Título: PERCEBER SEM VER: EXPERIMENTAÇÕES CORPORAIS COMO
DISPOSITIVO DE REABILITAÇÃO PARA DEFICIENTES VISUAIS
Tipo: Experiências em Debates
Tema: 2 – Saúde
Autor Responsável por apresentar o Trabalho: MARCIA MORAES
Autor(es) adicionais: LUCIANA DE OLIVEIRA PIRES FRANCO, ALINE
ALVES DE LIMA, JULIA GUIMARÃES NEVES
Financiador: Resumo: O que é a percepção longe do modelo visuocêntrico que marca a modernidade
ocidental? A partir dessa pergunta, o projeto de pesquisa Perceber Sem Ver ressalta a
relevância de se investigar o papel do corpo na construção da percepção. Para o
deficiente visual, o corpo é o suporte da sua relação consigo mesmo, com o outro e com
o mundo. Participam da pesquisa 13 pessoas, vinculadas ao setor de reabilitação do
Instituto Benjamin Constant, com idades entre 20 e 70 anos e com cegueira recém
adquirida. O trabalho de intervenção é realizado em Oficinas de Experimentação
corporal que ocorrem semanalmente. As intervenções que realizamos são negociadas e
pactuadas com o grupo e partem sempre das demandas que o grupo levanta. Damos
relevância ao trabalho corporal para a vida cotidiana do deficiente visual. Ao se
apropriar de seu corpo, o deficiente visual conquista outros espaços existenciais no
mundo: longe do lugar instituído da cegueira como déficit, como infortúnio, afirma-se a
cegueira como potência, como invenção de uma forma de vida que comporta, como
todas as outras, muitas possibilidades. Em nosso trabalho de campo buscamos seguir os
modos pelos quais as conexões entre corpo e percepção são articuladas pelo grupo,
tendo como referência as narrativas daquelas pessoas sobre o que é perceber sem ver.
Segundo a fala de um dos participantes da oficina: “cego não pode ficar sentado
esperando um remédio mágico que o faça enxergar novamente, tem que correr atrás...”.
Assim, a cegueira recém-adquirida exige daquelas pessoas um exercício de reelaboração da vida e da existência que implica uma re-invenção das relações entre corpo
e percepção. É este processo que procuramos seguir.
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Título: PERCEBER SEM VER: EXPERIMENTAÇÕES - CRP-RJ