UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU “PSICOPEDAGOGIA” O CONSTRUTIVISMO E A ESCOLA ATUAL MARIA DA CONCEIÇÃO SILVA MATIAS RIO DE JANEIRO, OUTUBRO DE 2001. ii UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU “PSICOPEDAGOGIA” O CONSTRUTIVISMO E A ESCOLA ATUAL MARIA DA CONCEIÇÃO SILVA MATIAS Monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes como requisito à obtenção do título de Psicopedagogia, sob a orientação da professora Maria Esther de Araújo Oliveira. RIO DE JANEIRO, OUTUBRO DE 2001. iii Agradecimentos Acima de tudo, agradeço à Deus por estar sempre comigo guiando meus passos. Agradeço a meu pai e minha mãe (em memória) pelo grande carinho e criação que me deram. Agradeço a meu namorado pelo ombro amigo nos meus momentos de stress. Agradeço ainda a meu irmão pelo grande incentivo para a vida acadêmica. Enfim, agradeço à todos (amigos, alunos, professores e familiares) que de uma forma ou de outra contribuíram para mais etapa de formação em minha vida. iv SUMÁRIO Resumo .............................................................. 05 Introdução .............................................................. 06 Capítulo I .............................................................. 08 Capítulo II .............................................................. 14 2. 1 Construtivismo na sala de aula Capítulo III ............................17 .............................................................. 21 3. 1 Exigências da Nova LDB ....................................... 23 3.2 Princípios e Valores da Educação ........................... 25 Capítulo IV ............................................................... 28 Conclusão ............................................................... 34 Bibliografia ............................................................... 36 Anexos ................................................................ 39 5 RESUMO Este trabalho procura tornar claro a importância da contribuição do Construtivismo na Educação Moderna, especialmente à comunidade escolar, levando-a à uma convivência dentro dos termos necessários para que o educando tenha parâmetros para a construção do conhecimento com base na autenticidade, no respeito a si e ao próximo, na convivência sadia e solidária, desenvolvendo valores éticos imprescindíveis à formação do cidadão autêntico e consciente de si, de seus direitos e responsabilidades perante a comunidade, a nação e o mundo. Assim sendo, dado a importância do Construtivismo já que o mundo se depara com a entrada na era do conhecimento, onde o capital humano ganha cada vez mais espaço, este trabalho se justifica. No entanto, a educação, apesar de vir aos poucos sofrendo significativas mudanças, esta ainda se encontra pôr demais tradicional, perdendo a essência criadora criativa do ser humano. O Construtivismo pode, quando entendido em sua origem, um forte aliado ao ser humano e sua inerente natureza construtora. Enfim, o problema deste presente estudo e? Ate que ponto o administrador escolar pode incentivar o construtivismo na escola? 6 INTRODUÇÃO O Construtivismo chegou ao Brasil de forma discreta, sendo mencionado por poucos professores que conheciam e pesquisavam esta teoria. Aos poucos foi se espalhando pelo país de tal forma que hoje é quase impossível saber quantos professores aplicam esta teoria no seu cotidiano escolar. Visto o Construtivismo como uma teoria que desvenda os mecanismos de aprendizagem e que mostra que as crianças e adultos podem construir juntos novos conhecimentos, pode-se dizer que esta teoria se aplicaria muito bem a escola atual que tem como característica formar cidadãos críticos, capazes de modificar a sociedade visando melhoria de vida. Essa aplicabilidade deve ser feita corretamente, para que não se deixe cair no modismo e ouvir profissionais relatando ser construtivista e na prática agir de maneira tradicional. O trabalho baseia-se nas idéias de Jean Piaget e Vygotsky, grandes contribuintes da teoria construtivista. No Capítulo I, será feito um breve histórico sobre a educação. No Capítulo II se dará uma definição de Construtivismo, suas característica e importância para a Educação. Mais adiante, no capítulo III falará do trabalho coletivo na escola, fazendo-se referências a Nova LDB (Lei nº 9.394/96). No Capítulo IV será feito uma explanação sobre como planejar de forma construtivista, esclarecendo pontos importantes para o profissional se tornar construtivista. Finalmente, a conclusão será apresentada. 