O que é? O alcoolismo é um conjunto de problemas relacionados com o consumo excessivo e prolongado de álcool. É como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas. Dentro do alcoolismo existem: a dependência; o abuso excessivo; a abstinência; a intoxicação por álcool (embriaguez); possíveis síndromas: amnéstica (perda restrita de memória); alucinatória; delirante; de humor; distúrbios de ansiedade; Sexuais; do sono; o delirium tremens. A dependência O alcoolismo obedece a dois mecanismos básicos: -O reforço positivo: este refere-se ao comportamento de busca do prazer. Quando alguma coisa é agradável, a pessoa procura os mesmos estímulos para obter a mesma satisfação. -O reforço negativo: refere-se ao comportamento de rejeição da dor ou desprazer. Quando algo é desagradável, a pessoa procura os mesmos meios para evitar a dor ou desprazer. No início, a procura é pelo prazer que a bebida proporciona mas, depois de algum tempo, quando essa pessoa não consegue o prazer anteriormente obtido, é muito difícil e invulgar parar. Hoje em dia, existem medicações para os dois tipos de mecanismos: a naltrexona, que inibe o prazer dado pelo álcool, inibindo o reforço positivo; acamprosato, que diminui o mal-estar causado pela abstinência, inibindo o reforço negativo. A tolerância e a dependência A tolerância é a necessidade de doses maiores de álcool para a manutenção do efeito de embriaguez obtido nas primeiras doses. Por exemplo, se no início uma dose de whisky era suficiente para uma leve sensação de tranquilidade, depois de duas semanas, são necessárias duas doses para o mesmo efeito. Nessa situação, diz-se que o indivíduo está a desenvolver tolerância ao álcool. Aos poucos, cinco doses de whisky podem tornar-se insuficientes para a pessoa que antes se embriagava com uma dose. O alcoólatra não pode dizer que não está tolerante ao álcool por apresentar sistematicamente um certo grau de embriaguez. Os primeiros indícios de tolerância não significam, necessariamente, dependência, mas significa que a dependência não está longe. A dependência é simultânea à tolerância. A dependência será tanto mais intensa quanto mais intenso for o grau de tolerância ao álcool. Dizemos que a pessoa se tornou dependente do álcool quando ela já não tem forças para interromper ou diminuir o uso do álcool. Aspectos gerais do alcoolismo A identificação precoce do alcoolismo é geralmente prejudicada pela negação dos pacientes quanto a sua condição de alcoólatras; Quando o diagnóstico é evidente e o paciente concorda em se tratar é porque já se passou muito tempo, e diversos prejuízos foram sofridos; Como a maioria dos diagnósticos mentais, o alcoolismo possui uma forte marca social, e as pessoas têm tendência a evitar essa marca; Para se iniciar um tratamento para o alcoolismo é necessário que o paciente preserve a sua auto-estima mas sem negar a sua condição de alcoólatra, o que é muito difícil de se conseguir na prática; O álcool pode ser procurado para ficar sexualmente desinibido mas também para evitar a vida sexual. No trabalho os colegas podem notar um comportamento mais irritável do que o habitual, atrasos e mesmo faltas, até acidentes de carro passam a acontecer. Quando essas situações acontecem é sinal de que o indivíduo já perdeu o controlo da bebida. As manifestações corporais costumam começar por vómitos pela manhã, dores abdominais, diarreia, gastrites, aumento do tamanho do fígado. Pequenos acidentes que provocam contusões e outros tipos de ferimentos tornam-se cada vez mais frequentes, bem como esquecimentos mais intensos do que os lapsos normais, que acontecem a qualquer um. Tratamento do alcoolismo O núcleo da doença é o desejo pelo álcool, mas nunca se obteve uma substância que inibisse tal desejo. Hoje em dia, existem já três substâncias eficazes já comprovadas na supressão do desejo pelo álcool. São eles: naltrexona, acamprosato e ondansetrona. O tratamento do alcoolismo não deve ser confundido com o tratamento da abstinência alcoólica. Como o organismo incorpora literalmente o álcool no seu metabolismo, a interrupção da ingestão de