemas de incentivo que maximizem seus objetivos e minimizem os custos da força de vendas. 26 Para Dias, (2003), existem três métodos para recompensar o desempenho dos vendedores: monetários, que é o salário recebido, seja este fixo ou por comissão; não monetários, são as vantagens recebidas pelas vendas efetuadas; e mistos, que são quando recebe salário mais as comissões pelas vendas realizadas. De acordo com Sandhulsen (2003), afirma que se a ênfase estiver no serviço e a administração quiser manter forte controle, um salário normal geralmente é pago. Se o volume de vendas for muito importante e as margens de lucro forem críticas, o pagamento apenas de comissões é um contrato comum. 2.3.5 Supervisão de vendedores Os vendedores, de acordo com Kotler (2003), bem mais do que território, remuneração e treinamento, necessitam de supervisão, pois é por meio dela, a empresa orienta e motiva a força de vendas para que realize um trabalho cada vez melhor. 2.3.5.1 Orientação de vendedores De acordo com Dias (2003), a maneira como o gerente de vendas supervisiona as atividades de seus vendedores influenciará diretamente o desenvolvimento profissional e o desempenho deles. A supervisão poderá acontecer nos seguintes parâmetros, ainda de acordo com o autor: 1. Orientado para resultados finais: quando o gerente estabelece, monitora, cobra e dá o feedback sobre os resultados finais, deixando o vendedor estabelecer seus métodos de venda e dimensionar seus esforços para alcançar os resultados de vendas. 2. Orientado para atividades: quando o gerente monitora e cobra o desempenho de atividades do dia-a-dia, recebendo relatórios das forças de vendas. 27 3. Orientado para competências: as competências que os representantes deverão apresentar podem ser as seguintes, que serve de proposta para a empresa. Impacto e influência: capacidade de estabelecer credibilidade, direcionar problemas e preocupações do cliente e influenciar indiretamente. Orientação à realização: ser capaz de estabelecer objetivos. Iniciativa: saber persistir, não desistir facilmente e saber medir as oportunidades. Entendimento interpessoal: compreender o comportamento não-verbal e compreender as atitudes dos clientes. Orientação de serviço aos clientes: realizar esforços extras para satisfazer as necessidades dos clientes, descobrir e sanar as necessidades dos mesmos. Autoconfiança: confiar nas próprias habilidades, aceitar os desafios, ser otimista. Construção de relacionamentos: manter amizades no trabalho, ter e usar rede de contatos. Pensamento analítico: antecipar-se aos obstáculos e preparar-se para eles. Pensamento conceitual: usar regras práticas. Procura de informação: obter informações de muitas fontes. Conhecimento técnico: ter conhecimento técnico ou relevante sobre os produtos que está oferecendo aos clientes. 28 Além de supervisionar seus vendedores, o gerente precisa buscar desenvolvê-los profissionalmente em novas técnicas, modelos, tecnologias e conhecimentos. 2.3.5.2 Motivação de vendedores Uma das maiores dificuldades na administração de vendas é a determinação dos fatores que causam a baixa motivação da equipe de vendas (LAS CASAS, 1999). Para Sandhulsen (2003), a motivação não pode ser gerada do exterior, sendo uma tendência interna. Não há nenhum motivador universal pois cada indivíduo deveria ter seu próprio composto de motivação. No entanto, de acordo com Las Casas (1999), existem fatores que proporcionam motivação: Tarefas claras: este fator considera que as pessoas gostam de trabalhar em organizações que estabelecem claramente o que se espera delas em termos de resultados de trabalho. Necessidade de realização: é uma característica adquirida pelo indivíduo que, por alguma razão, estabelece como objetivo vencer na vida, alcançar os mais altos degraus do sucesso. Remuneração por incentivos: este é um fator mais forte que o salário pleno, pois cria forte ligação entre recompensa e esforço despendido. Boa administração: entende-se como tal aquela que utiliza critérios adequados de recompensa e exerce liderança. Segundo Futrell (2003), motivação é o estímulo, intensidade, direção e persistência do esforço direcionado a tarefas profissionais ao longo de um período. O gerente de vendas procura aumentar a motivação dos vendedores no sentido de 29 levá-los a realizar suas atividades profissionais num alto nível, por meio do desenvolvimento de um composto motivador. Segundo o autor, a motivação pode acontecer por meio de: Recompensas financeiras: que podem ser bônus; Avanço na carreira: que podem ser promoções ou oportunidades de desenvolvimento; e Compensações não financeiras: que podem ser jantares de reconhecimento, pequenos presentes, troféus, etc. 2.3.6 Avaliação de vendedores A avaliação da equipe de vendas consiste em papel que deverá servir para correção de erros, constatação de resultados e estabelecimento de novas políticas e práticas por parte da força de vendas. Para Kotler (2000, p. 652), “os relatórios da força de vendas, juntamente com outras informações, fornecem estes subsídios ainda brutos para a avaliação. Assim, de posse desses relatórios e de outras informações, avaliam-se formalmente os membros da força de vendas”. De acordo com Sandhulsen (2003), a avaliação pode ser feita de duas formas: Análise informal: que pode fundamentar-se em relatórios de visita, num plano de trabalho, ou num plano territorial de marketing e em viagens de campo com o representante para visitar contas-chaves. Análise formal: que são caracterizadas por comparações com outros vendedores e pelo desempenho passado em áreas com produtividade e controle de custo. 30 De acordo com Kotler (2003), o gerente de vendas pode iniciar o processo com uma avaliação quantitativa, observando o conhecimento que o vendedor possui da empresa, produtos, serviços, clientes, concorrentes, território e tarefas. Pode atribuir pontuação também sobre os traços pessoais: modos, aparência pessoal, maneira de falar e temperamento. O gerente de vendas pode também avaliar problemas com motivação ou com a conformidade às regras da empresa. No entanto, segundo o mesmo autor, cada empresa deve decidir o que considera mais importante avaliar no vendedor. Além disso, o vendedor deve ser informado sobre quais itens que está sendo avaliado. Ainda de acordo com o citado autor (2003, p. 427), “em poder dos relatórios da força de vendas e outras informações, a gerência de vendas também pode fazer uma avaliação mais formal de seus membros”. A avaliação formal resulta em diversos benefícios. Obriga a administração a desenvolver e informar com clareza os padrões adotados para o julgamento do desempenho e coletar informações equilibradas sobre cada vendedor. Este tipo de avaliação propicia aos vendedores um retorno construtivo que poderá ajudá-los a melhorar seu desempenho, além de motivá-los para tal, pois sabe que terá de justificar seu desempenho com o gerente de vendas. (KOTLER, 2003). 2.4 Objetivos e Metas da Força de Vendas As empresas, para que possam atingir seus objetivos, devem definir cuidadosamente quais esperam atingir com a força de vendas. Para Dias (2003, p. 449) “os objetivos devem ser claros, simples e formulados por escrito para que todos da organização possam compreender o que a empresa deseja realizar”. Ainda de acordo com o autor, eles podem ser ou não desafiadores, dependendo da intenção da empresa, porém, recomenda que devam ser alcançáveis, com o propósito de estimular os funcionários. Os vendedores devem desempenhar uma ou mais das seguintes tarefas que levam ao alcance das metas determinadas, segundo Kotler (1998): Prospecção: procuram clientes potenciais ou indicações (Leads); 31 Definição de alvo: decidem como alocar seu tempo escasso entre clientes potenciais e clientes atuais; Comunicação: comunicam de forma hábil a seus clientes informações sobre produtos e serviços da empresa; Venda: conhece a “arte de vender” que consiste na abordagem, apresentação, argumentação, resposta a objeções e fechamento da venda; Serviço: prestam vários serviços a seus clientes: consultoria, assistência técnica, orientação sobre financiamento e entrega; Coleta de informações: fazem pesquisa de mercado e reúnem informações em seus relatórios de visitas; Alocação de produtos: decidem sobre os clientes que devem receber produtos escassos durante períodos de escassez. Outra forma de se alcançar as metas de vendas é estipular cotas, que segundo Dias (2003, p. 325), “servem, também, para avaliar o desempenho dos vendedores, e são instrumentos motivadores por recompensar desempenhos superiores com prêmios específicos, quando atingidas ou excedidas”. Ainda de acordo com o autor citado, as cotas de vendas são determinadas metas mínimas que o vendedor precisa realizar para que a empresa alcance seus objetivos. O estabelecimento da cota pode ser em volume de unidades ou dinheiro, linhas de produtos, contas novas, clientes recuperados e áreas determinadas. 2.5 Tamanho da Força de Vendas Após a empresa ter definido a estratégia, a estrutura, os objetivos e as metas da força de vendas, deve considerar o tamanho da força de vendas. Os vendedores são um dos ativos mais produtivos e caros da empresa, aumentando seu número, aumentarão também as vendas e o custo (KOTLER, 1998). 32 De acordo com Dias (2003), existem vários métodos para determinação da quantidade de vendedores diretos e representantes comerciais, cujas variáveis que influenciam essa decisão dependem do direcionamento estratégico de cada empresa. Segundo o autor citado, as mais comuns são: carga de visitação a clientes e perspectivas de negócios, custos de atendimento, potencial de vendas, tipos de linhas de produtos, tipos de clientes e localização. Após definir o número de clientes que deseja atingir, segundo Kotler (1998), a empresa pode usar uma abordagem de carga de trabalho para estabelecer o tamanho da força de vendas, que consiste nas seguintes etapas: Os clientes são agrupados em classes de tamanho de acordo com seu volume anual de vendas; As freqüências desejadas de visitas, ou seja, o número anual de visitas por cliente é estabelecido para cada classe específica; O número de clientes em cada classe é multiplicado pela freqüência de visitas correspondente, de forma a se obter a carga total de trabalho para o país, em termos de visitas por ano; Determinação do número médio de visitas que um vendedor pode fazer por ano; A definição do número necessário de vendedores é determinada dividindo-se o total anual de visitas pela média anual de visitas realizadas por um vendedor. 2.6 Serviços de Venda Neste item apresentam-se as estratégias da força de vendas e o serviço de pós-vendas. 