PRÁTICAS DE GESTÃO ESCOLAR NA ESCOLA MUNICIPAL TÃNIA LEITE SANTOS MARIA ESTELA GALVÃO DOS SANTOS INTRODUÇÃO A opção pelo tema Gestão Democrática, gestão participativa, tem como objetivo refletir sobre a gestão da escola com a participação da comunidade, nas decisões das ações da enquanto partes inseridas no contexto escolar. Os questionamentos que norteou a análise reflexiva sobre o seguinte: A gestão escolar esta centrada na pessoa da direção? Ou, existe a participação dos segmentos que compõem o sistema escolar? GESTÃO ESCOLAR E SUAS RELAÇÕES COM A COMUNIDADE A função social da escola vem sendo motivo de discussões e debates, especialmente, no que se refere ao cumprimento de seu papel na sociedade, pois, a escola e seus professores, alunos, funcionários e pais, tem uma missão especial na construção da sociedade, neste mundo que caminha cada vez mais para o individualismo, a competição, a exclusão. Cabe a escola mostrar, experimentar, do seu espaço, que é possível a sociedade, a inclusão e a fraternidade. A INSTITUIÇÃO ESCOLAR Diante dos diversos problemas vividos pela escola há um verdadeiro desejo de mudança que passam a coordenar um processo de transformação que caminha no sentido de construção de uma escola competente. Nesse processo, a diretoria e todos da escola repensam valores e procedimentos, redescobrindo o papel da escola suas verdadeiras funções. O recurso à ficção é uma tentativa de tornar uma compreensão mais clara da mensagem que se requer transmitir, sem prejuízo do rigor, analítico. Três objetivos são almejados: Facilitar a identificação de diretores e professores com determinação, comportamentos que tem se mostrado ineficazes para a transformação da escola; Centralização – Uma Aprendizagem Histórica A centralização é uma forma de gestão que revela uma expectativa clara não só da diretoria, mas de todos que compõem a escola em relação ao seu papel de única responsável pelos problemas existentes. Tal expectativa é encontrada em diversas escolas dos pais, e isso, possui algumas razões. Uma delas é a forma autoritária de governar que vigorou durante anos no Brasil, criando uma relação entre governantes e governada, bastante centralizadora. Impedida de participar e de colaborar, a população foi com o tempo desaprendendo coisas importantes como a própria participação e o exercício da autonomia. As Diversas Dimensões do Trabalho Escolar – Identificando o Eixo Central da Escola Diante de tantos problemas e ciente do próprio desgaste, se percebe a necessidade de realizar mudanças. Ainda sem ter muita clareza sobre o melhor a ser seguido, a aventura é dar os primeiros passos. Daí a tentativa de organização de todos os problemas, sob o titulo de questões administrativas, colocando em prática todos os problemas. Na dimensão social, as reclamações da mãe, professor, os boletins e ocorrências, o pedido de vagas pelo o político. Na dimensão pedagógica, o deserto do Zé Carlos, o quadro de reprovação são questões administrativas ou pedagógicas? Pensativa uma diretora, resolve classificá-los em ambos os lugares. A ESCOLA COMO INSTITUIÇÃO SOCIAL Ao longo dos tempos, as sociedades vêm evoluindo, criando novas formas e aprimorando as estruturas de sua organização, em como ser sociedade e garantir sobrevivência. A partir daí e pressupondo que os valores das sociedades estão voltados para os ambientes de onde as mesmas são sustentadas, pode-se dizer que seu sistema de produção age diretamente sobre a estrutura organizacional, refletindo em sua cultura, educação e religião, a política e todos os outros aspectos que envolvem uma sociedade em termos organizacionais A INTERAÇÃO ESCOLACOMUNIDADE A articulação escola-comunidade deve ser feita em dois sentidos: tanto a escola deve ir à comunidade como a comunidade deve ir à escola. A escola vai à comunidade através de visitas e pesquisas sociais periódicas: discutindo em sala, em grupos ou nas instituições escolares formadas pelos alunos (grêmio, associações e