UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUI
Alcoolismo, uma Realidade Social
Francine Toller Saraiva
Laísa Wociechoski Cavalheiro
Tamires Buzetto
Ijuí – RS
Objetivo Geral
O objetivo geral consiste em abordar o alcoolismo nos
seguintes tópicos, relacionando-os à realidade da sociedade
brasileira:
•
•
•
•
•
O que é alcoolismo
Como acontece a dependência (causas)
Conseqüências
Tratamento
A influência da sociedade e dos meios de comunicação
Objetivo Específico
O objetivo específico consiste em esclarecer como meios
externos influenciam na dependência alcoólica.
Justificativa
O trabalho tem como finalidade esclarecer a questão do
alcoolismo nos tópicos acima citados a fim de preparar os
profissionais tanto da saúde quanto das demais áreas, para
trabalhar com este problema quando com ele depararem-se,
já que este tema é muito pertinente em nossa realidade
social.
O que é alcoolismo
O alcoolismo = conjunto de problemas relacionados ao
consumo excessivo e prolongado do álcool e todas as
conseqüências decorrentes.
O álcool é classificado como um depressor do sistema
nervoso central e a porta de entrada à outras drogas.
Como acontece a dependência
A dependência segue um conjunto de fatores, incluindo
predisposição genética, estrutura psíquica, influências
familiares e culturais, incluindo fatores sociais, como a
facilidade de acesso ao álcool, aceitação social do vício e
estilo de vida estressante, entre outros.
Fenômeno da Dependência
Pode-se dizer que há basicamente dois mecanismos de
manutenção da dependência química ao álcool.
1. O estímulo positivo, a gratificação e o prazer da
bebida.
2. Os efeitos da abstinência.
Conseqüências à saúde
Sistema Nervoso – Inibidor da memória durante o
período de embriaguez. Entre 5 e 15% dos alcoólatras
apresentam neuropatia periférica.
Sistema Gastrintestinal – Inflamações no esôfago e
estômago ocasionando algumas vezes sangramentos, enjôo,
vômitos e perda de peso. Pancreatites agudas e crônicas e
cirrose hepática são comuns nos alcoólatras.
Câncer - Os alcoólatras estão 10 vezes mais sujeitos a
qualquer forma de câncer que a população em geral.
Sistema Cardiovascular - Doses elevadas por muito
tempo provocam lesões no coração.
Hormônios Sexuais - O metabolismo do álcool afeta o
balanço dos hormônios reprodutivos no homem e na mulher.
Hormônio Antidiurético - O álcool inibe o hormônio
antidiurético.
Ociticina – A alcoólatra apresenta alterações nesse
hormônio que é responsável pelas contrações do útero no
parto.
Insulina - O álcool não afeta diretamente os níveis de
insulina.
Gastrina – O efeito do álcool sobre este hormônio é
controverso.
Tratamento
O tratamento é fundamentado na aceitação da doença,
enfrentamento e prevenção a recaída. Atualmente o
tratamento do alcoolismo, envolvem duas etapas:
• Desintoxicação e Reabilitação.
Recomenda-se durante o tratamento
Alcoólicos Anônimos - Associações altamente positivas
concomitantemente com um tratamento profissional.
Terapias comportamentais cognitivas - Estratégias de
autocontrole e automonitorização (recusa para aceitar
bebidas) juntamente com aprendizagem de alternativas
para enfrentamento de situações conflitivas.
Terapia conjugal e familiar - No ambiente póstratamento, com enfoque para o relacionamento do
paciente com familiares.
O auxílio de remédios
Dissulfiram - Substância que força o paciente a não
beber sob a pena de intenso mal estar.
Naltrexona – É uma espécie de antídoto para a
intoxicação de heroína, morfina e similares. Possui um
efeito bloqueador do prazer proporcionado pelo álcool.
Acamprosato – Inibir os efeitos agudos da abstinência e
inibe o desejo pelo álcool nessa fase.
Dados estatísticos
• O alcoolismo no Brasil atinge entre 10 a 20% da
população.
• O álcool é responsável por 60% dos acidentes de
trânsito nas cidades brasileiras e aparece em 70% dos
laudos cadavéricos das mortes violentas.
• Estima-se que 1 em cada 3 leitos hospitalares no Brasil é
ocupado em decorrência direta ou indireta do consumo
abusivo de álcool.
