Epidemiologia
Patrícia Quirino da Costa
Fortaleza, 2010
O que é epidemiologia?
• É a ciência básica da
Saúde Coletiva
• Estuda a distribuição
das doenças e suas
causas na população
• Principal ciência da
informação em saúde
O que é epidemiologia?
• Ciência que estuda o
processo saúde-doença
na sociedade, (....)
propondo medidas
específicas de prevenção,
controle ou erradicação
de doenças, e fornecendo
indicadores que sirvam de
suporte ao planejamento,
administração e avaliação
das ações de saúde.
Introdução
• Origem da palavra - epidemia
grego- população
• determinação de agentes etiológicos,
fatores de susceptibilidade, forma de
transmissão e determinantes da doença.
• Circunstâncias que a doença pode
acontecer – microbiológicas, fator
social,genético ou ambiental
Como evoluiu a epidemiologia?
mágica ou sobrenatural
empírica
científica
Como surgiu a epidemiologia?
• desde os primórdios do pensamento
ocidental na Grécia Antiga
• As duas filhas do deus Asclépios:
Panacéia
e
Higéia
padroeira da medicina
curativa, realizada por
meio de manobras,
encantamentos, preces
e uso de pharmakon
apregoava a saúde
como resultante da
harmonia dos homens
e dos ambientes, por
ações preventivas e
coletivas
Qual a origem do termo
Epidemiologia?
• enfermidades - fenômeno de massa
• Hipócrates
• "epidemeion” - "visitam“
"endemeion“ – “residem”
• doença -fenômeno próprio da natureza
• Idéia :Katastasis ou constituição
epidêmica‘
• ocorrência epidemias - circunstâncias
geográfico-atmosféricas
Qual a origem do termo
Epidemiologia?
• Característica marcante:
fenômeno epidêmico como o desequilíbrio
de uma harmonia da natureza, apreendida
como totalidade
• Idéia adotada por seus seguidores
• Método Hipocrático: - coleta de
informações, exame dos doentes,
acompanhamento da evolução da doença,
comparação com outros casos
Medicina na Grécia Antiga
Uso do método científico (observação experimental)
Enunciados das Teorias Hipocráticas:
1) Cada doença tem uma causa natural
2) Um efeito similar pode ser provocado por diferentes
causas
3) A doença é desequilíbrio do estado natural do corpo
4) Os fatores causais das doenças podem ser: internos
(dieta, exercício) ou externos (ar, vento calor, frio)
Medicina na Grécia Antiga
Uso do método científico (observação experimental)
Enunciados das Teorias Hipocráticas:
5) Os humores são 4: sangue, muco, bile
amarela e bile negra. Se desequilibrados
causam doença
6) Relação sexual, feridas e ferimentos
podem causar doenças
Medicina na Grécia Antiga
Galeno (200a.C) – O Experimentalismo
Observava doentes e doenças
Fiel a Medicina Hipocrática
1o na Medicina a fazer experimentações em:
- fisiologia - descobriu o funcionamento do
sistema urinário
- anatomia - 1a teoria da circulação do sangue
- doença estar
ligada a determinado órgão
Seguidores de Hipócrates
• Mulcumanos - os princípios de Higiene e
Saúde Pública
• Teoria dos Miasmas
vapores ou miasmas que saíam de certos tipos
de solo (pantanosos), ares noturnos doenças às pessoas que tinham contato com
eles - individual
Idade Média
• Catolicismo romano e invasões dos bárbaros
 práticas de saúde de caráter mágico-religioso
• prática médica para os pobres exercida por
religiosos (por caridade) e por leigos, boticários,
barbeiros-cirurgiões (por profissão)
• Durante este período a medicina árabe, sob os
princípios hipocráticos, apresenta avanço
tecnológico e caráter coletivo, com Avicena e
Averoés
Quantificações
• Surgimento dos Estados: necessidade de contar
o povo (produção) e o exército (poder) com
surgimento da Estatística
(Estado=status + isticum=contar)
• John Graunt em 1662: Tratado de tabelas
mortuárias de Londres, proporção de crianças
que morriam antes dos 6 anos de idade
(pioneiro na utilização de coeficientes)
• Primeiros registros anuais de mortalidade e
morbidade realizados pelo estado
Século XVII
• medicina coletiva: Medicina veterinária
• Academia de Medicina de Paris - Ordem
Real
epidemia dizimando periodicamente o
rebanho ovino - graves perdas para a
nascente indústria textil
• esforço de sua eliminação
• Não se relata obtiveram algum resultado.
