DESPACHO
N.º 34/2013
Data: 2013/07/26
Para conhecimento de:
Pessoal Docente, discente
e não Docente
ASSUNTO: Centro de Estudos Espirométricos da ESTeSL (CEE_ESTeSL)
De acordo com as competências próprias previstas no artigo 15º dos Estatutos da Escola
Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL) e após parecer favorável do Conselho
Técnico-científico da ESTeSL exarado em reunião do dia 17 de julho de 2013, é criado, por
proposta da área Cientifica de Cardiopneumologia do Departamento de Ciências e
Tecnologias das Radiações e Biossinais da Saúde, o Centro de Estudos Espirométricos da
ESTeSL (CEE_ESTeSL) de acordo com a proposta em anexo.
É igualmente nomeada uma comissão de coordenação do CEE-ESTeSL, constituída por:
•
Prof.ª Hermínia Brites Dias (que preside)
•
Prof.ª Anália Clérigo
•
Prof.ª Joana Belo
O CEE-ESTeSL deverá iniciar um período de instalação durante o 1º semestre do ano letivo
de 2013/2014 e a referida Comissão deverá elaborar e apresentar uma proposta de
Regulamento Geral nos primeiros 90 dias.
O presente Despacho produz efeitos imediatos.
O PRESIDENTE DA ESTeSL
Prof. Coordenador João Lobato
JPS
Anexo
Projecto de Apoio à Comunidade
1. Designação do Projeto
Denominação
Projeto
Local
Centro de Estudos Espirométricos da ESTeSL
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa
Data
Ano letivo
2013/2014
2. Entidade Proponente
Nome
Morada
Área Cientifica de Cardiopneumologia do Departamento das Ciências e
Tecnologias das Radiações e Biossinais da Saúde da Escola Superior de Tecnologia
da Saúde de Lisboa
Av. D. João II, lote 4.69.01
Cod. Postal
1990-096
Lisboa
3. Responsável do Projeto
Equipa do Projeto
Telefone
Prof.ª Hermínia Brites Dias
Prof.ª Anália Clérigo
Prof.ª Joana Belo
218980400
Email
[email protected]
1. Descrição do Projeto
2.Fundamentação
As Doenças Respiratórias no Mundo
Em todo o mundo as doenças crónicas são a principal causa de morte prematura nos adultos, sendo
de um modo geral negligenciadas. Apenas 20% destas ocorrem em países de altos rendimentos. Em
2005 estimou-se que as mortes atribuíveis a estas doenças aumentariam 17% nos 10 anos seguintes.1
As Doenças Respiratórias Crónicas (DRC) fazem parte das Doenças Não Transmissíveis (DNT).2
Considerando que a mortalidade é um bom indicador do impacto das doenças, verifica-se que a
nível mundial para a idade adulta as DNT são responsáveis por 63,4% dos óbitos, sendo maior que
80% na Europa.2 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano de 2008, registaram-se 36
milhões de mortes associadas a DNT, correspondendo maioritariamente às suas quatro principais
causas (doenças cardiovasculares, neoplasias, diabetes e DRC). De acordo com a mesma fonte,
perspetiva-se que no futuro estas doenças venham a aumentar, subindo a mortalidade em cerca de
15% entre 2010 e 2020.3
A prevalência das DRC evitáveis, nomeadamente a asmaa e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
(DPOC)b, está a aumentar a nível global. Estas fazem mais de 4 milhões de óbitos anualmente e
2
afetam centenas de milhões de pessoas, das quais mais de 500 milhões vivem em países de baixos
ou médios rendimentos ou pertencem a populações desfavorecidas. Relativamente à qualidade de
vida, em 2006, através dos Anos de Vida Ajustados pela Incapacidade (AVAI)1, calcula-se que as DRC
teriam um impacto de 4% do peso global e 63% do peso das doenças crónicas.3 De acordo com a