7 CAPÍTULO I ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO Ao fazer a referência a tempos e espaços diferentes dos de hoje, fica claro e comprovado que a democratização na escola deve ser vista dentro de um contexto histórico para que se possa entender como ela é hoje, e fazer relações com a realidade educacional brasileira. Segundo PHILIPPE ARIÉS (1981, p. 26), “(...) Na sociedade medieval, que tomamos como ponto de partida, o sentimento da infância não existia – o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciada, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade do que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia. Por essa razão, assim que a criança tinha condições de viver sem a solicitude constante de sua mãe ou de sua ama, ela ingressava na sociedade dos adultos e não se distinguia mais destes (...). Até o século XVII, as condições gerais de higiene e saúde eram muito precárias. A fragilidade das crianças pequenas era muito grande, de tal maneira que essas morriam facilmente. Seus pais não deixavam de ficar penalizados, mas viam sua morte como fenômeno natural: a criança morta poderia ser substituída por outra recém-nascida; ao longo de suas vidas, as mulheres davam à luz muitos filhos, tendo como certo que muitos deles não sobreviveriam à primeira infância. As crianças que conseguiam atingir uma certa idade só passavam a ter uma identidade própria, a ser consideradas como indivíduos na comunidade social, quando conseguiam fazer coisas semelhantes àquelas realizadas pelos adultos, com os quais estavam então misturadas. “A partir do fim do século XVII, uma mudança considerável alterou o estado de coisas que acabo de analisar. Podemos compreendê-la a partir de duas abordagens distintas. A escola substituiu a aprendizagem como meio de educação. Isso quer dizer que a criança 8 deixou de ser misturada aos adultos e de aprender a vida diretamente, mediante reticências e retardamentos, a criança foi separada dos adultos e mantida à distância numa espécie de quarentena, antes de ser solta no mundo. Esta quarentena foi a escola, o colégio. Começou então um longo processo de enclausuramento das crianças (como dos loucos, dos pobres e das prostitutas) que se estenderia até nossos dias, e ao qual se dá o nome de escolarização. Essa separação – e essa chamada à razão – das crianças deve ser interpretada como uma das faces do grande movimento de moralização dos homens, promovido pelos reformadores católicos ou protestantes ligados à Igreja, às leis ou ao Estado”. ( Philippe Ariés, 1981, p. 28). Neste período, definiram-se os rumos da educação que visava, antes de tudo, corrigir as crianças, que, acreditava-se, nasciam sob o estigma do pecado, e guiá-las para o caminho do bem. Entre os moralistas e os educadores do século XVII, formou-se o sentimento de infância que viria a inspirar toda a educação até o século XX: passou-se a ter interesses psicológicos e preocupações morais em relação às crianças. Era preciso conhecê-las melhor para, assim, poder corrigi-las. Tentava-se penetrar na mentalidade das crianças, consideradas, então, testemunhas da inocência batismal, semelhantes aos anjos, para melhor adaptar a seu nível os métodos de educação. No século XVIII, via-se a criança como um ser primitivo, irracional, nãopensante. Atribuía-se a ela modos de pensar e sentimentos anteriores à lógica e aos bons costumes. Era preciso educá-la para desenvolver nela o caráter e a razão – traços que estavam fora dela, nos adultos. Na realidade, não podendo compreender as pequenas criaturas naquilo que as caracterizava, instituía-se um padrão adulto para estabelecer julgamentos. No lugar de procurar entender e aceitar as diferenças e semelhanças das crianças, a originalidade de seu pensamento, pensava-se nelas como páginas em branco a serem preenchidas, preparadas para a vida adulta. “Tratava-se de despertar na criança a responsabilidade do adulto, o sentido de sua dignidade. A criança era menos 9 oposta ao adulto ( embora se distinguisse bastante dele na prática) do que preparada para a vida adulta. Essa preparação não se fazia de uma vez só, brutalmente. Exigia cuidados e etapas, uma formação. Esta foi a nova concepção da educação, que triunfaria no século XIX”. (Philippe Ariés, 1981, p. 30). Se na época medieval a vida era basicamente rural, e apenas a aristocracia e o clero – que cuidava da manutenção da vida espiritual e religiosa – tinham aceso à cultura e à educação, com a expansão do comércio e a formação de uma outra classe social – os comerciantes – as coisas começaram a mudar. A expansão do comércio fez com que essa classe fosse conquistando cada vez mais poder político, opondo-se à aristocracia (reis, rainhas, duques, barões, etc., senhores das terras e da maior parte das riquezas). Esse movimento culminou com a Revolução Francesa, quando as pessoas do povo e os comerciantes tomaram de assalto as instituições aristocráticas. O marco desse movimento é a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789. A classe social que realizou esse movimento é a que chamamos de burguesia. ( a palavra burguesia vem de burgos: significa cidade). Para os burgueses, a educação dos filhos tornou-se muito importante, na medida em que, sem formação, e sem conhecimentos adequados, os futuros adultos não poderiam levar à frente os estabelecimentos comerciais que deveriam herdar, nem poderiam conseguir posições sociais mais favoráveis, caso os pais não as tivessem. As escolas assumiram então o papel de ponte para o futuro, de etapa preparatória para a vida e o trabalho, preparando a criança para assumir funções adultas. Essa preparação estava vinculada ao lugar que cada criança ocuparia na sociedade: para os filhos dos burgueses, que ocupariam cargos de técnicos, administradores, legisladores e intelectuais, destinava-se um ensino mais longo e aprofundado. Para os filhos dos trabalhadores braçais, que viriam a ser mão-de-obra da sociedade, destinava-se apenas uma educação básica. Com o advento da Revolução Industrial (século XIX) e o crescimento das cidades, tornou-se cada vez maior a necessidade de mão-de-obra para trabalhar nas indústrias. 