outras), os problemas sociais, para compreendê-lo e buscar soluções adequadas; convidar representantes e elementos do povo para participarem desses estudos; lançar-se, dentro de suas forças e limitações, em movimentos e campanhas que colaborem para o progresso da comunidade. A FAMILIA NA ESCOLA Fala-se muita da escola como local onde a educação é ministrada de forma coletiva ou, onde se aprende o essencial para se viver em sociedade. O que muitas vezes é esquecido é que, antes de entrar para a escola, o individuo já concentra conhecimentos que o influenciam, quer seja aprendidos na família, com amigos, ou com a comunidade. Desde o nascimento as pessoas são conduzidas pela própria natureza, a viverem em grupo, a se relacionarem, se ajudarem, se desafiarem, se complementarem e se aperfeiçoarem. Relações essas que poderão acontecer no grupo familiar, que é onde se recebe as primeiras experiências educacionais. A RELAÇÃO EDUCADOR E EDUCANDO Por interação social entende-se o processo de influência mutua que as pessoas exercem entre si, numa sala de aula o professor é um sujeito ensinante, mas é também um sujeito aprendente. E essa aprendizagem é um processo continuo e permanente que se renova na convivência diária entre educador - educando. Portanto é necessário que os educados estejam abertos a ouvir, atender, a discutir idéias, respeitar pontos de vista, conversar com seus alunos e a aprender com suas experiências, o professor deixa de ser um mero instrutor para transformar-se em educador. ADMINISTRAR UMA AÇÃO COLETIVA Construir um ambiente democrático não é tarefa fácil , por isso, não é empreitada para um só, assim é que se diz que a gestão participativa é a da participação. Quem ocupa cargo de liderança como diretor ou coordenador pedagógico, precisa despir-se da postura de chefe para criar um clima em que todos dêem idéias, façam e recebam criticas e aceitem consensos. O PAPEL DO DIRETOR É possível fazer uma comparação ente o trabalho de um maestro e o de uma diretora de escola. Ambos são lideres e regem uma equipe. O primeiro segue a partitura e é responsável pelo andamento e pela dinâmica da musica. O segundo administra leis e normas e cuida da dinâmica escolar. Os dois servem ao público, mas a platéia do regente – diretor, não se restringe a bater palmas ou vaiar. Ela é formada por uma comunidade que participa da cena educacional. Mais do que um administrador que cuida de orçamentos, calendários, vagas e materiais, que dirige a escola precisam ser um educador. E isso significa estar ligado ao cotidiano da sala de aula, conhecer alunos, professores e pais. Só assim, ela se torna um líder, e não apenas alguém com autoridade burocrática. Para Antonio Carlos Gomes da Costa, pedagogo consultor, há três perfis básicos nessa função: Os diversos Tipos de Direção Quantas vezes o diretor dedica-se de todo corpo e alma aos problemas, sem encontrar tempo para questões pedagógicas fundamentais, com a reprovação, repetência e dificuldades de aprendizagem? Quantos diretores têm uma relação conservadora com o pedagógico, dedicando-se apenas no sentido de manter a situação existente, com seu histórico de reprovação e exclusão e não para transformá-los? Sem tocar no X da questão, o currículo e a reprovação, a direção envolvese com o pedagógico de formar superficial. Revendo o Papel do Diretor Todas essas questões revelam uma inversão de valores, um desconhecimento do eixo central da escola e um distanciamento de sua finalidade maior. Sem duvida que garanta o funcionamento social e administrativo é essencial para uma boa gestão. É fundamental que a direção pergunte sempre em que medida sua atuação nas questões administrativas e sociais tem contribuído para o êxito do trabalho pedagógico. Em suma, é importante saber relacionar, sempre as questões administrativas e sociais com o desempenho pedagógico. Tudo deve existir e acontecer visando a esse objetivo central. A ESCOLA QUE TEMOS E A ESCOLA QUE QUEREMOS Um grande número das escolas públicas brasileiras experimenta dificuldades profundas, como: falta de professores, falta laboratório, materiais didáticos bibliotecas, indisciplina, degradação do patrimônio, reclamação de pais, evasão escolar, desmandos de secretaria, situação instável do professor sabe e ensina, o aluno ouve e aprende, quando aprende; ou ainda “professor finge que ensina e o aluno finge que aprende”. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Sabe-se que o Projeto Político Pedagógico, é o guia para as ações e objetivos que se deseja alcançar na instituição de ensino. A escola de hoje, se quiser alcançar resultados melhores, oferecendo uma educação de qualidade e preparar seus alunos para vida, precisa sair da improvisação e da mesmice em que vive uma grande parte delas. Para isso, o Projeto Político Pedagógico da Escola, é um instrumento fundamental e certamente é o passo inicial desse progresso. (Ferreira, 2006, p. 16, Apud, VEIGA, 1999, p. 11): ”O PPP é muito mais que expresso de caminhos pedagógicos. Implica em desvendar as visões de homem e mundo dos indivíduos envolvidos no processo educação”. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA A Escola Municipal Tânia Leite Santos, foi fundada em 12 de março de 1995, pelo então prefeito Ildemar Gonçalves dos Santos e pela Secretaria Municipal de Educação “Tânia Leite Santos”. Esta localizada a rua 21 de abril, sem numero, no bairro Jacu, em AçailândiaMaranhão. CONSOLIDADE DOS DADOS COLETADOS Segmento - Professor Com o objetivo de analisar e refletir sobre as práticas de gestão escolar da Escola Municipal Tânia Leite Santos, foi aplicado um questionário, contendo seis questões, junto quinze professores, da referida escola. Questão 01: Qual a forma de escolha da atual direção da escola? 10% Indicação Politica Função da competencia 90% Fonte: Pesquisa de Campo Questão 02: Você é convidado a acompanhar as ações para o ano letivo? 20% Não foram convidados Receberam convites 80% Fonte: Pesquisa de Campo Questão 03: Nas dificuldades em sala de aula, você conta com o apoio de quem? 10% Colegas e Professores Diretores 90% Fonte: Pesquisa de Campo Questão 04: Na sua escola existe Projeto Político Pedagógico? 50% 50% Fonte: Pesquisa de Campo Sim Não Questão 05: O relacionamento Diretor/Professor, o que você considera? 5% 15% Boa Otima Regular 80% Fonte: Pesquisa de Campo Questão 06: Quem é mais importante na escola? 1% Todos são importantes Professores 99% Fonte: Pesquisa de Campo Segmento – Aluno Objetivando analisar a prática de gestão existente na Escola Municipal Tânia Leite Santos, aplicou-se um questionário, contendo seis questões, junto a uma mostra de quarenta alunos da referida escola. Questão 01: Você participa das decisões tomadas pela escola, através da sua representatividade? 2% Atraves da representativa 40% Não participa 58% Fonte: Pesquisa de Campo As vezes Questão 02: Existe Grêmio Estudantil na Escola? 20% Existem Não conhecem 80% Fonte: Pesquisa de Campo Questão 03: Você conhece o Regimento Interno da Escola? 30% conhecem o regimento Não 70% Fonte: Pesquisa de Campo Questão 04: Você já participou do Conselho Escolar? 5% 15% Sim Não As vezes 80% Fonte: Pesquisa de Campo Questão 05: Para você quem é mais importante na escola? 1% Todos são importantes professores 99% Fonte: Pesquisa de Campo Questão 06: Como vice considera a relação Diretor (a) aluno (a): 10% Relação é boa Regular 90% Fonte: Pesquisa de Campo CONSIDERAÇÕES FINAIS A gestão que se desenha é aquela voltada para melhoria do ensino-aprendizagem, uma gestão participativa, contextualizada, que prioriza o processo de mudança de uma prática autoritária para a democrática. Na realidade pesquisada, a gestão é indicada pelo sistema, não está a serviço da maioria de sua clientela, o que dificulta a domada de decisões, haja vista que, é momento da escolha do gestor (a) a qual deve ser livre e democrática, escolhendo no próprio grupo a melhor proposta de trabalho. OBRIGADA !