Século XVII
• O fato é que, em se tratando de humanos, a
"ciência clínica" começa reforçando mais ainda o
estudo do unitário, o caso.
• Noah Webster (1799) -pesquisa das
enfermidades - correspondência com médicos
• um trabalho em dois volumes
• múltiplos fatores ambientais se combinam para
afetar um grande número de pessoas
simultaneamente
Século XVIII
• França - Medicina urbana
• Teoria Miasmáticas
• sanear os espaços das cidades, disciplinar a
localização de cemitérios e hospitais, arear as
ruas e construções públicas
• Revolução Industrial - força do trabalho desgaste da classe trabalhadora deteriora
profundamente as suas condições de saúde
• Friedrich Engels em seu "As Condições da
Classe Trabalhadora na Inglaterra em 1844" Medicina Social – Epidemiologia critica
Século XVIII / XIX
• 1802 - Juan de Villalba – Epidemiologia epidemias espanholas
• Medicina Social- Guèrin(1838)- coletivamente
a questão da saúde
• 1854 - John Snow - coléra
pai da epidemiologia
associação causal entre a doença e o consumo
de água contaminada por fezes de doentes
Londres em meados do século XIX
Atualmente
• Epidemiologia Moderna – campo
• A demonstração de que vários fatores
contribuem para a determinação da doença
expandiu o interesse da Epidemiologia para as
doenças crônicas.
• A Epidemiologia das doenças transmissíveis
ainda é da maior importância nos países em
desenvolvimento, que ainda convivem com
doenças tais como Sarampo, Rubéola, Malária,
Dengue e Toxinfecções alimentares, entre
outras.
Transição Epidemiológica
• Mudanças perfil de morbidade e de
mortalidade de uma população
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Mortalidade - doenças infecciosas e
parasitárias- 46% (1930) - 5,3% (2005)
• doenças do aparelho circulatório - 10%
(1930) - 32% (em 2005)
• neoplasias - 2%(1930) - 16,7%(2005)
Transição Epidemiológica
doenças de maior impacto para a saúde
pública :
1. as doenças cardiovasculares
2. o câncer, particularmente o cérvicouterino e o de mama em mulheres e de
estômago e pulmão nos homens,
3. o Diabetes Mellitus,
4. as Doenças Respiratórias Crônicas.
Classificação
Descritiva – descreve ocorrência e
distribuição de doenças, desordens,
defeitos
Analítica - estuda as causas, suas
associações e medidas
Experimental -observador para provar suas
hipóteses ou para analisar um
experimento natural.
Epidemiologia -objetivo
• contribuir para a compreensão da doença
• conduzir a métodos de prevenção
• forma de transmissão e determinantes da
doença
• Circunstâncias:
Microbiológicos
Toxicológicos
Fatores genéticos, sociais ou ambientais
Epidemiologia - Aplicabilidade
•
•
•
•
•
•
História da origem e declínio da doenças.
Diagnóstico populacional pela presença, natureza
e distribuição dos eventos e alterarem a saúde.
Definição de problemas de saúde e suas
prioridades.
Estimativa de riscos individuais em relação à
doença.
Complementação de quadros clínicos e descrição
da história atual da doença.
Auxílio na solução de problemas administrativos
pela análise de pesquisas operacionais.
Epidemiologia - Aplicabilidade
•
•
•
•
•
Determinação da internação dos fatores
referentes aos agentes, o homem e o meio.
Estudo da atitude, do comportamento social e
dos problemas relativos à educação em saúde.
Auxílio à prática médica através da
epidemiologia clínica.
Determinação das necessidades e dos métodos
para controlar e prevenir os eventos
alteradores da saúde.
