DOUGLAS REIS ABDALLA INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO PERFIL DE CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE E SÍNTESE DE CITOCINAS EM CAMUNDONGOS COM TUMOR DE MAMA EXPERIMENTAL INDUZIDO POR 7,12 -DIMETILBENZANTRACENO UBERABA-MG 2011 DOUGLAS REIS ABDALLA INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO PERFIL DE CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE E SÍNTESE DE CITOCINAS EM CAMUNDONGOS COM TUMOR DE MAMA EXPERIMENTAL INDUZIDO POR 7,12 -DIMETILBENZANTRACENO Tese apresentada ao Curso de Pós Graduaç ão em P atologia, área de concentração P atologia Geral, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre. Orientadora: Profª. Drª. Márcia Antoniazi Michelin. Co-Orientador: Prof. Dr. Eddie Fernando Cândido Murta. UBERABA-MG 2011 DEDICATÓRIA ... À Deus, porque me deste saúde, paz e sabedoria para vencer meus desafios, por me presentear com uma família maravilhosa, e a oportunidade de concretizar mais uma etapa de minha caminhada... ... Meus pais José Maria e Maria Laura, por proporcionarem todos os meus sonhos, me guiando e apoiando em todas as minhas vontades. Por pautarem o meu caráter com Amor, Carinho, Atenção e Educação... Amo Vocês... ...Aos meus irmãos George e Michel, obrigado pelas permanentes orientações, amizade, companheirismo... vocês são meus exemplos... ...Às minhas avós Jandira e Maria, Tia Dodora, grandes exemplos de vida, de sabedoria e incentivo... ...Aos meus orientadores da graduação Leonardo César Carvalho e Dernival Bertoncello, por ter ajudado na minha formação, durante a iniciação científica, as orientações foram úteis durante a graduação, mas utilizo algumas até hoje... ...Aos meus orientadores professores Márcia Antoniazi Michelin e Eddie Fernando Cândido Murta, por ter me dado a oportunidade de trilhar mais uma etapa da minha caminhada... pelos ensinamentos, pela amizade, pela depositada... por me fazerem ser uma pessoa melhor!!! confiança em mim AGRADECIMENTOS Aos professores do Curso de Pós-graduação em Patologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, por cada momento vivido durante as aulas, palavras de incentivo, críticas construtivas, apoio na realização de experimentos. Aos colegas do Curso de Pós-graduação e amigos do Laboratório do IPON, pela amizade, companheirismo, em especial: André, Bruna, Cláudia, Cristianne, Letícia, Pamela, Nelson, Taciano, Alessandra, Gustavo, Tânia, Izabelle, Ana Karina, Ana Claudia, Aline e Mirian. E em quanto pude conviver no laboratório, meu irmão George, minha maior fonte de inspiração para a pesquisa e docência. Aos colegas de Iniciação Científica, pela oportunidade de dividir conheci mentos. Em especial: Bruna, Lui z Maurício, Aline, Gisele. Às secretárias do Curso de Pós-graduação em Patologia, Denise Terezinha Cardoso Cunha e Nelma Aparecida Ferreira Salgado. “Não estou aqui porque tudo deu certo, mas o que deu errado não foi capaz de me parar.” (Autor Desconhecido) SUMÁRIO RESUMO .................................................................................................................................... 7 ABSTRACT ................................................................................................................................ 9 LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... 11 LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................................. 12 LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ 15 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ........................................................................... 16 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 17 1.1 CARCINOGÊNESE QUÍMICA INDUZIDA POR 7,12–DIMETIL–BENZANTRA-CENO (DMBA) ..................................................................................................................................... 19 1.2 O SISTEMA IMUNE E TUMORES..................................................................................... 20 1.3 ATIVIDADE FÍSICA E O SISTEMA IMUNOLÓGICO ........................................................ 23 1.4 ATIVIDADE FÍSICA E CÂNCER ........................................................................................ 26 2. JUSTIFICATIVA E HIPÓTESE......................................................................................... 30 3. OBJETIVO GERAL........................................................................................................... 31 3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................. 31 4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................ 32 4.1 ANIMAIS ............................................................................................................................. 32 4.2 GRUPOS EXPERIMENTAIS.............................................................................................. 32 4.3 DESENHO EXPERIMENTAL ............................................................................................. 33 4.4 INDUÇÃO DOS TUMORES E PROTOCOLO DE TREINAMENTO ................................. 33 4.5 RETIRADA DO BAÇO COM OBTENÇÃO DE CÉLULAS ESPLÊNICAS E COLETA DE MACRÓFAGOS PERITONEAIS .............................................................................................. 33 4.6 CITOMETRIA DE FLUXO DAS CÉLULAS ESPLÊNICAS E MACRÓFAGOS PERITONEAIS.......................................................................................................................... 34 4.7 DETERMINAÇÕES DAS CONCENTRAÇÕES DAS CITOCINAS DE PADRÃO TH1, TH2 E TREG..................................................................................................................................... 36 4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................................................... 37 5. RESULTADOS.................................................................................................................. 38 5.1 CURVA DE SOBREVIDA DOS GRUPOS EXPERIMENTAIS ...................................... 39 5.2 PERFIL DAS CÉLULAS IMUNOCOMPETENTES E EXPRESSÃO DE CITOCINAS 39 5.3 PRODUÇÃO DE CITOCINAS NO SOBRENADANTE DA CUL TURA DE CÉLULAS ESPLÊNICAS........................................................................................................................... 43 5.3.1 IFN-γ ................................................................................................................................ 43 5.3.2 IL-2 ................................................................................................................................... 45 5.3.3 IL-4 ................................................................................................................................... 45 5.3.4 IL-10 ................................................................................................................................. 47 5.3.5 IL-12 ................................................................................................................................. 48 5.3.6 TGF- β ............................................................................................................................. 49 5.3.7 TNF-α............................................................................................................................... 50 5.4 PRODUÇÃO DE CITOCINAS NO SOBRENADANTE DA CULTURA DE MACRÓFAGOS PERITONEAIS ............................................................................................ 52 5.4.1 IFN-γ ................................................................................................................................ 52 5.4.2 IL-4 ................................................................................................................................... 54 5.4.3 IL-10 ................................................................................................................................. 55 5.4.4 IL-12 ................................................................................................................................. 57 5.4.5 TGF-β .............................................................................................................................. 59 5.4.6 TNF-α .............................................................................................................................. 60 6. DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 63 7. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 73 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 74 ANEXO ..................................................................................................................................... 86 1 2 RESUMO 3 4 Apesar do crescente interesse em estudos que relacionem o exercício e 5 promover efeitos benéficos na prevenção e no combate ao câncer, os estudos 6 existentes não foram capazes de elucidar os mecanismos pelos quais estes efeitos 7 ocorrem. Em relação à execução da atividade física nos quadros da doença 8 instalada, os mecanismos pelos quais o exercício influencia a luta contra o câncer 9 são explicados por hipóteses, a fim de explicá-las, este estudo visa investigar o perfil 10 das células da resposta imune e a síntese de citocinas por linfócitos e macrófagos, 11 na presença de tumor de mama e a interação com a atividade física. Para isso 12 utilizamos 56 Balb/c, fêmeas de 8 semanas de idade, virgem, a massa corporal entre 13 20 e 30g. 4 grupos foram divididos com n = 14: Controle - animais sem intervenção; 14 Treinado - os animais submetidos apenas ao treinamento físico, natação em água 15 30 ± 4 ° C por 45 minutos, 5 vezes por semana durante 8 semanas; Tumor - animais 16 sedentários que receberam doses de DMBA (1 mg/ml por semana durante 6 17 semanas) e Tumor Treinado - os animais submetidos à indução de tumores como o 18 grupo tumor e treinados de acordo com o protocolo acima. Após o período 19 experimental foram coletadas as células do baço e macrófagos peritoneias, e 20 colocados em cultura estimulada com LPS; os linfócitos CD3, CD4 e CD8, e os 21 macrófagos (CD14) juntamente com as citocinas IFN-γ, IL-2, IL-4, IL-10, IL-12, 22 TGF-β e TNF-α foram avaliados por citometria de fluxo e ELISA. Os resultados, 23 demonstram que a prática de atividade física proporcionou aumento da 24 quantidade de linfócitos CD3, CD4 e CD8, e dos macrófagos (CD14) produtores 25 de IFN-γ, IL-2, IL-12 e TNF-α. E a quantidade de linfócitos e macrófagos 26 expressando IL-4, IL-10 e TGF-β foram menores. Ao contrário o grupo tumor 1 apresentou reduções das citocinas do perfil Th1 e aumento das citocinas do 2 perfil Th2 e Treg. Portanto, concluímos que a atividade física foi capaz de 3 promover reduções na incidência de desenvolvimento dos tumores, bem como 4 potencializou o sistema imune a po larizar um padrão de resposta do tipo Th1, 5 perfil antitumoral. ABSTRACT Despite growing interest in studies correlating exercise and promote beneficial effects in preventing and fighting cancer, existing studies have not been able to elucidate the mechanisms through which these effects occur. Regarding the implementation of physical activity in frames installed the disease, the mechanisms by which exercise influences the fight against cancer are explained by chance, in order to explain hypotheses, this study aims to investigate the synthesis of cytokines by lymphocytes in the presence of breast tumor and the interaction with physical activity. For this we used 56 Balb/c, female, 8 weeks old, virgin, body mass between 20 and 30g. 4 groups were divided with n = 14: Control - animals without intervention delay; Trained - Animals only subjected to physical training, swimming in water 30 ± 4 ° C for 45 minutes, 5 times per week for 8 weeks; Tumor - sedentary animals that received doses of DMBA (1mg/ml weekly for 6 weeks) and Tumor Treined - Animals that subjected to tumor induction as the group tumor and trained according to protocol above. After the experimental period were collected from the spleen cells and macrophages, and placed in culture stimulated with LPS, the CD3, CD4, CD8, and macrophages (CD14) together with the cytokines IFN-γ, IL-2, IL-4, IL-10, IL-12, TGF-β and TNF-α were assessed by flow cytometry and ELISA. The results show that physical activity provided to increase the amount of CD3, CD4, CD8, and macrophages (CD14) producers of IFN-γ, IL-2, IL-12 and TNF-α. And the amount of lymphocytes and macrophages expressing IL-4, IL-10 and TGF-β were lower. Unlike the tumor group showed reductions in Th1 cytokines and increased Th2 cytokines and Treg. Therefore characterizing that physical activity was able to promote reductions in the incidence of tumor development and increased the immune system to polarize a pattern of Th1 response, antitumor profile. LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Divisão dos grupos experimentais.................................................................. 32 Tabela 2 - Marcações intra e extracelulares para as células do baço. ....................... 35 Tabela 3 - Marcações intra e extracelulares para os macrófagos peritoneais........... 36 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Representação da sobrevida dos grupos experimentais. ........................ 39 Gráfico 2 – (A) Representação da frequência de dupla marcação para CD3 +/TNF-α e CD3+/IL-12. (B) Representação da intensidade de fluorescência para as citocinas TNF-α e IL-12. ....................................................................................................................... 40 Gráfico 3 – (A) Representação da frequência de dupla marcação para CD4 + e as citocinas IFN-γ, TNF-α, IL-10 e IL-12. (B) Representação da frequência de dupla marcação para CD4+/CD25+. (C) Representação da intensidade de fluorescência para as citocinas IFN-γ, TNF-α, IL-10, IL-12 e CD25+. ................................................... 41 Gráfico 4 – (A) Representação da frequência de dupla marcação para CD8 +/TNF-α. (B) Representação da intensidade de fluorescência para a citocina TNF-α............... 42 Gráfico 5 – (A) Representação da frequência de dupla marcação para CD8 +/TNF-α. (B) Representação da intensidade de fluorescência para a citocina TNF-α............... 43 Gráfico 6 – Representação da cinética da síntese de IFN-γ entre 24 e 48 horas de cultura de células esplênicas. ** p= 0,0494; *** p<0,0001 e # p= 0,0075. ............ 43 Gráfico 7 – Representação da síntese de IFN-γ com 24 horas de cultura de células esplênicas. .............................................................................................................. 44 Gráfico 8 – Representação da síntese de IFN-γ com 48 horas de cultura de células esplênicas. .............................................................................................................. 44 Gráfico 9 – Representação da síntese de IL-2 com 48 horas de cultura de células esplênicas. ............................................................................................................................ 