álcool faz com que o corpo se ressinta: chama-se a isto abstinência que pode causar sérios problemas e até a morte nos casos não tratados. A abstinência já tem as suas alternativas de tratamento bem estabelecidas e relativamente satisfatórias. Muitos alcoólatras morreram por não conseguirem conter o desejo pelo álcool enquanto estavam sob efeito do Dissulfiram. Mesmo sabendo o que poderia acontecer, não conseguiram evitar a combinação do álcool com o Dissulfiram, não conseguiram sequer esperar a eliminação do Dissulfiram. Esses testemunhos servem para que os clínicos saibam o quanto é forte a inclinação para o álcool sofrida pelos alcoólatras, mais forte que a própria ameaça de morte e serve também para medir o grau de benefício trazido pelas medicações que suprimem o desejo pelo álcool. Problemas clínicos Sistema Nervoso: Estados de euforia, depressão, ansiedade na abstinência, delírios, alucinações, perda de memória e comportamento desajustado. Sistema gastro-intestinal: Grande quantidade de álcool ingerida de uma só vez pode levar a inflamações no esófago e no estômago, o que pode levar a sangramentos, enjoos, vómitos e perda de peso. A cirrose hepática é um dos problemas mais falados dos alcoólatras, que é um problema irreversível e incompatível com a vida, levando o alcoólatra lentamente à morte. Cancro: Os alcoólatras estão 10 vezes mais sujeitos a qualquer forma de cancro do que a população em geral. Sistema Cardiovascular: É relativamente comum a ocorrência de um acidente vascular cerebral após a ingestão de grande quantidade de bebida. Hormonas Sexuais: O metabolismo do álcool afecta o balanço das hormonas reprodutivas do homem e da mulher. No homem o álcool contribui para lesões testiculares o que prejudica a produção de testosterona e a síntese de esperma, essa deficiência contribui para a feminilização dos homens, com o surgimento, por exemplo, de ginecomastia (presença de mamas no homem). Hormona Antidiurética - Esta hormona inibe a perda de água pelos rins mas o álcool inibe a produção dessa hormona, o que faz com que a pessoa perca mais água que o habitual, urine mais, o que pode levar a desidratação. Problemas psiquiátricos Dependência do Álcool: Para se fazer o diagnóstico de dependência alcoólica é necessário que o usuário preencha pelo menos 3 dos seguintes critérios: a) b) c) d) e) f) do apresentar tolerância ao álcool; sinais de abstinência; o dependente do álcool geralmente bebe mais do que planejava beber; persistente desejo de voltar a beber ou incapacidade de interromper o seu uso; gasto de muito tempo na obtenção de bebida ou na recuperação dos seus efeitos; persistência na bebida apesar dos problemas e prejuízos consequentes como perda emprego e das relações familiares. Abuso de Álcool: A pessoa que abusa de álcool não é necessariamente alcoólatra, ou seja, dependente. O critério de abuso existe para caracterizar as pessoas que têm problemas por causa do exagerado consumo de álcool em curtos períodos de tempo. Para se fazer esse diagnóstico é preciso que a pessoa tenha pelo menos uma das seguintes situações: a) prejuízos significativos no trabalho, escola ou família como faltas ou negligências nos cuidados com os filhos; b) exposição a situações potencialmente perigosas como dirigir máquinas perigosas embriagado; c) problemas legais como desacato a autoridades ou superiores; d) persistência no uso de álcool apesar do apelo das pessoas próximas em que se interrompa o uso. Problemas psiquiátricos Abstinência alcoólica: A síndroma de abstinência constitui-se no conjunto de sinais e sintomas observados nas pessoas que interrompem o uso de álcool após longo e intenso uso. As formas mais leves de abstinência apresentam-se com a aceleração do pulso, insónia, náuseas e vómitos, ansiedade depois de 6 a 48 horas desde a última bebida. A síndroma de abstinência torna-se mais perigosa com o surgimento do delirium tremens. Nesse estado, o paciente apresenta confusão mental, alucinações, convulsões. Intoxicação pelo álcool: O estado de intoxicação é mais conhecido como embriaguez, que é obtida voluntariamente. No