Estudo dos serviços de saúde, tendo em vista a
sua melhoria.
Epidemiologia – Exemplos
•
•
•
•
•
má formação congênita – rubéola
Talidomida – focomelia,
leucemia – raio X(gestação)
hábito de fumar – câncer
mortalidade infantil – classe social
Elementos importantes
População x Amostra
• É o conjunto de entes portadores de,
pelo menos, uma característica comum
Exemplo: Os estudantes
apresentam pelo menos uma
característica comum: são os que
estudam
• Amostra - subconjunto da
população.
Critérios de elegibilidade
• Para delimitar a população de interesse,
devemos definir os critérios de
elegibilidade,
• conhecer esses critérios, para que
compreenda a população à qual podem
ser generalizadas as descobertas.
• Esses critérios devem ser estabelecidos
antes da seleção das amostras.
EXEMPLO: Análise de uma população
definida como estudantes brasileiros de
enfermagem
• Esta população incluiria os estudantes de
todos os programas?
• Seriam incluídos estudantes do turno
noturno?
• E os enfermeiros já registrados que voltam à
escola, na busca de um bacharelado?
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE ESPECIFICADOS
EM UM ESTUDO DE ENFERMAGEM* (Polit;
Hungler, 1995, p.144).
Enunciado do problema
Critérios de elegibilidade
Qual é a qualidade de vida percebida entre pacientes
que foram submetidos a um transplante de medula
óssea em um centro médico no Meio-Oeste? (Belec,
1992)
Para ser selecionado para o estudo, o paciente
precisa:
 Ter, no mínimo, um ano de pós-transplante
 Ser um recebedor de transplante autólogo ou
alogênico
 Não estar hospitalizado, no momento da coleta
de dados (embora possa estar recebendo
atendimento como paciente externo)
 Ser capaz de ler e escrever em seu idioma
materno
 Querer participar do estudo e assinar um
formulário de consentimento
*A
amostra final para o estudo consistiu em 24 pacientes que fizeram transplante de medula óssea.
AMOSTRAGEM
• “Refere-se ao processo de seleção de
uma parte da população para
representar sua totalidade.” (Polit;
Hungler, 1995, p.144).
• “O principal elemento a ser levado em
conta, na avaliação de uma amostra, é
sua representatividade.”
O objetivo e critério maior da
amostragem
Maximizar a REPRESENTATIVIDADE, ou seja, tornar a
amostra, o mais significativa, possível.
 Dois
critérios
representatividade
para
maximizar
a
- Intencionalidade: o pesquisador intervém na escolha
dos indivíduos por razões ligadas aos objetivos da
pesquisa.
- Aleatoriedade: quando não há razões ligadas aos
objetivos da pesquisa.
O cálculo do tamanho da amostra
Fatores que determinam o tamanho da amostra
• Amplitude do universo
Os universos de pesquisa podem ser finitos ou infinitos.
Convencionou-se que os finitos são aqueles cujo
número de elementos não excede a 100.000. Universos
infinitos, por sua vez, são aqueles que apresentam
elementos em número superior a esse. Influência na
fórmula da amostra!!
Confiabilidade da pesquisa
Nível de confiança estabelecido
O nível de confiança de uma amostra refere-se à área
da curva normal definida a partir dos desvios-padrão em
relação à sua média.
1 desvio padrão = 68% de representatividade
2 desvios = 95,5% de seu total
3 desvios = 99,7% da amostra ou população
Curva normal ou Sino
ATENÇÃO: quanto maior o nível de confiança,
maior o tamanho da população.
Erro da pesquisa
Erro máximo permitido
•
Os resultados obtidos numa pesquisa elaborada a partir de amostras não
são rigorosamente exatos em relação ao universo. Esses resultados
apresentam sempre um erro de medição. Nas pesquisas sociais trabalha se
usualmente com uma estimativa de erro entre 3 e 5%.
ATENÇÃO: quanto maior a amostra, menor o erro.
- Percentagem com que o fenômeno se verifica
A estimação prévia da percentagem com que se verifica
um fenômeno é muito importante para a determinação do
tamanho da amostra.