10 No século XIX, a burguesia podia se considerar vitoriosa. O capitalismo se implantava em diversos países alterando-lhes a estrutura anterior. Também do ponto de vista educacional, a questão democrática se afirmou. As idéias liberais colocavam novas diretrizes e o próprio desenvolvimento econômico exigia alterações na qualificação dos trabalhadores. Aos poucos tornou-se consciência que a educação não é apenas uma questão de quantidade, mas sobretudo de qualidade. As escolas se multiplicaram mas ainda encontra-se muito as marcas dos tempos passados. “Com o grande avanço as teorias ligadas à psicologia do desenvolvimento, a partir do início do século XX, e a influência das teorias psicanalistas, a atenção de professores se voltava para as necessidades afetivas e para o papel que o professor deveria assumir. (...). Crescia o interesse de estudiosos da aprendizagem pelo conhecimento dos aspectos cognitivos do desenvolvimento, pela evolução da linguagem e pela interferência dos primeiros anos de vida da criança e o seu desempenho acadêmico posterior”. (Sônia Kramer, 1984, p. 53). Autores como Sigmund Freud (fundador da psicanálise), Jean Piaget (fundador da epistemologia genética) e mais recentemente Lev S. Vygotsky (evidenciando a natureza social das relações de aprendizagem) trouxeram uma importante contribuição para a compreensão de aspectos do pensamento da criança e de sua aprendizagem. Essas contribuições, no entanto, nem sempre foram bem compreendidas e utilizadas adequadamente para a formulação de métodos de ensino. Ao procurar compreender a situação atual da escola brasileira a luz deste breve histórico, observa-se que as vertentes básicas ainda persistem em muitas escolas até hoje. Fundamentalmente, sejam quais forem os interesses dominantes numa dada sociedade contemporânea, o sistema escolar ocupa papel importante. Ele procura formar o tipo de homem necessário à efetivação do modelo de sociedade que deseja implantar. 11 CAPÍTULO II AS CONTRIBUIÇÕES DO CONSTRUTIVISMO PARA A EDUCAÇÃO Um fator importantíssimo para o sucesso de um país, é a Educação e no Brasil o momento é de mudanças e reconstrução racional do sistema educacional. Constata-se ao longo da história que a Escola é a proposta da formação de indivíduos conscientes e críticos. É a filosofia para o alvorecer de caminhos e também, enfim, a educação é um dos instrumentos da cidadania que melhor se presta à transformação social. Partindo desse pressuposto chega-se então ao Construtivismo e sua contribuição para a Educação de hoje, ou seja, a Educação Moderna. A Escola tradicional possui uma abordagem linear ou intuitiva da relação entre sujeito e objeto, tornando-se assim pouco relacional e também pouco construtivista. Analisando pouco a pouco esta escola, pode-se constatar que esta tem uma abordagem linear porque o professor opera os objetos de ensino, como: Física, Matemática, Geografia, História, numa perspectiva formal, como conteúdos que devem ser simplesmente transmitidos ao aluno, sem considerá-lo na relação com os mesmos. Paralelamente e de formação totalmente dissociada e sincrética, a escola justifica o fracasso escolar por características que pertenceriam à criança: sua debilidade mental, sua história de vida, sua classe social, etc., independentemente das formas como os conteúdos escolares são trabalhados, da relação professor-aluno, da escola enquanto instituição, do professor. Então, ora a escola opera numa perspectiva em que a criança é responsável, sozinha, por sua aprendizagem e suas dificuldades, ora o professor é um conferencista que fala para seus alunos a partir de paradigmas, de alguns exemplos muitas vezes repetindo as mesmas palavras do livro, não sabendo como interagir, conversar e trabalhar com eles dentro de um contexto objeto e sujeito que carateriza o construtivismo. “A experiência não vem de se ter vivido muito, mas de se ter refletido intensamente sobre o que se fez e sobre as coisas que aconteceram”. (GANDIN, 1986, p. 43). 