2.6.1 Estratégias da força de vendas Para Oliveira (2006), a estratégia é normalmente dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos, quanto à seleção dos cursos 33 de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada. De acordo com Porter (apud DIAS, 2003, p. 449), “a essência da formulação estratégica competitiva está em relacionar a empresa com seu meio ambiente. Para o autor, as empresas devem dar um enfoque específico no clientes, que pode ser oferecer algo único ao mercado, seja esta um produto único no mercado ou até mesmo a imagem da marca, serviços especiais, ou ainda uma rede de distribuição especial. Neste entendimento a proposição estratégica é relacionar a empresa com seu ambiente. Para Dias (2000), na venda de campo há ainda outras forças de vendas: Venda tradicional: caracteriza-se pelas ações em que o vendedor procura realizar a transação com mensagens sobre o produto e suas características, tentando impor ao comprador as vantagens que ele irá obter. Venda criativa: compreende a utilização de técnicas de criatividade para produzir idéias inéditas e úteis sobre os produtos e abordagens. Seu objetivo é gerar novas e fortes impressões sobre os compradores, levando-os a considerar as mensagens de vendas de maneira não tradicional para fechamento da venda. Venda missionária: é aquela quando a missão do vendedor é trabalhar com canais de marketing, devendo atuar primordialmente como consultor e conselheiro, e não como vendedor. As tarefas são, basicamente, voltadas para o planejamento e divulgação das futuras vendas. Venda consultiva: é o processo que posiciona o vendedor como um profissional que procura melhorar a lucratividade de seus clientes. O vendedor consultor deve desenvolver tarefas relacionadas à solução de problemas nos processos dos clientes de duas maneiras: redução de custos operacionais ou aumento da receita em vendas. 34 Venda de negociação: é a que os vendedores profissionais devem ser negociadores, mesmo que não se dêem conta dessa habilidade. Assim, também são os compradores profissionais, mesmo que não tenham freqüentado um curso de negociação. A atitude ideal na venda de negociação é aquela em que o vendedor e comprador se tornam parceiros na busca de soluções, em vez de adversários ou concorrentes. Venda de colaboração: procura tornar o vendedor não culpado ao realizar suas tarefas de vendas. Desenvolve a sensação de falta de pressão, mas ainda com o objetivo de vender. Em contraponto à venda tradicional, o vendedor não manipulativo tem a missão de construir um relacionamento sincero, confiável e compromissado. Esse método demonstra como eliminar a pressão e tensão do processo de vendas pela procura de soluções que recompensem o comprador e o vendedor. Venda SPIN: é aquela em que o vendedor desenvolve habilidades na formulação de questões-chave para planejar e abordar com êxito seus clientes. Este modelo procura desenvolver como profissionais de sucesso vendem e não deve ser tratado como uma fórmula. Venda em equipe: é usada em situações em que existe complexidade operacional e necessidade de envolvimento de diversas áreas da empresa. A formação de equipes é essencial para a criação de estratégias, manutenção de relacionamentos, realização das transações de vendas e resolução de problemas dos clientes. A venda em equipe conta com um grupo de profissionais compromissados com um trabalho coletivo de atendimento ao cliente. Venda personalizada: que tem como premissa a busca da identificação de certas características pessoais, sendo uma das atividades humanas mais comuns. Essas características demonstram, geralmente, a grande riqueza da diferença comportamental do ser humano. 35 2.6.2 Pós-vendas Antigamente as organizações idealizavam que a habilidade mais importante para o profissional de marketing era conseguir novos clientes em vez de cultivar relacionamentos com os já existentes. De acordo com Kotler (1999, p. 155), “um cliente perdido representa mais do que uma perda da próxima venda; a empresa perde o lucro de todas as compras futuras daquele cliente, para sempre”. Para Las Casas (1999), inicia-se a prestação do serviço no momento do fechamento do pedido ou contrato, a partir de então, todas as promessas começam a ser realizadas. Isso exige um acompanhamento constante. Para o mesmo autor, o pós-venda é decisivo para a satisfação do cliente, que consiste em todas as ações realizadas para mostrar seu compromisso para atender as necessidades do cliente e manter boas relações com ele. 2.7 Distribuição Física A distribuição física ou logística de marketing, de acordo com Kotler (1999), envolve planejamento, implementação e controle do fluxo de materiais, produtos finais e informações correlatos dos pontos de origem até os pontos de consumo, de modo a atender às exigências dos clientes. O gerenciamento da cadeia de suprimentos, de acordo com Meinberg (2006) envolve o planejamento, a implementação e o controle dos fluxos físicos de materiais e produtos finais, a partir de seu ponto de origem até seu ponto de utilização, para satisfazer as necessidades dos clientes, visando lucro. A distribuição física tradicional, segundo Kotler (1999), começava com os produtos das fábricas e como encontrar soluções de baixo custo para levá-los até o consumidor. Ainda para o autor citado, atualmente, a logística engloba não apenas o problema de distribuição para fora, ou seja, levar produtos e materiais da fábrica ao consumidor, como também o problema da distribuição para dentro, isto é, levar produtos e materiais dos fornecedores até a fábrica. Colocar o produto (ou serviço) certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas pelo consumidor 36 (usuário, cliente, etc.), enquanto promove as melhores contribuições para a empresa (MEINBERG, 2006). A logística agrega valor aos clientes da seguinte forma, de acordo com o autor citado: Entregando o produto no lugar certo. Disponibilizando o produto no tempo desejado. Executando entregas rápidas facilitando o aumento de freqüência de entregas. Facilitando o processo de compra. Oferecendo informações confiáveis em tempo real. Flexibilizando o atendimento das necessidades do cliente: local de entrega, horário, embalagem e serviços especiais. Estando pronto para reagir a eventos fora do programado. As principais funções logísticas, de acordo com Kotler (1999), são: Processamento de pedidos: os pedidos podem ser processados de várias formas: por telefone ou correio, através de vendedores ou via computador e intercâmbio eletrônico de dados. Depois de recebidos, os pedidos devem ser processados de forma rápida e precisa. O sistema de processamento dos pedidos prepara as faturas e envia os detalhes do pedido para o departamento adequado. Armazenagem: toda empresa precisa armazenar seus produtos até serem vendidos. A armazenagem é necessária porque os ciclos de produção e consumo raramente são iguais. O estoque de algumas empresas é armazenado na própria fábrica, ou em um local próximo, e os demais são espalhados pelo país, que podem ser próprios, alugados ou ambos. Estoque: os níveis de estoque também afetam o grau de satisfação do cliente. O principal problema é manter um equilíbrio cuidadoso entre um estoque grande demais e pequeno demais. O estoque grande demais resulta em custos mais altos que o necessário e possível obsolescência dos 37 produtos. E o pequeno demais, por sua vez, podem não atender satisfatoriamente às necessidades de produção da empresa. Transporte: os profissionais de marketing devem dar muita atenção às decisões da empresa quanto ao transporte, cuja escolha afeta o apreçamento do produto, a eficiência da entrega e a condição dos produtos ao chegarem ao seu destino. As empresas podem escolher entre os cinco meios de transporte: ferroviário, rodoviário, marítimo/fluvial, aéreo e por dutos. 2.8 Estudo da Carteira Os planos estratégicos de organizações voltadas para atrair novos clientes acabam não destinando recursos na preservação dos seus clientes e na pós-venda. Além disso, são incapazes de identificar seus clientes mais lucrativos e, deste modo, perdem a oportunidade de gerar os maiores lucros em longo prazo. A satisfação se mede através da relação entre o que o cliente recebeu ou percebeu e o que esperava ter ou ver (percepção x expectativa). Se a percepção é maior do que a expectativa, o cliente fica muito mais satisfeito do que esperava. Mas se for menor, frustra-se e não registra positivamente a experiência. Como as expectativas dos clientes aumentam com o tempo, eles tendem a não mais se satisfazer se a empresa não conseguir acompanhar as mudanças de suas necessidades e desejos, o que demanda tempo e investimento. De acordo com Vavra (1993), os clientes precisam ser identificados, porque não se estabelece uma relação com quem não se conhece. A partir daí, aprender sobre eles, suas necessidades e seus desejos, utilizando essas informações para estreitar o relacionamento e conhecê-los cada vez mais. Isso dá à empresa um diferencial e cria barreiras de confiança tornando inconveniente a migração para um concorrente, porque o novo relacionamento começaria do zero, sem nenhum conhecimento de ambas as partes. Fidelizar o cliente tem se tornado cada vez mais importante e desafiante. De acordo com Kolter e Armstrong (1998, p. 396), “além de construir um sólido relacionamento com seus parceiros da cadeia de suprimento, as empresas hoje devem trabalhar para criar vínculos mais fortes e lealdade com seus clientes finais”. 38 Para Kotler (1999), um novo cliente é cinco vezes maior que o custo para manter um cliente atual satisfeito, considerando um erro presumir que os clientes atuais estão garantidos, pois os mesmos podem mudar de fornecedor quando surgir uma oferta melhor, tornando-se assim necessário que a empresa invista na qualidade, tanto dos produtos como nos serviços agregados ao produto. No entanto, tão importante quanto manter os clientes atuais procurando sua fidelização, é procurar os clientes perdidos. De acordo com Vavra (1993), enquanto a principal mensagem do pós-marketing é estabelecer e manter os clientes atuais, algumas empresas estão voltando atrás para recuperar os clientes perdidos, pois suas opiniões sobre o produto ou serviço, podem fornecer informações mais expressivas. Um levantamento sobre os clientes perdidos, além de ser fonte de informações, pode servir como dados para a efetivação de programas de recuperação de clientes perdidos. As razões mais comuns que levam os clientes a abandonar uma empresa, de acordo com Vavra (1993), são as seguintes: Insatisfação com o produto, entrega, instalação, serviços ou preço. Dificuldade de lidar com reclamações. Desaprovação de mudanças. Insatisfação com o tratamento. Novos funcionários ou novas políticas da empresa. Aceitação de uma oferta concorrente. Assim, um esforço eficaz para implantar um programa dessa natureza consiste em três etapas, de acordo com o autor citado. Descobrir por que o cliente parou de comprar, para planejar uma abordagem bem-sucedida. Pesquisar a situação com o cliente, pois as necessidades existentes anteriormente, podem não ser as mesmas atualmente, pois o mercado muda rapidamente e novas demandas podem ocorrer. Fazer o contato, procurando identificar a melhor maneira de abordar um cliente perdido. 