OMS, das centenas de milhões de pessoas que sofrem das DRC, 300 milhões sofrem de asma, 210
milhões de DPOC e 3 milhões de outras DRC. Em 2005, 250 000 pessoas morreram de asma e 3
milhões de DPOC.1,8
Relativamente à DPOC, atualmente, encontra-se colocada em 4º lugar como causa de morte,
responsável por 5,1% dos óbitos a nível mundial.8,10 Estima-se que em 2030 suba para a 3ª posição,8,9
no entanto, outra fonte bibliográfica prevê que já em 2020 a DPOC ocupe este lugar.10 Do total de
óbitos anuais por DPOC estima-se que 53,5% sejam homens e 46,5% mulheres. Este valor nas
mulheres pode ser explicado pela subida da prevalência de tabagismo neste género e pela maior
exposição à poluição interior nas atividades domésticas, sobretudo devido aos combustíveis sólidos.9
A DPOC constitui uma das principais causas de morbilidade crónica a nível mundial.3 Tendo em
conta os AVAI, em 1990 a DPOC ocupava o 12º lugar como causa de incapacidade, posição que se
prevê alterar para o 5º lugar no ano de 2020,9,11 a seguir à doença isquémica cardíaca, à depressão
major, aos acidentes de viação e à doença cerebrovascular. De acordo com uma referência mais
recente, prevê-se uma subida de posição menos acentuada, apenas para 7º lugar em 2030.1 Na
realidade, pelo menos 10% da população mundial com mais de 40 anos tem esta doença, sendo três
vezes mais frequente do que se estima atualmente.11
A nível mundial existem grandes diferenças entre os países relativamente à prevalência da DPOC,
que se podem dever, nomeadamente, aos métodos de diagnóstico, ao ano de estudo, à idade da
população e à prevalência dos fatores de risco. Verifica-se ainda que as estimativas de prevalência
calculadas por estudos epidemiológicos são mais elevadas do que o indicado nos registos nacionais e
nas avaliações das autoridades de saúde.1
No que diz respeito às doenças ocupacionais, em 2000 a OMS estimou que a nível mundial os fatores
de risco no local de trabalho eram responsáveis por 13% dos casos de DPOC e 11% dos casos de
asma.1 Ao nível da prevalência destas doenças, de acordo com um inquérito efetuado na União
a
Asma – A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas que está associada à hiperreatividade
destas, conduzindo a episódios recorrentes de pieira, falta de ar, aperto no peito e tosse, particularmente à
noite ou no início da manhã. Estes episódios são geralmente associadas a uma obstrução ventilatória, que é
muitas vezes reversível espontaneamente ou com tratamento.5
b
Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) – A DPOC é uma doença caracterizada pela obstrução persistente
das vias aéreas que é geralmente progressiva e associada a uma resposta inflamatória crônica das vias aéreas a
partículas ou gases nocivos. É uma doença muito comum, previsível e tratável.6
c
Anos de Vida Ajustados pela Incapacidade (AVAI) – é um indicador calculado a partir do número de anos de
vida perdidos (relativamente à esperança média de vida à nascença) e do número de anos de incapacidade
(ajustados ao grau da incapacidade).7
3
Europeia, as doenças respiratórias figuram em terceiro lugar.2
As Doenças Respiratórias em Portugal
Em Portugal, estima-se que as Doenças Respiratórias Crónicas (DRC) atinjam cerca de 40% da
população, em que 10% corresponde à asma e 14,2% às pessoas com mais de 40 anos com Doença
Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).2,3,8 Assim, admite-se que cerca de 2 milhões de portugueses