Fórmula para cálculo de amostras
para populações finitas
Quando a população pesquisada não supera 100.000
elementos, a fórmula para o cálculo do tamanho da amostra
é a seguinte:
onde:
n =Tamanho da amostra.
2. p . q . N
n=
e2 (N-1) + 2 p.q
2 = Nível de confiança escolhido, expresso em número de
desvios-padrão.
p = Percentagem com a qual o fenômeno se verifica.
q = Percentagem complementar (100-p).
N = Tamanho da população.
e2 = Erro máximo permitido.
Fórmula para cálculo de amostras
para populações infinitas
A fórmula básica para o cálculo do
tamanho
de
amostras
para
populações infinitas passa a ser a
seguinte:
onde:
n = Tamanho da amostra
2 = Nível de confiança escolhido, expresso em número de
desvios- padrão
p = Percentagem com a qual o fenômeno se verifica
q = Percentagem complementar (100 - p)
e2 = Erro máximo permitido
2. p. q
n=
e2
Fórmula para cálculo de amostras
para populações finitas

População Finita
Uma pesquisa que tenha por objetivo verificar quantos dos 10.000
empregados de uma fábrica são sindicalizados. Presume-se que esse
número não seja superior a 30% do total, deseja-se um nível de confiança
de 95% (dois desvios) e tolera-se um erro de até 3%.
Então:
2. p . q . N
n=
e2 (N-1) + 2 p.q
Fórmula para cálculo de amostras
para populações infinitas
População Infinita
Verificar o número de protestantes residentes em determinada cidade com
uma população superior a 100.000 habitantes. A percentagem com que o
fenômeno se verifica é de 10%. O nível de confiança bastante alto
(superior a 99,9%), aplica-se à fórmula 3 desvios e o erro máximo tolerado
de 2%.
Assim, tem-se a equação:
2. p. q
n=
e2
Segundo Polit; Hungler (1995), o ideal seria que
uma descrição dos seguintes aspectos da
amostra:
• O tipo de método de amostragem usado (por
conveniência, aleatória simples)
• A população estudada e os critérios de
elegibilidade para a seleção da amostra
• O método de recrutamento dos sujeitos
(através de convite direto pelo pesquisador,
através de avisos colocados em um quadro)
• A quantidade de sujeitos no estudo e as
razões para o tamanho da amostra
Segundo Polit; Hungler (1995), o ideal seria que
o relatório incluísse uma descrição dos seguintes
aspectos da amostra:
• Uma descrição das principais características
dos sujeitos da pesquisa (idade, sexo,
condição médica, raça, etnia...), e, se
possível da população
• A quantidade e as características de sujeitos
potenciais que recusaram participar do
estudo, bem como daqueles que
concordaram em dele participar, mas que,
posteriormente, se retiraram.
Validade ou acurácia
Uma medição é válida se é apropriada
para a questão que se esta
pesquisando ou se mede corretamente
ou que se propõe.
A validade informa se os resultados
representam a “verdade” ou o quanto
se afastam dela.
Variáveis - Classificação
•
•
•
•
•
Quantitativas e Qualitativas
Qualitativas - diferenças radicais
mantêm entre si diferenças
não apenas de quantidades, mas
sim de natureza
quantitativas - envolvem diferenças nãosubstanciais, diferenças apenas
de grau
descontínuas (ou discretas) - valores
consecutivos expressos por números inteiros
Continuas - admitem valores fracionários
Modelo Epidemiológico
Definição
explicar o
aparecimento, a interrelação dos fatores e
a distribuição das
doenças nas
coletividades
entendimento o
processo saúdedoença.
Tipos Básicos
• Unicausal
• Multicausal
• Determinação
social da
doença
Unicausal
• o agente tem que ser achado em todas
as pessoas doentes → causa
necessária.
• o agente tem que estar ausente em
todas as pessoas sadias → causa
suficiente.
• o agente tem que ser capaz de induzir
uma doença similar em animais
M. tuberculosis → Tuberculose
Multicausal
• rede de relações causais entre os de
risco e a doença.