39 Segundo a pesquisa realizada no site www.comtalento.com.br realizada em 01/09/04, a primeira providência que deveria ser imediata, é a adoção de um cadastro de clientes. Neste ponto é possível iniciar imediatamente a montagem de um cadastro próprio de clientes que pode ser feita através de um simples fichário ou idealmente com o suporte da área de informática. Sem cadastro de clientes nada pode ser feito em termos de marketing de relacionamento. Outra possibilidade é a aquisição de um cadastro de potenciais clientes, mas neste caso deve-se levar em consideração a origem deste cadastro e a idoneidade da empresa que o comercializa, além do grau de exatidão das informações nele contidas. Na seqüência, ainda de acordo com o site citado, deve-se considerar que tipo de informação sobre o cliente deverá estar contido neste cadastro. Assim começa-se aprimorando este cadastro visando atender o cliente em todas as suas necessidades, possibilitando a abertura de um leque de alternativas para a empresa na área de marketing, utilizando-se deste cadastro de clientes. Algumas informações importantes que se descobre ao utilizar corretamente um cadastro de clientes, são os históricos de relacionamento com a empresa, o que compra, quanto gasta, grau de freqüência que faz negócios com a empresa, que produtos prefere comprar, sua média de consumo em reais (R$) e de quanto em quanto tempo, data de aniversário do cliente e de seus familiares, datas festivas e outras. Na seqüência destas descobertas, passa-se a oferecer os produtos corretos, na especificação correta e no tempo certo além de apresentarmos um preço aceitável, já que o monitoramento dos preços que o mercado pratica torna-se essencial. Assim o cliente vai descobrir o quanto ele se torna importante para a empresa, visto que ela consegue atender o cliente em vários requisitos e proporcionalmente a empresa vai tornando-se cada vez mais importante na vida do cliente, pois a empresa já sabe o que o cliente quer e precisa. 2.8.1 Curva ABC Segundo Dias (1995, p. 95), a curva ABC é um importante instrumento para o administrador, permitindo identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Obtêm-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. 40 De acordo com o mesmo autor, verifica-se, portanto, que uma vez obtida a seqüência dos itens e sua classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativa, conforme a importância dos itens. Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, de acordo com Martins e Alt (2001) as classes da Curva ABC podem ser definidas da seguinte maneira: Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção especial pela administração. Classe B: grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C. Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da administração. Os itens “A” são os pertencentes ao grupo dos 20% superiores, os próximos 30% são os itens “B” e os 50% restantes compõem os itens da classe “C”, cada categoria de itens tem um valor de consumo diferente (Ballou 1993, p. 99). De acordo com Martins e Alt (2001), a análise ABC é necessária para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância. Segundo o mesmo autor, aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor ou da quantidade, dá-se a denominação de itens classe A, aos intermediários, itens classe B, e aos menos importantes, itens classe C. 2.9 Controle de Resultados O controle de resultados pode acontecer por meio da análise das vendas, que consiste em mensurar a relação entre as vendas reais e as metas de vendas, por meio da identificação dos pontos fortes e fracos da força de vendas. Para Kotler (1998), tal análise pode acontecer por meio de duas ferramentas: 41 Análise da variação de vendas, que mensura a contribuição relativa de diferentes fatores em relação a uma lacuna no desempenho de vendas; e Análise de micro vendas, que analisa produtos, territórios específicos etc, que não atingiram a venda esperada. 42 3 MÉTODO No decorrer deste capítulo destaca-se como serão os processos que integram o trabalho, ou seja, o delineamento do estudo, população, coleta de dados e tratamento e análise dos dados. Segundo Oliveira (1999, p. 57), “o método deriva da metodologia e trata do conjunto de processos pelos quais se torna possível conhecerem uma determinada realidade, produzir determinados objetivos ou desempenhar certos procedimentos ou comportamentos”. 3.1 Delineamento do estudo Este estudo tem como propósito melhorar um programa. Desta forma, o tipo de estágio proposto foi a avaliação formativa. De acordo com Roesch (1996, p. 67), “a avaliação formativa tem o propósito de melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou processos. É um dos mais escolhidos pelos alunos que trabalham e identificam problemas ou oportunidades de melhorias em suas organizações”. Ainda para a autora, a avaliação formativa normalmente implica um diagnóstico do sistema atual e sugestões para sua reformulação, requerendo, desta forma, certa familiaridade com o sistema e, idealmente, a possibilidade de implementar mudanças sugeridas e observar seus efeitos. Foi utilizada a avaliação formativa porque o estagiário pretendeu analisar a força de vendas da empresa Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda. 3.2 Participantes A população envolvida neste trabalho foi o diretor e os funcionários que integram a força de vendas da Indústria e Comércio de Calçados ALA Ltda. De acordo com do Roesch (1999), uma população é um determinado grupo que interessa entrevistar com propósito específico de estudo. 43 3.3 Coleta de dados Os dados foram coletados em fontes primárias e secundárias. Os dados de fontes primárias foram obtidos através de observação participante, onde o estagiário tem permissão para observar a empresa e coletar as informações necessárias para a realização deste trabalho. Foram obtidos também através de entrevistas com os diretores funcionários. Os dados secundários foram extraídos de bibliografias referentes ao tema em estudo, documentos e registros da empresa. 3.4 Tratamento e análise dos dados O objetivo principal do tratamento e análise de dados será de permitir ao estagiário estabelecer conclusões a partir dos dados coletados. Os dados foram analisados através do método qualitativo, que segundo Roesch (2005), parte do significado e das explicações que o entrevistador atribui às respostas do entrevistado ou eventos pesquisados, por meio do confronto das informações obtidas na fase primária com as existentes nas referências bibliográficas. A análise qualitativa foi feita por meio dos dados coletados na entrevista formal e na observação participante na qual, segundo Jaime Júnior e Serva (1995), a observação participante é uma situação de pesquisa onde o observador e observados encontram-se numa relação próxima, ou seja, frente a frente, e onde o processo da coleta dos dados se dá no próprio ambiente natural de vida dos observados, que passam a ser vistos não mais como objetos. 44 4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO Esta etapa apresenta a pesquisa realizada na empresa Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda., onde este trabalho foi desenvolvido, para atingir o objetivo que foi de analisar a força de vendas. Este capítulo foi desenvolvido a partir da observação participante, pois o estagiário é funcionário da referida empresa, no qual após a análise da força de vendas, foi possível propor sugestões que permitirão o desenvolvimento de tal setor. 4.1 Caracterização da empresa Em dezembro de 1984, três amigos começaram a fazer planos para investirem suas economias no ramo calçadista. Da junção das iniciais dos sócios surgiu a sigla ALA que até hoje é utilizada como a marca principal de seus produtos. Em 01 de fevereiro de 1985 formaram a sociedade Indústria e Comércio de Calçados ALA LTDA de Aloísio Cipriani, Laudir José Kammer e Atanázio dos Santos Neto. No início, a gerência e sub-gerência ficaram sob a responsabilidade dos Sócios Aloísio e Laudir, ambos com experiência no setor calçadista. O sócio Atanázio não tinha participação ativa na empresa, somente participava dos lucros ao final de cada exercício social. A empresa situava-se à Rua Marcolino Duarte, na cidade de São João Batista (SC), num prédio com instalações um pouco precárias. Produziam calçados femininos e contavam com equipamentos e maquinários não muito sofisticadas, a grande maioria, emprestadas por industriais do setor. Nesta época a empresa tinha doze funcionários e uma produção de cinqüenta pares/dia. Como várias empresas do mesmo ramo da cidade, esta também passou dificuldades nos primeiros anos, mas com muito trabalho, esforço e perseverança dos sócios, foi possível expandir o mercado, para outras regiões dentro desse estado, assim como também em Paraná. A primeira alteração no contrato social desta empresa foi em maio de 1985, quando o cotista Aloísio Cipriani vendeu suas cotas para Atanázio e Laudir, sendo que a cada um pertencia 50% da empresa. 45 Na mesma ocasião o sócio Atanázio dos Santos Neto doou sua parte na empresa para seu irmão Aderbal Manoel dos Santos. A partir desta data, sob nova administração, a Indústria e Comércio de Calçados ALA Ltda desencadeou seu progresso superando as dificuldades. A segunda alteração no contrato social da empresa ocorreu em 1994, quando o sócio Laudir José Kammer vendeu sua parte para Aderbal Manoel dos Santos e Sra. Elide Maria Martini dos Santos que passou a integrar a nova sociedade. Neste período, a empresa mudou sua localização na Rua Benjamim Duarte e passou a produzir num galpão alugado 200 pares/dia contando com aproximadamente 30 funcionários. No ano de 2002, a empresa lançou as marcas Carla Martini e Ana Carla. Em 2003, desenvolveu uma linha de calçados infantil/feminino tendo como marca Keamor. Essas estratégias expandiram o mercado para todo o Brasil e oportunizou a exportação para vários países como México, Panamá, Equador, Paraguai, Israel, Bolívia, Costa rica e outros. Posteriormente, mudou suas instalações para uma totalmente nova e adpatada para as necessidades de produção da empresa, Rua: Tijucas, 111 atualmente instalada, onde possui hoje 270 funcionários diretos. A empresa tem como filosofia produzir calçados de qualidade, atender bem sua clientela, trabalhar honestamente, valorizar sua equipe e obter lucros. Considera importante a satisfação dos clientes para garantir seu lugar no mercado e expandir suas vendas. 4.1.1 Missão Maximiano (2000) define a missão como um tipo particular de objetivo, normalmente definida como objetivo geral. A missão indica o papel ou função que a organização pretende cumprir na sociedade e o tipo de negócio no qual ela pretende concentrar-se. A Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda, tem declarado como missão: “Produzir calçados de qualidade, atender bem sua clientela, trabalhar honestamente e valorizar sua equipe”. 46 4.1.2 Visão Visão de uma empresa está ligada a sua imagem para o futuro, visando tudo que ela pretende alcançar nesse período. Segundo Tavares (2000, p.175), “visão é uma integração sobre onde desejamos que a organização esteja amanhã em seu ambiente e uma orientação sobre quais ações devemos adotar hoje para que isso ocorra”. A visão definida pela Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda, é: “Ser reconhecida no segmento calçadista, considerando a satisfação dos seus clientes garantindo seu lugar no mercado e expandir suas vendas”. 