12 Assim, através de um pensamento reflexivo, o construtivismo surgiu enquanto uma nova forma de se pensar Educação. Grande parte do corpo docente apresenta dúvidas com relação ao construtivismo, uma vez que o novo assusta. Assim, a Revista Nova Escola respondeu algumas perguntas comuns durante um debate sobre o respectivo tema, valendo apenas ressaltar algumas: · O que é construtivismo ? É o nome pelo qual se tornou conhecida uma nova linha pedagógica que vem ganhando terreno nas salas de aula há pouco mais de uma década. As maiores autoridades do construtivismo, contudo, não costumam admitir que se trate de uma pedagogia ou método de ensino, por ser um campo de estudo ainda recente, cujas práticas, salvo no caso da alfabetização, ainda requerem tempo para amadurecimento e sistematização. · O que propõe o construtivismo ? O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estímulo à dúvida e o desenvolvimento, do raciocínio, entre outros procedimentos. Rejeita a apresentação, de conhecimento pronto ao estudante, como um prato feito, e utiliza de modo inovador técnicas tradicionais como, por exemplo, a memorização. Daí, o termo construtivismo pelo qual se procura indicar que uma pessoa aprende melhor quando toma parte de forma direta na construção do conhecimento que adquire. O construtivismo enfatiza a importância do erro não como tropeço, mas como um trampolim na rota da aprendizagem. O construtivismo condena a rigidez nos procedimentos de ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de material didático demasiadamente estranho ao universo pessoal do aluno. · Com base em que o construtivismo adota tais práticas ? Com base nos estudos do psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), a maior autoridade do século sobre o processo de funcionamento da inteligência e 13 de aquisição do conhecimento. Piaget demonstrou que a criança raciocina segundo estruturas lógicas próprias, que evoluem conforme faixas etárias definidas, e são diferentes da lógica madura do adulto. Por exemplo: se uma criança de quatro ou cinco anos transforma uma bolinha de massa em salsicha, ela conclui que a salsicha, por ser comprida, contém mais massa do que a bolinha. Não se trata de um erro, como se julgava antes de Piaget, mas de um raciocínio apropriado a essa faixa etária. O construtivismo procura desenvolver práticas pedagógicas sob medida para cada degrau de amadurecimento intelectual da criança. Enfim, estas respostas explicam de forma clara o que é o construtivismo e como ele se aplica, demonstrando de forma clara que adotar os pressupostos construtivistas significa contribuir efetivamente para a formação do cidadão consciente, participativo e crítico, atendendo assim os anseios da Educação de hoje. 2.1 – O Construtivismo na sala de aula O Construtivismo chegou ao Brasil há mais de 20 anos, de maneira discreta, mencionado aqui e ali. Também discretamente, ele se espalhou pelo país de tal forma que hoje é quase impossível saber quantos educadores se valem da teoria no seu dia-a-dia escolar. Muitos fizeram a opção pelo construtivismo por conta própria, alguns até a revelia de seus superiores, de qualquer forma o construtivismo foi ganhando cada vez mais espaços na comunidade escolar. No Brasil, o construtivismo está sendo assimilado num sentido principalmente psicopedagógico, como uma técnica alternativa, substituta de outras técnicas. Então, joga-se fora a cartilha e põe-se no lugar dela uma abordagem. Emília Ferreiro (apesar desta autora ser contra a utilização de suas pesquisas como um método de alfabetização). Está se empregando aqui o termo psicopedagógico no sentido do termo, como referido a uma técnica nova, uma forma diferente de trabalhar em sala de aula. Ora, o construtivismo não é somente uma prática 14 psicopedagógica – é uma filosofia, uma epistemologia. Ainda que, para dizer o mínimo, seja uma epistemologia muito importante ao psicopedagogo: ambos valorizam uma mesma coisa – a interdisciplinariedade; ambos, mutatis mutandis, valorizam, simultaneamente, as disciplinas que abalizam o sujeito e as que analisam o objeto. O que adianta jogar fora a cartilha da criança se não fizer o mesmo com aquela que está dentro do educando. Mas é preciso jogar fora no sentido crítico do termo, é claro: a cartilha faz parte da história do educando. Se um professor alfabetizou durante dez anos pela cartilha, ela faz parte dele e é preciso que se estabeleça um diálogo entre os dois para que este professor possa ressignificá-la através de algo que em princípio seria mais relacional, mais interativo. O construtivismo está sendo buscado hoje na escola, compreensivelmente, como uma tábua de salvação. E nesse sentido, se assim continuar, em breve será descartado. Tem-se um modelo educacional/pedagógico que se esgotou, por muitas razões. A sociedade mudou, as mães já não passam mais tanto tempo em casa, não têm mais tanto tempo para relacionar-se com seus filhos; a estrutura da família mudou – por bons e maus motivos, não importa: isto é um dado da realidade. A família, principalmente nos grandes centros, se tornou pequena, a quantidade das relações com a vizinhança alterou-se. Revoluções técnicas alteraram as relações dos cidadãos com o trabalho, com a escola, com a casa. Hoje em dia têm-se uma escola que se pretende para todos. Em resumo, a escola desempenha, hoje, funções (além das que desempenhava tradicionalmente) que outrora a família; o espaço cultural mais amplo, a igreja cuidavam. Junto com isso veio um fracasso escolar, ainda que por motivos diferentes, entre