45 Gráfico 10 – Representação da cinética da síntese de IL-4 entre 24 e 48 horas de cultura de células esplênicas. *** p=0,0291 e # p= 0,0287. ...................................... 46 Gráfico 11 – Representação da síntese de IL-4 com 24 horas de cultura de células esplênicas. ............................................................................................................................ 46 Gráfico 12 – Representação da síntese de IL-4 com 48 horas de cultura de células esplênicas. ............................................................................................................................ 47 Gráfico 13 – Representação da cinética da síntese de IL-10 entre 24 e 48 horas de cultura de células esplênicas. * p=0,05 e # p= 0,0146............................................... 47 Gráfico 14 – Representação da síntese de IL-10 com 24 horas de cultura de células esplênicas. .............................................................................................................. 48 Gráfico 15 – Representação da síntese de IL-10 com 48 horas de cultura de células esplênicas. .............................................................................................................. 48 Gráfico 16 – Representação da síntese de IL-12 com 48 horas de cultura de células esplênicas. .............................................................................................................. 49 Gráfico 17 – Representação da cinética da síntese de TGF-β entre 24 e 48 horas de cultura de células esplênicas. ..................................................................................... 49 Gráfico 18 – Representação da síntese de TGF-β com 24 horas de cultura de células esplênicas. .............................................................................................................. 50 Gráfico 19 – Representação da síntese de TGF-β com 48 horas de cultura de células esplênicas. .............................................................................................................. 50 Gráfico 20 – Representação da cinética da síntese de TNF-α entre 24 e 48 horas de cultura de células esplênicas. * p=0,0006; ** p=0,0001; *** p=0,0048 e # p= 0,0056. ................................................................................................................................... 51 Gráfico 21 – Representação da síntese de TNF-α com 24 horas de cultura de células esplênicas. .............................................................................................................. 51 Gráfico 22 – Representação da síntese de TNF-α com 48 horas de cultura de células esplênicas. .............................................................................................................. 52 Gráfico 23 – Representação da cinética da síntese de IFN-γ entre 24 e 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais. * p=0,0029; ** p=0,0235; *** p=0,0312 e # p= 0,0138. ................................................................................................................................... 52 Gráfico 24 – Representação da síntese de IFN-γ com 24 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 53 Gráfico 25 – Representação da síntese de IFN-γ com 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 54 Gráfico 26 – Representação da cinética da síntese de IL-4 entre 24 e 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais. *** p=0,08 e # p= 0,07....................................... 54 Gráfico 27 – Representação da síntese de IL-4 com 24 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 55 Gráfico 28 – Representação da síntese de IL-4 com 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 55 Gráfico 29 – Representação da cinética da síntese de IL-10 entre 24 e 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais. * p=0,0366 e ** p= 0,0369. ............................... 56 Gráfico 30 – Representação da síntese de IL-10 com 24 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 56 Gráfico 31 – Representação da síntese de IL-10 com 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 57 Gráfico 32 – Representação da cinética da síntese de IL-12 entre 24 e 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais. *** p= 0,0034. ...................................................... 57 Gráfico 33 – Representação da síntese de IL-12 com 24 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 58 Gráfico 34 – Representação da síntese de IL-12 com 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 58 Gráfico 35 – Representação da cinética da síntese de TGF-β entre 24 e 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais. * p=0,0126; ** p= 0,0079; # p=0,0615. .... 59 Gráfico 36 – Representação da síntese de TGF-β com 24 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 59 Gráfico 37 – Representação da síntese de TGF-β com 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 60 Gráfico 38 – Representação da cinética da síntese de TNF-α entre 24 e 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais. * p=0,0005; ** p= 0,0296 e *** p= 0,0085. ................................................................................................................................................. 60 Gráfico 39 – Representação da síntese de TNF-α com 24 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 61 Gráfico 40 – Representação da síntese de TNF-α com 48 horas de cultura de macrófagos peritoneais...................................................................................................... 62 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Representação do desenho experimental. ................................................... 33 Figura 2 - (A) massa tumoral de volume médio (B) aumento considerável desta massa tumoral, e (C) volume final que o tumor apresentou até o término dos experimentos. ........................................................................................................................ 38 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS % Porcentagem °C Grau Celsius 4NQO 4-quinolina1-óxido APC Célula apresentadora de antígeno CD Cluster diferentiation CHP/MHC Complexo/molécula de histocompatibilidade CO2 Dióxido de carbono DMBA 7,12-dimetilbenzantraceno ELISA Enzyme linked immunosorbent assay EROs Espécies reativas de oxigênio HPA Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos IFN-γ Interferon gamma IL-2 Interleucina 2 IL-4 Interleucina 4 IL-10 Interleucina 10 IL-12 Interleucina 12 kg Quilograma mg Miligrama ml Mililitro NK Natural killer nm Nanômetro TCR Receptor de células T TGF-β Fator de crescimento tumoral beta Th Células T helper TNF-α Fator de necrose tumoral alpha Treg Células T regulatória X2 Chi quadrado 17 1 2 1. INTRODUÇÃO 3 4 A Organização Mundial de Saúde calcula que o câncer seja responsável pela 5 morte anual de seis entre 11 milhões de indivíduos que possuem o diagnóstico 6 positivo de câncer (RENNIE; RUSTING, 1996; BACURAU; COSTA ROSA, 1997), 7 sendo estimado que a metade desses indivíduos apresente sobrevida inferior a 8 cinco anos depois de diagnosticada a doença. Não obstante da incidência de alguns 9 tipos de câncer apresentarem diminuição nos países em desenvolvimento, de forma 10 geral os casos de câncer têm aumentado consideravelmente nos últimos anos 11 (TRICHOPOULOS; LI; HUNTER, 1996, BACURAU; COSTA ROSA, 1997). 12 A palavra câncer se origina no grego karkinos e do latim cancer, significando 13 caranguejo. A relação simbólica com a doença deve-se ao fato da semelhança entre 14 as veias de um tumor e as pernas do animal, e também pela sua agressividade, 15 imprevisibilidade, invulnerabilidade e capacidade de aprisionamento (CUNHA, 1982; 16 DOUSSET, 1999). 17 A nomenclatura câncer foi utilizada por muito tempo como sinônimo apenas 18 para os diferentes tipos de neoplasias malignas. Entretanto, mais recentemente, tem 19 sido usado também para definir as neoplasias benignas (SPINOLA; MANZZO; 20 ROCHA, 2007). 21 Os processos de desenvolvimento do câncer ainda hoje não são totalmente 22 compreendidos, mas a grande parte das teorias utiliza um modelo com d uas etapas 23 básicas. A primeira etapa consistiria na alteração do material genético celular. A 24 segunda etapa sendo caracterizada pela divisão da célula alterada e transmissão de 25 seu material genético para células filhas (VIEIRA; MASSARIL, 2007). 26 Segundo Weinberg (1996), o câncer seria uma progressiva substituição de 27 um tipo celular normal por células alteradas. O crescimento da massa tumoral 28 estaria relacionada ao crescimento do tumor contraposto à lenta taxa de mortalidade 29 das células neoplásicas. Em algumas situações, estas células da massa tumoral 30 deslocam-se do local de origem, e difundem-se pela circulação, formando sítios de 31 células neoplásicas pelo organismo, denominando -se metástases. Massas tumorais 32 de origem metastática podem impedir a função de inúmeros órgãos, podendo 33 resultar em morte. 18 1 Este mesmo autor relembra que a palavra ―câncer‖ é um termo generalizado 2 que abrange mais de 100 formas da doença e, embora cada tipo de câncer tenha 3 aspectos particulares, causas básicas comuns parecem estar envolvidas no seu 4 desenvolvimento. 5 Inúmeros fatores são colocados como agentes potencialmente envolvidos na 6 iniciação e/ou desenvolvimento da doença. Tais fatores foram encontrados a partir 7 de observações em estudos epidemiológicos, capazes de identificar características 8 comuns no histórico de indivíduos portadores de câncer. Fatores como dieta, fumo, 9 contato com substâncias tóxicas, consumo de álcool, infecção por diferentes 10 patógenos, diversos tipos de radiação e poluição ambiental são considerados 11 importantes (TRICHOPOULOS; LI; HUNTER, 1996). 12 Dois fatores predisponentes e que podem ser controlados são o fumo e o 13 consumo de álcool, que se totalmente eliminados, talvez um terço dos cânceres 14 pudesse ser evitado (DOLL; PETO, 1981). Na busca de outros aspectos 15 modificáveis do comportamento do ser humano que potencialmente podem reduzir o 16 risco de desenvolver câncer, a atividade física surge como um candidato promissor. 17 A prática de exercício tem mostrado associação com inúmeros benefícios 18 para a saúde, incluindo a diminuição da incidência de doença cardíaca coronária 19 (BERLIN; COLDITZ, 1990), hipertensão (HAGBERG, 1990), diabetes mellitus não 20 insulina dependente (HELMRICH et al., 1991) e o aumento da longevidade 21 (PAFFENBARGER et al., 1993). Existe também uma associação entre atividade 22 física e menores taxas de ocorrência de câncer? Esta hipótese de que o exercício 23 pode reduzir risco de câncer não é algo novo, na verdade, no início do século XX, 24 Cherry (1922) observou que os homens envolvidos em ocupações fisicamente ativos 25 experimentaram taxas mais baixas de mortalidade por câncer do que homens 26 envolvidos em trabalhos menos árduos. 27 Considera-se que o sistema imunológico apresenta um papel fundamental na 28 defesa contra o câncer dada à capacidade desse sistema de reconhecer fatores 29 estranhos ao organismo, tais como células neoplásicas. Uma característica comum 30 entre os vários fatores relacionados ao desenvolvimento do câncer é que todos são 31 capazes de exercer influências sobre o sistema imunológico, provocando 32 imunossupressão. Vale ressaltar, porém, que muitos aspectos específicos dos 33 mecanismos através dos quais esses fatores contribuem para o estabelecimento do 34 câncer não são conhecidos (TRIC HOPOULOS; LI; HUNTER, 1996; BACURAU et 19 1 al., 2000). E os caminhos que o sistema imune adota frente à prática de atividade 2 física para prevenir e até mesmo combater o câncer, também não foram totalmente 3 elucidados. 4 5 6 7 1.1 CARCINOGÊNESE QUÍMICA INDUZIDA POR 7,12–DIMETIL–BENZANTRACENO (DMBA) 8 O estudioso Percival Pott foi o primeiro a observar que certas substâncias ou 9 agentes seriam responsáveis por provocar danos aos tecidos, o mesmo 10 correlacionou a ampla prevalência de casos de carcinoma epidermóide na pele do 11 escroto em trabalhadores que limpavam chaminés. A partir de então, outros 12 pesquisadores desviaram seus olhares para um aumento de neoplasias epiteliais, 13 principalmente em trabalhadores em íntimo contato com óleos lubrificantes ou 14 alcatrão. Tais observações levaram ao reconhecimento dos hidrocarbonetos 15 policíclicos aromáticos (HPA) como grupo de compostos oncogênicos (WOOLF, 16 1998; RODRIGUES; CAMARGO, 1999). 17 Os HPA se enquadram como grupo de substâncias químicas das mais 18 potentes no que pauta a oncogênese quimicamente induzida. Podem ser 19 provenientes de combustíveis fósseis e também como produtos de combustão 20 incompleta do carvão mineral, petróleo, tabaco, entre outros. Podem ocorrer em 21 alguns produtos alimentícios principalmente os defumados. Os principais exemplos 22 de HPA são o 7,12-dimetilbenzantraceno (DMBA), o metilcolantreno, o benzopireno 23 e o 4-quinolina1-óxido (4NQO). Estas substâncias são cancerígenas indiretas, 24 dependendo de sistemas enzimáticos para a sua ativação no organismo (SERPI, 25 2003; KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005). 26 A ativação destes oncogênicos ocorre pelo sistema enzimático do citocromo 27 P-450, do compartimento microssômico hepático, por meio do receptor aril 28 hidrocarboneto, responsável por fazer o intermédio dos efeitos tóxicos, teratogênicos 29 e oncogênicos dos HPA, sendo responsável pela primeira etapa do metabolismo 30 destas substâncias (RODRIGUES; CAMARGO, 1999; IDE et al., 2004). 31 Odukoya; Shklar (1984), em seus estudos, suspeitaram que o DMBA seria 32 dependente de agente promotor, porém Fassoni et al. (1993) e Mainenti (2006) 33 evidenciaram que o DMBA seria um carcinógeno completo, responsável por todas 34 as fases do câncer, ou seja, iniciação, promoção e progressão. O DMBA é apontado 20 1 como sendo o HPA mais efetivos em carcinogênese de mama (SHKLAR, 1970; IDE 2 et al., 2004; MAINENT, 2006). 3 Os estudos que envolvem a carcinogênese em modelos animais, surgiram em 4 1918, por meio das pesquisas coordenadas por Yamagiwa e Ichikawa. Em seus 5 estudos Cook e seus colaboradores isolaram o 3,4-benzopireno do alcatrão, em 6 1932, possibilitando uma maior compreensão da interrelação agentes químicos e 7 neoplasias (SHKLAR, 1970). 8 O DMBA é um potente indutor de formação de tumor de mama em roedores. 9 Normalmente é administrado por via oral, por gavagem, misturado com óleo. 10 (RUSSO et al., 2005). A biotransformação do DMBA é feita no fígado e nas 11 glândulas mamárias. Desta forma, estudos que utilizam substâncias que alterem 12 significativamente a função hepática ou dietas com alto teor de gordura são 13 contraindicados a utilização de DMBA em sua metodologia, pois pode haver 14 alteração dos resultados. 15 Em roedores, os tumores induzidos quimicamente são hormônio-dependentes 16 (RUSSO et al., 2005), essa dependência é demonstrada, por exemplo, em ratas 17 Sprague-Dawley e com tumor induzido por DMBA que foram submetidas a 18 ooforectomia, os tumores regrediram em cerca de 70% a 80% (SOLLEVELD et al., 19 1986; THOMPSON; SINGH, 2000). Após ocorrência de gestação e lactação, a 20 exposição ao DMBA reduz a suscetibilidade da glâ ndula mamária em formar tumor, 21 entretanto, gestação após a exposição facilitará a formação tumoral (RUSSO et al., 22 2005). 