sofram de DRC (20% da população), subindo este número para 4 milhões se incluir a rinite.2
Em 2009 registaram-se 104.964 mortes, 12.202 (11,6%) das quais por doença respiratória, em que
6.936 (6,6% do total de mortes) corresponde a Doenças Respiratórias Não Transmissíveis. Entre 2005
e 2009, os óbitos por asma e DPOC tiveram uma tendência para diminuir,8 no entanto, de acordo
com o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR), analisando a evolução da
mortalidade por doenças respiratórias em Portugal entre 2000 e 2009, parece haver uma tendência
para o seu aumento, nomeadamente no que diz respeito às patologias obstrutivas respiratórias.3
Assim sendo, as doenças respiratórias em Portugal constituem uma das principais causas de morte,
ocupando a terceira posição,2 com um valor de 10 a 13% em relação a todas as causas de morte.3
Devido à existência de outras prioridades no âmbito da saúde, até ao momento as Doenças
Respiratórias Crónicas (DRC) não têm recebido a devida atenção por parte das autoridades
responsáveis, não sendo reconhecida a sua importância em muitos países. Esta diminuta atenção
relaciona-se também com os escassos dados disponíveis sobre a prevalência e incidência destas
doenças. Assim sendo, a maioria dos dados disponíveis assentam em estatísticas de mortalidade que
subavaliam a situação epidemiológica. Mesmo assim, apesar do subdiagnóstico destas doenças, as
estimativas mundiais apontam para um crescente número de mortes em ambos os géneros, facto
que, certamente, vem acentuar ainda mais o crescente aumento destas doenças.1,3 Para um cálculo
correto do impacto das DRC são necessários mais estudos epidemiológicos sobre o impacto,
vigilância e fatores de risco, com questionários e espirometria basal, uma vez que os dados
disponíveis referem-se a menos de 25% da população mundial e provêm sobretudo dos países de
altos rendimentos. Este conhecimento incompleto faz com que seja difícil sensibilizar a opinião
pública e elaborar políticas de prevenção e controlo destas doenças.1
Para além do impacto negativo que as DRC evitáveis têm na qualidade de vida das pessoas,
provocando muitas vezes a morte prematura, é necessário também reforçar o encargo que estas
representam a nível económico para os países e que muitas vezes são menosprezados. Passando,
por exemplo, pela redução de rendimentos, tanto dos doentes como dos familiares que cuidam
deles; assim como a perda de oportunidades nos jovens, que abandonam a escola para cuidar dos
familiares doentes ou para arranjarem emprego.1Tudo isto apresenta custos diretos e indiretos
astronómicos.12
Relativamente à espirometria, trata-se de um exame não invasivo e com grande importância nos
Cuidados de Saúde Primários (CSP), no entanto a falta de recursos e de formação dos operadores
fazem com que este não esteja disponível na grande maioria dos centros de cuidados primários de
4
todo o mundo.1,9,11,12 Segundo a Drª. Monica Fletcher, Presidente da Fundação Europeia do Pulmão.
“Os exames espirométricos são como uma IPO (Inspecção Periódica Obrigatória) para os pulmões - o
mais certo é estar tudo bem, mas podem ser importantes para descobrir quaisquer problemas
potencialmente fatais”.
A espirometria é a medida mais adequada para promover a saúde respiratória, pois pode,
precocemente, dar informações sobre danos permanentes que os pacientes possam estar a infligir
aos seus pulmões.