ricos e pobres. Esgotaram-se procedimentos e soluções pedagógicas tradicionais. O construtivismo apresentou-se, então, como uma das alternativas para a escola enfrentar dificuldades de cumprir sua função. Nunca é demais lembrar, neste sentido, a influência, entre os cidadãos, das pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Tcberosky, como alternativa para uma cartilha que já não mais alfabetizava. Enfim, o construtivismo é uma proposta psicopedagógica e filosófica de se operar a relação da criança com o conhecimento, do professor com o aluno e destes com os conteúdos escolares. É uma proposta de técnica psicopedagógica, tanto no sentido do termo 15 como em seu sentido amplo. No entanto, anular todo um conjunto de coisas muito fortes em nossa vida e ressignificá-las, interagindo com crianças ricas e/ou pobres para as quais o significado do ler, escrever e contar está se modificando, por diferentes razões, é uma questão muito problemática para todos. Como repensar formas tradicionais de avaliação, programação, motivação – aspectos que, bem ou mal, eram trabalhados, escritos, divulgados, lidos numa certa visão de pedagogia, de ação pedagógica? Quer dizer, como suportar afetiva, cognitiva e instrumentalmente uma revisão destas tradições? E mais que isso: como pagar o preço que tais mudanças custam? A questão é, assim, muito abrangente, e insiste-se no ponto de que o construtivismo é uma forma de se ver o conhecimento da qual se deriva uma prática pedagógica e psicológica, que abre algumas possibilidades de relações e fecha outras e, como toda opção, marca uma forma de ser professor, de ser aluno, de fazer escola. 16 CAPÍTULO III PROPOSTA PEDAGÓGICA: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA Observa-se que uma das dificuldades dos profissionais que atuam na educação escolar é assumir e vivenciar o planejamento como um processo sistemático de ação, reflexão, ação individual e coletiva voltado para atingir os objetivos educacionais sugeridos, propostos e mais adequados à escola, contribuindo assim, para o processo de formação do cidadão. Os objetivos educacionais devem ser construídos de forma a orientar o planejamento e a elaboração da Proposta Pedagógica da Escola, de modo que estimulem uma reflexão teórico-prática sobre o trabalho coletivo, elemento fundamental para se construir uma escola mais voltada para as aspirações da comunidade na qual está inscrita, bem como, suficientemente versátil para ajustar-se e, ao mesmo tempo auxiliar a transformação da sociedade a que serve. É fundamental que o objetivo que supõe a formação, o crescimento, a dinâmica e o aperfeiçoamento do coletivo da escola esteja presente de forma prioritária no elenco dos valores que norteiam a elaboração da Proposta Pedagógica da Escola. Como decorrência corpos discentes, docente, de funcionários, de direção e a comunidade passam a ser vistos como segmentos que têm propostas, idéias, sugestões que sejam discutidas e debatidas no planejamento e não apenas ouvidas. VALE (1996, p.3) explica que a expressão projeto requer um ato individual e coletivo e que sua possibilidade operacional só poderia ocorrer a partir de diferentes interrelações construtivas: só assim, temos concretamente uma possibilidade de mudanças. Construir um trabalho coletivo coerente, articulado e posicionado na escola é tarefa desafiante que exige empenho, persistência, paciência e crença naquilo que se quer. O trabalho coletivo na escola, deve estar voltado para a construção de um perfil de cidadão, na ótica da educação escolar, que difere, mas interage com o processo educativo 17 que ocorre na sociedade como um todo. Isto significa que a escola precisa ter medianamente claro aquilo que espera do seu educando. Quando se enfatiza a imensa importância de um procedimento interdisciplinar ao desenvolverem-se os objetivos educacionais que os alunos devem atingir, fica expresso, a menos que se cometa incoerência que o Projeto Pedagógico deva ser concebido e elaborado de forma também interdisciplinar, quando ideais, vivências e experiências dos diferentes sujeitos envolvidos na proposta interagem dando vida ao processo da escola. A realização do trabalho coletivo não supõe apenas a existência de profissionais que atuem lado a lado numa mesma escola, mas também exige educadores que tenham pontos de partida (princípios) e pontos de chegada (objetivos comuns). 