RELATO DE 5 CASOS: TUMOR FILÓIDE DA MAMA
CEPEM- Centro de Estudos e Pesquisas da Mulher. Rio de Janeiro, Brasil
AUTORES: Zaiden L; Gusman L; Sondermann V.R.M.; Leitao Y;Castro R.R.S.; Caldoncelli V.D.A.; Fernandes M.;Gama M.; Feld L.; Machado D.; Schueller K; Dutra V.M.P.;
Almeida A.C. Pasqualette H.A.P.; Soares-Pereira P.M
INTRODUÇÃO: Os tumores Filóides são raros, correspondendo a aproximadamente 0,3% dos tumores de mama. Seu espectro etiológico inclui tumores benignos , dos quais
cerca de 30% recidivam, e tumores malignos, que podem metastatizar. De acordo com a literatura,cerca de dois tercos são benignos e um terco malignos. Acometem em geral
mulheres entre 30 e 55 anos. Do ponto de vista mamográfico geralmente apresenta-se como uma massa oval,redonda ou lobulada,hiperdensa e circunscrita. Calcificações não são
comuns,mas quando ocorrem ,com frequência são grandes e grosseiras. Apresentam-se à ultra-sonografia como imagens nodulares, lobuladas e circunscritas, semelhantes aos
fibroadenomas, sendo ocasionalmente identificadas áreas císticas em seu interior. São similares aos fibroadenomas em sua origem nas unidades ducto-lobulares terminais,
diferindo por apresentarem celularidade estromal aumentada, podendo estender-se em direção ao tecido mamário normal, apresentar crescimento rápido e ter a capacidade
de atingir grandes volumes. A bilateralidade e multicentricidade são excepcionaisEm torno de 10% apresentam elementos sarcomatosos, podendo originar metástases por via
hematogênica
MATERIAL E MÉTODOS: Entre Março e Outubro de 2007 foram realizadas 815 biópsias guiadas por USG. O diagnóstico histopatológico de tumor Filóide foi encontrado em
05 casos ( 0,61%). A idade média das pacientes foi de 55,2 anos (38 a 63 anos). Destas 60% apresentavam tumoração palpável e em 40% das pacientes as lesões eram
subclínicas. Em 03 casos as lesões evidenciavam imagens nodulares hipoecóicas ovaladas, de margens circunscritas e orientação paralela à pele, à semelhança dos
fibroadenomas. Em dois casos as lesões apresentavam critérios ecográficos de suspeição. Não houve casos de malignidade em nossa amostra. A confirmação círúrgica de
benignidade ocorreu nos dois primeiros casos. O último caso com 3 lesões não havia operado até o presente momento.
CASO 3 : 63 ANOS,COM QUEIXA DE NÓDULO PALPÁVEL DE CRESCIMENTO RÁPIDO
CASO 1 – 38 anos , lesão palpável,
crescimento rápido
CASO 2 : 47 anos, lesão subclínica,
porém com aumento de tamanho
Imagem nodular hipoecóica, com pequenas
áreas anecóicas, forma ovalada, margens
circunscritas,
ecotextura
heterogênea,
interface abrupta, orientação paralela à pele
com reforço acústico posterior
Imagem nodular hipoecóica com áreas
anecóicas, ovalada, margens circunscritas,
ecotextura heterogênea, interface abrupta,
orientação paralela à pele, sem sombra ou
reforço acústico posterior
NÓDULO 1: Lesão subclínica, encontrada
durante a avaliação de nódulo palpável no
mesmo quadrante
Imagem
nodular
hipoecóica,
ovalada,
margens circunscritas, ecotextura finamente
heterogênea, interface abrupta, orientação
paralela à pele
NÓDULO 2
Imagem
nodular
irregular,
hipoecóica,
margens microlobuladas, halo ecogênico,
ecotextura heterogênea, orientação não
paralela à pele e retificação do ligamento de
Cooper
NÓDULO 3: Lesão subclínica, encontrada
durante a avaliação de nódulo palpável no
mesmo quadrante
Imagem nodular irregular, hipoecóica,
margens
microlobuladas,
ecotextura
heterogênea, com halo ecogênico e alteração
no tecido fibroglandular circunjacente,
orientação não paralela à pele
DISCUSSÃO: O aspecto ultra-sonográfico do tumor filóide reflete de forma acurada suas características morfológicas e histológicas. O diagnóstico diferencial ultra-sonográfico do
tumor filóides varia com a composição morfológica e histológica da lesão. O tumor filóides lobulado ou com formato elíptico e margem circunscrita pode ser indiferenciável dos
grandes fibroadenomas com estroma celular ou fibroadenoma com alteração mixóide. O tumor filóides maligno com bordas infiltrantes são relativamente hipoecóicos, contêm grandes
espaços císticos, têm margens angulares, apresentam reforço acústico posterior e podem parecer semelhante ao carcinoma medular ou carcinoma invasivo de alto grau.
Histologicamente, o seu diagnostico não é, em geral tão difícil quanto a distinção entre tumor filóides benigno e maligno. Entretanto, algumas vezes o diagnóstico histológico de tumor
filóides pode ser difícil,em geral com amostras pequenas,como aquelas obtidas na biopsia percutânea com agulha de calibre 14. Sendo sempre necessário á biopsia cirúrgica com
excisão ampla para confirmar a natureza da lesão. Os resultados deste estudo são concordantes com os da literatura em relação à baixa freqüência destes tumores nas biópsias
de mama, à idade média das pacientes e a não especificidade dos critérios ecográficos encontrados. A associação de dados nos permite uma maior acurácia e precocidade
nos diagnósticos, o que melhora muito o prognóstico das pacientes portadoras desta patologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1) ULTRASOUND, X-RAY MAMMOGRAPHY, AND HISTOLOGY OF CYSTOSSARCOMA PHYLLODES – COLE-BEUGLET C. ET AL, RADIOLOGY 1983, 146: 481-486.
2)BENIGN AND MALIGNANT PHYLLODES TUMOR: MAMMOGRAPHIC AND SONOGRAPHIC FINDINGS – LIBERMAN L. ET AL, RADIOLOGY 1996, 198:121-124.
3) DIFFERENTIATING BENIGN FROM MALIGNANT SOLID BREAST MASSES WITH US STRAIN IMAGING – BURNSIDE E.S. ET AL, RADIOLOGY 2007, 245: NUMBER2, 401- 410.
4) UNUSUAL BREAST CANCER:USEFUL CLUES TO EXPANDING THE DIFFERENTIAL DIAGNOSIS – HARVEY J.A. ET AL, RADIOLOGY 2007,242:NUMBER3, 683-694.
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relato de 5 casos: tumor filóide da mama