Em 2012, por despacho, surgem 2 programas prioritários de saúde a desenvolver pela Direção-Geral
da Saúde (DGS), que são o Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo (PNPCT) e
o Programa Nacional para as Doenças Respiratórias (PNDR), relativamente às atividades a
desenvolver entre 2012 e 2016.8,13
No âmbito do PNDR, pretendem-se reunir esforços do sistema de saúde e de outros sectores da
sociedade por forma a reduzir a morbilidade, a incapacidade e a mortalidade das DRC a nível
nacional, consideradas doenças prioritárias de intervenção, pretendendo-se para além disso uma
vigilância epidemiológica destas doenças.14 Os objetivos específicos passam por melhorar a
acessibilidade dos doentes respiratórios à prestação de cuidados de saúde, melhorar a articulação
entre os diversos níveis de cuidados e fazer com que os doentes fluam facilmente no sistema
segundo as suas necessidades, através da elaboração e implementação de uma rede integrada de
cuidados respiratórios para estas doenças, contribuindo para a precocidade do diagnóstico,
nomeadamente aumentando em 30% a acessibilidade às espirometrias nos CSP e reduzindo em 2% a
morbilidade e mortalidade de cada doença respiratória.8 Este programa tem como principal
referencial estratégico a GARD, considerando também outros referenciais estratégicos e científicos
internacionais específicos, como a GINA e a GOLD.2,8
Relativamente à DPOC, devido ao elevado impacto desta doença, a DGS emite o Programa Nacional
de Prevenção e Controlo da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (PNPCDPOC).11
Tendo por base a evidência das melhores práticas e conhecimentos científicos, estes programas têm
como área transversal de intervenção a qualidade, zelando pela padronização de práticas e
conhecimentos, para que se mantenha a qualidade e segurança relativamente aos profissionais de
saúde, aos doentes e seus cuidadores e relativamente ao equipamento técnico, com o objetivo de
conseguir ganhos em saúde através de uma melhor prestação de cuidados de saúde.8
Prevenção e Promoção das Doenças Respiratórias Crónicas
A promoção da saúde passa por um processo de consciencialização das pessoas, para que possam ser
responsáveis e ter controlo sobre a sua saúde e respectivos determinantes.1
Devido à existência de outras prioridades no âmbito da saúde, até ao momento as Doenças
Respiratórias Crónicas (DRC) não têm recebido a devida atenção por parte das autoridades
responsáveis, não sendo reconhecida a sua importância em muitos países. Esta diminuta atenção
5
relaciona-se também com os escassos dados disponíveis sobre a prevalência e incidência destas
doenças pois estes assentam em estatísticas de mortalidade que subavaliam a situação
epidemiológica. Mesmo assim, apesar do subdiagnóstico destas doenças, as estimativas mundiais
apontam para um crescente número de mortes em ambos os géneros.3 Para um cálculo correto do
impacto das DRC são necessários mais estudos epidemiológicos, com questionários e espirometria
basal, uma vez que os dados disponíveis referem-se a menos de 25% da população mundial e provêm
sobretudo dos países de altos rendimentos. Este conhecimento incompleto faz com que seja difícil
sensibilizar a opinião pública e elaborar políticas de prevenção e controlo destas doenças.1
O estudo Burden of Obstructive Lung Disease (BOLD) está a ser realizado em diversas partes do
mundo, incluindo em países de baixos e médios rendimentos. Este estudo, entre outros objectivos,
pretende determinar a prevalência da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), em cada país,
através da aplicação do questionário BOLD e da realização da espirometria. Alguns dos resultados já
estão disponíveis e confirmam que a prevalência da DPOC é bastante elevada.1 Devido ao impacto
da DPOC a 53.ª Assembleia Mundial de Saúde considerou as DRC como uma das quatro principais
doenças com prioridade em termos de prevenção e de controlo.3 Também a Declaração Política
sobre Prevenção e Controlo de Doenças Não transmissíveis, fruto da Reunião do Alto nível da
Assembleia Geral das Nações Unidas, da qual foram signatários os estados membros da Organização
das Nações Unidas (ONU), reconheceu as DRC como um problema de saúde pública, global e
urgente, sendo necessário tomar medidas para o seu combate.8 Este aumento crescente das DRC
está altamente relacionado com os fatores de risco, muitos dos quais são evitáveis. Neste sentido,
torna-se imperioso aplicar legislações e políticas que protejam as pessoas destes riscos, assim como
sensibilizá-las para esta problemática.3
O consumo do tabaco é um dos principais fatores de risco para a DPOC. Uma carga tabágica elevada