23 24 1.2 O SISTEMA IMUNE E TUMORES 25 26 O sistema imunológico tem evoluído para conseguir identificar e eliminar 27 patógenos que podem causar danos ao organismo. Além disso, serve como 28 guardião contra transformação de células que podem levar ao câncer (SMYTH; 29 GODFREY; TRAPANI, 2001; SOGN, 1998). 30 As principais células do sistema imunológico de vigilância tumoral são os 31 linfócitos T, ou simplesmente células T, que são parte da resposta imunológica 32 adaptativa ou específica. Após o reconhecimento de um antígeno em uma célula 33 tumoral através do receptor de células T (TCR), são ativadas células T CD8, que 21 1 podem matar o tumor de células-alvo e, portanto, são chamadas células T 2 citotóxicos (CTL) (AGNEY; KRAMMER, 2002). 3 Um subgrupo de células T CD4, células T helper tipo 1 (Th1), auxiliam a 4 ativação de células T CD8. O outro subgrupo CD4, células Th2, estimula uma 5 resposta imune humoral e suprime o desenvolvimento de uma resposta Th1. Células 6 T CD4 também podem apresentar atividade citotóxica em algumas situações. 7 Células T CD4 e CD8 reconhecem antígenos por meio da apresentação de 8 peptídeos pelo complexo/molécula de histocompatibilidade (CHP/MHC) classe I ou 9 II, sendo apresentadoras para células T CD8 e T CD4, respectivamente (AGNEY; 10 KRAMMER, 2002). 11 E na resposta aos tumores há o perfil Treg (T reguladoras), vinculado à 12 imunossupressão, nos dias atuais, as funções das células Tregs têm incorporado 13 uma nova visão para a explicação das enfermidades imunológicas questionando o 14 paradigma Th1/Th2 e, consequentemente sua avaliação é considerada muito 15 promissora como opção terapêutica (DAMOISEAUX, 2006). Células Tregs CD4+ 16 podem ser subdivididas em dois tipos principais: as naturais e as adaptativas 17 (nTregs e aTregs). O que distingue os dois tipos são as vias de desenvolvimento e 18 mecanismos de supressão diferentes (WING; FEHERVARI et al., 2006). 19 Numerosos antígenos tumorais foram identificados que podem ser 20 reconhecidos por células T (BOON; VAN DER BRUGGEN, 1996; ROSENBERG, 21 2001; HOUGHTON; GOLD; BLACHERE, 2001;). Alguns desses antígenos são 22 expressos exclusivamente por tumores e assim são chamados antígenos tumor 23 específico. Estes antígenos podem surgir a partir de mutações ou translocações 24 gênica de células normais (por exemplo, β-catenina, cdk4, ras). As mutações podem 25 estar diretamente envolvidas na carcinogênese. Outro grupo de antígenos estão 26 associados a antígenos tumorais - que não só são expressas por células tumorais, 27 mas também são expressas por outras células do corpo. No câncer testicular, os 28 antígenos são expressos em uma variedade de tumores epiteliais, bem como no 29 testículo e tecido placentário (por exemplo, MAGE, BAGE, GAGE). No infiltrado 30 tumoral, linfócitos foram identificados em reações contra os antígenos presentes na 31 diferenciação de melanócitos normais bem como melanomas (por exemplo, MART- 32 1/Melan-A, tirosinase, gp100). A expressão de antígenos tumorais pode ser 33 heterogênea dentro de um tumor, e um único paciente pode desenvolver reações 22 1 imunes a vários antígenos (WORTZEL; PHILIPPS; SCHREIBER, 1983; LEE et al., 2 1999). 3 Dois modelos diferentes para a resposta imunológica a tumores foram 4 propostos: o conceito de vigilância imunológica e o modelo de Perigo. De acordo 5 com o hipótese de vigilância imunológica, tumores expressam antígenos que são 6 considerados estranho pelo sistema imunológico, e uma das principais funções do 7 sistema imune é vistoriar o corpo para o desenvolvimento de tumores malignos e 8 para eliminar as células tumorais que vão surgindo (BURNET, 1970). 9 Para detectar o modelo de perigo, o sistema imune utiliza de células 10 apresentadoras de antígenos (APC), como sentinelas de danos nos tecidos. Na 11 presença de sinais de perigo, células APC tais como: células dendríticas e 12 macrófagos ativados, vão estimular a resposta dos linfócitos B e T. O modelo de 13 perigo propõe que células carcinogênicas não se apresentam como sendo perigosas 14 para o sistema imunológico, para que a resposta de células T a tumores não seja 15 iniciado (FUCHS; MATZINGER, 1996). Células Natural Killer (NK) do sistema imune 16 inato também desempenham um importante papel na vigilância imunológica dos 17 tumores (SOGN, 1998; SMYTH; GODFREY; TRAPANI, 2001). As células NK 18 eliminam células deficientes em MHC classe I de células deficientes, fenômeno este 19 que faz parte da hipótese da "auto eliminação" (WATZL; LONG, 2000; PARDOLL, 20 2001). A atividade das células NK é controlada por um balanço de sinais positivos e 21 negativos. O ajuste inibitório de receptores MHC classe I se dá por sinais de 22 ativação de blocos de moléculas. Duas famílias inibitórias de receptores foram 23 identificadas em humanos: inibição de receptores da imunoglobulina -like killer e 24 receptores da lectina-like CD94-NKG2. Receptores estimuladores compreendem 25 (por exemplo, CD16, CD94-NKG2C, receptores natural de citotoxicidade), presume- 26 se que vinculam constitutivamente na expressão de ligantes (MORETTA et al., 2000) 27 e receptoresNKG2d, que se vinculam às moléculas que são induzida pelo estresse 28 celular (BAUER et al. 1999; WU et al., 1999; CERWENKA et al., 2000). Ligantes 29 para receptores NKG2d são MHC classe I, relacionadas com cadeia (MIC) de 30 glicoproteínas, MICA e MICB em seres humanos e os antígenos de menores de 31 histocompatibilidade H60 e a indução precoce de ácido retinóico (Rae-1) estão 32 presentes em famílias de camundongos. 33 Outras células do sistema imune inato envolvido na imunidade contra tumores 34 são macrófagos e neutrófilos (ELGERT; ALLEVA; MULLINS, 1998; LOLLINI; FORNI, 23 1 1999; DI CARLO et al., 2001; BONNOTTE et al., 2001). Elas podem rejeitar tumores 2 pela eliminação direta de células neoplásicas, pela destruição de vasos e matriz 3 tumoral, e por inibição da angiogênese. Além disso, elas exibem antígenos tumorais 4 e podem estimular outras células imunitárias, como as CTLs, células NK, ou APC. 5 Em contraste, as células inflamatórias podem também contribuir para a progressão 6 tumoral pela produção de fator de crescimento tumoral beta (TGF-β) e estimulação 7 da angiogênese (LIN et al., 2001). Macrófagos e neutrófilos são recrutados para a 8 localização do tumor através da expressão de moléculas de aderência nas células 9 endoteliais e por proteínas quimiotáticas (AGNEY; KRAMMER, 2002). 10 11 1.3 ATIVIDADE FÍSICA E O SISTEMA IMUNOLÓGICO 12 13 A classificação do exercício físico leva em consideração a intensidade do 14 esforço como: leve, moderado e inte nso. Essa classificação está correlacionada com 15 a realização de alguns testes de esforço máximo para avaliar a concentração de 16 lactato no sangue, o consumo máximo de oxigênio, e a freqüência cardíaca máxima 17 (SILVEIRA; DENADAI, 2003). 18 O efeito do exercício físico sobre as células do sistema imunológico tem sido 19 bem estudado, diferentes tipos e cargas de esforço podem ter efeitos diferentes na 20 resposta imune. O exercício moderado parece beneficiar os mecanismos de defesa, 21 enquanto que o exercício intenso parece suprimi-los (NIESS et al., 1998; NIEMAN, 22 2000; LEANDRO et al., 2002; ANGELI et al., 2004; LAGRANHA, et al, 2004; DA 23 NOBREGA, 2005). 24 Em resposta a um exercício físico intenso ocorre neutrofilia, linfopenia e 25 monocitose. A redistribuição destas células no leito vascular em resposta ao 26 exercício parece ser mediada pela adrenalina e noradrenalina. A expressão de β- 27 receptores nas diferentes células do sistema imune pode fornecer a base molecular 28 para ação das catecolaminas. Todavia, a densidade de receptores adrenérgicos e a 29 eficiência do sistema de transdução AMPc diferem variando pela tipagem das 30 células imunocompetentes. Os neutrófilos e as células natural killer (NK) parecem 31 expressar maior número de receptores, sendo seguidos, decrescentemente, pelos 32 linfócitos T CD8+, linfócitos B e, finalmente, pelos linfócitos T CD4+ (BESEDOVSKY; 33 DEL REY, 1992; BLALOCK, 1994; PEDERSEN; HOFFMAN-GOETZ, 2000; 24 1 BESEDOVSKY; DEL REY, 2002; PITHON-CURI et al., 2002; GARCIA et al., 2003; 2 LAGRANHA et al., 2005). 3 O exercício físico extenuante pode induzir inibitoriamente muitos aspectos da 4 resposta imune, incluindo a atividade das células NK, a resposta proliferativa dos 5 linfócitos e a produção de anticorpos pelos plasmócitos. 6 comprometem a defesa contra agentes infecciosos e oncogênicos, bem como nos 7 processos alérgicos e auto-imune 8 HOFFMAN-GOETZ, 2000; JONSDOTTIR, 2002; ATANACKOVIC et al., 2004; 9 PERES; OTTON; CURI, 2005; DA NOBREGA, 2005). Tais alterações (PEDERSEN et al., 1988; PEDERSEN; 10 Gillis et al.(1979) observaram inibição na produção do fator de crescimento de 11 linfócitos T, IL-2, induzida pelo aumento do uso de glicocorticóides. Woods et 12 al.(1994) verificaram diminuição na produção de superóxido por macrófagos 13 peritoneais de ratos em resposta a exercícios físicos com carga intensa. Estes 14 estudos mantêm o conceito de imunossupressão induzida pelo estresse físico, pois, 15 conforme supracitado, os linfócitos e os macrófagos atuam, de forma determinante, 16 contra a carcinogênese e a auto-imunidade. 17 Porém, analisando em outra vertente, o exercício físico moderado parece 18 estar vinculado ao aumento da função de leucócitos. Vários estudos verificaram que 19 o exercício físico de intensidade moderada auxilia na quimiotaxia, degranulação, 20 fagocitose e atividade oxidativa dos neutrófilos uma hora após exercício físico a 60% 21 consumo máximo de oxigênio (NIEMAN, 2000; BACURAU et al., 2000; GLEESON; 22 PYNE, 2000). 23 Woods et al. (1994), apresentaram em seus estudos aumento da aderência, 24 produção de ânion superóxido, taxa de metabolismo do nitrogênio, atividade 25 citotóxica e a capacidade fagocítica de macrófagos quando da prática de atividade 26 física na intensidade moderada. 27 Pedersen e Tvede (1993) estudaram o comportamento da resposta das 28 populações linfocitárias em ciclistas durante uma hora de exercício físico e 29 verificaram aumento na atividade citolítica de células NK e da linfocina ativadora de 30 células NK (LAK). Em vista de tantos estudos que enaltecem a atividade física, há 31 estudos relatando que não ocorre alteração na concentração salivar de IgA e de IgE, 32 no soro, durante um exercício moderado (PETERS et al., 1993; MILLER, 1998; 33 BURY et al., 1998; LANCASTER et al., 2004). De fato, está bem estabelecido que o 34 exercício físico moderado está associado ao aumento da função imunológica e a 25 1 diminuição da suscetibilidade às doenças (DOS SANTOS CUNHA et al., 2004). 2 Perante tais evidências, é plausível estabelecer um elo entre a prática de atividades 3 físicas de intensidade moderada e as alterações ocorridas no sistema imunológico. 4 Mas em contrapartida, existe uma percepção de que atletas de alto nível têm 5 maiores riscos de adquirir infecções, como as infecções do trato respiratório superior 6 durante períodos de treinamento intenso e após competições exaustivas (NIEMAN, 7 2000; LANCASTER et al., 2004). 8 Bury et al.(1998) evidenciaram diminuição na proliferação de linfócitos T e na 9 função fagocítica de neutrófilos em jogadores de futebol em período de competição. 10 A justificativa simplista para essa imunossupressão, em resposta à carga intensa de 11 exercício físico, é o aumento do desgaste das funções do organismo com 12 exacerbada produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e incremento do 13 estresse oxidativo tecidual (ASCENSAO et al., 2003; ANGELI et al., 2004). 14 Lin e seus colaboradores (1993) verificaram que o aumento na ocorrência de 15 apoptose em timócitos está vinculada à elevação na produção de EROs em ratos 16 submetidos a dois dias de exercício físico extenuante, sendo que estes efeitos foram 17 amenizados pela administração prévia de antioxidante, hidroxianisol butilato. 18 Pedersen e Tvede (1993) assistiram ciclistas treinados por quatro anos 19 consecutivos e detectaram diminuição na incidência de infecções com conseqüente 20 aumento da função imunológica. Foi visto também que atletas não competitivos ou 21 indivíduos que aderiram à prática regular de exercício de intensidade leve a 22 moderada, comparativamente à população sedentária, apresentam maior proteção 23 contra infecções (ESCRIBANO et al., 2002; FU et al., 2003; HOFFMAN-GOETZ; 24 DUERRSTEIN, 2004; DAVIDSON; BURNETT; HOFFMAN-GOETZ, 2006). 25 Pastva e colaboradores (2004) demonstraram que treinamento de intensidade 26 moderada diminui a infiltração de leucócitos, a produção de citocinas, expressão de 27 moléculas de adesão e a remodulação estrutural nos pulmões de camundongos 28 asmáticos. A função de neutrófilos e a proliferação de linfócitos B não se alteraram 29 em estudos realizados com humanos treinados. 30 Em animais, foi observado aumento na função de macrófagos após um 31 programa de treinamento moderado. Woods et al. (2000) verificaram aumento na 32 função fagocítica de macrófagos peritoneais de ra tos após 12 semanas de natação. 33 26 1 1.4 ATIVIDADE FÍSICA E CÂNCER 2 3 Dados epidemiológicos remetem que a atividade física seja capaz de 4 proporcionar reduções nos índices de mortalidade, em destaque influenciando na 5 incidência e na melhora das condições de vida em indivíduos portadores de 6 neoplasias, tais relatos sugiram no início do século XX, porém ainda não elucidados 7 no que tangem aos mecanismos envolvidos em tais resultados (BLAIR et al., 1989; 8 UHLENBRUCK; ORDER, 1991; CANNON, 1993; LAPERRIERE et al., 1994). 9 Entre as muitas funções complexas do sistema imunológico humano é a 10 regulação da suscetibilidade ao câncer que está em destaque na atualidade. Assim, 11 se o exercício pode melhorar o sistema imunológico, é plausível que a atividade 12 física consiga reduzir o risco de câncer. 13 Os marcadores da função imunológica examinados incluíram susceptibilidade 14 à infecções respiratórias superiores e da função das células (por exemplo, células do 15 sistema monócito-macrófago e células natural killer), que servem como a primeira 16 linha de defesa do corpo contra o desenvolvimento e disseminação de câncer 17 (MACKINNON, 1989; ROITT et al, 1989; SHEPHARD, 1991). 18 As infecções respiratórias superiores tem sido estudada em função do 19 sistema imunológico humano também ser responsável pela regulação da 20 susceptibilidade à esta infecção. A evidência disponível sugere que o aumento dos 21 níveis de atividade física, até um certo ponto, aumentam a função imunológica, além 22 deste nível a função do sistema imunológico apresenta diminuição das suas funções 23 (NIEMAN, 1994; PEDERSEN; ULLUM, 1994; WOODS; DAVIS, 1994). Este ponto de 24 corte é ainda incerto. Quantidades moderadas de atividade física (por exemplo, 25 caminhada) têm mostrado reduzir o risco de infecção respiratória superior ( NIEMAN, 26 1994), bem como aumentar a função das células do sistema monócito-macrófago 27 (WOODS; DAVIS, 1994) e NK células (PEDERSEN; ULLUM, 1994). 