3.1 – Exigências da nova LDB Segundo GANDIN (1986, p. 23), “Não se pode mudar uma realidade com a rapidez com que se concebe uma mudança. São ações e sucessivamente realizadas que vão construindo, no tempo, a mudança maior. Assim, uma prática escolar democrática e participativa se estabelece a partir de ações e de estratégicas simples, mas orgânicas, com direção bem clara”. A escola necessita construir de forma gradual e orgânica o espírito coletivo com que poderá viabilizar as novas propostas que a LDB – Leis de Diretrizes e Bases, dispõe de forma enfática (art. 12, inciso 1): Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I – Elaborar e executar sua Proposta Pedagógica. Observa-se, então, que a nova LDB chama a comunidade a responsabilizar-se pelo destino da escola, compartilhando de seu planejamento e de sua ação educativa e propõe a co-gestão e convoca pais e professores para participarem da elaboração de sua proposta pedagógica: 18 a) A comunidade é um instância fundamental na elaboração das idéias, valores e conseqüente projeto pedagógico da escola; b) a gestão democrática e a autonomia escolar é uma exigência dos tempos; c) planejar a partir de perspectivas sociais que surgiram adequação de currículos, atividades pedagógicas, projetos educacionais, etc., é outro princípio que os legisladores compreenderam que devem ser levados em conta com alta eficácia pela escola; d) a Lei preconiza que todos os sujeitos escolares participem da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino e, em especial, os docentes e a direção para que possam construir coletivamente o planejamento das atividades escolares em consonância com o projeto pedagógico proposto e as normas estabelecidas pelas instâncias superiores; e) é também fundamental que de forma participativa a direção e seus docentes, juntamente com o coletivo da escola, aproveitem todas as possibilidades de desenvolver a democracia sugeridas pelas normas emanadas dos órgãos oficiais que administram a Educação. A Escola de hoje tem muitas razões para, de forma corajosa, buscar enfrentar os desafios que o momento histórico sugere posto que, a LDB 9394/96 nos artigos 12, 13, 14, 26, dentre outros, e os Pareceres e Resoluções da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação dão sustentação aos responsáveis pela Educação dos brasileiros nas suas investidas e ousadias que tenham como finalidade superar o atual estágio em que se encontra a Educação, cujo nível é motivo de desapontamento para todos. 3.2 – Princípios e valores da Educação Muito já se falou, felizmente, de cidadania. A democracia sempre foi marco fundamental na busca de se atingir um estado cidadão. Por sua vez, a democracia que tem 19 ricas fundamentações teóricas e retóricas necessita de ser praticada para que sofismas e ambigüidades não possam confundir o conceito de uma sociedade democrática. O exemplo, em geral, é mais eficiente que o discurso para justificar uma teoria. Precisam-se impregnar as ações exercidas na escola de valores que manifestem de forma objetiva, clara e exemplificadora o que se tem de conceito acerca de cidadania, democracia, coletivo de uma escola e participação comunitária, para que os educandos não fiquem sujeitos apenas aos efeitos das ações, mas que aprendam com as próprias ações e que os educadores possam alicerçar suas convicções ao verem nos atos e compromissos de cada participante do coletivo um exemplo que justifique e confirme os propósitos que estabeleceram em um Projeto Pedagógico, pois só a práxis poderá confirmar o valor da teoria. É indispensável distinguir uma simples movimentação ou um conjunto de atividades de um movimento orgânico em que cada ação justifica uma outra e a completa de forma recíproca. O que dá consistência a essas ações é o planejamento, o projeto e a proposta que servem de fio condutor para as idéias que se tornam visíveis compreensíveis a partir da prática. Conselhos de Alunos Representantes, Escolares, de Classe Participativos e de Professores Conselheiros, bem como, Grêmio Estudantil e Direção Compartilhada são recursos, que impregnados de uma conceituação democrática e cidadã, excelentes para viabilizarem de forma coletiva as propostas de um autêntico Projeto Pedagógico. O movimento atual da chamada “escola cidadã” está inserido nesse novo contexto histórico de busca de identidade nacional. Surge como resposta à burocratização do sistema de ensino, bem como a insensibilidade e indiferença para com as questões nacionais que deveriam levar em conta as aspirações de nosso povo. É nesse contexto histórico que vem se desenhando o projeto e a realização prática da escola cidadã em diversas partes do país, como uma alternativa nova e emergente. Com a aprovação do Parecer CEB n° 04/98 e da Resolução CEB n° 2, publicada no D.O.U. de 15/04/98, onde está normalizada a Base Nacional Comum: Diretrizes para o Ensino Fundamental, no art. 3o, Parágrafo I: 20 “As escolas deverão estabelecer como norteadores de suas ações pedagógicas: Item b) os princípios dos Direitos e Deveres da Cidadania, do exercício da criatividade e do respeito à ordem democrática”. E ainda no Parágrafo IV afirma que: “A Base Comum Nacional e sua parte diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que visa a estabelecer a relação entre a educação fundamental e: a) a vida cidadã através da articulação entre vários dos seus aspectos como: a saúde, a sexualidade, a vida familiar e social, o meio ambiente, o trabalho, a ciência e a tecnologia, a cultura e as linguagens”. Nesse sentido, a Escola precisa reposicionar-se a fim de elaborar o seu Projeto Pedagógico de modo a contemplar estas aspirações dos novos tempos, porém sempre de forma construtiva. 