encontra-se associada a uma maior probabilidade de desenvolver obstrução das vias aéreas. No
entanto, o valor a partir do qual este índice é considerado preditivo de alterações não se encontra
bem definido na literatura. Alguns autores consideram como melhor indicador de alterações uma
carga tabágica acima de 40 Unidades Maço Ano (UMA),15 outros uma carga tabágica acima de 20
UMA.14 Utilizando uma abordagem diferente, outros autores classificam os indivíduos em fumadores
ligeiros (carga tabágica inferior a 15 UMA) e moderados a grandes fumadores (carga tabágica igual
ou superior a 15 UMA).16 Ainda no que diz respeito ao tabagismo, vários esforços têm sido feitos
para o seu controlo, como é o caso do Framework Convention on Tobacco Control, um tratado
internacional do qual mais de 140 países fazem parte e muito mais deveriam fazer.1 Recentemente,
dados do relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) intitulado Mortality attributable to
tobacco vieram confirmar a grande influência que o tabaco tem na saúde respiratória, o qual é
responsável por uma grande taxa de mortalidade.2 Neste sentido, cada vez mais estão a ser
implementadas pelos governos em todo o mundo políticas relativamente ao fumo do tabaco em
locais públicos e de trabalho.1 Relativamente ao fumo passivo, há ainda que ter em conta os riscos
do fumo em 3ª mão. A nicotina residual do fumo de tabaco é absorvida nas superfícies interiores
6
(paredes, roupas, estofos, mobílias) e reagindo com o óxido nítrico ambiental forma nitrosaminas
cancerígenas específicas. Estes poluentes voláteis podem depois ser libertados e inalados. Um
reflexo deste problema é a recente medida aplicada ao fumo dentro dos veículos, uma vez que
dentro destes são detetadas elevadas concentrações desses agentes.2
Experiência da ESTeSL na promoção da saúde respiratória
Na última década, tem sido acumulada na ESTeSL experiência no domínio do diagnóstico
espirométrico e da sensibilização para as doenças respiratórias, através da organização ou da
participação em iniciativas de cariz diverso. Destas destacam-se:
- Comemoração, nas instalações da ESTeSL, do Dia Mundial da Espirometria em 2010 e em 2012.
Foram realizadas espirometrias à comunidade académica e à população em geral;
- Participação no projecto Pneumobil II, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
Nesta iniciativa foram realizadas espirometrias a mais de 5000 pessoas, em várias localidades do
país. A responsabilidade do rastreio espirométrico foi de uma docente da área científica de
cardiopneumologia da ESTeSL;
- Participação no estudo Burden of Obstructive Lung Disease da responsabilidade da Sociedade
Portuguesa de Pneumologia, cujos resultados já foram apresentados internacionalmente e já se
encontram publicados17. A responsabilidade do estudo espirométrico foi de uma docente da área
científica de cardiopneumologia da ESTeSL;
- Realização de diversos rastreios espirométricos no âmbito de protocolos celebrados com várias
entidades.
Com uma história e cultura de 30 anos, a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa
(ESTeSL), unidade orgânica do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), «tem como missão o estudo, a
docência, a investigação e a prestação de serviços à comunidade no âmbito das ciências e
tecnologias da saúde, contribuindo para a qualidade e melhoria da saúde», segundo os seus atuais
estatutos, (artigo 8º da Lei n.º 62/2007, de 10 de Setembro, nº 1, alínea f). Este projecto, o Centro
de Estudos Espirométricos da ESTeSL (CEE-ESTeSL), enquadra-se na vertente da prestação de
serviços à comunidade.
7
1.2 Objetivos
Este projeto tem como objetivo constituir um centro excelência no diagnóstico espirométrico e na
educação para a saúde na área respiratória
Objetivo Geral do CEE-ESTeSL
Contribuir para a prevenção, diagnóstico e follow-up das doenças respiratórias através do estudo
espirométrico e da promoção de boas práticas na saúde respiratória.
Objetivos específicos do Centro de Estudos Espirométricos
- Realizar de forma contínua e sustentada, estudos espirométricos na comunidade académica do IPL
e na população em geral
- Identificar situações de risco ou indiciadoras de doença na população rastreada;
- Apoiar instituições ou entidades relacionadas com as DRC, através da realização de estudos
espirométricos;
- Desenvolver elevados standards de qualidade na realização e interpretação da espirometria;
- Promover ações de sensibilização e educação para a saúde na área respiratória, principalmente
orientadas para a cessação tabágica e para as boas práticas inalatórias.