4.1.3 Organograma Segundo Lacombe (2003, p.103), “organograma é uma representação gráfica simplificada da estrutura organizacional de uma instituição, especificando os seus órgãos, seus níveis hierárquicos e as principais relações formais entre eles”. A atual estrutura organizacional da Indústria e Comércio de Calçados ALA LTDA é do tipo linear, conforme Figura 1. Segundo Cury (1995, p 238), “estrutura linear ou militar é representada graficamente por uma pirâmide e demonstra claramente a unidade de comando e o princípio de escalonamento hierárquico.” DIRETOR GERENTE ADMINISTRATIVO GERENTE VENDAS REPRESENTANTES GERENTE FINANCEIRO CHEFE PCP CHEFE CONTAS RECEBER FATURAMENTO CHEFE CONTAS PAGAR GERENTE COMPRAS GERENTE RH CHEFE ALMOXARIFADO RECEPÇÃO/ TELEFONISTA Figura 1: Organograma da empresa. Fonte: Dados secundários GERENTE PRODUÇÃO CHEFE TERCEIRIZAÇÃO CHEFE MONTAGEM CHEFE ESPEDIÇÃO 47 Como pode ser observado no organograma acima, segue descrição de cada cargo: Diretor: é o proprietário, que está por dentro de todas as áreas da empresa. Gerente Administrativo: responde por todas as demais áreas da estrutura do organograma. Gerente de Vendas: tem a função de supervisionar e orientar o PCP (Planejamento e Controle de Produção) e os representantes. Como não há departamento de Marketing estruturado, as decisões sobre esta área são sob a exclusiva responsabilidade do Gerente de Vendas, além de ser responsável pelo desenvolvimento de novos produtos e busca de tendências. Gerente Financeiro: supervisiona as Contas a Receber/Faturamento e é responsável por toda a área das Contas a Pagar. É responsável pelos fechamentos de câmbio, balanços, fluxo de caixa e toda movimentação bancária e financeira da empresa. Gerente de Compras: tem a função de supervisionar o almoxarifado, e é responsável pelo atendimento a fornecedores, faz levantamento da necessidade de compra, emite pedido, negocia preços, prazos de entrega e pagamento de matéria-prima e insumos. Responde por toda área de Compras. Gerente de RH: responsável pelo recrutamento, seleção e demissão de funcionários e cálculo da folha de pagamento. A telefonista/recepcionista está sob sua supervisão. Gerente de Produção: é responsável por toda área da produção. Estão sob sua supervisão os chefes de montagem e expedição. 48 4.1.4 Principais fornecedores Entre os vários fornecedores que dispõe de seus produtos para a realização dos trabalhos da empresa, destacam-se: Polivale Solados Ltda / São João Batista - SC; SJB Solados Ltda / São João Batista - SC; Cipatex Impregnadora de Papéis e Tecidos Ltda / Cerquilho - SP; Killing S.A. Tintas e Solventes Ltda / Novo Hamburgo - RS. 4.1.5 Principais clientes Os clientes da empresa Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda estão distribuídos em todas as regiões do Brasil e em alguns países da América Lática, Europa e Estados Unidos da América. 4.1.6 Principais concorrentes Os concorrentes da empresa Indústria e Comércio de Calçados ALA Ltda, são empresas que seguem o mesmo segmento da moda estilo popular, modinha casual. As principais estão situadas na mesma cidade - São João Batista / SC. 4.2 Levantamento dos dados Neste item foi apresentado os dados resultantes da pesquisa realizada na Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda., que foi de analisar a força de vendas da empresa. 4.2.1 Identificação da situação atual Neste item foram apresentados os resultados da pesquisa de acordo com os estabelecido dos objetivos específicos: identificar atual organização da força de vendas; identificar a área geográfica de atuação da força de vendas e como esta 49 está distribuído e avaliação da carteira de clientes. Marketing de relacionamento O tipo de relacionamento utilizado pela empresa é o responsável, utilizado para identificar se a mercadoria vendeu bem ou não, que servirá de termômetro para futura reposição ou de base para lançamentos de novas coleções. O representante acompanha todo o processo desde a venda, produção, transporte até a entrega do produto. Em seguida, entra em contato com o comprador para obter o feedback das vendas, para que possam ser feitos novos negócios. Vendas O tipo de venda utilizada pela empresa é a indireta, em que a empresa vende para os seus clientes lojistas, ou distribuidores/atacadistas, via representantes. O representante, para realizar visitas aos clientes, entra em contato com os mesmos para agendar um horário. No momento da visita, faz a demonstração de todos os produtos que a empresa oferece, para que tenha várias opções de escolha. Tendo decidido quais produtos irá adquirir, o representante conclui a venda tirando o pedido. Etapas do processo de vendas As etapas do processo de vendas utilizado pela empresa para conquista de novos clientes são: 1. Prospecção e qualificação: por meio de visitas aos clientes e observação com relação à praça, ou seja, verificação se não há outros clientes que vendem produtos desta empresa próximos. 2. Pré-abordagem: são obtidas informações sobre os prováveis clientes por meio de fontes-padrão de referência, fontes on line e pessoas conhecidas, para identificar principalmente crédito e markup. 50 3. Abordagem: este item é realizado para identificar desejos e necessidades dos clientes, para que possa ter início a uma relação que a empresa pretende ser duradoura, ou seja, que conquiste o cliente. A empresa não possui orientação planificada para essas ações, a abordagem é feita por meio de informações obtidas no mercado e através de visita de campo nas praças onde a empresa tem interesse de divulgar e vender seus produtos. 4. Apresentação e demonstração: são apresentados os produtos, descrevendo suas características, concentrando-se em apresentar os benefícios de tais produtos ao cliente, em que o representante está preparado para ouvir com habilidade para solucionar possíveis problemas ou entraves do cliente, por meio de visitas aleatórias e/ou agendadas, feiras de calçados e rodadas de negócios. 5. Discussão das objeções: nesta etapa os representantes enfatizam que os produtos oferecidos seguem as tendências da moda e que possuem grandes volumes de vendas já realizadas. 6. Fechamento: é realizado da seguinte forma: redigir o pedido e verificar as condições de pagamento escolhidas pelo comprador e prazo de entrega. 7. Acompanhamento: quando do recebimento do pedido para verificar quaisquer problemas por meio de telefone ou e-mail se os produtos recebidos estão de acordo com o pedido e se os mesmos chegaram em condições satisfatórias. Organização da estrutura da força de vendas A estrutura da força de vendas na empresa está assim distribuída: 1. Vendas externas, em que os vendedores viajam para visitar os clientes; 51 2. Vendas internas, em que os vendedores internos realizam negócios em seus escritórios via telefone; 3. Estrutura da força de vendas por território: é designada uma área geográfica exclusiva cada vendedor que vende a linha completa de produtos a todos os clientes daquele território. 4. Estrutura da força de vendas por cliente: em alguns casos, a força de vendas é organizada conforme a linha de clientes, por opção exclusiva destes, em que escolhe comprar diretamente da empresa ou representante específico de sua escolha. O Quadro 1 demonstra como a força de vendas da empresa está distribuído. Distribuição da Força de Vendas Representante ROCHA REPRESENTACOES LTDA PARÁ AMAZONAS AMAPÁ Quantidade (%) 146.160 58.674 18.047 11,20 4,50 1,38 4.149 227.030 0,32 17,40 60.752 57.900 17.448 9.036 145.136 4,66 4,44 1,34 0,69 11,12 MFP REPRESENTACOES LTDA RIO DE JANEIRO 100.702 7,72 ALTERNATIVA REPRESENTACOES LTDA MATO GROSSO MATO GROSSO DO SUL RONDÔNIA ACRE 65.857 21.259 12.358 1.143 5,05 1,63 0,95 0,09 RORAIMA I P INTERNETPROJECT CONS. E REP. LTDA PARAÍBA PERNAMBUCO RIO GRANDE DO NORTE ALAGOAS 52 100.617 7,71 73.291 7.180 80.471 5,62 0,55 6,17 P J MICHELOTTO REPRESENTACOES LTDA SÃO PAULO - GRANDE CAPITAL 75.060 5,75 WALTER FERREIRA DE SANTANA DISTRITO FEDERAL 61.277 4,70 52.722 7.265 59.987 4,04 0,56 4,60 47.946 3,67 39.387 2.592 41.979 3,02 0,20 3,22 OLAVO FRANCISCO AFONSO SP INTERIOR 26.042 2,00 A J LIMA COM. E REPRESENTACOES LTDA ME MARANHAO 25.549 1,96 R. P. DO AMARAL & AMARAL LTDA SÃO PAULO - BAIXADA SATISTA 19.650 1,51 RODOLFO CESAR DA ROSA SANTA CATARINA - LITORAL 16.994 1,30 COMERCIO E REPRESENTACOES FEBASIL LTDA RIO GRANDE DO SUL - MISSOES E FRONTEIRA 15.669 1,20 JOSE MARIO FUGA MINAS GERAIS - SUL/TRIANGULO 12.975 0,99 MARQUES ROLIM COM. E REPRES. LTDA CEARÁ PIAUÍ SOUZA REPRESENTACOES BAHIA SERGIPE DESFILE COM. E REP. DE CALCADOS LTDA SÃO PAULO - CAPITAL (CENTRO) NAILSON FERNANDES ALVES GOIÁS TOCANTINS MARIA HELENA QUEIROS 53 PARANA - CAPITAL 12.744 0,98 DANILO VITORASSI PARANA - SULDOESTE 12.259 0,94 GAR STREET COM. E REP. LTDA MINAS - CAPITAL 11.720 0,90 ATHLETHIC SHOES REPRESENTACOES LTDA ESPIRITO SANTO 7.534 0,58 3LAND COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA RIO GRANDE DO SUL - CAPITAL 2.226 0,17 ALL SHOES INTERNACIONAL S/S LTDA EXPORTACAO - EUROPA 12.466 0,96 RAUL LUNA ZEVALLOS EXPORTACAO - VENEZUELA - PANAMA 37.311 2,86 IND. E COM. CALCADOS ALA LTDA. VENDA DIRETA EXP. / MERC. INTERNO TOTAL 151.413 1.304.757 11,60 100,000 Quadro 1: Distribuição da força de vendas. Fonte: Dados Secundários. O Quadro 1 apresenta a distribuição da força de vendas da empresa. Neste, está descrito os estados em que cada representante possui clientes, assim como também a identificação de cada um deles. Apresenta também a quantidade de pares vendidos no período entre Novembro de 2006 a Outubro de 2007, além da porcentagem de venda de cada estado e para o volume total de vendas da empresa. Recrutamento e seleção de vendedores A empresa contrata os vendedores que apresentem o seguinte perfil: que tenha elevada energia física, ou seja, que seja disposto, falador; que tenha alto grau de persistência; tenha forte motivação para realizar visitas extras e trabalhar durante várias horas; tenha habilidade para se comunicar facilmente em todos os níveis de 54 clientes; seja persistente e diplomático em cuidar de contas existentes e de lidar com novas contas; seja bom ouvinte; seja rápido em aprendizado e possua empatia para apreciar o ponto de vista dos clientes; tenha capacidade de lidar com detalhes eficientemente e com precisão; e tenha conhecimento ou vontade de aprender técnicas de vendas. O processo de seleção na empresa passa pelas seguintes etapas: análise dos documentos, ou seja, currículo, referências e ficha de solicitação; teste de conhecimento de calçados e entrevistas preliminares; e análise das referências do candidato. Treinamento de vendedores Não é realizado pela empresa nenhum tipo de treinamento relacionado à força de vendas. Remuneração dos vendedores A remuneração efetuada pela empresa para os representantes é por meio do monetário, que é o salário recebido por meio de comissão sobre as vendas realizadas, não havendo premiações ou outros incentivos. A comissão é de 8 % (oito por cento) da venda realizada, sendo que pode ser variável dependendo de como a negociação foi fechada. Por exemplo, no caso de compra a vista, o desconto base é de 6% (seis por cento). No entanto, se o representante optar conceder um desconto maior, podendo ser citado um exemplo de 10% (dez por cento), o mesmo deverá entrar contato com a empresa para consentimento. Se for permitido, a diferença de 4% (quatro por cento) é dividida entre a empresa e o representante, ou seja, 2% (dois por cento) o representante cobre e % (dois por cento) a empresa cobre. Supervisão de vendedores A supervisão acontece por meio dos seguintes parâmetros: 55 4. Orientado para resultados finais: em que o gerente da força de vendas monitora, cobra e dá o feedback. No entanto o representante tem a liberdade de estabelecer seus métodos de venda e dimensionar seus esforços para realizar as vendas. 