• De cada 11% de brasileiros alcoólatras, somente 1%
consegue vaga para uma internação pelo Sistema Público de
Saúde. Os demais vão para a rua ou morrem por falta de
assistência nos hospitais públicos.
Dados estatísticos
Segundo a pesquisa da professora Sandra Schivoletto,
em São Paulo.
• O álcool “é a primeira droga usada por adolescentes”.
• O contato com a bebida ocorre, em média, aos 11 anos.
• O cigarro vem depois, aos 12 anos.
• A média de idade para o primeiro uso de maconha é de 13
anos.
• Aos 14 anos ocorre o contato com a cocaína.
Problema
Como a realidade social e os meios de
comunicação
refletem
na
dependência
alcoólica?
Hipóteses
1. Quanto maior a propaganda televisiva maior o consumo
de álcool.
2. Quanto menor a informação do grupo social com o qual
o jovem relaciona-se maior a influência deste sobre o jovem
em relação ao consumo de álcool.
3. Quanto maior a desestruturação familiar maior a
propensão dos jovens ao consumo de álcool.
Kilbourne (1991) apud Strasburger (1999), apresenta
sete mitos nos quais os anunciantes de álcool desejam que
os adolescentes acreditem:
1. Todos bebem álcool;
2. Beber não traz riscos;
3. Beber ajuda a solucionar problemas;
4. O álcool é uma poção mágica que pode transformá-lo;
5. Esportes e álcool andam juntos;
6. Se álcool fosse realmente perigoso, não estaria sendo
anunciado;
7. As companhias de bebida alcoólicas promovem apenas o
beber com moderação (p. 397)
Análises de conteúdo, por Wallack et al. (1990),
Strasburger (1993), Postman et al. (1998), Grube (1993),
entre outros, mostram que os comerciais de cerveja
parecem sugerir que beber é uma atividade absolutamente
inofensiva sem maiores riscos a saúde.
Num estudo de Grube e Wallack (1984), descobriu-se
que crianças de 11 e 12 anos com maior consciência dos
anúncios de álcool tem crenças mais positivas sobre beber
e podem reconhecer mais marcas e slogans.
Romelsjo (1987), coloca que na Suécia, uma proibição
editada na década de 70 sobre todos os comerciais de
bebidas alcoólicas resultou em uma queda de 20% per capta
no consumo de álcool.
A experimentação inicial se dá pelo fato do adolescente
ter amigos que usam drogas, gerando uma pressão de grupo
na direção do uso.
Brook ressalta que valores, calor humano e performance
escolar dos pares (amigos) também podem ser um
importante elemento na prevenção do uso de drogas.
Elementos relacionados à estrutura de vida do
adolescente desencadeiam um papel fundamental na gênese
da dependência de drogas.
Segundo a pesquisa de Micheli e Formigoni numa amostra
de 213 adolescentes brasileiros:
1. A classe social média-baixa aumentava em 3,5 vezes a
probabilidade de se tornarem dependentes de drogas.
2. A defasagem escolar, de no mínimo um ano, aumentava
em 4,4 vezes a chance de desenvolverem dependência.
3. Na situação familiar, a presença somente da mãe estava
associada a um aumento de 22 vezes na chance de ser
dependente
de
drogas,
quando
comparado
com
adolescentes que viviam com ambos os pais.
Conclusão
Pode-se concluir que a propaganda televisiva, a realidade
social e a desestruturação familiar influenciam direta ou
indiretamente na propensão ao uso de álcool e dependência.
O público jovem é o mais visado pelas empresas de
propagandas, tendo como conseqüência uma faixa etária
cada vez menor para a iniciação ao consumo de álcool.
Este quadro mostra uma realidade preocupante que
deveria ser abordada com mais interesse pelos órgãos de
saúde pública, escolas de formação básica e graduação,
aonde esclarecimentos sobre o tema, quem sabe,
apontariam medidas a serem tomadas frente ao combate às
drogas licitas, como o álcool e o tabaco, que tanto
prejudicam a saúde física e psíquica de todo e qualquer ser
humano.
Referências bibliográficas
Monografia
Cavalheiro, João. A influencia televisiva no modo de
pensar e de ser de crianças e adolescentes: Uma
reflexão pisicopedagógica. Palmas, Paraná 2006
Sites
www.alcoolismo.com.br/clinicas.html
www.colegiocruzeiro.com.br/projetos/campanha_alcool/c
ampanha_alcool/mariana/alcool/AA.htm
www.psicosite.com.br/tra/drg/alcoolismo.htm
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462004000500005
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