28 Bacurau et al.(2000) verificaram que macrófagos de animais treinados e com 29 tumor de Walker-256 apresentam aumento na atividade fagocítica. Verificou-se 30 elevação no índice de proliferação de linfócitos e no tempo de vida dos animais 31 treinados com tumor comparados aos animais sedentários com tumor. Leandro et al. 32 (2007) observaram aumento na função fagocítica de macrófagos alveolares de ratos 33 submetidos a seis semanas de natação (cinco dias/semana, 60 minutos/dia). 27 1 Em níveis mais intensos de exercício, no entanto, imunossupressão parece 2 ocorrer em seu lugar. Por exemplo, o seguinte tipo de maratona de corridas, os 3 corredores parecem ter maiores taxas de infecções do trato respiratório no período 4 de uma a duas semanas (NIEMAN, 1994). Além disso, atletas de elite (por exemplo, 5 os ciclistas) aumentaram a atividade das células NK em descanso, mas a função 6 deprimia após intensa atividade (PEDERSEN; ULLUM, 1994). Para resumir, então, 7 parece plausível para o exercício, pelo menos, em quantidades moderadas para 8 reduzir o risco de câncer, melhorando a função do sistema imunológico humano. 9 Por outro lado, para os cânceres do sistema reprodutivo, vários hormônios 10 são necessários para o seu desenvolvimento. Assim, se o exercício pode alterar os 11 níveis desses hormônios, o que representa outro mecanismo plausível para a 12 atividade física diminuir o risco de câncer. No sexo feminino, o estrogênio, bem 13 como a combinação de estrógeno e progesterona, estimula a proliferação celular na 14 mama e assim tem sido implicado no desenvolvimento do câncer de mama 15 (HENDERSON et al., 1993). 16 Estudos de atletas do sexo feminino têm mostrado que o treinamento pode 17 reduzir os níveis de estrogênio e progesterona (SHANGOLD, 1984). Além disso, em 18 mulheres jovens, o treinamento intenso também pode retardar o aparecimento da 19 menarca (WARREN, 1980), reduzindo assim a exposição de uma mulher a estes 20 hormônios. No sexo masculino, a testosterona parece ser importante 21 desenvolvimento do câncer da próstata (GITTES, 1991). Exercício intenso pode 22 reduzir níveis basais de testosterona, potencialmente reduzir o risco deste tipo de 23 câncer (LEE et al., 1992). Finalmente, o exercício pode influenciar o risco de câncer, 24 através do seu efeito na diminuição do peso corporal e redução da gordura corporal. 25 Para certos tipos de câncer, como câncer de cólon (LEW; GARFINKEL, 1979) e 26 câncer de mama (KELSEY; GAMMON, 1991), a obesidade está associada com o 27 aumento do risco. no 28 Embora seja atraente postular que o exercício pode diminuir o risco de câncer 29 de mama como poucos fatores de risco modificáveis para a existêcia deste câncer, 30 os dados disponíveis não suportam consistentemente essa hipótese. Frisch et al. 31 (1985) descreveram pela primeira vez uma relação inversa entre atividade física e o 32 câncer de mama. Entraram em contato com 5.398 ex-alunas sobreviventes das 33 classes de 1925-1981 a partir de 10 faculdades e universidades, por meio de 34 questionário e pediu-lhes que informe se elas tinham desenvolvido câncer de mama. 28 1 Estas mulheres representavam 2.622 ex-atletas de instituições e foi colhida uma 2 amostra aleatória de não atletas. Um total de 69 tipos de câncer de mama tinham 3 desenvolvido entre essas alunas. Quando os investigadores compararam a 4 prevalência de câncer de mama entre atletas com não atletas, eles descobriram que 5 as não atletas apresentaram 1,9 vezes a mais de risco. Estudos subseqüentes não 6 conseguiram reproduzir consistentemente esses achados (LEE, 1994; PUKKALA et 7 al, 1993; ZHENG et al, 1993; BERNSTEIN et al, 1994; DORGAN et al, 1994). 8 Há hipóteses sobre os mecanismos de ação do sistema imune para explicar 9 os benefícios da atividade física, estando então vinculados ao aumento do gasto 10 energético. O excessivo gasto das fontes energéticas dificultaria o desenvolvimento 11 e retardaria o crescimento tumoral uma vez que o organismo ao consumir mais 12 substratos apresentaria uma vantagem contra o tumor na competição por nutrientes. 13 Porém, apesar de estudada esta teoria (SHEPARD, 1990), alguns pesquisadores 14 não acreditam que o principal efeito do exercício decorra deste mecanismo de gasto 15 de energia, um aspecto importante a ser observado é que nem todo tipo de exercício 16 parece apresentar efeitos benéficos em relação ao câncer (HOFFMAN-GOETZ; 17 WATSON, 1993; HOFFMAN-GOETZ, 1994), pois, embora se acredite que a prática 18 de exercícios de intensidade moderada seja positiva para o sistema imunológico, a 19 realização de exercícios de alta intensidade apresentaria efeitos opositores 20 (HOFFMAN-GOETZ, 1994; WOODS; DAVIS, 1994). Segundo estes mesmos 21 autores, a dificuldade no estabelecimento preciso da relação entre atividade física e 22 resistência ao câncer não é surpreendente, devido à extensa diversidade de tipos de 23 câncer e de seus processos de iniciação, progressão e metástase, assim como à 24 diversidade de alterações provocadas pela atividade física. 25 Woods e Davis (1994) mencionam que a maioria dos estudos recentes sobre 26 tumor e exercício tem enfatizado o número de leucócitos, proliferação de linfócitos, 27 atividade de células NK, síntese e concentração de imunoglobulinas. Poucos 28 estudos, no entanto, têm utilizado abordagens integradas, ou seja, associação dos 29 dados obtidos com alterações metabólicas e hormonais gerais que ocorrem no 30 organismo portador de neoplasia. Análises parciais e isoladas são comuns, 31 dificultando a compreensão da importância destes dados no contexto do 32 desenvolvimento neoplásico. Uma exceção nesse sentido é o estudo de Daneryd et 33 al. (1995), que investigaram os efeitos do exercício sobre vários aspectos do 34 organismo portador de neoplasia. As investigações tiveram um caráter integrativo, 29 1 correlacionando aspectos como o grau de infiltração de macrófagos em neoplasias e 2 a concentração plasmática de hormônios, assim como parâmetros relacionados ao 3 metabolismo muscular. Os autores observaram que a atividade física espontânea 4 apresenta efeitos benéficos para síntese protéica, reverte a diminuição na 5 concentração plasmática dos hormônios anabólicos (insulina e T3 reverso) e 6 promove a redução da concentração de cortisol (um importante indutor de 7 proteólise). Dessa forma, os autores concluíram que a atividade física é capaz de 8 conservar a massa muscular, apesar da presença do tumor em constante 9 competição com o organismo por nutrientes. 10 Mas à exceção de alguns estudos pouco se tem investigado sobre células 11 como macrófagos, fundamentais para o combate inicial contra o desenvolvimento 12 tumoral 13 comprometedora quando se admite que durante o combate ao desenvolvimento 14 tumoral, macrófagos são tão importantes quanto as células NK, ao contrário do que 15 se supunha até pouco tempo atrás (BRINES; HOFFMAN-GOETZ; PEDERSEN, 16 1996). (WOODS; DAVIS, 1994). Essa omissão torna-se ainda mais 17 Dessa forma, analisando a literatura disponível, observa-se que as 18 interrelações entre o exercício e o câncer necessitam de maiores estudos para que 19 se obtenham idéias mais conclusivas a esse respeito. Nesse sentido faz-se 20 necessário e importante a realização de mais estudos que utilizem programas de 21 exercício com intensidade, duração e freqüência controladas. Além disso, tais 22 estudos devem ter como um de seus objetivos o uso de abordagens integrativas, ou 23 seja, deve-se verificar como o exercício modula diferentes aspectos imunológicos no 24 organismo portador de neoplasia. Com essa série de dados tornar-se-á mais fácil a 25 distinção dos efeitos do exercício sobre o desenvolvimento e prevenção do câncer. 30 1 2 2. JUSTIFICATIVA E HIPÓTESE 3 4 Frente à casuística da oncologia, as mais variadas formas de tratamento são 5 empregadas visando à cura, na maior parte das vezes sem êxito, porém os cuidados 6 paliativos se fazem necessários porque o objetivo principal do tratamento é 7 proporcionar uma melhor qualidade de vida ao i ndivíduo com câncer. 8 Desta maneira, um dos meios de manter uma qualidade de vida satisfatória 9 seria a prática de exercícios com finalidade terapêutica, ou seja, a prática da 10 cinesioterapia, terapia por meio do movimento corporal. Segundo Demarzo et al. 11 (2008), modelos experimentais que foram previamente treinados e posteriormente 12 induzidos à carcinogênese, apresentaram um menor desenvolvimento tumoral. 13 Evidenciando que a prática de exercícios físicos pode minimizar o desenvolvimento 14 do tumor ou mesmo prevení-lo. 15 Para elucidar qual ou quais os mecanismos que o sistema imunológico utiliza 16 para minimizar o desenvolvimento tumoral e até mesmo utilizar para que ocorra um 17 efeito antitumoral relacionado à prática do exercício, justifica os interesses da 18 realização deste estudo. 19 20 31 1 2 3 3. OBJETIVO GERAL 4 Este estudo objetiva investigar a influência da atividade física aeróbica de leve 5 intensidade sobre a resposta imunológica decorrente do desenvolvimento do câncer. 6 7 8 9 3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Analisar a influência da atividade física na resposta do sistema imune 10 contra tumores, através da avaliação de células imunes provenientes da cultura de 11 células esplênicas (CD 3 +, CD4+, CD8+ e CD14+). 12 2. Analisar a influência da atividade física na resposta do sistema imune 13 antitumoral, através das alterações na síntese de citocinas provenientes da cultura 14 de células esplênicas (IL-2, IL-4, IL-10, IL-12, IFN-γ, TNF-α, TGF-β e CD25+). 15 3. Analisar a influência da atividade física na reposta do sistema imune 16 antitumoral, através da análise das citocinas na cultura de macrófagos peritoneais 17 (IL-2, IL-4, IL-10, IL-12, IFN-γ, TNF-α e TGF-β). 18 19 32 1 2 4. MATERIAIS E MÉTODOS 3 4 4.1 ANIMAIS 5 6 Foram utilizados 56 camundongos fêmeas adultas da linhagem Balb/c, com 8 7 semanas, provenientes do Biotério do Instituto de Pesquisa em Oncologia - IPON. 8 Os animais ficaram mantidos em gaiolas plásticas separados em grupos, com 9 espaço adequado para acomodação, em ambiente claro/escuro, com temperatura 10 controlada (21±3°C), alimentação e água ad libitum. Após o período experimental os 11 animas foram eutanasiados com superdosagem de anestésicos, Cloridrato de 12 Ketamina (50mg/kg) e Xilazina (15mg/kg). Os restos mortais dos animais foram 13 descartados junto ao lixo biológico para incineração. Este estudo foi aprovado no 14 Comitê de Ética no uso de Animais – CEUA, da Universidade Federal do Triângulo 15 Mineiro, sob número de registro 160. 16 17 4.2 GRUPOS EXPERIMENTAIS 18 Tabela 1 - Divisão dos grupos experimentais. 19 Admini stração de DMBA (1mg/ml) (45 min/ 5x por semana/ 8 semanas) Controle - - Treinado - + Tumor + - Tumor Treinado + + O desenvolvimento dos experimentos procedeu-se em duas etapas, ou seja, 20 um experimento 21 confirmatório com a outra metade. 22 Treinamento Grupos utilizando metade dos animais, e posterior experimento 33 1 4.3 DESENHO EXPERIMENTAL 2 3 A figura 1 demonstra o desenho experimental, destacando a idade dos 4 animais no início das atividades, o período necessário para o aparecimento dos 5 tumores, e o intervalo de treinamento. 6 7 8 9 10 11 12 Figura 1 – Representação do desenho experimental. * Período de desenvolviment o dos tumores apenas para os grupos tumor e tumor treinado, os demais grupos seguiram o mesmo cronograma. ** Período de treinamento apenas para os grupos treinado e tumor treinado. Os demais grupos permaneceram confinados nas gaiolas para cumprir o cronograma. 13 4.4 INDUÇÃO DOS TUMORES E PROTOCOLO DE TREINAMENTO 14 15 Os animais que foram submetidos à indução do tumor receberam doses de 16 DMBA (7,12- Dimetil-benzantraceno) na concentração de 1mg/mL via oral por 17 gavagem durante seis semanas. 18 O treinamento apresentou duração de oito semanas e freqüência de cinco 19 dias por semana. Após período de adaptação ao meio líquido (15 dias), os animais 20 dos grupos treinados realizaram programa de atividade física constituído de 45 21 minutos de natação. A temperatura da água foi mantida entre 30º a 35 °C e trocada 22 diariamente. 23 24 4.5 RETIRADA DO BAÇO COM OBTENÇÃO DE CÉLULAS ESPLÊNICAS E 25 COLETA DE MACRÓFAGOS PERITONEAIS 26 27 Os animais dos diversos grupos experimentais tiveram os baços removidos e 28 realizado o lavado peritoneal após serem eutanasiados e necropsiados. Após a 29 homogeneização dos baços foram realizadas três lavagens por centrifugação das 30 células esplênicas e macrófagos peritoneais a 1200rpm por 10 min a 4ºC com RPMI 31 1640, estas foram contadas e ressuspensas em RPMI completo. 32 33 4.5.1 Cultura das células esplênicas e macrófagos peritoneais 34 1 A seguir estas células foram distribuídas em placas de 24 poços de fundo 2 plano em uma concentração de 1x10 6 células/poço em um volume de 1,0 ml e feito a 3 estimulação com LPS (10 μg/ml) nos poços pré-determinados, dose esta 4 previamente padronizada. Após 24h e 48h de incubação das referidas células a 5 37ºC e 5% de CO2, os sobrenadantes, obtidos em quadruplicatas, foram aliquotados 6 e armazenados a -80ºC. 7 8 4.6 CITOMETRIA DE FLUXO DAS CÉLULAS ESPLÊNICAS E MACRÓFAGOS 9 PERITONEAIS 10 11 Após a obtenção das células esplênicas e dos macrófagos peritoneais, as 12 mesmas foram colocadas em tubo cônicos de 50ml, adicionando-se uma solução de 13 lise (BD Biosciences - FACSTM Lysing Solution) na proporção 1:20 mL 14 (amostras:solução de lise). Após incubação à temperatura ambiente por 20 minutos, 15 o material foi centrifugado por 10 minutos, à temperatura de 4°C, em uma rotação de 16 1200 rpm. Após a centrifugação, desprezou-se o sobrenadante cuidadosamente, 17 conservando o precipitado de células. O excesso da solução de lise foi removido por 18 centrifugação lavando-se as células por 3 vezes com 30ml de PBS (solução salina 19 tamponada com fosfato) em cada lavagem, a 4°C e a velocidade de 1200g por 10 20 minutos. Adicionou-se 1 mL de PBS no precipitado de células, acrescentando 2 uL 21 da proteína transportadora inibitória (BD Golgistop TM) para cada 3 mL de solução 22 contendo as células esplênicas. Incubou-se por, no mínimo, 20 minutos a 4°C e, 23 posteriormente, as células foram lavadas por centrifugação com 30 mL PBS para 24 retirar o excesso de proteína. 25 Após a centrifugação, foi retirado o sobrenadante preservando-se apenas o 26 precipitado e então, as células foram ressuspensas em 1 mL de PBS. Em seguida, a 27 quantidade de células obtidas foi determinada por contagem em câmara de 28 Neubauer. A suspensão de células foi transferida para tubos de ensaio sendo, 29 primeiramente, realizada a marcação extracelular. Quatro tubos foram destinados 30 aos isotipos controles, dois para a marcação de macrófagos, dois para linfócitos 31 totais, cinco para linfócitos T auxiliares e um para linfócitos T citotóxicos, 32 demonstrado a planilha de tubos nas tabelas 2 e 3. 