5. Orientado para competências: são as competências que os representantes devem apresentar: ter impacto e influência, ou seja, tenha capacidade de estabelecer credibilidade e influenciar indiretamente; ser orientação para a realização, ou seja, seja capaz de estabelecer objetivos; tenha iniciativa, ou seja, saiba persistir, não desista facilmente e saiba medir as oportunidades; tenha entendimento interpessoal, ou seja, que saiba compreender o comportamento não-verbal e as atitudes dos clientes; orientação de serviço aos clientes, ou seja, tenha capacidade de realizar esforços extras para satisfazer as necessidades dos clientes; seja autoconfiança, ou seja, confie nas suas próprias habilidades, aceite os desafios, seja otimista, seja capaz de construir relacionamentos, ou seja, mantenha amizades no trabalho e tenha e use rede de contatos; tenha capacidade de procurar informações, ou seja, que possa obter informações variadas fontes; tenha conhecimento técnico ou relevante sobre os produtos que está oferecendo. Motivação de vendedores A motivação utilizada pela empresa é somente por meio de remuneração por incentivos, em que a premissa básica da empresa é que se vende recebe, se não vende não recebe. Avaliação de vendedores A avaliação na empresa acontece de duas formas: 1. Análise informal: composto por viagens de campo com o representante para visitar contas-chaves. 56 2. Análise formal: por meio de comparações com outros vendedores e por período de vendas. Objetivos e metas da força de vendas O objetivo maior da força de vendas é a venda de produtos, no entanto, não estipula cotas para os representantes, para atingir as metas de vendas. Tamanho da força de vendas O tamanho da forma de vendas está representado no Quadro 2. Análise da força de vendas Representante ROCHA REPRESENTACOES LTDA I P INTERNETPROJECT CONS. E REP. LTDA MFP REPRESENTACOES LTDA MARQUES ROLIM COM. E REPRES. LTDA P J MICHELOTTO REPRESENTACOES LTDA WALTER FERREIRA DE SANTANA SOUZA REPRESENTACOES DESFILE COM. E REP. DE CALCADOS LTDA NAILSON FERNANDES ALVES ALTERNATIVA REPRESENTACOES LTDA OLAVO FRANCISCO AFONSO A J LIMA COM. E REPRESENTACOES LTDA ME R. P. DO AMARAL & AMARAL LTDA RODOLFO CESAR DA ROSA COMERCIO E REPRESENTACOES FEBASIL LTDA JOSE MARIO FUGA MARIA HELENA QUEIROS DANILO VITORASSI GAR STREET COM. E REP. LTDA ATHLETHIC SHOES REPRESENTACOES LTDA 3LAND COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA ALL SHOES INTERNACIONAL S/S LTDA RAUL LUNA ZEVALLOS IND. E COM. CALCADOS ALA LTDA. Cliente n. cli./ n. s ven- vend. dias/visit Ativos dedo ar todos -res cli. 203 86 242 118 283 66 250 148 201 111 168 148 68 124 96 70 51 79 80 43 13 5 2 59 3 2 3 3 2 1 3 2 3 3 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 68 43 81 39 142 66 83 74 67 37 84 74 34 62 48 35 51 79 80 43 13 5 2 59 34 22 40 20 71 33 42 37 34 19 42 37 17 31 24 18 26 40 40 22 7 3 1 30 Número de visitas/período considerando dois atendimentos por dia. Quadro 2: Tamanho da força de vendas. Fonte: Dados Secundários. 57 Neste quadro descreve-se a quantidade de clientes ativos de cada representante, número de vendedores que cada representante tem e o número de clientes por vendedor, ou seja, a quantidade de clientes de cada vendedor, e o número de dias úteis que cada vendedor leva para visitar todos seus clientes, sendo que o ideal gire em torno de 30 dias úteis, ou seja, 45 dias. Estratégia da força de venda As estratégias da força de vendas utilizada pela empresa é a venda de campo, que é composto pelos seguintes tipos de vendas: 1. Venda tradicional: o vendedor deve procurar realizar o acordo com indicações sobre o produto e suas características, demonstrando ao comprador as vantagens que ele irá obter; 2. Venda consultiva: são oferecidas sugestões de como o comprador pode administrar a porcentagem de vendas, ou seja, o markup de produtos. 3. Venda de negociação: os representantes além de vendedores devem ter habilidade de negociação para que a venda de produtos aconteça. Pós-vendas Acontece por meio de ligação para o cliente, por contato via e-mail ou por visita para verificar se as vendas estão acontecendo. Distribuição Física As atividades de distribuição física ou logística de marketing realizado pela empresa são: 1. Processamento de pedidos: os pedidos são enviados via computador e intercâmbio eletrônico de dados. Após a chegada na empresa, é dada a entrada no PCP, para que possa ser realizada a compra da matéria-prima 58 necessária para a fabricação do produto constante no pedido. O documento do vendedor é o pedido, encaminhado para a empresa, não sendo feito o lançamento direto no sistema. 2. Armazenagem: os produtos que a empresa fabrica não têm necessidade de serem armazenados, pois são expedidos (ou faturados) no momento que ficam prontos. 3. Estoque: a empresa não mantém estoque de produto acabado. 4. Transporte: o meio de transporte utilizado pela empresa é o rodoviário, cuja transportadora é terceirizada e escolhida por critério de confiabilidade e segurança do fornecedor. Estudo da Carteira O Quadro 3, apresenta o estudo da carteira dos clientes ativos e inativos. 59 CLIENTES Representante Contra. Rep. Ativos % Inativos % ROCHA REPRESENTACOES LTDA 07 - 1999 203 745 78,6 I P INTERNETPROJECT CONS. E REP. LTDA 05 - 2003 86 183 68,0 MFP REPRESENTACOES LTDA 11 - 1998 242 32,4 504 67,6 MARQUES ROLIM COM. E REPRES. LTDA 03 - 2005 118 43,5 P J MICHELOTTO REPRESENTACOES LTDA 07 - 2005 56,5 91 178 38,6 WALTER FERREIRA DE SANTANA 08 - 2002 150 69,4 SOUZA REPRESENTACOES 07 - 2002 39,2 387 60,8 DESFILE COM. E REP. DE CALCADOS LTDA 08 - 2004 07 - 2002 83,1 16,9 NAILSON FERNANDES ALVES 148 201 30 186 48,1 ALTERNATIVA REPRESENTACOES LTDA 09 - 2000 111 329 74,8 OLAVO FRANCISCO AFONSO 01 - 2004 168 37,8 276 62,2 A J LIMA COM. E REPRESENTACOES LTDA 06 - 2006 07 - 2004 76,3 23,7 R. P. DO AMARAL & AMARAL LTDA 148 46 01 - 1987 43,3 56,7 RODOLFO CESAR DA ROSA 68 89 07 - 1998 23,8 76,2 COMERCIO E REPRESENTACOES FEBASIL 124 398 96 22,4 333 77,6 JOSE MARIO FUGA 07 - 2004 08 - 2004 33,8 66,2 MARIA HELENA QUEIROS 70 137 05 - 1999 60,7 39,3 DANILO VITORASSI 51 33 01 - 1997 20,3 79,7 GAR STREET COM. E REP. LTDA 79 310 80 24,9 241 75,1 ATHLETHIC SHOES REPRESENTACOES 01 - 2007 07 - 2007 95,6 4,4 3LAND COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES 43 2 01 - 2007 86,7 13,3 ALL SHOES INTERNACIONAL S/S LTDA 13 2 01 - 2002 83,3 16,7 RAUL LUNA ZEVALLOS 5 1 2 40,0 3 60,0 IND. E COM. CALCADOS ALA LTDA. 01 - 1985 59 11,2 470 88,8 2714 34,6 5124 65,4 TOTAL 21,4 32,0 283 61,4 66 250 30,6 51,9 25,2 Total 948 269 746 209 461 216 637 178 387 440 444 194 157 522 429 207 84 389 321 45 15 6 5 529 7838 Quadro 3: Estudo da carteira dos clientes ativos e inativos Fonte: Dados Secundários. Este quadro apresenta a quantidade de clientes ativos e inativos de cada representante, sendo que é importante salientar que nunca foi realizada a limpeza do cadastro de clientes, devendo ser considerado, portanto, a data de contratação do representante. O Quadro 4 apresenta o estudo dos clientes potenciais entre 2005 e 2007. 60 Estudos dos clientes Potenciais 2005 a 2007 Cliente Col. 2005 Col. 2006 Col. 2007 CLIENTE A 1 109122 1 4 76152 1 CLIENTE B 87286 72263 2 86624 3 35184 3 CLIENTE C 36681 2 86325 3 68052 CLIENTE D 5 39586 4 65762 8 34532 5 CLIENTE E 23289 5 48561 7 20448 9 CLIENTE F 38952 6 48120 2 31872 7 CLIENTE G 51195 6 39552 7 38940 CLIENTE H 15 6800 8 36312 6 2400 14 CLIENTE I 45084 10 14 32532 4 CLIENTE J 20604 0 9 34656 12 4944 15 CLIENTE K 10680 12 7008 11 13980 CLIENTE L 13 7842 13 9960 10 6264 11 CLIENTE M 34266 12 9 12529 8 CLIENTE N 10836 15084 13 11 6288 15 CLIENTE O 0 11624 10 9264 14 6405 EXPORTAÇÃO 187957 121073 143805 TOTAL 570078 646714 719903 Quadro 4: Estudo dos clientes potenciais entre 2005 e 2007. Fonte: Dados Secundários. Este Quadro apresenta os clientes e a quantidade de pares vendidos por clientes no período compreendido entre 2005 e 2007. Curva ABC O Quadro 5 e o Gráfico 1, apresentam a Curva ABC de clientes ativos. 61 Curva ABC - Clientes Ativos Qtd. % Clientes A Clientes B Clientes C 279 751 1684 10,3 27,7 62,0 Total 2714 100 Quadro 5: Curva ABC de clientes ativos Fonte: Dados Secundários. Gráfico 1: Curva ABC de clientes ativos. Fonte: Dados Secundários. O Quadro 6 e o Gráfico 2, apresenta a representatividades na força de vendas por meio da curva ABC. 62 Representatividade na força de vendas % Prs Clientes A - 10,3% 45 587141 Clientes B - 27,7% 30 391427 Clientes C - 62,0% 25 326189 Total 100 1.304.757 Quadro 6: Representatividade na força de vendas. Fonte: Dados Secundários. Gráfico 2: Curva ABC de representatividade na força de vendas. Fonte: Dados Secundários. Classe A: grupo de clientes mais “importantes” (compram entre 2000 a 1200 pares/ano) que devem ser tratados com uma atenção especial pela administração, pois representam 45% (quarenta e cinco por cento) das vendas da empresa. Classe B: grupo de clientes em situação “intermediária” (compram entre 1100 a 800 pares/ano), estão entre as classes A e C, que representa 30% (trinta por cento) das vendas da empresa. 63 Classe C: grupo de clientes menos “importantes” (compram entre 700 a 300 pares/ano), que são a maioria em quantidade e representam 25% (vinte e cinco por cento) das vendas da empresa. Controle de Resultados Não é feita formalmente, pois não existem cotas de vendas que devem ser alcançados pelos representantes. 64 5 PROPOSIÇÕES DE AÇÃO PARA A FORÇA DE VENDAS Para que a força de vendas numa empresa tenha mais possibilidade de sucesso, é necessária uma gestão objetiva da força de vendas, seguindo os melhores princípios da administração. Após análise da situação da atual da Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda., e dos fundamentos apresentados chegou-se à proposição: reorganização deste setor na empresa. De acordo com Chinelato Filho (2000), as fases de um trabalho de reorganização são basicamente: escolha do setor a ser reorganizado; determinação dos objetivos; adoção de medidas corretivas; aplicação das medidas corretivas testadas e aprovadas tidas como necessárias; determinação do prazo a ser aplicado; e avaliação dos resultados obtidos. Cada item da proposição constará: o fato: o item pesquisado; a teoria: o que os autores pesquisados falam sobre o assunto; a condição: se o fato está certo, errado, ou é uma dificuldade; e a proposta: o que a empresa poderá fazer para superar a dificuldade. Marketing de relacionamento O marketing de relacionamento, de acordo com Kotler (1998), envolve todas as etapas que as empresas assumem para conhecer e atender melhor seus clientes. O tipo de marketing utilizado pela empresa é o responsável, utilizado para identificar se a mercadoria vendeu bem ou não, pois servirá de termômetro par futura reposição ou de base para lançamentos de novas coleções. O representante acompanha todo o processo desde a venda, produção, transporte até a entrega do produto. Em seguida, entra em contato com o comprador para obter o feedback das vendas, para que possam ser feitos novos negócios. As atividades do marketing de relacionamento acontecem de acordo com os fundamentos teóricos, desta forma a empresa deve continuar com as atividades de marketing responsável. 65 Vendas Para Silva (1990, p. 45), “venda é o ato de dar alguma coisa a alguém para dele receber de volta outra, ou seja, venda é uma troca comercial, onde quem vende busca sempre obter lucro, vantagens e benefícios”. De acordo com Bárbara (1980), há basicamente três formas de se efetivar a venda: direta, indireta e mista: 1. Venda direta: é aquela em que o produto atinge diretamente seu consumidor final, ou seja, é o canal curto, sem intervenção de intermediários, que possibilita um controle maior do mercado, embora o custo por visita (ou por consumidor atingindo) tenda a ser mais alto. 2. Venda indireta: o consumidor é atingido de forma indireta, através de um ou de diversos intermediários, pois é o canal longo, mais lento em seus resultados e que permite um controle menor, menos efetivo do mercado. 