Reflexões sobre docência no ensino superior com suporte da tecnologia Aí um aluno me perguntou: “Professor, será que não poderíamos estudar esse tema em um vídeo e não em texto?” As tecnologias e a universidade brasileira O padre jesuíta (na imagem, Inácio de Loiola) e seus artefatos tecnológicos para a aula “A universidade é um dinossauro pousado num aeroporto” Jacques Attali, Reitor, Universidade de Paris Você concorda? As tecnologias e a universidade brasileira ➲ O ensino superior só surge no século XIX ➲ O gosto pelo bacharelismo – muita retórica, muita oratória ➲ O Brasil demorou a industrializar-se – e, portanto, a sentir a necessidade da inovação tecnológica ➲ O ensino superior ainda é coisa de elite no Brasil (cerca de 12%, contra 30% na Argentina) ➲ Mais de 50% dos brasileiros têm acesso à internet (em casa, no trabalho ou em lan houses). Acha muito ou pouco? (Ibope) O acesso à internet no Brasil é dos mais caros no mundo Quem tem acesso fácil a projetor multimídia? Sabe quanto custa uma lâmpada deste aparelho? Apesar da queda nos preços pelo incentivo fiscal, notebooks, tablets e smartphones ainda são coisas caras! As redes digitais e o novo paradigma ➲ A ampliação da memória humana em imagens, sons e bases de dados diversas ➲ O compartilhamento via tecnologia, como nova forma de sociabilidade ➲ Os novos significados de privacidade ➲ O conhecimento escancarado na rede – a Rosa tem nome e revela-se a todos (todos?) ➲ A exclusão digital – exclusão social As redes digitais e o novo paradigma ➲ O conhecimento em rede ➲ A aprendizagem como construção, como atividade ➲ O ensino como problematização da existência As redes digitais e o novo paradigma Você não está fora desta revolução! Pelo contrário, todos vivenciamos, em maior ou menor grau, estas transformações. Nunca uma geração passou a ser tão distante da outra, do ponto de vista tecnológico O zapping A multitarefa As comunidades O protagonismo A interatividade Os blogs, os twitters Como o professor universitário lida com tudo isto? Discursos lineares x não lineares – a lógica do professor é linear; a dos alunos, não. A aula passa a ser zapeada pelos alunos Quais as possibilidades didáticas? ➲ Mudar a(s) linguagem(ns): o mundo da aprendizagem profissional – como a vida – tende a ser cada vez mais dinâmico, não-linear. As tecnologias são fundamentais nesta mudança. ➲ Abandonar o discurso do “professor-que-sabe-e-o-aluno-queaprende”. Afinal, qualquer um pode buscar conteúdo estruturado nas redes. Colocar-se como um ELABORADOR DE OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM. Quais as possibilidades didáticas? ➲ Sem o professor, hoje, as pessoas teriam muita dificuldade em articular uma compreensão coerente do mundo do conhecimento, em meio à profusão de informação. ➲ Ao contrário de antigamente, porém, o professor auxilia o aluno a montar e gerenciar seus próprios itinerários formativos, com base em opções disponíveis. Isto é reforçado não apenas pelo ensino, mas pela pesquisa e a extensão. Quais as possibilidades didáticas? • Vivenciar as tecnologias digitais como algo inerente à vida cotidiana, e não como uma coisa para “nerds” ou “iniciados”. • Caprichar na formação didático-pedagógica, nesta nova visão. Ensinar hoje em dia, na universidade, é muito mais complicado que antigamente (pois antes a aula era mais monólogo que diálogo). • Compreender que o ato educativo não se dá apenas na sala de aula (ou no Ambiente Virtual de Aprendizagem). Na maioria das vezes acontece fora destes espaços formais. Valorizar os espaços informais de aprendizagem e utilizá-los como parte de seu planejamento do ensino. Elmer Sens [email protected] http://elmer.pro