• engloba muitas variáveis
simultaneamente .
a desvantagem de não determinar uma
ordem de hierarquia entre as variáveis
em estudo
Determinação social da doença
• hierarquiza as variáveis causais em estudo,
relacionado os diversos fatores de risco.
• permite controlar os fatores de confusão
Determinação social da doença
• Infecções Respiratórias Agudas
1 º Nível: socioeconômicos (renda familiar e
escolaridade dos pais)
2 º Nível: biológicos (idade materna e ordem
de nascimento)
3 º Nível: ambientais (tipo de moradia,
exposição ao fumo passivo e aglomeração
familiar)
4 º Nível: nutricionais (peso ao nascer e
estado de nutrição atual) e práticas
alimentares (amamentação)
5 º Nível: freqüência à creche
História Natural da Doença
O que é saúde?
Prática clínica
“Ausência de doença”
“Doença: Falta ou pertubação da saúde”
•
• Aurélio
“Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas,
físicas e mentais se acham em situação normal.”
• OMS
“Saúde é um completo estado de bem estar físico, mental
e social, não apenas ausência de doença ou
enfermidade.”
BIOLOGIA
HUMANA
AMBIENTE
INCLUÍDO
O DO
TRABALHO
SAÚDE
HUMANA
ESTILO
DE VIDA
ORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO A
SAÚDE
O que é doença?
• É um sinal da alteração do equilíbrio
homem-ambiente, estatisticamente
relevante e precocemente calculável,
produzida pelas transformações
produtivas, territoriais, demográficas e
culturais.
História Natural das Doenças
• “as inter-relações do agente, do suscetível e
do meio ambiente que afetam o processo
global e seu desenvolvimento, desde as
primeiras forças que criam o estímulo
processo patológico no meio ambiente, ou
em qualquer outro lugar; passando pela
resposta do homem ao estímulo, até as
alterações que levam a um defeito, invalidez,
recuperação ou morte”
História Natural das Doenças
Fatores
sociais
Econ.
Biol.
Hospedeiro
Agente
Doença
Agentes: químicos, físicos ou biológicos
Períodos da História Natural das
Doenças
• Período patológico
• Período epidemiológico
• Período pré- patogênico
Período Pré-patogênese
•
•
•
•
•
O primeiro período da história natural
Pré-condições - Doenças
Fatores sociais.
Fatores ambientais.
Fatores do hospedeiro
TIPOS
EXEMPLOS
Fatores Sociais:
- Sócio-econômicos
Mais pobres mais doentes, aparentam mais idade, 2 a 3 vezes
mais propensos a doenças graves, maior freqüência de
doenças, morrem mais jovens, maiores taxas de mortalidade,
têm mais crianças de baixo peso.
- Sócio-políticos
Decisão política, nível de cidadania, participação comunitária,
acesso à informação.
- Socioculturais
Construção dos gêneros, diferenças raciais, preconceitos e
hábitos culturais.
- Psico-sociais
Relações parentais, falta de apoio social, condições de
trabalho estressante, carência afetiva.
Fatores Ambientais
Fatores do Hospedeiro
Ambiente físico, biológico, agentes químicos.
Biológicos, genéticos, psicológicos, resistência em geral,
susceptibilidade.
Período Patogênico
• Interação estímulo-susceptível.
• Alterações bioquímicas, histológicas e
fisiológicas.
• Aparecimento dos sinais e sintomas.
• Crônicidade.
Interação EstímuloSusceptível
A doença não se desenvolveu, porém todos os
fatores estão presentes para o seu desenvolvimento.
A doença já está implantada no organismo, porém
Alterações Bioquímicas,
sem manifestações clínicas.
Histológicas e Fisiológicas
Sinais e Sintomas
Os sinais da doença tornam-se nítidos, ao ser
atingido muitas alterações funcionais.
Cronicidade
A evolução da doença conduz a cronicidade ou
incapacidade física ou morte.
Período Epidemiológico
• Consiste no estudo de influências externas
que torna a prevenção possível
• Medidas em epidemiologia
Silicose
Definição:
Doenças pulmonar causada pela
aspiração da poeira sílica (minério).