21 CAPÍTULO IV PLANEJAMENTO PARA REALIDADE DE FORMA CONSTRUTIVISTA A condição educativa, que vem se produzindo desde finais dos anos 60, tende a se deter na última parte dos anos 80, e é substituído por um movimento de recuperação que progressivamente se transforma num profundo processo de reforma educativa. Ensinar deveria ser entendido como um processo de provocação das capacidades inatas do indivíduo, trabalhando o seu potencial de maneira clara e competente. Para que os objetivos do ensino sejam alcançados, sejam eles gerais ou específicos, é preciso profetizar acertos que culminarão em dados concretos no efeito trabalho de ajudar a aprender. A educação é um processo de encontro e a aprendizagem não deveria conhecer fracassos, pois todos são capazes de aprender, desde que o ato de ensinar seja o ato de orientar e o resultado do trabalho educativo seja, com certeza, o bem-estar da comunidade. A falta de interesse que vemos nos estudantes de todos os níveis, provém da falta de respeito vinda da proposta pedagógica atual. Mas o que fazer? Muito simples e barato: descomplicar o sistema nosso. Paulo Freire, critica a cartilha tradicional, que segundo ele, é um saber abstrato e pré-fabricado, quando deveria ser um trabalho identificado pelo grupo. Basta imaginar um trabalhador que volta cansado, à noite do trabalho, fazendo cópias das seguintes frases: _ A ave é da Eva. _ Vovô viu a ave. São frases vazias e sem a mínima chance para a discussão e a integração do grupo no entanto, se a palavra salário aparecer como geradora de estudo, o operário discutirá o assunto, espontaneamente, pois aí a educação torna-se consistente e significativa para o aluno, ultrapassando os limites da sala de aula, a aula fica pela sua importância. Mesmo que muitos teóricos afirmem que o professor é um profissional como outro qualquer, que ele não tem outro compromisso, senão o de cumprir somente, suas 22 obrigações de empregado; todos sabem que seu trabalho vai muito além dos programas e das carteiras frias da sala de aula, e do cansativo quadro-de-giz. Para ser professor, é preciso ter uma postura de compromisso com a formação de pessoas, postura esta que deve vir de uma contínua formação ( como fazem todos ou quase todos os profissionais), mas infelizmente, a realidade é que o professor, em geral, não estuda. O professor muitas vezes é mal informado da pesquisa científica e das invenções tecnológicas, mas a educação só vai melhorar, de verdade, se o professor tomar para si o poder das decisões, ou seja, é preciso fazer cursos de capacitação, dedicar mais horas a treinamento, aperfeiçoar-se sempre. Deve-se questionar também, a eficácia da formação que os educadores recebem. As escolas precisam formar profissionais que dominem as técnicas da informática, não tenham medo da matemática e conheçam as peculiaridades da educação especial, entre outras coisas. Não é novidade para ninguém o fato que o professor, dos primeiros segmentos do ensino fundamental, principalmente das escolas públicas, tem uma formação bastante precária. Nos Estados mais desenvolvidos a grande maioria deles fez o Curso Normal, e em alguns casos chegou inclusive a cursar uma Faculdade, em geral de Pedagogia. Nas regiões mais empobrecidas, a maior percentagem é de leigos, sendo que nas zonas rurais é freqüente encontrar-se professores, que apenas fizeram o antigo curso primário, e, muitas vezes, o primário incompleto. Porém, mesmo no caso de professores de nível universitário, os estudos e a própria realidade aponta grandes deficiências no preparo que eles recebem para lidar com os problemas do dia-a-dia do trabalho escolar. As universidades também envelheceram, e cristalizaram-se na formação dos educadores, já que deveriam formar profissionais interessados na aprendizagem, principalmente, e não mais ocupados com o ensino. O professor deve mudar sua postura de transmissor do conhecimento, e assumir a postura de professor-educador, que é aquele que indica ao aluno como e onde, ele poderá encontrar as informações de que necessita e capacitálo para elaborar a transformação delas em conhecimento, respeitando, sobretudo as diferenças individuais e tornando-se construtivista. 23 Na Revista Nova Escola (n° 82 – março/95), foram feitas algumas perguntas acerca do professor e o construtivismo, a seguir: · Qual o papel da professora no construtivismo e em que difere do ensino tradicional ? Em vez de dar a matéria, numa aula meramente expositiva, a professora organiza o trabalho didático-pedagógico de modo que o aluno seja o copiloto de sua própria aprendizagem. A professora fica na posição de mediadora ou facilitadora desse processo. · O que é necessário para ser uma boa professora construtivista ? Mentalidade aberta, atitude investigativa, desprendimento intelectual, senso crítico, sensibilidade às mudanças do mundo combinada com iniciativa para torná-las significativas aos olhos dos alunos e flexibilidade para aceitar a si mesma em processo de mudança contínua. Ela precisa dar mais de si e precisa estar o tempo todo se renovando, para