33 Os anticorpos utilizados para a marcação de membrana (extracelular) dos 34 isotipos controles foram: α-IgG1 APC, α-IgG2a Pe-Cy e α-IgG1 FITC. Para a 35 1 marcação de membrana dos macrófagos utilizou-se o anticorpo α-CD14 FITC, e 2 para os linfócitos T totais o α-CD3 FITC, linfócitos T auxiliares o α-CD4 Pe-Cy e α- 3 CD25 PE, e para linfócitos T citotóxicos o α-CD8 Alexa. Além desses, foi também 4 utilizado o anticorpo α-CD25 PE para a marcação de membrana dos linfócitos T 5 auxiliares. Após a primeira marcação, as células foram incubadas a 4°C por 30 6 minutos, no escuro. Em seguida, foi feita a lavagem das células com PBS para a 7 remoção do excesso de anticorpos. Posteriormente, as células foram incubadas 8 com solução de permeabilização e fixação (BD Cytofix/Cytoperm TM), a 4°C por 20 9 minutos, no escuro; para que fosse possível a marcação intracelular. 10 Para essa marcação, os anticorpos utilizados para os isotipos controles foram 11 o α-IgG1 FITC, α-IgG2b FITC e α-IgG1 PE. Para os macrófagos utilizaram-se os 12 anticorpos α-IL-12 PE e α-TNF- α PE; para os linfócitos totais CD3 o α-IL-12 PE e α- 13 TNF- α PE; para linfócitos T CD4 os anticorpos, α-IFN-γ FITC, α-TNF- α PE, α-IL-10 14 FITC e α-IL-12 PE. E para linfócitos T CD8 os anticorpos: α-TNF-α PE. 15 Após a marcação intracelular, as células foram novamente incubadas a 4°C 16 por 30 minutos, no escuro; e lavadas em solução tampão (BD Perm/WashTM Buffer) 17 para a remoção do excesso de marcadores. Finalmente, as células foram 18 ressuspensas em 500 uL de PBS para a leitura no citômetro BD FACSCalibur™. Tabela 2 - Marcações intra e extracelulares para as células do baço. Tubos Descrição Marcação Extracelular Marcação Intracelular Isotipo Controle 1 Isotipo 1 α-IgG1 APC α-IgG1 FITC - 2 Isotipo 2 α-IgG2a Pe-Cy α-IgG1 FITC - 3 Isotipo 3 α-IgG2a Pe-Cy α-IgG2b FITC - α-CD3 FITC α-TNF-α PE ISO1 5 α-CD3 FITC α-IL-12 PE ISO1 6 α-CD4 Pe-Cy α-CD25 PE ISO3 7 α-CD4 Pe-Cy α-IFN-γ FITC ISO2 α-CD4 Pe-Cy α-TNF-α PE ISO2 9 α-CD4 Pe-Cy α-IL-10 FITC ISO 3 10 α-CD4 Pe-Cy α-IL-12 PE ISO 2 α-CD8 ALEXA α-TNF-α PE ISO2 4 Linfócito T CD3 8 11 Linfócito T CD4 Linfócito T CD8 36 Tabela 3 - Marcações intra e extracelulares para os macrófagos peritoneais. Tubos 1 Descrição Isotipo 1 2 Marcação Extracelular Marcação Intracelular Isotipo Controle α-IgG1 FITC α-IgG1 PE - α-CD14 FITC α-IL-12 PE ISO 1 α-CD14 FITC α-TNF-α PE ISO 1 Macrófago 3 1 2 4.7 DETERMINAÇÕES DAS CONCENTRAÇÕES DAS CITOCINAS DE PADRÃO 3 TH1, TH2 E TREG 4 5 Um Enzyme Linked Immunosorbent Assay (ELISA) tipo sanduíche foi 6 realizado para quantificar as concentrações de IL-2, TNF- , IFN- , IL-12, IL-4, IL-10 7 e TGF-β no sobrenadante de células esplênicas e macrófagos peritoneais, obtidos 8 de camundongos normais e daqueles induzidos com a DMBA. 9 As citocinas: IFN-γ, IL-2, TNF-α e TGF-β presentes no sobrenadante de 10 células esplênicas e macrófagos peritoneais dos animais dos referidos grupos foram 11 dosadas por ELISA utilizando pares de anticorpos monoclonais comerciais 12 disponíveis da BD OptEIA TM. O procedimento foi realizado conforme protocolo 13 fornecido pelo fabricante. Placas de 96 poços, foram sensibilizadas com 100 µl de 14 anticorpos monoclonais específicos para a captura da citocina desejada diluída em 15 ―coating buffer‖. Em cada placa foram adicionados 100µl de citocina padrão 16 recombinante seguindo diluições seriadas 1:2 em ―assay diluent‖ a partir das 17 concentrações iniciais indicadas. Às outras fileiras foram adicionados 100 µl/poço 18 dos sobrenadantes de células esplênicas ou macrófagos peritoneais. As placas 19 foram incubadas a temperatura ambiente por duas horas e lavadas por cinco vezes 20 com uma solução contendo PBS-Tween 20%. A seguir, foram adicionados 100 21 µl/poço do anticorpo detector da citocina a ser dosada. As placas foram incubadas 22 por 1 hora à temperatura ambiente e novamente lavadas por cinco vezes em PBS-T. 23 Após esta etapa, foram adicionadas 100 µl/poço de TMB Substrate Reagent Set (BD 24 OptEIATM) e após 30 minutos foram adicionados 50 µl/poço de ácido fosfórico 2N. 25 Após adição do ácido foi realizado a leitura da placa de ELISA através do leitor 37 1 automático Spectramax 384 Plus, sendo os resultados obtidos pela diferença entre as 2 absorbâncias 450 e 570nm. 3 A concentração de cada citocina do sobrenadante de células esplênicas e 4 macrófagos peritoneais dos animais dos referidos grupos foram dosadas em pg/ml 5 através da comparação com as absorbâncias obtidas da curva padrão da respectiva 6 citocina, sendo realizada simultaneamente. 7 8 4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA 9 10 Para a análise estatística, foi elaborado, um banco de dados relacional no 11 qual constam dados comuns aos grupos já mencionados e outros que foram 12 relacionados, individualmente, a cada animal que fez parte do experimento. As 13 diversas informações das variáveis obtidas do banco de dados, foram testadas para 14 verificar a distribuição normal. Quando a distribuição foi considerada normal, foram 15 utilizados testes paramétricos; na comparação entre 2 grupos, utilizou-se o teste ―t 16 de Student‖ e na comparação entre 3 ou mais grupos, foi utilizada a análise de 17 variância. Os resultados foram expressos em média 18 que a distribuição não foi Gaussiana foram utilizados os testes não paramétricos; na 19 comparação entre 2 grupos, utilizou-se o teste de ―Wilcoxon, Mann-Whitney‖ e na 20 comparação de 3 ou mais grupos, o teste de ―Kruskal-Wallis‖. Os resultados foram 21 expressos em mediana e valores máximo e mínimo. As proporções foram 22 comparadas 23 acompanhado do teste exato de ―Fisher‖. As diferenças observadas foram 24 consideradas significantes quando a probabilidade de rejeição da hipótese de 25 nulidade for menor que 0,05 (5%). através do teste do X2 desvio padrão. Nos casos em (qui-quadrado), quando necessário 38 1 2 5. RESULTADOS 3 4 No presente estudo, buscamos relacionar a influência da atividade física com 5 o desenvolvimento de tumores de mama experimentais, analisando pelo foco da 6 resposta imune, camundongos foram submetidos à indução de tumor pelo DMBA e 7 implementado a prática de natação no período de oito semanas, sendo avaliado o 8 perfil celular em culturas de baços e macrófagos peritoneais, associados à síntese 9 de citocinas. 10 A figura 2 ilustra o tumor gerado pela indução química pelo DMBA de tumor 11 de mama, é possível visualizar na figura 2A uma massa tumoral de volume médio, 12 mas na figura 2B é possível verificar um aumento considerável desta massa tumoral, 13 e em 2C o volume final que o tumor apresentou até o término dos experimentos. Os 14 desenvolvimentos dos tumores visualizáveis externamente só foi possível verificar 15 no grupo tumor sem treinamento. Nos animais que receberam o DMBA e foram 16 submetidos a atividade física não apresentaram formações tumorais externas. 17 18 19 20 Figura 2 - (A) massa tumoral de volume médio (B) aumento considerável desta massa tumoral, e (C) volume final que o tumor apres entou até o término dos experimentos. 39 1 2 5.1 CURVA DE SOBREVIDA DOS GRUPOS EXPERIMENTAIS 3 Avaliando o gráfico 1, observa-se a sobrevida dos grupos experimentais, onde 4 os grupos que praticaram atividade física ou tiveram tumor apresentaram baixas ao 5 longo do período experimental. O grupo treinado apresentou duas baixas por 6 afogamento. Bem como o grupo tumor treinado que obteve três baixas também por 7 afogamento. Já o grupo tumor obteve duas baixas por ação do tumor. 8 9 Gráfico 1 – Represent ação da sobrevida dos grupos experimentais. 10 11 12 13 5.2 PERFIL DAS CÉLULAS IMUNOCOMPETENTES E EXPRESSÃO DE CITOCINAS 14 Ao realizar a tipagem celular das linhagens linfocitárias e dos monócitos, 15 podemos verificar no gráfico 2A, que os grupos que praticaram atividade física tanto 16 na presença ou ausência do carcinógeno apresentaram menores frequências para 17 as duplas marcações de CD3+/TNF-α e CD3+/IL-12. Tais reduções são de caráter 18 significativo, para ambas as marcações, quando comprado o grupo treinado com o 19 grupo controle (p<0,0001), e quando comparado o grupo tumor treinado com o grupo 20 tumor (p<0,0001). O grupo tumor apresentou as maiores frequências de dupla 21 marcação, comparando o grupo tumor com os grupos treinado e tumor treinado há 22 diferença estatística (p<0,0001). Quando avaliada a influência do tumor associada à 40 1 atividade física há aumento da frequência, pois comparando os grupos treinado com 2 tumor treinado evidencia-se diferença significativa neste aumento para TNF-α 3 (p<0,0116) e IL-12 (p<0,0001). 4 Em contra partida à frequência de dupla marcação, ao avaliar a intensidade 5 de fluorescência das citocinas TNF-α e IL-12, pode observar que a atividade física 6 proporciona aumento na síntese destas, tais evidências estão plotadas no gráfico 7 2B. Sugestivo então de que mesmo apresentando menos células duplamente 8 marcadas, as células dos grupos que praticaram atividade física são capazes de 9 produzir níveis superiores de citocinas. 10 11 12 + + Gráfico 2 – (A) Repres entação da frequência de dupla marcação para CD3 / TNF-α e CD3 /IL-12. (B) Representação da intensidade de fluorescência para as citocinas TNF -α e IL-12. 13 Com relação à dupla marcação das células CD4 + com as citocinas IFN-γ, 14 TNF-α, IL-10 e IL-12, pode-se verificar pelo gráfico 3A, que os grupos submetidos ao 15 treinamento tendo a presença do tumor ou não, apresentaram menores frequências 16 para todas as marcações, pois quando comparados os grupos treinado e controle há 17 diminuição das frequências com diferenças significativas estatisticamente (p<0,01). 18 E comparando os grupos tumor e tumor treinado há também diferença estatística 19 (p<0,0001). Quando avaliada a influência do tumor associada à atividade física há 20 diminuição da frequência, pois comparando os grupos tumor com tumor treinado 21 evidencia-se diferença significativa nesta diminuição para todas as citocinas 22 (p<0,0001). Outra dupla marcação feita foi para CD4 + com o receptor de IL-2 23 (CD25+), gráfico 3B, houve aumento desta quando implementada a atividade física, 24 pois comparando os grupos controle e treinado houve diferença estatística 25 (p=0,008), ainda nesta marcação houve diminuição da frequência quando da 41 1 presença do tumor, tal diminuição foi estatisticamente significante comparando os 2 grupos tumor e tumor treinado com os demais grupos (p<0,0001). 3 Em consonância com a intensidade de fluorescência das citocinas quando 4 avaliado os linfócitos totais, CD3 +, ao avaliar a quantidade de citocinas sintetizadas 5 pelos CDs 4+ evidencia-se que animais quando submetidos ao treinamento com ou 6 sem a presença do tumor há maiores expressões das citocinas, IFN-γ, TNF-α e IL- 7 12, bem como do receptor de IL-2, e há diminuição da síntese de IL-10, como 8 demonstra o gráfico 3C. 9 10 11 12 Gráfico 3 – (A) Representação da frequência de dupla marc ação para CD4 e as citocinas IFN-γ, + + TNF-α, IL-10 e IL-12. (B) Representação da frequência de dupla marcação para CD4 /CD25 . (C) + Representação da intensidade de fluorescência para as citocinas IFN-γ, TNF-α, IL-10, IL-12 e CD25 . 13 Analisando a dupla marcação de CD8 + com TNF-α, gráfico 4A, pode-se notar 14 que os animais que praticaram atividade física com ou sem tumor apresentaram 15 menores 16 (p<0,0001), já os animais que apresentaram tumor e não treinaram apresentaram 17 frequências maiores que os demais grupos (p<0,0001). A síntese de TNF-α pelos 18 linfócitos citotóxicos, avaliada pela intensidade de fluorescência, evidencia que os 19 grupos treinado e tumor treinado apresentaram maiores sínteses que os demais 20 grupos, gráfico 4B. + frequências, tais diminuições foram estatisticamente significante 42 1 2 3 Gráfico 4 – (A) Representação da frequência de dupla marcação para CD8 / TNF-α. (B) Representação da intensidade de fluorescência para a citocina TNF-α. 4 5 Por fim, avaliando as duplas marcações para CD14 +/TNF-α e CD14+/IL-12, 6 gráfico 5A, observa-se que a prática de atividade física foi capaz de promover altas 7 frequências de CD14+/IL-12, pois comparando o grupo treinado com o grupo 8 controle evidencia-se aumento na dupla marcação com diferença estatística 9 (p<0,0001) e ao avaliar a presença do tumor, comparando o grupo tumor com o 10 grupo controle houve diminuição da frequência (p<0,0001). Porém ao submeter 11 animais com tumor ao tratamento foi possível restabelecer a frequência, pois 12 comparando os grupos tumor e tumor treinado houve aumento da frequência desta 13 dupla marcação significativamente (p<0,0001). E foi possível verificar que a síntese 14 de IL-12 pelos macrófagos este maior nos grupos treinados estando na presença ou 15 ausência de tumor, gráfico 5B. Já a dupla marcação de CD14 +/TNF-α, apresentou 16 comportamento inverso, quando verificado a influência da atividade física, houve 17 interferência do tumor, pois os animais treinados sem tumor reduziram a frequência 18 de dupla marcação, já os animais que tinham tumor e praticaram atividade física 19 apresentaram aumento significativo desta marcação (p<0,001). E a expressão desta 20 citocina também foi inversa, os animais que tinham tumor apresentaram menores 21 sínteses, já os animais treinados sem tumor aumentaram a síntese de TNF-α ao 22 comparar com o grupo controle, gráfico 5B. + 43 1 2 3 Gráfico 5 – (A) Representação da frequência de dupla marcação para CD8 / TNF-α. (B) Representação da intensidade de fluorescência para a citocina TNF-α. 4 5 6 7 5.3 PRODUÇÃO DE CITOCINAS NO SOBRENADANTE DA CULTURA DE CÉLULAS ESPLÊNICAS 8 9 + 5.3.1 IFN-γ 10 A cinética da síntese de IFN-γ entre 24 e 48 horas de cultura evidencia 11 aumento nas concentrações em todos os grupos experimentais, sendo possível 12 esta análise no gráfico 6. Apresentando aumento significativo estatisticamente os 13 grupos treinado, tumor e tumor treinado. 14 15 16 Gráfico 6 – Representação da cinética da síntese de IFN-γ ent re 24 e 48 horas de cult ura de células esplênicas. ** p= 0, 0494; *** p<0,0001 e # p= 0, 0075. 17 Comparando a síntese entre os grupos no período de 24 horas, gráfico 7, 18 pode-se evidenciar que o treinamento foi capaz de elevar a expressão desta 19 citocina, porém sem diferença estatística, porém a presença do tumor 20 proporcionou diminuição significativa quando comparado o grupo treinado com o 44 1 grupo tumor (p=0,0291), e quando avaliado o treinamento na presença do tumor 2 tem-se uma tendência de elevação , porém sem diferença estatística. 3 4 Gráfico 7 – Represent ação da síntese de IFN-γ c om 24 horas de c ult ura de c élulas es plênic as. 5 Após 48 horas de cultura a síntese de IFN-γ, mantém o perfil de 6 expressão, porém melhor caracterizada as alterações, visualizável no gráfico 8, 7 novamente a síntese no grupo treinado foi maior que no grupo cont role, mas com 8 48 horas esse aumento foi significativo (p=0,0204), e a presença do tumor por si 9 só foi capaz de elevar a síntese de IFN-γ em 48 horas de cultura (p=0,001), mas 10 a prática de atividade física potencializou a expressão de IFN-γ, pois 11 comparando o grupo tumor treinado com o grupo tumor houve um aumento mais 12 intenso. Destacando que a atividade física foi capaz de estimular com mais 13 eficiência a síntese de IFN-γ, pois comparando o grupo treinado com o grupo 14 tumor, é possível verificar maiores conce ntrações no grupo treinado sendo este 15 aumento com tendência estatisticamente significativa (p= 0,09). 