Doença Antiga + ou – 1.250anos. Era
conhecida como doença das viúvas,
aonde os trabalhadores tinham morte
precoce 10 a 15 anos de trabalho.
Hospedeiro → Trabalhador
FISIOPATOLOGIA:
As partículas de Sílica invadem os
pulmões chegando à parede dos alvéolos.
São microscópicas + ou – 5µm
Causa inflamação → cicatrização →
fibrose, acomete todo o pulmão com
endurecimento pulmonar.
Trabalhadores apresentam dispnéia
progressiva de mínimos esforços ao
repouso.
Quadro clínico
Durante anos – Inexpressivo
(assintomático - tosse não produtiva ou
pequena secreção pela manhã, dores
torácicas não localizadas e episódios de
bronquite ou queixas gerais (tontura,
fraqueza, sudorese).
Após + ou – 10 anos - a dispnéia de
esforço evolui lenta e progressivamente
para fibrose pulmonar irreversível e nas
fases finais corpumonale e ICC.
Fatores pré disponentes
1. Respiração pela boca
2. Doenças broncopulmonares préexistentes
3. Tabagismo
4. Idade
5. Susceptibilidade individual
Atividades de risco

Industria extrativa de minerais;
 Beneficiamento de areia e ferro;
 Jateamento de areia e ferro;
 Industria de transformação:
cerâmica, louças, iodo;
 Abrasivos: marmoraria, corte e
polimento de granito;
 Freqüentemente esta associada a
Tuberculose e esta é uma
complicação grave.
Não se conhece a causa do aumento
a susceptibilidade à Tuberculose.
Periódico :
Rx de Tórax anual
Espirometria bianual
Prevenção e Controle:
 Suspensão da poeira na fonte,
prevenção da contaminação do
ambiente, enclausuramento do
processo, remoção da poeira, EPI.
 Trabalhadores que exercem atividades
com pó de sílica tem aposentadoria
especial, aos 25 anos mesmo sem ter a
doença se aposenta.
Dados epidemiológicos
Asbestose: Considerações Gerais
O Brasil é um dos grandes produtores
mundiais de asbesto, também, conhecido
como amianto.
Substância cancerígena
Há uma corrente que defende o uso do
asbesto em condições ambientais
rigidamente controladas, e outra que
defende a substituição do produto nos
diversos processos produtivos.
O asbesto possui ampla utilização
industrial, principalmente na
fabricação de produtos de:
• cimento-amianto,
• materiais de fricção como pastilhas
de freio,
• materiais de vedação,
• pisos e produtos têxteis, como
mantas e tecidos resistentes ao fogo.
Definição:
A asbestose é a pneumoconiose
associada ao asbesto ou amianto,
sendo uma doença eminentemente
ocupacional.
A doença, de caráter progressivo e
irreversível, tem um período de
latência superior a 10 anos, podendo
se manifestar alguns anos após
cessada a exposição.
Diagnóstico:
O diagnóstico é realizado a partir
da história clínica e ocupacional, do
exame físico e das alterações
radiológicas.
Dados epidemiológicos
Indicadores de Saúde
Coeficiente de Mortalidade
Elementos necessários ?
• Grupo populacional
exposto ao risco de
morte
(DENOMINADOR).
• Período de tempo.
• Número de mortes
ocorridas naquele
grupo populacional
durante o período de
tempo (NUMERADOR).
• Avalia a virulência de
um determinado
bioagente
• Representa a
proporção de todas as
mortes
Tipos de coeficiente de mortalidade
• Coeficiente de mortalidade geral
• Coeficiente para doenças e grupos
etários específicos
• índice de Swaroop & Uemura
Coeficiente de Mortalidade Geral CMG
• Inclui todos os óbitos CGF= Total de óbitos
registrados em certa
~ todas as causas
em um determinado
área durante o ano/
ano pela população
população da área
daquele ano,
ajustada para o meio
circunscritos os
do ano
dados em uma
mortes totais o
determinada área.
denominador 1000
causas específicas
denominador 1000.000
Coeficiente de Mortalidade
Mortalidade relacionada ao trabalho
Estimativa global de mortalidade relacionada ao
trabalho
1.1 milhão / ano (baseado em dados de 199095)
Acidente
25%
Respiratória Crônica 21%
Cardiovascular 15%
Outros 5%
Câncer 34%
Fonte: OIT, 1999.