estado de intoxicação, a pessoa tem alteração da fala, descoordenação motora, instabilidade no andar, prejuízos na memória e na atenção, ou coma nos casos mais extremos. Uma pessoa muito embriagada geralmente encontra-se nessa situação porque quis, uma leve intoxicação em alguém que não está habituado é aceitável por inexperiência mas não no caso de alguém que conhece os seus limites. Delirium Tremens: O Delirium Tremens é uma forma mais intensa e complicada da abstinência. Como dentro do estado de delirium da abstinência alcoólica são comuns os tremores intensos ou mesmo convulsão, o nome ficou como Delirium Tremens. Delirium designa estado de confusão mental: a pessoa não sabe onde está, em que dia está, não consegue prestar atenção em nada, tem um comportamento desorganizado, sua fala é desorganizada ou ininteligível, a noite pode ficar mais agitado do que de dia. Pode ocorrer também uma forma de alucinação induzida, por exemplo, o entrevistador pergunta ao paciente se está vendo as formigas andando em cima da mesa sem que nada exista e o paciente passa a ver os insetos sugeridos. A recaída A taxa de recaída (voltar a beber depois de ter se tornado dependente e parado com o uso de álcool) é muito alta: aproximadamente 90% dos alcoólatras voltam a beber nos 4 anos seguintes à respectiva interrupção. À semelhança com outras formas de dependência como a nicotina, tranquilizantes, estimulantes, levam a crer que um há um mecanismo psicológico em comum. O dependente que consiga manter-se longe do primeiro gole irá ter mais hipóteses de contornar a recaída. As mulheres Aparentemente, as mulheres são mais vulneráveis ao álcool do que os homens. Elas atingem concentrações sanguíneas de álcool mais altas com as mesmas doses quando comparadas aos homens. Sob a mesma carga de álcool, os órgãos das mulheres são mais prejudicados do que os dos homens. A idade onde se encontra a maior incidência de alcoolismo feminino está entre os 26 e os 34 anos, principalmente entre mulheres separadas. As consequências do alcoolismo sobre os órgãos são diferentes nas mulheres: elas estão mais sujeitas a cirrose hepática do que os homens. Alguns estudos mostram que o consumo moderado de álcool diário aumenta as chances de cancro da mama. O alcoolismo é genético? Esta pergunta é bastante antiga mas tem vindo a ser mais bem estudada nas últimas décadas. Esse estudo é feito através de “experiências” com gémeos. A influência familiar do alcoolismo é um facto já conhecido e aceite. A dúvida que resta é se o alcoolismo ocorre por influência do convívio ou por influência genética. Para responder a essa pergunta a melhor maneira é a verificação prática da influência, o que pode ser feito estudando os filhos dos alcoólatras. O stress e o alcoolismo O stress não determina o alcoolismo, mas alguns estudos mostram que as pessoas submetidas a situações stressantes para as quais não encontra alternativa, tornam-se mais frequentemente alcoólatras. O álcool possui efeito relaxante e tranquilizante semelhante ao dos ansiolíticos. O problema é que o álcool tem muito mais efeitos colaterais que os ansiolíticos. O homem, quando submetido a stress, tende a procurar não a tranquilidade, mas sim o prazer. Daí que a vida sexualmente incerta é, frequentemente acompanhada do abuso de álcool. Este problema social é de difícil resolução e geralmente faz com que as pessoas se ajustem às custas de elevação da tensão emocional prolongada. Os jovens e o álcool Estudos de vários países mostram que aumentou o número de estudantes que consomem álcool na adolescência. Os números preocupam pais, especialistas e escolas; Em diversos países, várias instituições de ensino proíbem que bares e restaurantes instalados nas redondezas comercializem álcool. A iniciação precoce é apontada como um dos mais graves problemas relacionados com o uso do álcool entre jovens estudantes. O psicanalista do Centro de Estudos e Tratamento do Abuso de Drogas (Cetad) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), George Soares, alerta que o consumo cada vez mais cedo é um dos indicadores do alcoolismo