16 17 Gráfico 8 – Represent ação da síntese de IFN-γ c om 48 horas de c ult ura de c élulas es plênic as. 45 1 2 5.3.2 IL-2 3 A síntese de IL-2 foi detectável apenas em 48 horas de cultura, tendo os 4 grupos que foram treinados com maiores concentrações. Comparando o grupo 5 controle com os grupos treinado e tumor treinado, observando o gráfico 9, é 6 possível ver este aumento co m diferença estatística (p=0,0021 e p=0,0096, 7 respectivamente), e a presença do tumor faz com que ocorra aumento de IL-2 de 8 modo significativo (p=0,0357), porém a atividade física parece ser capaz de 9 aumentar a síntese de IL-2 mais eficazmente, pois comparando o grupo tumor 10 com os grupos treinado e tumor treinado obtêm -se tendências à diferenças 11 estatísticas (p=0,0567 e p=0,0989, respectivamente). 12 13 Gráfico 9 – Represent ação da síntese de IL-2 com 48 horas de c ult ura de c élulas esplênicas. 14 15 5.3.3 IL-4 16 A cinética de expressão de IL-4, gráfico 10, foi similar à do IFN-γ, entre 24 17 e 48 horas houve aumento da síntese, sendo estatisticamente significante nos 18 grupos tumor e tumor treinado. 19 A dosagem de IL-4 em 24 horas de cultura evidencia elevação das 20 concentrações quando da presença do tumor ou da implementação da atividade 21 física, gráfico 11. Sendo que na presença do tumor há uma maior síntese de IL -4 22 quando comparado o grupo tumor com o grupo controle, porém sem diferença 23 estatística, e na presença do tumor a atividade de física atenuou a expressão de 24 IL-4, mas sem diferença estatística. 46 1 2 3 Gráfico 10 – Representação da cinética da s íntese de IL-4 ent re 24 e 48 horas de cultura de células esplênicas. *** p= 0,0291 e # p= 0, 0287. 4 5 Gráfico 11 – Representação da síntese de IL-4 c om 24 horas de c ultura de c élulas es plênic as. 6 Similarmente às concentrações de 24 horas de cultura, as expressões de 7 IL-4 com 48 horas de cultura evidencia elevação das concentrações na presença 8 do tumor ou da atividade física, gráfico 1 2, pois comparando os grupos controle 9 e treinado há diferença estatística (p=0,0431). Sendo que na presença do tumor 10 há uma maior síntese de IL -4 quando comparado o grupo tumor com o grupo 11 controle (p=0,0028), e na presença do tumor a atividade de física atenuou a 12 expressão de IL-4, mas novamente sem diferença estatística. 47 1 2 Gráfico 12 – Representação da síntese de IL-4 c om 48 horas de c ultura de c élulas es plênic as. 3 4 5 5.3.4 IL-10 6 Do mesmo modo que o IFN-γ e IL-4, a cinética da IL-10 entre 24 e 48 7 horas houve aumento da síntese, sendo estatisticamente significante nos grupos 8 controle e tumor treinado, gráfico 13. 9 10 11 Gráfico 13 – Representação da cinética da síntese de IL-10 ent re 24 e 48 horas de c ult ura de células esplênicas. * p= 0,05 e # p= 0, 0146. 12 A síntese de IL-10 tanto em 24 como em 48 horas de cultura estimulada 13 com LPS, evidencia, que o tumor isolado ou associado à atividade física é capaz 14 de elevar a expressão desta citocina, pois comparando os grupos tumor e tumor 15 treinado com o grupo controle e treinado há diferença estatística, como ilustra m 16 os gráficos 14 e 15. 48 1 2 Gráfico 14 – Representação da síntese de IL-10 com 24 horas de c ult ura de c élulas esplênic as. 3 4 Gráfico 15 – Representação da síntese de IL-10 com 48 horas de c ult ura de c élulas esplênic as. 5 6 5.3.5 IL-12 7 Como à IL-2, a citocina IL-12 foi detectada apenas com 48 horas de 8 cultura das células esplênicas, evidenciando aumento nos grupos que praticaram 9 atividade física e diminuição na presença isolada do tumor. Comparando os 10 grupos controle e tumor há uma tendência a significância (p=0,0679), já 11 comparando o grupo tumor treina do com o grupo tumor obtém-se diferença 12 estatística significante, mostrando que na presença do tumor associando a 13 atividade física ocorre aumento da expressão de IL -12 (p=0,0229), os dados 14 estão expressos no gráfico 16. 49 1 2 3 4 Gráfico 16 – Representação da síntese de IL-12 com 48 horas de c ult ura de c élulas esplênic as. 5.3.6 TGF- β 5 A cinética de síntese de TGF -β apresentou-se variante, pois os grupos 6 controle e tumor treinado aumentaram a síntese, em contrapartida os grupos 7 treinado e tumor diminuíram as concentrações entre 24 e 4 horas de cultura, 8 porém tais oscilações não apresentaram diferença estatística, gráfico 17. 9 10 11 Gráfico 17 – Representação da cinética da sínt ese de TGF-β ent re 24 e 48 horas de cultura de células esplênicas. 12 As concentrações em 24 horas de cultura, de TGF -β evidencia elevação 13 das concentrações na presença do tumor ou da atividade física, gráfico 18, pois 14 comparando os grupos controle e treinado há discreto aumento sem diferença 15 estatística. Sendo que na presença do tumor há uma maior síntese de TGF-β 16 quando comparado o grupo tumor com o grupo controle (p=0,021), e na 17 presença do tumor a atividade de física atenuou a expressão de TGF -β, mas 18 sem diferença estatística. 19 A síntese de TGF-β em 48 horas de cultura estimulada com LPS, 20 evidencia, que o tumor isolado ou associado à atividade física é capaz de elevar 50 1 a expressão desta citocina, pois comparando os grupos tumor com os grupos 2 controle e treinado há tendência a diferença estatística, já comparando os 3 grupos controle e treinado com o grupos tumor treinado há diferença estatística, 4 como ilustra o gráfico 19. 5 6 7 Gráfico 18 – Representação da síntese de TGF-β com 24 horas de c ult ura de c élulas esplênic as. 8 9 Gráfico 19 – Representação da síntese de TGF-β com 48 horas de c ult ura de c élulas esplênic as. 10 11 5.3.7 TNF-α 12 O gráfico 20, mostra a cinética da expressão de TNF-α entre 24 e 48 horas 13 de cultura de células esplênica estimuladas com LPS, apresentando aumento 14 das concentrações em todos os grupos com diferença estatística. 15 Comparando a síntese entre os grupos no período de 24 horas, gráfico 21, 16 pode-se evidenciar que o treinamento foi capaz de elevar a expressão desta 17 citocina, com diferença estatística (p=0,0451), a presença do tumor proporcionou 18 diminuição significativa quando comparado o grupo treinado com o grupo tumor 51 1 (p=0,0386), e quando avaliado o treinamento na presença do tumor tem -se uma 2 elevação significativa (p=0,0032). 3 4 5 Gráfico 20 – Representação da cinética da síntese de TNF-α ent re 24 e 48 horas de cultura de células esplênicas. * p= 0,0006; ** p=0, 0001; *** p= 0, 0048 e # p= 0, 0056. 6 7 Gráfico 21 – Representação da síntese de TNF-α c om 24 horas de c ult ura de c élulas es plênicas . 8 9 Após 48 horas de cultura a síntese de TNF-α, mantém o perfil de 10 expressão, gráfico 22, novamente a síntese no grupo treinado foi maior que no 11 grupo controle, mas com 48 horas esse aumento não foi significativo, e a 12 presença do tumor por si só não foi capaz de elevar a síntese de TNF-α em 48 13 horas de cultura, mas a prática de atividade física potencializou a expressão de 14 TNF-α, pois comparando o grupo tumor treinado com o grupo tumor houve um 15 aumento mais intenso. Destacando que a atividade física foi capaz de estimular 16 com mais eficiência a síntese de TNF-α, pois comparando o grupo treinado com 17 o grupo tumor, é possível verificar maiores concentrações no grupo treinado 18 sendo este aumento sem significância estatística. 52 1 2 Gráfico 22 – Representação da síntese de TNF-α c om 48 horas de c ult ura de c élulas es plênicas . 3 4 5 6 5.4 PRODUÇÃO DE CITOCINAS NO SOBRENADANTE DA CULTURA DE MACRÓFAGOS PERITONEAIS 7 8 5.4.1 IFN-γ 9 Ao contrário da cinética do IFN-γ sintetizado pelas células esplênicas, os 10 macrófagos peritoneais entre 24 e 48 horas de cultura apresentam decréscimo 11 das concentrações de IFN-γ em todos os grupos experimentais, havendo 12 diferença estatística em todos, conforme mostra o gráfico 23. 13 14 15 Gráfico 23 – Representação da cinética da s íntese de IFN-γ ent re 24 e 48 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. * p=0, 0029; ** p= 0, 0235; *** p=0,0312 e # p= 0, 0138. 16 Mesmo apresentando cinética contrária nos macrófagos peritoneais entre 17 24 e 48 horas, os grupos que praticaram atividade física em 24 horas de cultura 18 obtiveram maiores concentrações de IFN-γ quando comparados aos grupos 19 sedentários, gráfico 24, pois comparando o grupo controle como treinado houve 20 diferença estatística (p=0,0119) e comparando o grupo tumor com o grupo tumor 53 1 treinado também houve diferença estatística (p=0,0112). Mas a presença do 2 tumor de modo isolado foi capaz de aumentar a síntese de IFN-γ, pois 3 comparando o grupo controle com o grupo tumor há diferença estatística 4 (p=0,0464), porém a associação do tumor com a atividade física fez com que 5 houvesse maiores expressões, pois comparando o grupo controle com o grupo 6 tumor treinado houve uma maior diferença (p=0,0178). 7 8 9 Gráfico 24 – Representação da sínt ese de IFN-γ c om 24 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 10 O comportamento do IFN-γ com 48 horas de cultura permaneceu, os 11 grupos que praticaram atividade física apresentaram maiores concentrações 12 quando comparado aos demais grupos, gráfico 25. Sendo que comparando o 13 grupo controle com o grupo treinado há uma tendência á significância 14 (p=0,0558), e o efeito da prática física parece ser mais potente ao estimular a 15 produção de IFN-γ, pois comparando o grupo treinado com o grupo tumor, o 16 primeiro produziu mais IFN-γ, com tendência a significância (p=0,065). Essa 17 sugestão pode ser confirmada comparando o grupo tumor com o grupo tumor 18 treinado, onde o grupo que treinou apresentou maiores concentrações com 19 diferença estatística (p=0,0078). 54 1 2 3 4 5 Gráfico 25 – Representação da sínt ese de IFN-γ c om 48 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 5.4.2 IL-4 6 A cinética de expressão de IL -4, gráfico 26, nas culturas de macrófagos 7 peritoneais, mostrou-se oscilante entre os grupos, pois os grupos controle, tumor 8 e tumor treinado reduziram entre 24 e 48 horas, em contra partida o grupo 9 treinado obteve aumento das concentrações. Apenas os declínios dos grupos 10 tumor e tumor treinado apresentaram tendência para significância estatística 11 (p=0,08 e p=0,07, respectivamente). 12 13 14 Gráfico 26 – Representação da cinética da s íntese de IL-4 ent re 24 e 48 horas de cultura de mac rófagos peritoneais. *** p=0, 08 e # p= 0, 07. 15 As dosagens de IL-4 com 24 horas de cultura comparando entre os 16 grupos, pode-se observar no gráfico 27, que o treinamento na ausência do tumor 17 proporcionou ligeira redução da expressão desta citocina. Em oposição, a 18 presença do tumor foi capaz de elevar as concentrações de IL -4, pois 19 comparando o grupo treinado com o grupo tumor há diferença estatística, e a 20 prática de atividade física proporcionou aumento ainda maior quando associado 55 1 ao tumor, comparando o grupo tumor treinado com os demais há diferenças 2 estatísticas (vs controle – p=0,021; vs treinado – p= 0,006; vs tumor – p=0,0021). 3 4 5 Gráfico 27 – Representação da s íntese de IL-4 c om 24 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 6 Com 48 horas de cultura, gráfico 28, as dosagens de IL-4 apresentaram 7 similaridade com as dosagens de 24 horas, alterando nas concentrações do 8 grupo treinado, pois o mesmo apresentou elevação da expressão de IL-4 (vs 9 controle – p=0,0085). Desta foram tanto a atividade física como a presença do 10 tumor e a associação de ambas, foram capazes de elevar os níveis de IL -4, 11 comparando com o grupo controle (vs tumor – p=0,0078; vs tumor treinado – 12 p=0,0239). 13 14 15 Gráfico 28 – Representação da s íntese de IL-4 c om 48 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 16 17 5.4.3 IL-10 18 A cinética das concentrações de IL-10, gráfico 29, entre 24 e 48 horas de 19 cultura de macrófagos peritoneais foram contrárias às culturas de células 20 esplênicas, houve decréscimo das expressões entre os dois períodos, sendo 56 1 significante a diminuição para os grupos controle e treinados, sugestivo de 2 interferência da presença do tumor. 3 4 5 Gráfico 29 – Representação da cinética da síntese de IL-10 ent re 24 e 48 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. * p=0, 0366 e ** p= 0, 0369. 6 No período de 24 horas, os níveis de IL -10 no grupo que praticou atividade 7 física foi ligeiramente menor que o grupo controle e significativamente menor 8 perante os grupos tumor (p=0,0254), confirmado pela comparação do grupo 9 tumor com o grupo controle (p=0,08), na presença do tumor a implementação da 10 atividade física foi capaz de atenuar a expressão de IL -10, pois comparando os 11 grupos tumor com tumor treinado a redução foi significativa estatisticamente 12 (p=0,0469), com forte tendência a retornar aos níveis controle, pois comparando 13 o grupo controle com o grupo tumor treinado não houve diferença estatística, 14 gráfico 30. 15 16 17 Gráfico 30 – Representação da s íntese de IL-10 com 24 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 18 Com 48 horas de estímulo os macrófagos mantiveram a síntese de IL-10, 19 gráfico 31, o grupo treinado continuou expressando menos IL -10 que os demais, 57 1 sendo estatisticamente significante comparado ao grupo tumor (p=0,0314). E na 2 presença do tumor a prática de atividade física continuou atenuando a síntese de 3 IL-10, comparando o grupo tumor com o grupo tumor treinado há diferença 4 estatística (p=0,0287). 5 6 7 Gráfico 31 – Representação da s íntese de IL-10 com 48 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 8 9 5.4.4 IL-12 10 Apresentando cinética similar às demais citocinas expressas pelos 11 macrófagos peritoneais, a síntese de IL-12 entre 24 e 48 horas comportou-se 12 com redução das concentrações entre o primeiro momento e o segundo, apenas 13 o grupo tumor que apresentou ligeiro aumento, e este com diferença significante. 14 Já os demais grupos evidenciaram reduções, porém sem diferença estatística, 15 dados estes plotados no gráfico 32. 16 17 18 Gráfico 32 – Representação da cinética da síntese de IL-12 ent re 24 e 48 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. *** p= 0, 0034. 19 Semelhantemente às demais citocinas do perfil Th1 a IL -12 em 24 horas 20 de cultura apresentou elevação dos níveis nos grupos que praticaram atividade 58 1 física e diminuição no grupo com apenas tumor, gráfico 33. É possível visualizar 2 estas alterações, quando comparamos os grupos controle e tumor, mostrando 3 que a administração do DMBA foi capaz de reduzir os níveis de IL -12 de modo 4 significativo (p=0,0310), que a atividade física foi eficiente ao reverter este 5 quadro, pois comparando os grupos treinado e tumor treinado com o grupo tumor 6 os aumentos de concentrações foram estatisticamente significante (p=0,0496 e 7 p=0,0420, respectivamente). 