Coeficiente para doenças e grupos etários
específicos
Coeficiente de Mortalidade Crianças <5
anos
Coeficiente de Mortalidade por
determinada doença CMD
Coeficiente de Mortalidade Crianças <5
anos
• Influenciado por
Total de mortes em
condições sócio
certa área durante o
econômicos.
ano 1996< 5 anos
• Indicador de saúde Número de pessoas
• Mede o risco de
abaixo de 5 anos na
morte para crianças população em 1 de
abaixo de 5 anos
julho de 1996.
Coeficiente de Mortalidade por
determinada doença CMD
• Estado geral de
saúde das
coletividades
• Indicador de saúde
nº total de óbitos por
pneumonia em 1996
número de pessoas da
população em 1 de
julho de 1996
X 100.000
Problemas
• Sub-notificação
• Erro no preenchimento da causa mortis
• Diagnóstico clinico errado
Coeficiente de Letalidade - CL
• Avalia a gravidade
de uma doença
CL= nº de óbitos de
determinada doença
determinado período
de tempo/ nº de
casos da doença
nesse mesmo
período de tempo
X 100
Coeficiente de Letalidade Proporcional- CLP
• específicas para idade, sexo,
gravidade e outros fatores de
importância clínica ou epidemiológica
• importância relativa de uma
determinada causa de morte
contexto total de mortalidade
Índice de Swaroop & Uemura - ISU
• Indicador do nível
de vida do qual a
saúde faz parte
• Significa a % de
pessoas que morreu
com 50 anos ou
mais em relação ao
total de óbitos
ocorridos em uma
determinada
população
• ISU= N º de óbitos
de pessoas com 50
anos ou mais/ Total
de óbitos
X 100
Índice de Swaroop & Uemura - ISU
• Vantagens:
• Instituições
internacionais e
Simplicidade de calculo
nacionais
Disponibilidade de
• Proporção de óbito
dados, na maioria
para pessoas com
dos países
mais de 65 anos
Possibilidaade de
comparabilidade
nacional e
internacional
Índice de Swaroop & Uemura - ISU
Classificação dos Países:
• 1º grupo: índice igual ou superior a
75%.
• 2º grupo: variando de 50 a 74%.
• 3º grupo: variando de 25 a 49%
• 4º grupo: valores inferiores a 25%.
COEFICIENTES DE MORBIDADE
• Avaliação do nível de
saúde
• Aconselhamento de
medidas abrangentes
• Objetivo: estado
sanitário da
comunidade
Ex.: eficácia das
vacinas, tratamento
da hanseníase e
tuberculose
• Comportamento da
doença em uma
população exposta
• Coeficiente de
Morbidade =
Número de casos de
uma doença/
População expostas
103
Prevalência
• planejamento e controle das doenças na
comunidade
P = Número de casos conhecidos de uma dada
doença /Número de pessoas da população
exposta
risco - de um indivíduo sofrer de
determinada doença
Exemplo
Incidência
• Identificar número de casos
• planejamento e medidas de ação
emergenciais
I = Número de casos novos de uma dada
doença /Número de pessoas expostas ao
risco de adquirir a doença no referido tempo
HISTÓRICO
FONTE: MPAS – INCIDÊNCIA DE AT
Total de acidentes de trabalho registrados por conseqüência, em 2003
5 atividades, conforme o CNAE.