3. Venda mista: é aquela que atinge o mercado direta e indiretamente. O tipo de venda utilizada pela empresa é venda indireta, em que a empresa vende para os seus clientes lojistas, ou distribuidores/atacadistas, via representantes. O representante, para realizar visitas aos clientes, entra em contato com os mesmos para agendar um horário. No momento da visita, faz a demonstração de todos os produtos que a empresa oferece, para que tenha várias opções de escolha. Tendo decidido quais produtos irá adquirir, o representante conclui a venda tirando o pedido. Como não foi encontrada nenhuma dificuldade neste fato, a empresa deve continuar com as orientações de venda de forma indireta. Etapas do processo de vendas Tão importante quanto manter os clientes atuais, é conquistar novos clientes. Para tanto, faz-se necessário que o vendedor siga as etapas dos processos 66 de vendas, que servem tanto para manter, quanto conquistar novos clientes. De acordo com Kotler (2003), são: 1. Prospecção e qualificação: a primeira etapa do processo de venda é a prospecção, identificação de clientes potenciais qualificados. Abordar os clientes potenciais certos é crucial para o sucesso da venda. 2. Pré-abordagem: antes de visitar um cliente potencial, o vendedor deve se informar e aprender o máximo possível sobre a organização e seus compradores. 3. Abordagem: durante esta fase, o vendedor deve saber como se dirigir ao comprador e dar um bom início ao relacionamento. Essa etapa abrange a aparência pessoal do vendedor, as frases de abertura e as observações subseqüentes. 4. Apresentação e demonstração: nesta etapa, o vendedor apresenta os produtos, descrevendo suas características, concentrando-se em apresentar os benefícios de tais produtos ao cliente. 5. Discussão das objeções: Ao discutir as objeções, o vendedor deve usar uma abordagem positiva, tentar descobrir quais delas não foram reveladas, solicitar ao cliente que as esclareça, considerá-las como oportunidades para fornecer mais informações e transformá-las em razões para comprar. 6. Fechamento: após discutir e resolver as objeções do cliente potencial, é chegada o momento de tentar fechar a venda. Os vendedores podem escolher entre diversas técnicas de fechamento: solicitar o pedido, rever os pontos de concordância, oferecer-se para redigir o pedido, perguntar qual modelo o comprador prefere ou afirmar que ele vai perder se não concluir o pedido naquele momento. Pode ainda oferecer condições especiais para que o comprador decida fechar o pedido, como preço mais baixo ou uma quantidade extra grátis. 67 7. Acompanhamento: última etapa do processo de venda, o acompanhamento é necessário se o vendedor quiser garantir a satisfação e preferência do cliente. Logo após o fechamento, o vendedor deve confirmar detalhes como prazo de entrega, condições de compra e outros assuntos. Em seguida, deve programar uma visita de acompanhamento quando do recebimento do pedido para verificar quaisquer problemas. O vendedor deve mostrar e provar seu interesse e reduzir qualquer angústia do comprador que possa ter surgido desde o momento da venda. As etapas do processo de vendas utilizadas pela empresa para conquista de novos clientes são: 1. Prospecção e qualificação: por meio de visitas aos clientes e observação com relação à praça, ou seja, verificação se não há outros clientes que vendem produtos desta empresa próximos. 2. Pré-abordagem: são obtidas informações sobre os prováveis clientes por meio de fontes-padrão de referência, fontes on line e pessoas conhecidas, para identificar principalmente crédito e markup. 3. Abordagem: este item é realizado para identificar desejos e necessidades dos clientes, para que possa ter início a uma relação que a empresa pretende ser duradoura, ou seja, que conquiste o cliente. A empresa não possui orientação planificada para essas ações, a abordagem é feita por meio de informações obtidas no mercado e através de visita de campo nas praças onde a empresa tem interesse de divulgar e vender seus produtos. 4. Apresentação e demonstração: são apresentados os produtos, descrevendo suas características, concentrando-se em apresentar os benefícios de tais produtos ao cliente, em que o representante está preparado para ouvir com habilidade para solucionar possíveis problemas ou entraves do cliente, por meio de visitas aleatórias e/ou agendadas, feiras de calçados e rodadas de negócios. 68 5. Discussão das objeções: nesta etapa os representantes enfatizam que os produtos oferecidos seguem as tendências da moda e que possuem grandes volumes de vendas já realizadas. 6. Fechamento: é realizado da seguinte forma: redação do pedido e verificar as condições de pagamento escolhidas pelo comprador e prazo de entrega. 7. Acompanhamento: quando do recebimento do pedido para verificar quaisquer problemas por meio de telefone ou e-mail se os produtos recebidos estão de acordo com o pedido e se os mesmos chegaram em condições satisfatórias. Ficou evidenciado que as atividades desenvolvidas estão de acordo com os fundamentos da administração e, portanto, a empresa deve continuar realizando as atividades acima descritas. Organização da estrutura da força de vendas A empresa, de acordo com Kotler (2003), pode adotar diferentes diretrizes para elaborar a estrutura da força de vendas, para repartir a responsabilidade sobre as vendas, partindo de questões de como deverão ser estruturados os vendedores e suas tarefas, se devem trabalhar sozinhos ou em equipe, como deve ser as vendas, entre outros questionamentos. Ainda de acordo com o autor, podem ser utilizadas as seguintes estruturas na força de vendas: 1. Forças de vendas externas: também chamada de força de vendas de campo, em que os vendedores viajam para visitar os clientes. 2. Forças de vendas internas: neste tipo de vendas, os vendedores internos realizam negócios em seus escritórios via telefone ou visitas de clientes potenciais. 69 3. Estrutura da força de vendas por território: é designada uma área geográfica exclusiva para cada vendedor que vende a linha completa de produtos ou serviços da empresa a todos os clientes daquele território. 4. Estrutura da força de vendas por produto: a força de vendas comercializa de acordo com as linhas de produto. 5. Estrutura da força de vendas por cliente: neste tipo de estrutura a força de vendas é organizada conforme a linha de clientes ou de setores. 6. Estruturas complexas da força de vendas: neste, os vendedores podem ser especializados por cliente e território, por produto e cliente ou por território, produto e cliente. Na empresa, a estrutura da força de vendas na empresa está assim distribuída: 1. Vendas externas: em que os vendedores viajam para visitar os clientes; 2. Vendas internas: em que os vendedores internos realizam negócios em seus escritórios via telefone; 3. Estrutura da força de vendas por território: é designada uma área geográfica exclusiva cada vendedor que vende a linha completa de produtos a todos os clientes daquele território; 4. Estrutura da força de vendas por cliente: em alguns casos, a força de vendas é organizada conforme a linha de clientes, por opção exclusiva destes, em que escolhe comprar diretamente da empresa ou representante específico de sua escolha. 70 Sugere-se à empresa que solicite a cada vendedor para realizar a prospecção, dentro de sua área de abrangência, pois pode-se perceber no Quadro 1 que os vendedores concentram-se em determinados clientes dentro de sua área. Recrutamento e seleção de vendedores Numa operação de força de vendas bem sucedida, está o recrutamento e seleção de vendedores. A diferença entre um vendedor médio e o de um vendedor de alta qualidade pode ser substancial e afetar o desempenho da força de vendas (KOTLER, 2003). Ainda para o autor, (2000, p. 645), “a seleção de vendedores efetivos é parte vital da criação de uma força de vendas bem-sucedida”. A empresa contrata os vendedores que apresentem o seguinte perfil: que tenha elevada energia física, ou seja, que seja disposto, falador; que tenha alto grau de persistência; tenha forte motivação para realizar visitas extras e trabalhar durante várias horas; tenha habilidade para se comunicar facilmente em todos os níveis de clientes; seja persistente e diplomático em cuidar de contas existentes e de lidar com novas contas; seja bom ouvinte; seja rápido em aprendizado e possua empatia para apreciar o ponto de vista dos clientes; tenha capacidade de lidar com detalhes eficientemente e com precisão; e tenha conhecimento ou vontade de aprender técnicas de vendas. O processo de seleção na empresa passa pelas seguintes etapas: análise dos documentos, ou seja, currículo, referências e ficha de solicitação; teste de conhecimento de calçados e entrevistas preliminares; e análise das referências do candidato. A empresa tem bem definido qual perfil que o vendedor precisa ter e os seleciona adequadamente, desta forma, deve continuar com as atividades desenvolvidas pela empresa. Treinamento de vendedores Para Chiavenato (1997), o treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizado, por meio dos quais as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. 71 Em outras palavras treinamento é um ato intencional de fornecer os meios para possibilitar a aprendizagem. Para Las Casas (1999), para a elaboração de um programa de treinamento e desenvolvimento, existem os seguintes passos: 1. Análise das necessidades: o programa de treinamento deve ajustar-se às reais necessidades dos treinandos. Começa com entrevistas junto aos vendedores e aos supervisores para identificação dos pontos fracos que orientarão e direcionarão os tópicos a serem enfatizados no programa. 2. Determinação dos objetivos: de acordo com o resultado da análise feita, há condições de determinar os objetivos do treinamento, que podem ser: melhorar o relacionamento com os clientes; motivar a equipe de vendas; aumentar as vendas; aumentar a lucratividade; melhorar o uso do tempo; reduzir os custos de vendas; e controlar a força de vendas. 3. Decisão do tipo de treinamento: pode ser: relacionamento, motivação, marketing, comunicação, custos e força de vendas. 4. Elaboração do programa: deve incluir: produtos, mercados, empresas, apresentação de vendas eficientes, território de vendas, esforço de marketing das empresas, características dos clientes. Não é realizado pela empresa nenhum tipo de treinamento relacionado à força de vendas. Desta forma, sugere-se à empresa que proporcione treinamento para todos os envolvidos na força de vendas da empresa. Propõe-se à empresa que realize uma análise juntamente com os interessados os cursos que cada um precisa e/ou gostaria de participar. De posse destes dados, a empresa deve contratar empresas do ramo para realizar os cursos. No Quadro 7, estão alguns cursos que podem ser proporcionados aos funcionários, empresas que poderão estar fornecendo os mesmos e os objetivos dos mesmos. 