- Incentivar a investigação em saúde, na área respiratória
3.Destinatários
Comunidade Académica da ESTeSL e população em geral.
4. Atividades a desenvolver (Cronograma -calendário, horários, tarefas)
Calendário:
Pretende-se que o Centro funcione durante todo o ano e que inicie a sua actividade em Outubro de
2013. Contudo os primeiros 6 meses terão um carácter de projecto piloto, para que possam ser
aferidos todos os aspectos inerentes ao seu bom funcionamento.
Horário:
- outubro de 2013 a março de 2014: 2ª feira, 3ª feira e 5ª feira de manhã, das 9h às 13h.
Para os restantes meses, o horário será definido com base na análise do funcionamento do projectopiloto.
Tarefas do CEE-ESTeSL
1. No âmbito do estudo espirométrico e do apoio às acções de rastreio:
- Realização de exame espirométrico, seguido de estudo da broncodilatação nas alterações
ventilatórias obstrutivas;
- Realização do relatório técnico e, se necessário, clínico e encaminhamento das situações
relevantes para o médico assistente.
8
2. No âmbito das boas práticas na saúde respiratória:
- Realização de sessões de sensibilização e informação sobre o tabagismo
- Realização de acções de apoio à cessação tabágica
- Ensino sistemático das técnicas inalatórias e realização de acções de formação dirigidas a
diferentes públicos-alvo
3. No âmbito do desenvolvimento de um centro de excelência:
- Desenvolvimento de projectos de investigação com base nos dados recolhidos;
- Desenvolvimento de projectos de investigação inovadores em torno do diagnóstico espirométrico
das DRC;
- Realização de acções de formação sobre boas práticas espirométricas.
7. Recursos
7.1 Recursos Humanos
Os recursos humanos afetos ao CEE-ESTeSL dependerão da evolução do centro. Inicialmente
prevê-se:
•
3 Docentes da área científica de Cardiopneumologia;
•
Monitores;
•
Cardiopneumologistas licenciados em regime de voluntariado;
•
Estudantes de Cardiopneumologia (nª a definir);
•
1 Auxiliar de Laboratório;
•
1 Técnico de secretariado clínico.
7.2 Parceiros a envolver
•
Sociedades cientificas
•
Laboratórios farmacêuticos
•
Associações de utentes
• Empresas de equipamentos e consumíveis em saúde
7.3 Recursos Físicos e Logísticos
Os recursos físicos e logísticos a utilizar serão:
•
Gabinete de Atendimento/receção - piso 0
•
Laboratórios de Função Respiratória - 1.60 e 1.50 - piso 1
•
Sala de espera aos utentes ….. -piso 1
•
Wc - piso 1
•
Sala de desinfecção - piso 2
9
8. Plano Orçamental
Nota:
De acordo como estabelecido com a Presidência da ESTeSL.
10. Resultados a alcançar
- Destacar a ESTeSL enquanto centro de referência no diagnóstico espirométrico das patologias
respiratórias.
- Promover a ESTeSL enquanto parceiro de excelência de projetos de investigação que envolvam o
diagnóstico espirométrico.
Além dos acima referidos, também se pretende:
•
Aproximar os estudantes da ESTeSL da sociedade em geral;
•
Divulgar a escola, as tecnologias da saúde e o curso de licenciatura em cardiopneumologia;
•
Desenvolver projetos de investigação com os dados recolhidos no centro
11. Estratégia de comunicação
Desafio
Lançamento do Centro de Estudos Espirométricos na ESTeSL.
Problema/oportunidade
Dar a conhecer e credibilizar este Centro junto dos possíveis interessados tendo em vista a dinamização
do funcionamento interno dos serviços à comunidade da ESTeSL numa fase piloto.