8 9 10 Gráfico 33 – Representação da s íntese de IL-12 com 24 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 11 O mesmo comportamento da IL -12 foi visto em 48 horas, os grupos que 12 foram submetidos à atividade física apresentaram maiores concentrações, mas 13 neste período de 48 horas o grupo tumor foi capaz de expressar mais IL-12 que 14 o grupo controle (p=0,0282), e as elevações das concentrações de IL -12 nos 15 grupos treinado e tumor treinado não foram significantes, apenas na comparação 16 do grupo tumor treinado com o grupo tumor houve uma tendência à significância 17 (p=0,0614), como mostra o gráfico 34. 18 19 20 Gráfico 34 – Representação da s íntese de IL-12 com 48 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 59 1 2 5.4.5 TGF-β 3 Novamente a cinética de expressão de citocinas pelos macrófagos 4 peritoneais foi de redução entre os períodos de 24 e 48 horas de estimulação em 5 cultura. Ocorrendo diferenças significativa nas reduções dos grupos controle e 6 treinado e tendência à significância no grupo tumor treinado, conforme o gráfico 7 35. 8 9 10 Gráfico 35 – Representação da cinética da sínt ese de TGF-β ent re 24 e 48 horas de cultura de mac rófagos peritoneais. * p=0, 0126; ** p= 0, 0079; # p= 0, 0615. 11 Em consonância com as citocinas imunossupressoras, o TGF -β em 24 12 horas de cultura na presença isolada do tumor apresentou elevação da 13 concentração com significância estatística (p=0,0154), e quando os grupos foram 14 submetidos à prática de natação, tais índices reduziram, comparando os grupos 15 controle e treinado há redução significativa (p=0,0375), como também entre os 16 grupos tumor e tumor treinado (p=0,0453), bem como comparando os grupos 17 treinado e tumor (p=0,0062), dados expressos no gráfico 36. 18 19 20 Gráfico 36 – Representação da síntese de TGF-β c om 24 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 60 1 Seguindo o mesmo comportamento, o TGF -β com 48 horas de cultura, 2 apresentou aumento quando da presença isolada do tumor e diminuição das 3 concentrações nos grupos submetidos ao treinamento. Porém nenhuma das 4 comparações apresentou significância, há apenas um tendência significante 5 quando comparado a elevação da concentração de TGF-β entre os grupos 6 treinado e tumor (p=0,07), estes dados estão dispostos no gráfico 37. 7 8 9 Gráfico 37 – Representação da síntese de TGF-β c om 48 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 10 11 5.4.6 TNF-α 12 Novamente contrário à cinética das células esplênicas, as concentrações 13 de TNF-α entre 24 e 48 horas nas culturas dos macrófagos peritoneais, 14 evidenciam redução das expressões desta citocina, sendo as reduções 15 significativas para os grupos controle, treinado e tumor, conforme ilustra o 16 gráfico 38. 17 18 19 Gráfico 38 – Representação da cinética da síntese de TNF-α ent re 24 e 48 horas de cultura de mac rófagos peritoneais. * p=0, 0005; ** p= 0, 0296 e *** p= 0, 0085. 61 1 2 Analisando isoladamente o período de 24 horas de estimulação pelo 3 gráfico 39, pode-se verificar que tanto a prática física quanto a presença do 4 tumor, foram capazes de elevar a expressão de TNF -α, porém a atividade física 5 foi a que mais potencializou a exp ressão, pois comparando o grupo controle com 6 os grupos treinado e tumor treinado apresentaram significância estatística 7 (p=0,0273 e p=0,0127, respectivamente). E comparando o grupo tumor com o 8 grupo tumor treinado houve também diferença significante (p=0,0417). 9 10 11 Gráfico 39 – Representação da síntese de TNF-α com 24 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 12 13 Com 48 horas de cultura, o comportamento das concentrações foram 14 semelhantes, tanto o tumor quanto a atividade física estimularam os macrófagos 15 a produzirem TNF-α, sendo a atividade física capaz de estimular com maior 16 intensidade, pois comparando os grupos treinado e tumor treinado as elevações 17 foram maiores e significantes (p=0.0126 e p=0,0046), após 48 horas a 18 associação do tumor com a prática de atividade física fez com que os níveis 19 fossem ainda maiores, visto que comparando os grupos treinado e tumor 20 treinado houve diferença estatística na elevação da concentração (p=0,0173), 21 conforme ilustra o gráfico 40. 62 1 2 3 Gráfico 40 – Representação da síntese de TNF-α com 48 horas de c ult ura de mac rófagos peritoneais. 63 1 2 6. DISCUSSÃO 3 De acordo com Dimeo, Rumberger e Keul (1998), boa parte dos pacientes 4 com câncer cursa com perda de energia e restrição no desempenho físico. 5 Estima-se que esse problema afete até 70% dos acometidos com câncer que 6 fazem tratamento com quimioterapia e radioterapia, ou após cirurgia. Para 7 agravar ainda mais a situação, a fadiga pode fazer surgir outras doenças, tais 8 como a depressão, a esclerose múltipla e a artrite. 9 Para os pacientes que sentem fadiga, são recomendados, 10 frequentemente, descanso e redução de atividades diárias. Entretanto, o 11 descando prolongado pode, em vez de melhorar o quadro clínico, perpetuar 12 ainda mais a fadiga, pois a inatividade física induz ao catabolismo muscular 13 intenso (DIMEO; RUMBERGER; KEUL, 1998). 14 Vários estudos tem destacado a ação da atividade física corroborando nos 15 diversos aspectos do câncer, seja na identificação de genes que possam 16 participar na prevenção do câncer, como por exemplo o trabalho de Buehlmeyer 17 e colaboradores (2008) que verificaram o primeiro gene relacionado a prevenção do 18 câncer de colón após a prática de atividade física. 19 Em vista de compreender as alterações nos mecanismos imunológicos 20 que o câncer proporciona e verificar até que ponto a prática de atividade física é 21 capaz de atenuar a progressão tumoral ou até mesmo participar na regressão 22 dos tumores, justifica o desenvolvimento deste estudo. Para que se possa 23 realizar uma investigação mais minuciosa a adoção do modelo experimental fez- 24 se necessário, desta forma para este estudo utilizou-se como cobaias 25 camundongos Balb/c fêmeas, e para a indução da carcinogênese utilizou-se um 26 dos carcinógenos mais tradicionais, o DMBA. 27 A justificativa de utilização deste modelo se embasa pelo fato de que 28 vários autores utilizaram o modelo animal, roedores, como fonte de estudo do 29 câncer, em específico neste estudo o de mama, o que contribui sobremaneira 30 para o entendimento de sua biologia e o desenvolvimento de novas estratégias 31 terapêuticas (CHEUNG et al., 2003; BARROS et al., 2004; RUSSO et al., 2005; 32 HAKKAK et al., 2007). 33 Sabe-se que os modelos de indução química em roedores sofrem 34 influência quanto à idade do animal, a dose do agente carcinogênico e o tipo de 64 1 alimentação (MANNI et al., 1982; RUSSO; RUSSO, 2004; ASSIS, 2006). Com 2 isso Lane et al. (1990) utilizaram para seus estudos camundongos Balb/c 3 fêmeas, virgens, entre 30 a 35 dias, ou seja 4 a 8 semanas, com peso 4 homogêneo. Esta faixa etária estaria relacionada à maior taxa proliferativa do 5 tecido mamário, correspondendo à maturidade sexual. 6 Outro aspecto que atualmente está sendo levado em consideração no 7 desenvolvimento do câncer é o estilo de vida (inatividade física, obesidade, 8 consumo de álcool, tabagismo, exposição a radiação ionizante), fatores 9 nutricionais (ingestão de carne vermelha e gordurosa, consumo de açúcar, baixo 10 consumo de vegetais e frutas), história familiar, fatores hormonal e reprodutivo, 11 fatores biológicos (infecções virais, hepatite B e C, leucemias virais), idade 12 avançada, ambiente ou agentes ocupacionais (asbestos, cromo, belírio e níquel) 13 (KRUK; ABOUL-ENEIN, 2006). Já foi mostrado que estes fatores, bem como a 14 prática de atividade física influenciam no aparecimento e desenvolvimento de 15 tumores. 16 Dentre estes fatores a atividade física vem se ndo um dos focos, pois os 17 benefícios tanto na prevenção como no tratamento de várias enfermidades estão 18 sendo comprovados (SPENCE et al., 2010). Sendo assim, a utilização da 19 atividade física neste estudo é justificada, porém não se sabe até que ponto a 20 mesma pode ajudar ou prejudicar paciente com câncer. Portanto, a investigação 21 feita foi de verificar quais caminhos o sistema imune antitumoral traça para 22 combater o tumor. 23 Haja visto que neste estudo os animais que praticaram atividade física e 24 receberam o DMBA, não apresentaram massas tumorais externas, já os animais 25 que receberam DMBA e não praticaram atividade física obtiveram uma 26 frequência de massas tumorais externas de 35%. Estes achados podem ser 27 observados nos estudo de Lane et al. (1991), onde os animais que praticaram 28 atividade física e realizaram uma dieta balanceada, apresentaram menores 29 frequências de tumores. Ao contrário dos nossos achados e dos obtidos por 30 Lane et al. (1991); Thompson et al. (1988), verificaram no entanto, ao invés de 31 retardar o desenvolvimento de tumores, a atividade física de esforço moderado 32 aumentou a incidência e número de tumores e os animais que receberam dieta de 33 baixo e alto teor de gordura e sedentários reduziram a incidência e números de 65 1 tumores. A composição corporal não foi alterada pelo regime de exercícios imposta, 2 embora estes animais pesavam mais do que o grupo sedentário. 3 Outro aspecto importante de associação com o desenvolvimento do câncer 4 são as relações do sistemas imune e endócrino, pois Sáez et al. (2007), verificaram 5 que ratos Sprague-Dawley que foram submetidos à indução de tumor de mama com 6 DMBA e que praticaram atividade física de alta intensidade apresentaram maiores 7 frequências de tumores estando relacionados a uma maior produção de prolactina e 8 adrenalina, e que a suplementação com melatonina atenuou a frequência de 9 desenvolvimento de câncer, mas não alterou o número de células NK. 10 É sabido que para ocorrer uma resposta imunológica antitumoral eficaz é 11 preciso que os componentes desta resposta caminhem de forma sinérgica, ou 12 seja, os componentes da resposta imune inata e adquirida precisam atuar em 13 conjunto. Sendo as células de maior destaque na resposta imune inata os 14 macrófagos, as células NK e as células dendríticas (DE VISSER; EICHTEN; 15 COUSSENS, 2006) e na resposta imune adquirida os linfócitos T e B 16 (CONSTANT; BOTTOMLY, 1997). Neste estudo buscou-se avaliar as atuações 17 dos macrófagos e dos linfócitos T, CD4 + e CD8 + . 18 Para tanto, a imunidade inata é dita como a ação do sistema imune à infecção 19 que ocorre quando os patógenos pela primeira vez entram em contato com o 20 organismo. As células do sistema imune inato possuem um diminuto repertório de 21 receptores, porém reconhecem uma variedade de patógenos, tornando isto possível 22 pelo fato de que estes receptores reconhecem padrões moleculares comuns 23 associados a patógenos (PAMPs), padrões moleculares estes que não são 24 expressos pelas células do hospedeiro, o que torna impróprio denominar a resposta 25 imune inata de inespecífica (MEDZHITOV; JANEWAY, 2000; ABBAS; LICHTMAN; 26 PILLAI, 2008). 27 Já a resposta imune adquirida é altamente específica aos patógenos e com 28 capacidade especializada de tornar-se mais eficiente a cada contato subseqüente. 29 Muitas infecções são detectadas pelo sistema imune inato e controladas 30 rapidamente, sendo importante inclusive na indução da resposta imune adquirida por 31 meio da expressão de citocinas e moléculas de adesão (MEDZHITOV; JANEWAY, 32 2000; ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008). 33 Sabe-se que durante a resposta imune contra tumores ocorrem intricados 34 equilíbrios entre a produção de citocinas, que pode ser decisiva para a progressão 66 1 ou regressão do tumor. As citocinas são uma complexa rede que controla a resposta 2 imune. As principais células envolvidas na produção de citocinas são os linfócitos T 3 auxiliares (CD4+). Eles foram primeiro classificados em Th1 e Th2 em consonância 4 com as citocinas secretadas (MASSMANN et al, 1986). As células Th1 secretam 5 citocinas envolvidas na ativação da resposta celular (IFN-γ e IL-2) enquanto as 6 células Th2 estão ligadas principalmente ao desenvolvimento de uma resposta 7 imune humoral (IL-4 e IL-10). Essa dicotomia foi aumentada quando a identificação 8 de 9 (JOSEFOWICZ; RUDENSKY, 2009) e Th17 (IL-17, IL-23) (PARK et al., 2005), 10 recentemente foram descritos os padrões Th9 (IL-9) e Th22 (IL-22) (VELDHOEN et 11 al., 2008; TRIFARI et al., 2009). novas linhagens de células CD4 +, os subconjuntos Treg (TGF-β) 12 Neste estudo realizou-se a identificação e tipagem de linfócitos e monócitos, 13 por citometria de fluxo, sendo as frequências das marcações para CD3+, CD4+, 14 CD8+ e CD14+ associadas a algumas citocinas antitumorais (IFN-γ, TNF-α, e IL-12) 15 e prótumorais (IL-10). Foi demonstrado que a prática de atividade física reduz a 16 frequência destas duplas marcações, porém elevam a quantidade de citocinas 17 antitumorais produzidas por estas células e diminuem a produção de IL-10. Estes 18 achados vão de encontro com os estudos de Kumae e colaboradores (2009), 19 evidenciaram que sujeitos praticantes de corrida por um período de dois meses 20 obtiveram reduções nos números de linfócitos e manutenção de monócitos, e 21 redução nas expressões de IL-4, IL-10 e aumento nas sínteses de TNF-α. 22 Nielsen e Pedersen (1997) verificaram em cultura de linfócitos estimulada 23 com fitohemaglutinina (PHA) que indivíduos submetidos à prática de atividade física 24 apresentaram redução na frequência de linfócitos CD3 +. Nossos achados, quanto à 25 frequência de CD3+, também nortearam este comportamento, visto que os grupos 26 treinado e tumor treinado apresentaram reduções significativas comparados aos 27 grupos controle e tumor, este comportamento foi semelhante para os linfócitos T 28 CD4 e T CD8. 29 Hutnick e colaboradores (2005) com o objetivo de determinar se o 30 treinamento físico poderia aumentar a ativação dos linfócitos em pacientes com 31 câncer de mama após a quimioterapia, verificaram a ativação pela presença de 32 células T CD4+/CD69+, após estímulo de proliferação induzida por mitógenos e foi 33 realizada a detecção de níveis de citocinas produzidas pelos linfócitos. Utilizaram 28 34 pacientes com câncer de mama que participaram de um programa de exercícios de 67 1 6 meses, e foram comparados com 21 pacientes que não se exercitavam. Após a 2 quimioterapia, 3 e 6 meses mais depois do treinamento, os pacientes foram 3 submetidos à avaliação da aptidão e coleta de sangue. O programa de exercício 4 constou de treinamento de resistência e atividade aeróbica entre 60-75% da 5 capacidade funcional, três vezes por semana com um personal trainer. Por 6 citometria de fluxo quantificou-se o número de células CD4+/CD69+. Obtiveram que 7 os pacientes submetidos ao treinamento mostraram um aumento no consumo 8 máximo de oxigênio e força. Esse grupo também apresentou maior percentual de 9 células CD4+/CD69+ e os níveis de IL-6 e IFN-γ foram semelhantes nos dois grupos. 