futuro. Ele acredita que os jovens têm começado a beber cada vez mais cedo, o que se confirma nas pesquisas. Um estudo da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) revelou que, nos anos 70, a iniciação alcoólica se dava entre jovens de 14 e 15 anos. Hoje, a faixa etária para os primeiros goles teria caído para 12 e 13 anos. - Os jovens que consomem álcool costumam ser mais impulsivos e violentos - diz o especialista. As jovens estudantes também começam a fazer parte dos números. Algumas pesquisas mostram que a proporção de meninos e meninas que consomem álcool é a mesma. No caso delas, aliás, o risco de doenças é maior. Biologicamente, as mulheres são menos resistentes e mais vulneráveis ao álcool do que os homens e começam a ter problemas clínicos muito mais cedo. Vários outros problemas estão relacionados ao álcool na adolescência. O baixo rendimento escolar e os acidentes automobilísticos são alguns exemplos. Até o uso da camisinha está intimamente ligado ao uso da droga. - Como diminuem a percepção de risco, eles esquecem de usar o preservativo e ficam suscetíveis a gravidez indesejada e a doenças sexualmente transmissíveis - alerta o psicanalista. Os jovens e o álcool A adolescência é o período de transição da infância para a idade adulta e caracteriza-se, essencialmente, pela conquista de um estado de maior autonomia que pode criar e/ou acentuar conflitos com as figuras paternas e que podem ser fonte de grandes dificuldades, podendo mesmo contribuir para comportamentos menos saudáveis. É a idade da alteração das relações que passa a ser mais acentuada com os colegas e cuja apresentação de um adolescente num grupo da mesma idade é vulgar e absolutamente necessário, respondendo às necessidades educativas e sociais, mas também a motivações intrapsíquicas pessoais. A adolescência caracteriza-se assim por uma multiplicidade de condutas, de tentativas e erros, que determina a socialização e individualização nesta faixa etária. As incertezas e flutuações que o adolescente sente quanto aos limites de si mesmo e dos seus actos poderão evoluir num sentido desfavorável formando-se algumas situações de conflito irreversíveis e comprometedoras. O concelho de Viseu é uma zona de forte produção vinícola e consequentemente fortemente consumidora, com comportamentos sociais e culturais associados ao uso e abuso do álcool. Apesar do conhecimento desta realidade, são escassos os estudos efectuados sobre esta temática neste concelho, e mais acentuada ainda quando direccionados para a população juvenil Num estudo efectuado por GAMEIRO (1998), na população jovem (15-24 anos) cerca de 500 mil jovens já consomem bebidas alcoólicas três vezes por semana ou mais e segundo o mesmo autor “focar os problemas do álcool apenas nos alcoólicos em fase avançada é proceder como um apagador de incêndios desprevenido e insensato”. Estudos sobre consumos e atitudes face ao álcool foram, durante muitos anos efectuados apenas no âmbito do homem adulto, menosprezando-se o consumo em jovens e o reconhecimento do que poderia ser considerado específico neste grupo etário. Nas últimas duas décadas este objecto de estudo acabou por se impôr, face ao reconhecimento de uma preocupante evolução de consumos e de comportamentos de consumo excessivo de álcool nas novas gerações, designadamente nos jovens (BREDA, 1997). São estas realidades que nos motivaram para a realização de uma reflexão sobre este tema e parece-nos pois necessário conhecer melhor o uso/abuso de bebidas alcoólicas em jovens e as repercussões a nível das competências sociais e escolares efeitos nocivos do consumo de bebidas alcoólicas, alerta para a diminuição das “capacidades de aprendizagem, podendo mesmo haver perda das capacidades cognitivas” e “o alcoolismo está associado à maioria das causas de morte na adolescência os traumatismos, os suicídios e os homicídios são responsáveis por grande número de óbitos nos jovens e o álcool está quase sempre presente”. Actualmente assiste-se a um aumento de adolescentes que bebem em excesso. Segundo o mesmo projecto “o aumento de consumo de álcool entre