Análise Swot
10
Pontos Fortes
Oportunidades
- A ESTeSL é uma Instituição de ensino de
- Difícil acesso aos cuidados de saúde por
referência na área das tecnologias da
parte dos utentes
saúde
- Campanhas de sensibilização no âmbito
- Recursos humanos especializados
das doenças de foro respiratório são muito
- Laboratórios clínicos devidamente
reduzidas entre a população
equipados
- O tabagismo é o principal factor de risco
- Instalações preparadas para a prestação
da DPOC, devendo ser considerado um
de serviços à comunidade
problema de saúde pública com tendência
- Custos reduzidos dos exames para o
a aumentar
utente
- O diagnóstico destas patologias exige a
realização de espirometrias
Pontos Fracos
Ameaças
- Indisponibilidade dos recursos humanos
- Fraca adesão das instituições
(estudantes e profissionais de CPL em
protocoladas
regime de voluntariado)
- Falta de meios de transportes das
- Restrições Orçamentais para a
instituições protocoladas para deslocar os
realização das actividades
utentes à ESTeSL
- Concorrência por parte de outras
instituições de ensino na área da saúde
Identificação e caracterização dos públicos
•
Comunidade Académica e familiares;
•
População em geral da zona de envolvência da ESTeSL
•
Instituições Protocoladas com a ESTeSL
•
Associações de solidariedade social, lares de 3ª idade, de entre outras instituições.
Percurso Estratégico
Pretende-se desenvolver uma campanha de divulgação do projecto de prestação de serviços à
comunidade nas instalações da ESTeSL (exames espirométricos).
O material de divulgação do serviço (folheto) será simultaneamente de sensibilização alertando para as
doenças do foro respiratório.
Desta forma, há que definir três etapas do percurso estratégico a seguir:
Informar
Sobre os perigos das doenças do foro respiratório, sabendo-se que estas patologias são cada vez mais
uma das principais causas de mortalidade, de morbilidade crónica e de perda de qualidade de vida,
com tendência a aumentar no futuro próximo. Destas, destaca-se a doença pulmonar obstrutiva crónica
11
(DPOC), hoje considerada um dos problemas de saúde pública de elevada magnitude.
O diagnóstico precoce é uma intervenção de saúde pública fundamental para o combate a estas
patologias.
Consciencializar
Os utentes que o diagnóstico atempado destas patologias, permite uma intervenção terapêutica
precoce e maior sucesso no retardar da evolução natural destas doenças.
Motivar
Para a realização do exame espirométrico, que permite fazer o diagnóstico da DPOC e que permite
avaliar as repercussões funcionais respiratórias de outras.
Parcerias Estratégicas
Existem parcerias estratégicas de duas valências, ou seja, aquelas que poderão vir a minimizar os
custos do projecto, através dos patrocínios de consumíveis clínicos necessários à realização dos
exames, nomeadamente:
•
Laboratórios Tecnifar; Pfizer;Boehringer - Ingelheim PT.
Por outro lado, as parcerias que nos ajudarão a obter um número suficiente de pacientes para a
execução do projecto, nomeadamente:
•
Instituições protocoladas com a ESTeSL
Divulgação:
- Afixação de cartazes do projeto nos placards da ESTeSL;
- Destaque no plasma do Átrio do Piso 0 da ESTeSL;
- Destaque no site da ESTeSL;
- Envio de e-mail para toda a comunidade académica da ESTeSL (data a definir);
- Envio de e-mail para os ex-estudantes da ESTeSL (data a definir);
- Envio de e-mail para as Instituições protocoloadas com a ESTeSL (data a definir);
Material de Comunicação a desenvolver:
- Logótipo ou imagem alusiva à actividade clínica a praticar;
- Cartaz;
- Banner;
- Folheto (conteúdos a analisar pela área cientifica de CPL e respectivo departamento)
Calendarização da Atividade
A definir pela área científica de Cardiopneumologia e respectivo departamento
11. Outros Campos de Informação Pertinentes
12
12. Bibliografia
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Management
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Prevention
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10. Soares S, Costa I, Neves AL, Couto L. Characterisation of a population at increased risk of COPD.
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DESPACHO nº 34-2013 - Centro de Estudos Espirométricos da