72 Treinamento Empresa Objetivo Desenvolvimento Senai Desenvolver nos profissionais uma nova de líderes postura para conquistar clientes. Vendas Senai Desenvolver profissionais habilitados na área de vendas. Comunicação Senai Desenvolver melhor a comunicação entre as pessoas. Atendimento ao Senai Melhorar o atendimento as clientes. cliente Quadro 7: Cursos a serem oferecidos. Fonte: Dados Secundários Remuneração dos vendedores Para Dias, (2003), existem três métodos para recompensar o desempenho dos vendedores: monetários, que é o salário recebido, seja este fixo ou por comissão; não monetários, são as vantagens recebidas pelas vendas efetuadas; e mistos que são quando recebe salário mais as comissões pelas vendas realizadas. A remuneração efetuada pela empresa para os representantes é por meio do monetário, que é o salário recebido por meio de comissão sobre as vendas realizadas, não havendo premiações ou outros incentivos. A comissão é de 8 % (oito por cento) da venda realizada, sendo que pode ser variável dependendo de como a negociação foi fechada. Por exemplo, no caso de compra a vista, o desconto base é de 6% (seis por cento). No entanto, se o representante optar conceder um desconto maior, podendo ser citado um exemplo de 10% (dez por cento), o mesmo deverá entrar contato com a empresa para consentimento. Se for permitido, a diferença de 4% (quatro por cento) é dividida entre a empresa e o representante, ou seja, 2% (dois por cento) o representante cobre e 2% (dois por cento) a empresa cobre. 73 Sugere-se à empresa utilizar também o método não monetário para aqueles vendedores que atingirem as cotas de vendas, pois desta forma, estarão sendo motivados para alcançá-las. Supervisão de vendedores Os vendedores, de acordo com Kotler (2003), bem mais do que território, remuneração e treinamento, necessitam de supervisão, pois é por meio dela, a empresa orienta e motiva a força de vendas para que realize um trabalho cada vez melhor. A supervisão poderá acontecer nos seguintes parâmetros, de acordo com Dias (2003): 1. Orientado para resultados finais: quando o gerente estabelece, monitora, cobra e dá o feedback sobre os resultados finais, deixando o vendedor estabelecer seus métodos de venda e dimensionar seus esforços para alcançar os resultados de vendas. 2. Orientado para atividades: quando o gerente monitora e cobra o desempenho de atividades do dia-a-dia, recebendo relatórios das forças de vendas. 3. Orientado para competências: as competências que os representantes deverão apresentar podem ser as seguintes, que serve de proposta para a empresa. A supervisão acontece por meio dos seguintes parâmetros: 1. Orientado para resultados finais: em que o gerente da força de vendas monitora, cobra e dá o feedback. No entanto, o representante tem a liberdade de estabelecer seus métodos de venda e dimensionar seus esforços para realizar as vendas. 74 2. Orientado para competências: são as competências que os representantes devem apresentar: ter impacto e influência, ou seja, tenha capacidade de estabelecer credibilidade e influenciar indiretamente; ser orientação para a realização, ou seja, seja capaz de estabelecer objetivos; tenha iniciativa, ou seja, saiba persistir, não desista facilmente e saiba medir as oportunidades; tenha entendimento interpessoal, ou seja, que saiba compreender o comportamento não-verbal e as atitudes dos clientes; orientação de serviço aos clientes, ou seja, tenha capacidade de realizar esforços extras para satisfazer as necessidades dos clientes; seja autoconfiança, ou seja, confie nas suas próprias habilidades, aceite os desafios, seja otimista, seja capaz de construir relacionamentos, ou seja, mantenha amizades no trabalho e tenha e use rede de contatos; tenha capacidade de procurar informações, ou seja, que possa obter informações variadas fontes; tenha conhecimento técnico ou relevante sobre os produtos que está oferecendo. A empresa deve continuar com as atividades desenvolvidas pela empresa, ou seja, orientado para os resultados finais e para as competências. Motivação de vendedores Segundo Futrell (2003), motivação é o estímulo, intensidade, direção e persistência do esforço direcionado a tarefas profissionais ao longo de um período. O gerente de vendas procura aumentar a motivação dos vendedores no sentido de levá-los a realizar suas atividades profissionais num alto nível, por meio do desenvolvimento de um composto motivador. Segundo o autor, a motivação pode acontecer por meio de: 1. Recompensas financeiras: que podem ser bônus; 2. Avanço na carreira: que podem ser promoções ou oportunidades de desenvolvimento; e 3. Compensações não financeiras: que podem reconhecimento, pequenos presentes, troféus, etc. ser jantares de 75 A motivação utilizada pela empresa é somente por meio de remuneração por incentivos, em que a premissa básica da empresa é que se vende recebe, se não vende não recebe. Para motivar os vendedores, sugere-se à empresa a utilização de compensações não financeiras, como jantares de reconhecimento, pequenos presentes, troféus, para que os vendedores se sintam motivados para aumentar as vendas, nos períodos de baixa temporada, que é a época em que as vendas e, conseqüentemente a produção da empresa diminuem, como por exemplo nos meses de Janeiro e Fevereiro; e Junho e Julho. Avaliação de vendedores Para Kotler (2000, p. 652), “os relatórios da força de vendas, juntamente com outras informações, fornecem estes subsídios ainda brutos para a avaliação. Assim, de posse desses relatórios e de outras informações, avaliam-se formalmente os membros da força de vendas”. De acordo com Sandhulsen (2003), a avaliação pode ser feita de duas formas: 1. Análise informal: que pode fundamentar-se em relatórios de visita, num plano de trabalho, ou num plano territorial de marketing e em viagens de campo com o representante para visitar contas-chaves. 2. Análise formal: que são caracterizadas por comparações com outros vendedores e pelo desempenho passado em áreas com produtividade e controle de custo. A avaliação na empresa acontece de duas formas: 1. Análise informal: composto por viagens de campo com o representante para visitar contas-chaves. 2. Análise formal: por meio de comparações com outros vendedores e por período de vendas. 76 Para verificar a eficiência dos representantes, sugere-se à empresa adotar um programa de avaliação de desempenho, que deve ser aplicado periodicamente, de acordo com as necessidades da empresa, podendo ser semestralmente ou anualmente. O quadro 8, é um modelo de um programa de avaliação do vendedor. Item Sempre Quase sempre Raramente Nunca O vendedor presta serviço cortês ao cliente. O vendedor lida com reclamações de acordo com a política da empresa. O vendedor tem habilidade no fechamento das vendas. Trabalha bem com colegas do mesmo departamento. O vendedor conhece modelos, estilos, materiais e acessórios usados em diferentes mercadorias. O vendedor realiza os trabalhos burocráticos apropriadamente. O vendedor comparece a reuniões de vendas. O vendedor participa de treinamentos. O vendedor segue instruções de seu supervisor. O vendedor realiza visitas aos clientes periodicamente. O vendedor procura conquistar contas novas. O vendedor possui potencial de vendas. O vendedor trabalha de acordo com sua cota de vendas. O vendedor procura superar sua cota de vendas. TOTAL Quadro 8: Programa de avaliação do vendedor. Fonte: Adaptado de Dias (2003) e Las Casas (1999). Para somatório das notas, a empresa pode estabelecer valores para cada uma das respostas: 77 1. Sempre: 10 pontos; 2. Quase sempre: 7 pontos; 3. Raramente: 3 pontos; e 4. Nunca: 0 pontos. A empresa, a seu critério, deve estipular uma pontuação mínima que o vendedor deve alcançar. Objetivos e metas da força de vendas Uma forma de se alcançar as metas de vendas é estipular cotas, que segundo Dias (2003, p. 325), “servem, também, para avaliar o desempenho dos vendedores, e são instrumentos motivadores por recompensar desempenhos superiores com prêmios específicos, quando atingidas ou excedidas”. O objetivo maior da força de vendas é a venda de produtos, no entanto, não estipula cotas para os representantes, para atingir as metas de vendas. Propõe-se que as cotas sejam estabelecidas com base no volume de vendas, determinado por produtos, clientes, área geográfica ou qualquer combinação destas, por meio de um estudo das vendas realizadas em cada território, por um determinado período de tempo, podendo ser de dois anos, para obter a média e definir a cota. Tamanho da força de vendas De acordo com Dias (2003), existem vários métodos para determinação da quantidade de vendedores diretos e representantes comerciais, cujas variáveis que influenciam essa decisão dependem do direcionamento estratégico de cada empresa. Segundo o autor citado, as mais comuns são: carga de visitação a clientes e perspectivas de negócios, custos de atendimento, potencial de vendas, tipos de linhas de produtos, tipos de clientes e localização. O tamanho da forma de vendas está representado no Quadro 2., no qual foi descrito a quantidade de clientes ativos de cada representante, número de 78 vendedores que cada representante tem e o número de clientes por vendedor, ou seja, a quantidade de clientes de cada vendedor, e o número de dias úteis que cada vendedor leva para visitar todos seus clientes. Esse número de dias úteis deve girar em torno de 30 dias, pois assim, ele terá um fluxo, desde tirar um pedido, entregar, e verificar se vendeu bem, assim, podendo realizar reposições ou novos pedidos. Estratégias da força de venda Para Oliveira (2006), a estratégia é normalmente dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos, quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Para Dias (2000), na venda de campo há ainda outras forças de vendas: 1. Venda tradicional: caracteriza-se pelas ações em que o vendedor procura realizar a transação com mensagens sobre o produto e suas características, tentando impor ao comprador as vantagens que ele irá obter. 2. Venda criativa: compreende a utilização de técnicas de criatividade para produzir idéias inéditas e úteis sobre os produtos e abordagens. 3. Venda missionária: é aquela quando a missão do vendedor é trabalhar com canais de marketing, devendo atuar primordialmente como consultor e conselheiro, e não como vendedor. As tarefas são, basicamente, voltadas para o planejamento e divulgação das futuras vendas. 4. Venda consultiva: é o processo que posiciona o vendedor como um profissional que procura melhorar a lucratividade de seus clientes. O vendedor consultor deve desenvolver tarefas relacionadas à solução de problemas nos processos dos clientes de duas maneiras: redução de custos operacionais ou aumento da receita em vendas. 5. Venda de negociação: é a que os vendedores profissionais devem ser negociadores, mesmo que não se dêem conta dessa habilidade. Assim, 79 também são os compradores profissionais, mesmo que não tenham freqüentado um curso de negociação. A atitude ideal na venda de negociação é aquela em que o vendedor e comprador se tornam parceiros na busca de soluções, em vez de adversários ou concorrentes. 6. Venda de colaboração: procura tornar o vendedor não culpado ao realizar suas tarefas de vendas. Desenvolve a sensação de falta de pressão, mas ainda com o objetivo de vender. 7. Venda SPIN: é aquela em que o vendedor desenvolve habilidades na formulação de questões-chave para planejar e abordar com êxito seus clientes. 8. Venda em equipe: é usada em situações em que existe complexidade operacional e necessidade de envolvimento de diversas áreas da empresa. 