1
ATIVIDADES DE ATENDIMENTO HOSPITALAR
20 657
5%
2
Edificações
11 397
2,8%
3
Transporte rodoviário de cargas
6 889
1,7%
4
Cultivo de cana de açúcar
6 539
1,6%
5
Produção mista: lavoura e pecuária
6 393
1,5%
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
GABINETE DO MINISTRO (DOU de 16/11/05 – Seção 1)
PORTARIA N.° 485, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2005
Aprova a Norma Regulamentadora n.º 32 (Segurança e Saúde no
Trabalho em Estabelecimentos de Saúde)
NÍVEIS DE PREVENÇÃO DAS
DOENÇAS
História Natural e Prevenção de Doenças
Inter-relação entre
Agente, Hospedeiro
e Ambiente que
produzem
Doença
Doença Convalescença
Morte
Precoce
Avançada
Invalidez
Discernível
Recuperação
Horizonte Clínico
Patogênese
Precoce
Estímulo à
Doença
Período pré-Patogênico
I
II
Prevenção Primária
Período Patogênico
III
Prevenção Secundária
IV
V
Prevenção
Terciária
Prevenção Primária
I - Promoção à Saúde
II – Proteção Específica
I – Promoção à Saúde
•
•
•
•
•
Moradia adequada
Escolas
Áreas de lazer
Alimentação adequada
Educação em todos os níveis
II - Proteção Específica
•
•
•
•
•
•
Imunização
Saúde ocupacional
Higiene pessoal e do lar
Proteção contra acidentes
Aconselhamento genético
Controle de vetores
Prevenção Secundária
III - Diagnóstico Precoce
IV - Limitação da
Incapacidade
III - Diagnóstico Precoce
• Inquéritos para descobertas de casos
na comunidade
• Exames periódicos, individuais, para
detecção precoce de casos
• Isolamento para evitar a propagação da
doença
• Tratamento para evitar a progressão da
doença
Prevenção Terciária
V - Reabilitação
V - Reabilitação
• Fisioterapia
• Terapia ocupacional
• Emprego para o reabilitado
Epidemiologia Descritiva
Epidemiologia Descritiva
• indicar as enfermidades que produzem - morbidade
e essa mortalidade
• Dados: coleta apropriada e sistemática,
classificação e o arranjo metódico
• Estatísticas de morbidade e de prevalência informações sobre doença, em relação a vários
fatores relacionados com o meio ambiente (idade,
raça, sexo, naturalidade, estado civil, ocupação,
áreas geográficas e status social e econômico).
Epidemiologia Descritiva
• Identificar incidências - referem aos casos
novos em um período
• indicar as enfermidades que produzem essa
morbidade e essa mortalidade
• Causas X Determinantes
• taxas de prevalência ~ número de casos
existentes de uma determinada enfermidade
ou de todas as enfermidades na área
geográfica, em um dado momento
Epidemiologia Descritiva
• saúde e doença ~ comunidade
• estudo da freqüência das enfermidades e da
letalidade por eles produzidas
• fontes de informações fundamentais:registros e
pesquisas: mortalidade
• Sanitaristas
• estudos da epidemiologia descritiva
Conceito
• Distribuição de freqüência das doenças
e dos agentes agravos à saúde coletivavariáveis tempo, espaço, pessoa
• detalhamento do perfil epidemiológico
com vistas à promoção da saúde
Componente Tempo
• relação - uma seqüência de tempo e
uma variável de freqüência
• Qual a importância de se conhecer a
distribuição cronológica?
Avaliação das medidas de controle.
Compreensão de eventos inusitados.
Detecção de epidemias
Componente Tempo
• Como as doenças variam em função do
tempo?
Distribuição com variação atípica.
Distribuição com variação cíclica.
Sazonalidade
Doença meningocócica
Componente Pessoa
Tipos
Exemplos
Características gerais
Idade e gênero
Características familiares
Estado cível, idade dos pais, ordem
ao nascimento e morbidade familiar
Características étnicas
Raça , Cultura, Religião, Lugar de
nascimento
Características sócio-econômicas
Ocupação, Renda pessoal,
Características endógenas
Constituição física, Estado de
nutrição, Doenças intercorrentes,
Tipo de comportamento
Hábitos e atividades
Atividades ocupacionais,Uso de
inseticidas domésticos,Uso de
drogas ilícitas e Atividade física
Escolaridade, Classe social
Muito Obrigada!!!!!!!!
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Epidemiologia Parte 1 -PRONTO - EST-T4