sustentar uma relação com os alunos que não se baseia na autoridade, mas na qualidade. · É possível ser uma professora construtivista numa escola tradicional ? Em geral, o projeto pedagógico de uma escola tradicional não favorece nem leva em conta o trabalho de uma professora que resolva tocar em outro tom. Embora seja difícil manter uma proposta individual, num ambiente alheio a mudanças, há muitos casos assim. Além disso, deve-se considerar o fato de que é difícil uma escola passar a ser construtivista num só golpe. Isso ocorre de maneira paulatina, até porque o construtivismo, do mesmo modo que respeita os processos de transformação por que passam os alunos, também deve respeitar o das próprias professoras. · Quais as vantagens e desvantagens do construtivismo sobre outras linhas de ensino ? 24 Vantagens: Procura formar pessoas de espírito inquisitivo, participativo e cooperativo, com mais desembaraço na elaboração do próprio conhecimento. Além disso, o construtivismo cria condições para um contato mais intenso e prazeroso com o universo da leitura e da escrita. Desvantagens: Sendo uma concepção pedagógica nova e flexível, não oferece à professora instrumentos tão seguros e precisos com respeito ao seu trabalho diário. Ainda há muito por sistematizar, admitem os construtivista. Assim fica claro que, o professor precisa enfrentar o desafio, de estar motivado a pesquisar, para encontrar alternativas que facilitem a aprendizagem, e principalmente, estar motivado a aprender, pois quem não é capaz de ensinar, e precisa estar em contínua formação, uma vez que seu aprimoramento é indispensável na formação de uma nova geração e sociedade. O professor, deve, contextualizar seu ensino, que na verdade, é deixá-lo menos teórico e mais ligado à realidade, tornando assim, as informações mais significativas para o aluno. São muitas as responsabilidades do professor, e será necessário que ele esteja integrado plenamente, com um mundo de informações cada vez mais rápidas. E isto, só se consegue, sendo um mestre que prepara suas aulas, demonstra claramente que gosta de sua profissão, põe seus alunos em situações descontraídas, é conselheiro, é amigo, é humilde, e entende quando precisa mudar suas estratégicas, para tornar-se um aprendiz. Não existem modelos para isto, é preciso mudar comportamentos e atitudes, e também estimular habilidades que incentivem o desenvolvimento não só para o seu trabalho futuro, mas para que eduque os alunos, para a autonomia, e para a cooperação, sempre de uma forma construtivista. 25 CONCLUSÃO A Educação é um processo amplo, contínuo e interminável. Deve-se levar em conta que não existe um momento determinado a educação e nem tão pouco determinada a identidade do aluno, pois educação sugere movimento. Num sistema educacional deve-se levar em conta o Construtivismo, enquanto filosofia, epistemologia, pois neste processo todos são educadores e educando. Cabe aos administradores escolares, orientar de forma clara os componentes de todas as Instituições, públicas ou particulares, sobre os melhores caminhos em direção a construção do conhecimento. É um trabalho conjunto e construtivismo de toda escola que dará condições para que esta, se organize de tal forma a oferecer um ensino de qualidade, capaz de formar cidadãos confiantes, preparados, conscientes e críticos. De imediato, é preciso garantir a permanência dos alunos na escola, e para tal, várias mudanças estão ocorrendo dentro das instituições escolares. Os currículos, planejamentos e demais norteadores da educação devem ser revistos, de forma a levarem os alunos a construírem seu conhecimento. Certamente, é preciso existir um parâmetro curricular mínimo e este já existe, porém o mesmo deve ser tomado como base e as unidades escolares devem elaborar suas próprias diretrizes pedagógicas. Outra questão fundamental, é a metodológica. Deve-se pensar em metodologias adequadas à construção progressiva do saber, ou seja, metodologias advindas do construtivismo. Quanto ao magistério, é preciso rever a formação urgentemente, pois como ser um professor construtivista sem que este saiba construir seu próprio conhecimento. Em relação a administração escolar e importante que essa se de como forma democrática e preocupada com a natureza criadora e criativa do homem, assumindo assim sua real importância no contexto escolar e propondo uma filosofia construtivista. O construtivismo pode contribuir de forma significativa para a escola de hoje. 26 A atual escola, precisa enfim, espanar suas teias de aranha, abrir as janelas para que o sol ilumine seu interior, arregaçar as mangas; para que num futuro próximo possa se dizer que tem qualidade. 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Nilda (org.) Educação e Supervisão – trabalho coletivo na escola. São Paulo: Cortez, 1985. ARIÉS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. BOECHAT, Ivone. Por uma escola humana. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987. BRANDÃO, Carlos R. 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