CEGUEIRA: é símbolo da ignorância e do “deslumbramento”, mas também da
imparcialidade e do abandono ao destino, e desse modo exprime o desprezo
pelo mundo exterior face à “luz interior”. Por este motivo, adivinhos (Tirésias)
e poetas (Homero) da antiga Grécia eram representados como cegos, e diziase com freqüência que os cegos viam segredos reservados aos deuses. Na
antiga Roma, Amor (cupido) muitas vezes era representado com olhos
fechados, como símbolo do amor terreno que despreza toda a razão. Quando,
de acordo com o Evangelho, Jesus fez com que cegos vissem, esse fato foi
considerado nos primórdios do cristianismo como símbolo da iluminação
espiritual através do ensinamento salvador. Isidoro de Sevilhas (570—636
d.C.) interpretou o pecado original de Adão e Eva como obscurecimento do
mundo, uma cegueira que só com o aparecimento de Cristo teria sido
suprimida. Como conseqüência, na Idade Média a “Sinagoga”, personificação
do judaísmo, teria, sido representada com olhos vendados, visto que essa se
recusava a ver a luz da salvação. – Também a deusa da sorte, Fortuna, era
representada com os olhos vendados, assim, como a Justiça, a personificação
dessa
virtude,
que
“sem
ver
a
pessoa”
pesa
decisões
(BIEDERMANN, 1994, p. 83)
Fonte: http://www.stf.gov.br/institucional/obras/obras.asp?psObra=FESC
(Balança).
Bibliografia:
BIEDERMANN, Hans. Cegueira. In:______. Dicionário ilustrado de símbolos
com mais de 700 ilustrações. São Paulo: Melhoramentos, 1994. p. 83.
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