FORMAÇÃO ATEMPA Eleição de diretores no contexto da gestão democrática: qualificando o debate da democracia na escola pública municipal A construção da gestão democrática na Rede Municipal de Ensino POA e a eleição de diretor(a) Vera Maria Vidal Peroni Isabel Letícia Pedroso de Medeiros CONTEXTO BRASILEIRO ANALFABETISMO E ESCOLARIZAÇÃO 120 100 80 60 analfabetism o escolarização 40 20 0 1950 1960 1970 1980 1990 2000 60 50 40 EVOLUÇÃO TEMPORAL DA TAXA DE ANALFABETISMO POR DÉCADA 30 20 10 0 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 CONTEXTO BRASILEIRO Redemocratização do país, a partir da década de 1980 Luta por uma escola pública de qualidade: democratização do acesso, trajetória com sucesso Fórum em defesa da escola pública: disputa no Processo Constituinte Democratização da gestão; participação popular na elaboração das políticas educacionais nacionais e locais; controle social do público pela sociedade civil POLÍTICAS EDUCACIONAIS CONTEXTO SOCIAL, POLÍTICO E ECONÔMICO RECONTEXTUALIZAÇÃO PEDAGÓGICA (MÍDIA, MOVIMENTOS SOCIAIS, EDITORES) IMPLEMENTAÇÃO (PROFESSORES, PAIS, ALUNOS) TEXTOS EDUCACIONAIS (concepção ampla) RECONTEXTUALIÇÃO FORMAL - INSTÂNCIAS ESTATAIS E DIREÇÃO INSTITUCIONAL (políticas concretas/orientadoras) FUNDAMENTO LEGAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 Art. 1º, parágrafo único: todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente; Art. 206: o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: IV- gestão democrática do ensino público, na forma da lei; Art. 60 (ADCT) III – observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, IV do caput do art. 208 da CF as metas de universalização da educação básica estabelecidas no PNE, a lei disporá sobre: d) fiscalização e controle de fundos FUNDAMENTO LEGAL LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL – 1996 Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino. IX – garantia de padrão de qualidade. Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da GD do ensino público na EB, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do PP da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – 2001 Objetivos e prioridades: Democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. CONCEPÇÃO E VIVÊNCIA – O QUE É GESTÃO? O QUE É DEMOCRACIA? DEMOCRACIA/DEMOCRACIAS... - é discurso, é prática - qual o sentido que a define? - que prática a concretiza? - como representar todas as lutas identitárias? como coibir a corrupção? como equacionar interesses divergentes? - que dimensões recobre? política, economia, cultura? - sob quais condições o princípio da democracia pode não ser um engodo? - democracia liberal representativa: restrita, meio de garantir liberdade econômica - social-democracia: igualdade - democracia popular participativa: finalidade coletiva e social GESTÃO Primazia da relevância humana ou da burocracia, do mercado? - governo das pessoas e dos processos - regulação/ direcionamento visando determinados objetivos e metas - definição de concepções e modelos - planejamento/execução - avaliação buscando o aprerfeiçoamento - definição de prioridades GESTÃO DEMOCRÁTICA DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO Lei do Sistema que preveja participação na formulação de políticas educacionais: Conferências; Congressos Conselho Municipal de Educação autônomo e atuante Demais conselhos atuantes: CMDCA, CT, CA, FUNDEB Plano Municipal de Educação GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR PERCURSO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA EM PORTO ALEGRE 1985 – Lei do Colegiado Escolar 1991 – Lei do Conselho Municipal de Educação 1992 – Lei dos Conselhos Escolares 1993 – Lei de Eleição Direta para Diretor 1998 – Repasse de Recursos Financeiros – OP SMED 1998 – Sistema Municipal de Educação (Congresso Municipal de Educação) 2004 – Plano Municipal de Educação CONQUISTA DOS INSTRUMENTOS FORMAIS. E A VIVÊNCIA DEMOCRÁTICA? ELEIÇÃO DE DIRETOR – QUE DIRETOR QUEREMOS? “PILOTAR” DESCONSIDERAR O CONTEXTO; SEGUIR AS ROTAS TRAÇADAS; FECHARSE NA CABINE; SEGUIR A ORIENTAÇÃO DA TORRE DE COMANDO “SURFAR” APROVEITAR CADA NOVA ONDA; CADA DIA É UM DIA “GERIR” - RESPEITAR DIFERENTES TRADIÇÕES E HISTÓRIAS; TER PROJETO; GERIR O NOVO COM CUIDADO E RESPONSABILIDADE; CUIDAR DOPRESENTE DE OLHO NO FUTURO; EDUCAR PARA A AUTONOMIA E PARA A DEMOCRACIA MAGALHÃES; STÖER, 2005 PAPEL DO DIRETOR 1) Exercer autoridade sobre adultos, crianças e jovens, negociar, fazer com que regras sejam respeitadas; 2) Dividir os recursos equitativamente (tempo, espaço, tecnologias, verbas, equipamentos, etc.) 3) fazer com que pessoas diferentes trabalhem juntas, fomentar o espírito de uma comunidade educativa 4) Assumir a seleção e a orientação escolares, garantir a equidade, promover as negociações e os recursos 5) conferir identidade e projeto ao estabelecimento de ensino; 6) trabalhar com os pais, as autoridades locais, as associações, a administração central 7) oferecer um espaço para a cultura e necessidades das crianças e jovens 8) motivar, avaliar, liderar o grupo docente 9) modernizar e humanizar a relação pedagógica, as didáticas, os horários, a avaliação 10) ter clareza do seu papel, respeitar a comunidade escolar, controlar angústia e estresse, cultivar sua formação 11) Trabalhar em equipe, descentralizar a gestão, manter preocupação local, mas com visão global 12) Respeitar, atender e informar sobre leis, normas, diretrizes gerais e da educação, vida escolar e funcional 13) Promover o planejamento, execução e avaliação participativa, garantindo a gestão democrática 14) organizar a gestão financeira a partir do PPP, junto com o CE CULTURA DE BAIXA INTENSIDADE DEMOCRÁTICA Promessas eleitorais irrealizáveis “compra” de votos com promessas de favorecimentos ilícitos ou brindes “curral eleitoral” - constrangimento do eleitorado Propaganda enganosa e avaliação distorcida do contexto Disputa desqualificada: ofensas, desmoralizações, ataques pessoais, falsas acusações, artimanhas, etc. Divisão e competição desmedida de grupos em torno de interesses corporativos ou personalidades, desconsiderando o objetivo maior da instituição: o tudo ou nada, os fins justificam os meios Manipulação de setores com pouca informação CULTURA DE ALTA INTENSIDADE DEMOCRÁTICA Disputa em torno de projetos educacionais com objetivos e estratégias claros; Projetos desafiadores, inovadores, mas exequíveis Consideração aos fundamentos legais e normativos Respeito aos limites e possibilidades do papel e autoridade do diretor Atenção ao caráter educativo e formativo da eleição, principalmente no âmbito do espaço escolar: respeito aos outros, a valores e princípios democráticos Compromisso com a gestão democrática Qualificação da autonomia da escola e de seu objetivo fundamental: formação cidadã e ensino O QUE É GESTÃO DEMOCRÁTICA PARA OS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO? QUAIS SÃO NOSSAS DIRETRIZES E BASES PARA O PROCESSO DE ELEIÇÃO DE DIRETOR? QUE DIRETORES QUEREMOS PARA NOSSAS ESCOLAS?