os adolescentes e jovens e o começo em idades cada vez mais jovens é igualmente alarmante” Estando o adolescente num processo de desenvolvimento bio-psico-social o consumo de álcool pode afectar profundamente o adolescente com repercussões para toda a vida. O álcool é considerado uma droga do tipo depressora, pois diminui a actividade cerebral. Droga é qualquer substância que actua sobre o cérebro, alterando o psiquismo. Entretanto o álcool é lícito e aceite socialmente. Isso quer dizer que pode ser comprado e consumido livremente. No Brasil, a bebida alcoólica é responsável por 90% dos internamentos em hospitais psiquiátricos. Estudos não combinam com bebida. Um estudante que consome acha que no dia seguinte estará bem. Está enganado. O cérebro leva mais de uma semana para se recuperar do efeito do álcool. Isso quer dizer que nos dias seguintes a pessoa vai ter dificuldades me memorizar e compreender conceitos. O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe a venda de bebidas para menores de 18 anos, mas são poucos os bares que respeitam a lei. Assim, todos bebem sem culpa e sem medo, mas todo o cuidado é pouco quando se trata de bebida. É bebendo com o grupo que muitos jovens se iniciam no álcool, e quando se dão conta já não é mais possível parar. Por sua vez SANTOS (1999) diz-nos que a maior probabilidade de os jovens consumirem drogas ilícitas e/ou lícitas (álcool) acontece mais na transição entre a adolescência e a idade adulta. Os jovens são um grupo de bebedores vulneráveis porque muitas das vezes encontram “refúgio” na bebida para esquecer problemas de integração nos diversos grupos a que pertencem; esquecer problemas familiares, escolares, do emprego, etc. Considerando alguns estudos efectuados levam-nos a inferir que alguns dos motivos que levam os adolescentes à ingestão de bebidas alcoólicas são: a curiosidade, a imitação, a sugestionabilidade e também, a brincadeira por parte do grupo. O consumo excessivo de álcool acarreta consequências nefastas quer a nível da saúde do adolescente bem como na sua interacção sócio-cultural. problemas que podem surgir a curto prazo são a diminuição do rendimento escolar, com os respectivos comportamentos de risco para a saúde, como por exemplo risco na condução de veiculos motorizados. Continuando ainda na linha de pensamento das autoras supracitadas, estas referem que a personalidade também intervém para que haja um maior ou menor consumo de álcool A importância epidemiológica do álcool não acontece só porque é a droga mais consumida por adolescentes e jovens mas também pelo protagonismo que o seu consumo adquiriu nos tempos livres como substância de referência nas relações sociais dos jovens. O consumo de álcool passou a ser uma componente essencial, articulador e dinamizador dos tempos livres de muitos jovens. A tolerância social concedida aos consumos de álcool e a escassa percepção do risco associado a essa ingestão tem sido dos factores que tem contribuído para a generalização dos consumos entre os adolescentes e jovens, favorecendo a instauração de uma imagem de “normalização” destas condutas. A associação entre o consumo de álcool e outras drogas e a diversão é um fenómeno generalizado na Europa, como confirmam os resultados de um recente estudo realizado por IREFREA, entre os jovens europeus que fazem vida nocturna, e onde o consumo de álcool é efectuado por cerca de 90% desses jovens. Entre os jovens europeus que participam na vida nocturna o álcool é a substância habitual na cultura e diversão. O abuso de álcool é quase endémico na nossa sociedade, contudo os jovens são aqueles que mais “facilmente poderão sofrer de um modo marcado e com consequências permanentes para o resto das suas vidas” (PALHA, 1989, p. 485). Os jovens que bebem em excesso correm riscos que variam desde os ferimentos acidentais à morte, passando pelos danos cerebrais, isto porque os cérebros dos adolescentes ainda em processo de desenvolvimento, sofrem destruição celular cerebral que ajudam a governar a aprendizagem e a memória. "A sua vontade de parar é o primeiro passo para o tratamento"