10 No estudo de Miles et al. (2003), associando os níveis de lactato com a 11 quantidade de linfócitos, concluíram que níveis elevados de lactato sanguíneo foram 12 associado com maior recrutamento de linfócitos T e B, e talvez NK, para a 13 circulação, mas não influenciam a resposta de proliferação de linfócitos T e B. Não 14 há evidências para apoiar a hipótese de que aumento de lactato no sangue pode ser 15 parte do mecanismo de aumentar a concentração de linfócitos na circulação. A 16 magnitude do exercício em induzir resposta imune celular aos exercícios de 17 resistência ocorreu após 3, mas não em seis meses de treinamento de resistência. 18 Isso pode ter sido devido às adaptações temporárias sistêmica à formação ou 19 possivelmente, a variação sazonal na capacidade de resposta imune a estresse. 20 Drela et al. (2004) avaliando as subpopulações de linfócitos (CD8 +), em 21 idosas que foram submetidas a um programa de treinamento realizado duas vezes 22 por semana, durante 50 minutos, por um período de 10 meses, obtiveram após o 23 programa de exercício diminuição da frequência de células T CD8 +. Dados estes que 24 vão de encontro com os obtidos em nosso estudo, pois os grupos treinados com ou 25 sem a presença do tumor apresentaram diminuição desta subpopulação. 26 Horohov et al. (1996), verificaram em cavalos treinados que os níveis de 27 receptores para IL-2 (CD25+), não alteraram com a prática de atividade física, porém 28 nossos resultados evidenciaram que seguindo o protocolo de treinamento citado na 29 metodologia os grupos treinados apresentaram maiores quantidade de CD25+ que 30 os grupos sedentário e tumor. 31 Dias e colaboradores (2007), mostraram em seu estudo que o treinamento 32 físico foi capaz de promover leucocitose e linfocitose em animais que praticaram 33 exercícios durante cinco e 15 minutos nas intensidades leve e moderada, obteve 34 aumentada contagem de linfócitos teciduais nos grupos treinados cinco minutos leve 68 1 bem como cinco e 15 minutos moderado, de forma geral, ao estímulo com 2 concavalina A não houve alteração na resposta proliferativa celular T, porém houve 3 diminuição na resposta celular B nos grupos treinados. 4 Na procura de melhor elucidar o comportamento das células 5 imunocompetentes no que tange a produção de citocinas, realizamos as dosagens 6 de citocinas nos sobrenadantes de culturas estimuladas com LPS, tais dosagens 7 procedeu-se em cultura de células esplênicas, podendo na sua maioria verificar o 8 comportamento dos linfócitos, e cultura de macrófagos peritoneais. Fazendo desta 9 forma uma análise das células participantes da resposta imune inata e adquiri da. 10 A resposta imune inata e adquirida apresenta diferença temporal de atuação, 11 sendo as células do sistema inato a produzir seus produtos mais precocemente, e as 12 células do sistema imune adquirido produzem mais tardiamente o que justificaria a 13 cinética de produção das citocinas pelas células esplênicas com maiores 14 concentrações em 48 horas, diferentemente dos macrófagos peritoneais que 15 apresentaram maiores produções em 24 horas, Wollenberg et al (1993), também 16 observaram que macrófagos peritoneais produziram maiores concentrações de 17 citocinas inflamatórias (TNF-α e IL-6) nas primeiras 24 horas. 18 Analisando as expressões das citocinas dos perfis Th1, Th2 e Treg nas 19 células esplênicas, pode-se observar que a prática de atividade física proporcionou 20 aumento em várias citocinas do perfil Th1 (IFN-γ, IL-2, IL-12 e TNF-α), o que 21 proporcionou nos grupos que foram submetidos à indução do tumor de mama, a não 22 formação de tumores externos. Já os animais do grupo tumor sem treinamento 23 apresentram aumento das citocinas do perfil Th2 e Treg, viabilizando o 24 desenvolvimento de massas tumores externas. 25 Em vista dos nossos resultados, há a confirmação dos mesmo baseados em 26 alguns estudos, pois Cox e colaboradores (2007), na respostas pós-exercício as 27 concentrações de IL-2, IL-4 e IL-12 foram pequenas e não substancialmente 28 diferente entre os grupos que praticaram atividade física e os sedentários. Porém as 29 concentrações de IL-8 e IL-10 foram mais baixas nos indivíduos submetidos ao 30 treinamento de corrida. 31 Kara e colaboradores (2011), avaliaram a associação do treinamento físico 32 com a suplementação de zinco em indivíduos praticante de luta e sedentários nas 33 expressões de IFN-γ, IL-2 e TNF-α, os autores observaram que no início do estudo, 34 não houve diferenças significativas dos parâmetros medidos entre os grupos de 69 1 estudo. No final do estudo, os níveis de TNF-α, IL-2 e IFN-γ foram significativamente 2 maiores no grupo que foi submetido ao treinamento física e receberam 3 suplementados com zinco em comparação com aqueles que não receberam 4 suplementação, independentemente da condição de atividade. 5 Akimoto e colocaboradores (2000) mostraram que as concentrações 6 plasmáticas de IL-12 aumentram significativamente, imediatamente após breve 7 período de exercício. 8 Dentre os nossos resultados há a dosagem de TGF-β, membro da família dos 9 reguladores de crescimento, que inclui três isoformas: TGF-β1, TGF-β2 e TGF-β3. 10 As concentrações desta citocinas nas culturas de células esplênicas e de 11 macrófagos peritoneais entre 24 e 48 horas apresentaram comportamentos 12 dicotômicos, pois as concentrações de TGF-β nas células do baço apresentaram 13 concentrações maiores nos grupos treinados e com tumor, porém em macrófagos 14 peritoneais os grupos treinados apresentaram valores menores que o grupo tumor. 15 A possível justificativa do comportamento do TGF-β está pautado que esta 16 citocina sobre algumas células depende da sua concentração: em baixa 17 concentração, estimula a produção de fator de crescimento derivado de plaqueta 18 (PDGF) e, portanto, indiretamente mitogênica, em concentração elevada é um 19 inibidor de crescimento devido à sua capacidade para reduzir expressão de 20 receptores para PDGF. TGF-β também regula o desenvolvimento embrionário, a 21 produção e degradação de colágeno e de angiogênese (BLOBE; SCHIEMANN; 22 LODISH, 2000). 23 E os dados referentes à influência do exercício físico nos níveis séricos de 24 PDGF e TGF-β são muito limitados. A maioria dos experimentos refere-se ao 25 aumento do mRNA para TGF-β e expressão do gene PDGF (BREEN et al., 1996; 26 O'CALLAGHAN et al., 2000; CONNOLLY et al., 2004). Nossos resultados estão de 27 acordo com o resultados da Hering et al (2000) e Czarkowska-Paczek et al. (2006), 28 no entanto, o protocolo de exercício foi diferente. 29 Um declínio na função imune e endócrina ocorre com o envelhecimento, e a 30 idade é um fator preditivo para alguns cânceres nos homens . No intuito de verificar a 31 influência da atividade física no sistema imunológico de homens idoso, Arai et al. 32 (2006) investigaram o impacto do treinamento de resistência a longo prazo sobre os 33 sistemas imunológico e sistema endócrino dos homens idosos. Verificaram que 34 idosos corredores apresentaram uma resposta significativamente maior na 70 1 proliferação de células T e produção de IL-2 que idosos sedentários. Produção de 2 IL-2 3 significativamente menores em idosos treinados do que seus pares sedentários. 4 Eles também mostraram significativamente menor produção de IL-3 em comparação 5 com idosos sedentários. Entretanto os níveis de IL-12 reduziram nos idosos 6 treinados. Desta forma pode-se sugerir que homens idosos altamente condicionados 7 parecem ter relativamente melhor preservação do sistema imune do que os homens 8 idosos sedentários. Treinamento de resistência de longo prazo tem o potencial de 9 desacelerar o declínio relativo à idade na função imunológica. foi semelhante ao de adultos jovens. A concentração de IL-6 foi 10 Outro ponto interessante é a relação do estresse oxidativo e a resposta 11 imunológica, sabe-se que o estresse oxidativo prolongado é prejudicial para saúde, 12 no entanto, o estresse oxidativo transiente pode melhorar capacidade imunológica. 13 Desta forma Hurst et al. (2009), a fim de investigar a relação de estresse oxidativo e 14 atividade física examinaram se o exercício físico seria capaz de induzir aumento da 15 capacidade de geração de radicais oxidativo no plasma, para melhorar a resposta 16 imune a agentes patogênicos potenciais. Os resultados indicaram que o exercício 17 porvoca alterações nos parâmetros de plasma (por exemplo capacidade de gerar 18 oxidativo dependente ou independente de mediadores inflamatórios), a exposição ao 19 LPS bem como o estresse provocado pela atividade física são capazes de gerar 20 estresse oxidativo transitório importante para um sistema imune "saudável". E as 21 dosagem das concentrações de TNF-α e IL-10 foram similares aos do nosso estudo, 22 onde os grupos praticantes de atividade física apresentaram maiores concentrações 23 destas duas citocinas. 24 Os macrófagos são cada vez mais implicados como agentes essenciais na 25 defesa contra uma gama de patógenos microbianose tumores. A imunidade inata é 26 rapidamente acionada após a infecção, e isso resulta em restrição do crescimento 27 microbiano e tumoral. 28 Estudo de Kizaki e colaboradores (2008), utilizando dois grupos de 29 camundongos, sedentário e treinado, sendo o treinamento caracterizado como 30 moderado (50-75% do VO2máx) com 30 minutos de corrida em esteira a 18 m/min, 31 por 5 dias na semana durante 3 semanas. Após o período de treinamento realizaram 32 a retirada dos macrófagos peritoneais e submetaram à cultura estimulada com LPS, 33 e avaliaram a expressão de IFN-γ, IL-10, TNF-α e óxido nítrico (NO), observaram 34 que o grupo treinado apresentou maiores concentrações de IFN-γ, TNF-α e NO, e 71 1 redução de IL-10. E outra observação foi feita com relação à influência dos 2 receptores β adrenérgicos, porém a síntese das citocinas não está vinculado à 3 quantidade de receptores. Desta forma este estudo demonstrou que a adaptação de 4 macrófagos à prática de exercício moderado melhora a atividade microbicida e 5 capacidade de resposta do tipo Th1. 6 Estudo de Lu et al. (1999), verificaram que o efeito crônico da atividade física 7 acarreta na melhora da ação anti-tumoral de macrófagos, pois quando colocado os 8 macrófagos em cultura com IFN-γ e LPS, nos grupos treinados, independente da 9 idade dos animais, houve maiores números de macrófagos citolíticos. Este 10 comportamento também foi observado por Woods et al. (2000). 11 Bombarda et al. (2009), investigaram o efeito de uma sessão de exercício 12 abaixo do limiar anaeróbio sobre as funções de neutrófilos e monócitos circulantes 13 em ratos Wistar. A atividade funcional dos fagócitos circulantes foi avaliada por 14 ensaio de fagocitose de Saccharomyces cerevisiae e pelo teste de redução de 15 nitroazul de tetrazólio (NBT). Não observaram diferenças significativas no numero 16 total e diferencial de leucócitos entre os grupos. Entretanto, neutrófilos do grupo 17 submetido ao treinamento físico não apenas fagocitaram mais S. cerevisiae, como 18 também foram mais eficientes em reduzir NBT em relação aos controles. Sendo 19 assim, o exercício realizado com intensidade abaixo do limiar anaeróbio foi suficiente 20 para incrementar a atividade fagocítica e microbicida de neutrófilos em modelo 21 animal. 22 Portanto, a defesa do sistema imunológico contra patógenos intracelulares, 23 tumores, é mediada pela função das células T helper e macrófagos. A liberação 24 antecipada IFN-γ contribui para a diferenciação de T células para células Th1. 25 Assim, a produção inicial de IFN-γ, IL-2, IL-12 e TNF-α é importante para a geração 26 de imunidade adaptativa, bem como para defesas inatas contra as infecções. Pelo 27 contrário, a IL-4 e IL-10, tipos de citocinas Th2, e produção de TGF-β promovem 28 uma mudança Th1 para Th2 ou Treg, suprimindo a resistência antitumoral, 29 sugerindo que a baixa produção de IL-4, IL-10 e TGF-β, vistas nas células 30 esplênicas e macrófagos peritoneais de camundongos treinados poderão contribuir 31 para resposta imune do tipo Th1 contra tumores. 32 Contudo evidenciamos neste estudo que a prática regular de atividade física 33 pode ser alvo constante de pacientes com câncer, sendo adjuvante às terapias 34 convencionais, quimioterapia, radioterapia e cirurgia, bem como as novas terapias 72 1 como as imunoterapias, e destacamos que a atividade física não só reduziu a 2 incidência de tumores nos animais treinados como polarizou o padrão de resposta 3 imunológica para o perfil Th1, visto que as citocinas deste perfil foram 4 supraexpressas nos grupos treinados, e a atuação das células imune competentes 5 apresentaram-se potencializadas quando da prática de atividade física. Contudo, 6 existe a necessidade de mais estudos em que se padronizem melhores regimes de 7 treinamento, com frequências, intensidades e modalidades sejam aplicados, para 8 verificar até que ponto a atividade física seja benéfica, ou se caracterizado uma 9 atividade 10 extenuante poderia prejudicar o desenvolvimento e agravo dos tumores. sistema imune e favorecer o 73 1 2 7. CONCLUSÃO 3 A partir dos resultados obtidos neste estudo, sobre a influência da 4 atividade física, natação, durante cinco dias por semana, com duração de 45 5 minutos por um período de oito semanas, em animais portadores de tumor de 6 mama na resposta imune, podemos concluir que : 7 1. A frequência de dupla marcação dos linfócitos CD3, CD4 e CD8, e dos 8 macrófagos (CD14) com as citocinas IFN-γ, IL-2, IL-12 e TNF-α, 9 reduziram nos grupos que praticaram atividade física, porém a 10 quantidade de fluorescência destas duplas marcações, ou seja, a 11 quantidade de citocinas produzidas foram maiores. E a quantidade de 12 linfócitos e macrófagos expressando IL -10 foi menor. 13 2. A concentração de citocinas do perfil Th1 nos sobrenadantes de cultura 14 de células esplênicas nos grupos treinados foram maiores que nos 15 demais, e a expressão de citocinas dos perfis Th2 e Treg foram 16 menores. 17 3. A dosagem das citocinas do padrão Th1 nos sobrenadantes de cultura 18 de macrófagos peritoneais nos grupos treinados com e sem tumor 19 apresentaram valores maiores que os grupos com tumor sem 20 treinamento, e as citocinas IL -10, IL-4 e TGF-β nos grupos treinados 21 foram menores que os demais. 22 Demonstrando assim, que a atividade física foi capaz de promover 23 reduções na incidência de desenvolvimento dos tumores, bem como 24 potencializou o sistema imune a polarizar um padrão de resposta do tipo Th1, 25 perfil antitumoral. 74 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 REFERÊNCIAS ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia Celular & Molecular. [Trad.] da 6ª ed. Rio de Janeiro – RJ: Elsevier, 2008. AGNEY, F. H.; KRAMMER, P. H. (2002) Immune escape of tumors: apoptosis resistance and tumor counterattack. J. Leukoc. Biol. 71, 907-920. AKIMOTO T; AKAMA T; TATSUNO M; SAITO M; KONO I. 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