9. Venda personalizada: que tem como premissa a busca da identificação de certas características pessoais, sendo uma das atividades humanas mais comuns. As estratégias da força de vendas utilizada pela empresa é a venda de campo, que é composto pelos seguintes tipos de vendas: 1. Venda tradicional: o vendedor deve procurar realizar o acordo com indicações sobre o produto e suas características, demonstrando ao comprador as vantagens que ele irá obter; 2. Venda consultiva: são oferecidas sugestões de como o comprador pode administrar a porcentagem de vendas, ou seja, o markup de produtos; 3. Venda de negociação: os representantes além de vendedores devem ter habilidade de negociação para que a venda de produtos aconteça. 80 A empresa deve continuar com as atividades desenvolvidas com relação ao tipo de venda utilizado: venda tradicional, consultiva e de negociação, no entanto propõe-se que utilize a orientação de como chegar no cliente. Pós-vendas De acordo com Kotler (1999, p. 155), “um cliente perdido representa mais do que uma perda da próxima venda; a empresa perde o lucro de todas as compras futuras daquele cliente, para sempre”. Para Las Casas (1999), inicia-se a prestação do serviço no momento do fechamento do pedido ou contrato, a partir de então, todas as promessas começam a ser realizadas. Isso exige um acompanhamento constante. Para o mesmo autor, o pós-vendas é decisivo para a satisfação do cliente, que consiste em todas as ações realizadas para mostrar seu compromisso para atender as necessidades do cliente e manter boas relações com ele. Acontece por meio de ligação para o cliente, por contato via e-mail ou por visita para verificar se as vendas estão acontecendo. A empresa deve continuar com as atividades desenvolvidas, ou seja, entrando em contato com os clientes após o recebimento do produto pelo cliente, verificando se chegou conforme o pedido. Distribuição Física A distribuição física ou logística de marketing, de acordo com Kotler (1999), envolve planejamento, implementação e controle do fluxo de materiais, produtos finais e informações correlatos dos pontos de origem até os pontos de consumo, de modo a atender às exigências dos clientes. As principais funções logísticas, de acordo com o autor, são: 1. Processamento de pedidos: os pedidos podem ser processados de várias formas: por telefone ou correio, através de vendedores ou via computador e intercâmbio eletrônico de dados. Depois de recebidos, os pedidos devem ser processados de forma rápida e precisa. O sistema de processamento dos 81 pedidos prepara as faturas e envia os detalhes do pedido para o departamento adequado. 2. Armazenagem: toda empresa precisa armazenar seus produtos até serem vendidos. A armazenagem é necessária porque os ciclos de produção e consumo raramente são iguais. O estoque de algumas empresas é armazenado na própria fábrica, ou em um local próximo, e os demais são espalhados pelo país, que podem ser próprios, alugados ou ambos. 3. Estoque: os níveis de estoque também afetam o grau de satisfação do cliente. O principal problema é manter um equilíbrio cuidadoso entre um estoque grande demais e pequeno demais. O estoque grande demais resulta em custos mais altos que o necessário e possível obsolescência dos produtos. E o pequeno demais, por sua vez, podem não atender satisfatoriamente às necessidades de produção da empresa. 4. Transporte: os profissionais de marketing devem dar muita atenção às decisões da empresa quanto ao transporte, cuja escolha afeta o apreçamento do produto, a eficiência da entrega e a condição dos produtos ao chegarem ao seu destino. As empresas podem escolher entre os cinco meios de transporte: ferroviário, rodoviário, marítimo/fluvial, aéreo e por dutos. As atividades de distribuição física ou logística de marketing realizado pela empresa são: 1. Processamento de pedidos: os pedidos são enviados via computador e intercâmbio eletrônico de dados. Após a chegada na empresa, é dada a entrada no PCP, para que possa ser realizada a compra da matéria-prima necessária para a fabricação do produto constante no pedido. O documento do vendedor é o pedido, encaminhado para a empresa, não sendo feito o lançamento direto no sistema. 2. Armazenagem: os produtos que a empresa fabrica não têm necessidade de serem armazenados, pois são expedidos (ou faturados) no momento que ficam prontos. 82 3. Estoque: a empresa não mantém estoque de produto acabado. 4. Transporte: o meio de transporte utilizado pela empresa é o rodoviário, cuja transportadora é terceirizada e escolhida por critério de confiabilidade e segurança do fornecedor. As atividades de distribuição física estão sendo realizadas de acordo com os fundamentos da administração: processamento de pedidos e transporte e, portanto, a empresa deve continuar com essas atividades. Estudo da Carteira De acordo com Vavra (1993), os clientes precisam ser identificados, porque não se estabelece uma relação com quem não se conhece. A partir daí, aprender sobre eles, suas necessidades e seus desejos, utilizando essas informações para estreitar o relacionamento e conhecê-los cada vez mais. Isso dá à empresa um diferencial e cria barreiras de confiança tornando inconveniente a migração para um concorrente, porque o novo relacionamento começaria do zero, sem nenhum conhecimento de ambas as partes. O Quadro 3 apresentou a quantidade de clientes ativos e inativos de cada representante, sendo que é importante salientar que nunca foi realizada a limpeza do cadastro de clientes, devendo ser considerado, portanto, a data de contratação do representante. Sugere-se à empresa limpeza do banco de dados da carteira de clientes, realizando a atualização anualmente, no início de cada exercício contábil, para que possam ser identificados os clientes ativos e inativos. Para tanto, sugere-se também a realização de um estudo aprofundado junto aos clientes inativos para conhecer os motivos que levaram tais clientes a deixar de adquirir produtos desta empresa. Curva ABC Segundo Dias (1995, p. 95), a curva ABC é um importante instrumento para o administrador, permitindo identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Obtêm-se a curva ABC através 83 da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. A curva ABC dos clientes ativos foi apresentado no Quadro 5 e Gráfico 1, a sua representatividade na força de vendas foi apresentado no Quadro 6 e Gráfico 2, em que pode ser resumido: 1. Classe A: grupo de clientes mais “importantes” (compram entre 2000 a 1200 pares/ano) que devem ser tratados com uma atenção especial pela administração, pois representam 45% (quarenta e cinco por cento) das vendas da empresa. 2. Classe B: grupo de clientes em situação “intermediária” (compram entre 1100 a 800 pares/ano), estão entre as classes A e C, que representa 30% (trinta por cento) das vendas da empresa. 3. Classe C: grupo de clientes menos “importantes” (compram entre 700 a 300 pares/ano), que são a maioria em quantidade e representam 25% (vinte e cinco por cento) das vendas da empresa. Como a empresa já tem identificado os clientes da curva ABC, a empresa deve continuar com as atividades desenvolvidas. Controle de resultados Para Kotler (1998), o controle de resultados pode acontecer por meio da análise das vendas, que consiste em mensurar a relação entre as vendas reais e as metas de vendas, por meio da identificação dos pontos fortes e fracos da força de vendas. Para o autor citado, tal análise pode acontecer por meio de duas ferramentas: 1. Análise da variação de vendas, que mensura a contribuição relativa de diferentes fatores em relação a uma lacuna no desempenho de vendas; e 2. Análise de micro vendas, que analisa produtos, territórios específicos etc., que não atingiram a venda esperada. 84 Não é feita formalmente, pois não existem cotas de vendas que devem ser alcançados pelos representantes. Desta forma, como sugerido anteriormente, a empresa deve utilizar cotas para controlar os resultados de vendas, no qual sugere-se a utilização da análise descrita pelo autor citado, ou seja, a análise de variação de vendas. 85 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo geral analisar a força de vendas da empresa Indústria e Comércio de Calçados Ala Ltda. Os objetivos específicos foram: identificar atual organização da força de vendas, identificar a área geográfica de atuação da força de vendas e como esta está distribuído, avaliar a carteira de clientes e apresentar sugestões se necessário. Ao analisar a força de vendas da empresa a partir da descrição do mesmo, pode-se perceber que a mesma apresenta alguns itens que não estão sendo realizados, ou realizados inadequadamente e que, portanto, podem estar impedindo a força de vendas de realizar as atividades de acordo com o esperado. Neste sentido, é necessário que a empresa faça algumas mudanças tais como: organização da estrutura da força de vendas, que solicite a cada vendedor procurar realizar a prospecção, dentro de sua área de abrangência; treinamento na área de desenvolvimento de líderes, vendas, comunicação, atendimento aos clientes, ou outros que podem ser levantados após levantamento das necessidades dos envolvidos na força de vendas; remuneração de vendedores, quanto à utilização do método não monetário para aqueles vendedores que atingirem as cotas de vendas; motivação dos vendedores, com a utilização de compensações não financeiras, como jantares de reconhecimento, pequenos presentes, troféus, para que os vendedores se sintam motivados para aumentar as vendas, nos períodos de baixa temporada; avaliação dos vendedores, por meio da aplicação e adoção de um programa de avaliação de desempenho que deve ser aplicado periodicamente, de acordo com as necessidades da empresa, semestralmente ou anualmente; estudo da carteira, por meio de limpeza do cadastro dos clientes, além de realização de um estudo aprofundado para saber com os clientes inativos, porquê de não adquirir mais os produtos da empresa; e controle de resultados, por meio da adoção da análise de variação de vendas. Estas modificações estão contidas no plano de ação proposto. Por fim, recomenda-se que todas as sugestões sejam avaliadas para que possa ser implantada de modo a auxiliar a organização a manter-se no mercado e expandir suas vendas. 86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU, R. Logística empresarial. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 1993. BARBARA, H. R. Administração de vendas: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1980. BOOG, Gustavo Gruneberg. Manual de treinamento e desenvolvimento: um guia de operações: manual oficial da ABTD. São Paulo: Makron Books, 2001. COBRA, Marcos Henrique Nogueira. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1992. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas: o passo administrativo para administração participativa. 3. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil,1997. CHINELATO FILHO, João. O&M integrado à informática. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2000. CURY, Antônio. Organização e métodos: uma visão holística. 6.ed. São Paulo: Atlas, 1995. _____________. 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São João Batista, 30 de novembro de 2007 ___________________________________ Alyson Atanásio dos Santos 91 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS Jonatha Aderbal Martini dos Santos Estagiário Profº Nelson Zunino Duarte Orientador de Estágio Alyson Atanásio dos Santos Supervisor de Campo Profª Jaqueline de Fátima Cardoso Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração