5a : aula prática (1.30h) — 31-03 e 08-04/2010 Bases de subespaços Instituto Superior Técnico Álgebra Linear 1o ano 5-1 2010 –2o semestre da Lics.em Engenharia Inform ática e de Com putadores e Engenharia Quím ica Bases de subespaços Seja K um corpo, considere-se o espaço vectorial K n e seja L K n um seu subespaço; vamos considerar dois exemplos em que se pede para obter uma base de L. *) L é de…nido através de um conjunto …nito de geradores: L = v1 ; : : : ; vk . **) L é o conjunto das soluções de um sistema de equações lineares com coe…cientes em K. Frequentemente, porém, é conveniente saber escrever um sistema de equações lineares com coe…cientes em K cujo conjunto de soluções seja um subespaço L do espaço vectorial K n , sendo L dado através de um conjunto …nito de geradores: L = v1 ; : : : ; vk . 1) No R-espaço vectorial R4 considere-se L = v1 ; v2 ; v3 onde v1 = (1; 2; 0; 3); v2 = (1; 1; 1; 4); v3 = (1; 0; 2; 5): Como obter uma base para L? Resposta: Condensando (sem troca de linhas) a matriz cujas linhas correspondem às coordenadas dos três vectores somos conduzidos a uma linha de zeros, o que signi…ca que o correspondente vector é combinação linear dos restantes: 2 3 2 3 2 3 1 2 0 3 1 2 0 3 1 2 0 3 4 1 4 0 1 4 0 1 1 1 5 1 1 4 5 1 1 5 1 0 2 5 0 2 2 2 0 0 0 0 Uma base para L é pois fv1 ; v2 g. 2) Considere-se o espaço vectorial das soluções do sistema homogéneo 2x + y + z = 0 5x + y u = 0 . Como obter uma base para L? Resposta: Resolvendo o sistema, através da condensação da matriz desse sistema obtém-se: 2 5 1 1 1 0 1 0 0 1 1 2 1 2 1 1 0 2 3 1 5 1 2 1 2 1 0 0 1 1 0 0 1 0 1 1 3 2 3 1 0 1 2 3 2 1 2 3 2 0 1 ou seja: x 13 u = 0 y + z + 32 u = 0 ou ainda x = 13 u y = z 32 u . Para determinar uma base do conjunto das soluções do sistema basta por exemplo escolher z = 1 e u = 0 obtendo-se v1 = (0; 1; 1; 0) e escolher z = 0 e u = 1 obtendo-se v2 = ( 13 ; 23 ; 0; 1); uma base para L é pois fv1 ; v2 g. 5a : aula prática (1.30h) — 31-03 e 08-04/2010 Bases de subespaços 5-2 3) Determinar um conjunto de equações lineares cujo conjunto de soluções seja o subespaço L de R4 dado por L = v1 ; v2 ; v3 onde v1 = (1; 2; 0; 3); v2 = (1; 1; 1; 4); v3 = (1; 0; 2; 5). Resposta: Se for v = (x; y; z; u) 2 L este vector terá de ser uma combinação linear de v1 de v2 e de v3 e portanto ao condensar a matriz a3seguir 3 uma 2 indicada há-de poder obter-se 2 2 linha de zeros como última3linha: 1 2 0 3 1 2 0 3 1 2 0 3 7 6 0 6 0 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 7 7 7 4 7 6 6 5 5 4 0 4 1 0 0 0 0 2 2 2 0 2 5 5 0 2x + y z 3x + u 0 2x + y z 3x + u x y z u 2 3 1 2 0 3 1 1 6 0 1 7 4 0 0 5 0 0 0 0 2x + y + z 5x y + u As coordenadas do vector v = (x; y; z; u) terão de satisfazer portanto: 2x + y + z = 0 : 5x y + u = 0 Como obter uma base para a intersecção de dois sub-espaços vectoriais Seja V um espaço vectorial de dimensão …nita e sejam dados dois subespaços L1 e L2 de V . Como obter uma base para L1 \ L2 ? 1a maneira Sendo L1 = ker T1 e L2 = ker T2 é claro que L1 \ L2 = ker T2 \ ker T2 e portanto basta obter uma base para T1 (x) = 0 o sistema . T2 (x) = 0 2a maneira (referida a título informativo) Sendo fv1 ; : : : ; vk g uma base de L1 e sendo fw1 ; : : : ; w` g uma base de L2 tem-se L1 +L2 = v1 ; : : : ; vk ; w1 ; : : : ; w` partindo da base fv1 ; : : : ; vk g de L1 completemo-la numa base L1 +L2 acrescentando à base de L1 alguns dos vectores w1 ; : : : ; w` que constituem uma base de L2 ; suponhamos que L1 +L2 = v1 ; : : : ; vk ; wi1 ; : : : ; wis e sejam wis+1 ; : : : ; wi` os remanescentes vectores da base de L2 ali não utilizados; há-de ter-se: wis+1 = s+1;1 v1 + : : : + s+1;k vk + s+1;1 wi1 + : : : + s+1;s wis ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: wi` = `;1 v1 + : : : + `;k vk + `;1 wi1 + : : : + `;s wis e os vectores seguintes constituem uma base de L1 \ L2 : us+1 = s+1;1 v1 + : : : + s+1;k vk = wis+1 s+1;1 wi1 + : : : + s+1;s wis ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: u` = `;1 v1 + : : : + `;k vk = wi` . `;1 wi1 + : : : + `;s wis Exemplo No R-espaço vectorial R5 considere-se L1 = v1 ; v2 onde v1 = (1; 3; 2; 2; 3) e v2 = (1; 4; 3; 4; 2) e L2 = w1 ; w2 onde w1 = (1; 3; 0; 2; 1) e w2 = (1; 5; 6; 6; 3). 1) Após algum cálculo obtém-se L1 = f 2 R5 : A1 = 0g e L2 = f 2 R5 : A2 = 0g onde A1 = " 1 4 6 1 2 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 # e A2 = pelo que L1 \ L2 é o conjunto das soluções do sistema A1 = 0 A2 = 0 " 9 4 2 3 2 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 # ; 5a : aula prática (1.30h) — 31-03 e 08-04/2010 Bases de subespaços 5-3 ou seja o sistema A = 0 de matriz 2 6 6 6 A=6 6 6 4 1 4 6 9 4 2 1 2 1 3 2 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 3 7 7 7 7 7 7 5 do qual uma base das soluções é constituída pelo vector (1; 4; 3; 4; 2) e portanto L1 \L2 = 2) Comece-se por obter uma base de L1 + L2 = com vectores da base 3de L2 2 ; atendendo a que 2 3 1 3 2 2 3 1 3 2 2 3 6 1 4 6 0 1 3 4 2 7 1 2 1 7 6 7 6 7 4 1 3 5 4 0 2 1 0 0 2 0 2 5 1 5 6 6 3 0 2 4 4 0 vem L1 + L2 = (1; 3; 2; 2; 3) + 0 1 6 0 6 4 0 0 3 1 0 0 2 1 2 2 ;. completando a base fv1 ; v2 g de L1 v1 ; v2 ; w1 ; w2 2 (1; 4; 3; 4; 2) 2 2 0 0 3 3 1 7 7 2 5 2 2 1 6 0 6 4 0 0 3 1 0 0 2 1 2 0 2 2 0 0 3 3 1 7 7 2 5 0 v1 ; v2 ; w1 e escrevendo w2 como combinação linear de v1 ; v2 ; w1 vem w2 = (1; 4; 3; 4; 2) + (1; 3; 0; 2; 1) ou seja (1; 5; 6; 6; 3) = v1 + 0 v2 + w1 isto é 8 1= + 0+ > > > 0 > < 5=3 +4 +3 6= 2 3 0 > 0 > 6=2 +4 +2 > > : 3=3 +2 0+ e o vector u = (1; 5; 6; 6; 3) (1; 3; 0; 2; 1) constitui uma base de L1 \ L2 ; resolvendo o sistema obtém-se = 0; 0 = 2; = 1 e portanto u = (1; 5; 6; 6; 3) ( 1)(1; 3; 0; 2; 1) = (2; 8; 6; 8; 4); naturalmente que o vector v = (1; 4; 3; 4; 2) também se constitui numa base de L1 \ L2 . 5a : aula prática (1.30h) — 31-03 e 08-04/2010 Bases de subespaços 5-4 Problema No R-espaço vectorial R5 considere L1 = ker T1 onde T1 : R5 ! R3 x 7! A1 :x 2 3 1 1 1 0 0 A1 = 4 4 2 0 1 05 6 1 0 0 1 com e L2 = onde v 1 ; v2 v1 = (1; 3; 0; 2; 1); v2 = (1; 5; 6; 6; 3) e determine dimR (L1 \ L2 ): Resolução 1a maneira Vamos obter uma base para L1 \ L2 e contar o número de elementos dessa base. Sabe-se que L1 = ker T1 e vamos escrever L2 na forma L2 = ker T2 sendo T2 2 LR (R5 ; Rm ) sendo m um número natural; condensando a matriz seguinte cujas duas primeiras linhas correspondem às coordenadas dos dois vectores v1 e v2 seremos conduzidos a uma última linha de zeros se e só se o vector (x; y; z; u; v) de R5 pertencer a L2 , o que signi…caria que esse vector é combinação linear dos restantes: 2 3 2 3 1 3 0 2 1 1 3 0 2 1 4 1 5 4 0 5 6 6 3 5 2 6 4 2 x y z u v 0 3x + y z 2x + u x+v 2 3 2 3 1 3 0 2 1 1 3 0 2 1 4 0 5 4 0 1 5 3 2 1 1 3 2 1 0 0 9x + 3y + z 4x 2y + u 2x y + v 0 3x + y z 2x + u x+v Ter-se-á pois (x; y; z; u; v) 2 L2 se e só se 8 < 9x + 3y + z = 0 4x 2y + u = 0 : 2x y + v = 0 ou seja L2 = ker T2 onde com 2 T 2 : R5 ! R3 x 7! A2 :x 9 A2 = 4 4 2 3 3 1 0 0 2 0 1 0 5 ; 1 0 0 1 . 5a : aula prática (1.30h) — 31-03 e 08-04/2010 Bases de subespaços 5-5 daí que L1 \ L2 seja o conjunto das soluções do sistema homogéneo T1 (x) = 0 T2 (x) = 0 ou seja A1 :x = 0 A2 :x = 0 uma base para o espaço das 2 1 6 4 6 6 6 6 6 9 6 4 4 2 ; soluções deste sistema obtém-se usando 2 3 1 1 1 1 1 0 0 6 0 2 4 2 0 1 0 7 6 7 6 0 0 4 1 0 0 1 7 6 7 6 0 0 0 3 1 0 0 7 6 7 4 0 0 0 2 0 1 0 5 1 0 0 1 0 0 0 o que conduz a uma base para o espaço das soluções dada por o algoritmo de Gauss: 3 0 0 1 0 7 7 5 1 7 2 7 1 1 7 2 7 0 0 5 0 0 f(1; 4; 3; 4; 2)g ou seja dimR (L1 \ L2 ) = 1. 2a maneira Vamos obter uma base para L1 + L2 e contar o número de elementos dessa base. Ora por um lado L1 é o espaço das soluções do sistema T1 (x) = 0 ou seja A1 :x = 0 ; onde 2 1 A1 = 4 4 6 1 2 1 3 1 0 0 0 1 0 5 0 0 1 e esse espaço de soluções obtém-se usando o algoritmo (de condensação) 2 3 2 1 1 1 0 0 1 1 1 0 4 4 4 0 2 4 1 2 0 1 0 5 6 1 0 0 1 0 0 8 5 o que conduz a uma base para o espaço das soluções dada por de Gauss: 3 0 0 5 2 f(1; 6; 5; 8; 0); (1; 2; 1; 0; 4)g ou seja dimR L1 = 2. Por outro lado como L2 = v1 ; v2 onde v1 = (1; 3; 0; 2; 1) e v2 = (1; 5; 6; 6; 3) e como estes dois vectores de R5 são linearmente independentes, como mostra a condensação 1 1 resulta dimR L2 = 2. 3 5 0 6 2 1 6 3 1 0 3 2 0 6 2 1 4 2 5a : aula prática (1.30h) — 31-03 e 08-04/2010 Bases de subespaços En…m como L1 + L2 = (1; 6; 5; 8; 0); (1; 2; 1; 0; 4); (1; 3; 0; 2; 1); (1; 5; 6; 6; 3) vez mais usando o algoritmo (de condensação) de Gauss: 2 3 2 3 1 6 5 8 0 1 6 5 8 0 6 0 6 1 2 4 4 8 4 7 1 0 4 7 6 7 6 7 4 0 0 4 1 3 0 2 1 5 2 0 2 5 0 0 0 0 0 1 5 6 6 3 o que signi…ca que dimR (L1 + L2 ) = 3. Por um corolário do teorema de Grassmann sabe-se que dimR L1 + dimR L2 = dimR (L1 \ L2 ) + dimR (L1 + L2 ) e como se viu que dimR L1 = 2, dimR L2 = 2 e dimR (L1 + L2 ) = 3 tem-se dimR (L1 \ L2 ) = 2 + 2 em conformidade com o que se obteve na 1a maneira. 3=1 5-6 vem uma