13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
• Coletânea de 13 escritores
catarinenses.
• Literatura contemporânea – 2008.
• 13 contos que abordam a cultura açoriana
(Franklin Cascaes e “suas” bruxas).
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
• Coletânea em homenagem a
nascimento (2008) ao etnólogo e
desenhista.
• Houve bruxaria inclusive na publicação (2003-08).
• Número 13.
• Escritores: Salim Miguel, Flávio José Cardozo, Adolfo
Boos Jr., Amilcar Neves, Eglê Malheiros, Fábio Brüggemann,
Jair Francisco Hamms, Júlio de Queiroz, Maria de Lourdes
Krieger, Olsen Jr., Péricles Prade, Raul Caldas Filho e
Silveira de Souza.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
• Franklin Cascaes deu a Florianópolis
o título de "Ilha da Magia“.
• O livro é como uma metáfora sobre “cascaes”, que
significa amontoado de conchas, casqueiro, o
sambaqui ancestral.
• Esse livro é não somente objeto de imaginação,
mas, principalmente, objeto de memória.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
• Franklin Joaquim Cascaes (1908-1983)
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
• Franklin Joaquim Cascaes (1908• Definição da vida:
“Meus avós tiveram muitos escravos, era gente muito
rica, moravam em Itaguaçu, ali no outro lado da baía
Sul. Meus bisavós foram os primeiros colonos a
chegar ali. Uns parentes tinham engenho de farinha;
e meus pais tinham charqueado, porcos, redes e
canoas, aquela coisarada toda. Eles tinham muitos
trabalhadores e muitos escravos. Ainda encontrei
toda aquela gente lá. Então fui ouvindo essas
histórias todas e fui gostando, escutando...”
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
Exposição de arte em Itaguaçu
 Prof. Cid da Rocha Amaral
 estudo
• Talento para arte:
“Passei a empregar a arte que estudei. A nossa
oficina era cheia de artes. Foi tudo jogado fora, não
sobrou nada para contar a história. Na Segunda
Guerra foi criada uma oficina para fazer material
bélico e a nossa oficina foi jogada no lixo. Quase
morri de paixão...”
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
• Preservação da cultura:
“Tive que deformar o Barroco porque foi a única
forma de dar graça àquela beleza rústica, a figura do
colono açoriano. Tive que recriar o Barroco para
poder representar as pessoas do interior da ilha. O
homem está se destruindo. Ele pensa que é o senhor
absoluto da Terra. Não é! Sobre ele está a natureza
comandando, ele é exclusivamente um produto da
natureza, como são as aves, como são os outros
animais”.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
• Preservação da cultura:
“Tive a felicidade de ser um dos primeiros a penetrar
no interior da Ilha de Santa Catarina, antes mesmo
de terem lá chegado os massivos meios de
comunicação. Em alguns lugares não havia
instalação elétrica, nem estradas, o que fazia com
que as comunidades vivessem um mundo próprio,
longe das influências dos centros urbanos, permitindo
que suas vivências e manifestações se mantivessem
livres de alterações provocadas por agentes
externos”.
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O PRESÉPIO, de Adolfo Boos Jr.
Comentário:
• Os presépios construídos por Franklin Cascaes
eram feitos com as folhas da piteira e montados sob
a lendária figueira da Praça 15 de Novembro,
iniciaram uma tradição.
• Franklin era conhecido como “Seo Francolino”.
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O PRESÉPIO, de Adolfo Boos Jr.
Tema central:
• O conflito entre as tradições ilhoas e
o seu apagamento sob o excesso de urbanidade no
presépio de Cascaes que é estranhamente
dessacralizado.
Narrativa:
• Lentamente chega um caminhão perto da figueira,
que carrega um motorista idoso e três homens.
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O PRESÉPIO, de Adolfo Boos Jr.
Narrativa:
• Eles descarregam, peça por peça,do presépio.
• O jovem responsável pela montagem começa seu
trabalho, mas os passantes o atrapalham.
• Então, ele pede aos seguranças que tirem o povo
dali.
• O montador tinha uma foto do presépio no ano
anterior e deveria segui-la, mas deu um toque
pessoal, mudando a posição de um dos carneiros,
estética... Estética!
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O PRESÉPIO, de Adolfo Boos Jr.
Narrativa:
• Quando chega a noite, o jovem decide mudar tudo
de posição, acreditando que ficaria muito melhor, e
assim o faz.
• Na manhã seguinte, para seu espanto, todas as
peças voltaram ao lugar correto.
• O jovem insiste nas modificações.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O PRESÉPIO, de Adolfo Boos Jr.
Narrativa:
• Surge então o encarregado do museu que fica
horrorizado com a situação e manda o jovem
recolocar todas as peças no seu lugar de origem,
afinal, São José foi apeado do camelo, Baltazar l
largou a mão de Maria, tiraram a camisa do Avaí de
Gaspar, recolocaram a capa nos ombros de
Melchior que, por sua vez, desistiu de tourear a
vaquinha.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O PRESÉPIO, de Adolfo Boos Jr.
Narrativa:
• O moço reclama que todos os dias colocava Jesus
sobre uma árvore e de manhã ele estava
novamente na manjedoura.
• Alguém lembra que se o Professor Cascaes fosse
vivo... ai deles.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O PRESÉPIO, de Adolfo Boos Jr.
Observações:
• Neste conto, o processo é mais importante do que o
processado, talvez exatamente porque está ausente
a figura de Cascaes.
• Distante modelo original perdido, o criador sempre
insiste na renovação, e todos exigem seu direito de
opinião "estética",como em futebol todos se julgam
técnicos.
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UMA NOITE DE PROFUNDA INSÔNIA,
de Amilcar Neves
Tema central:
• Bruxas são erotizadas na maternidade de seres
imaginários.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
UMA NOITE DE PROFUNDA INSÔNIA,
de Amilcar Neves
Narrativa:
• Foi numa sexta-feira, numa noite de profunda
insônia solitária.
• O narrador, solteiro, diz que mora ocasionalmente
na Ilha e que encontrou seu vizinho casado, que é
Franklin Cascaes.
• Ambos estão nos distantes anos 60 ou setenta.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
UMA NOITE DE PROFUNDA INSÔNIA,
de Amilcar Neves
Narrativa:
• A rua está deserta, um ou outro cachorro perdido
vagam pelas ruas.
• Os vizinhos se encontram e caminham
despreocupados até a Lagoinha do Jacaré do Rio
Tavares, onde se acredita ser uma "maternidade
tatarina",um "ninho de boitatás".
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UMA NOITE DE PROFUNDA INSÔNIA,
de Amilcar Neves
Narrativa:
• A noite é perfeita e o Franque declama uma
quadrinha: Ilha das velhas faceiras e, também, das
moças prosas... As bruxas dos teus encantos são l
lindas que nem as rosas...
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
UMA NOITE DE PROFUNDA INSÔNIA,
de Amilcar Neves
Narrativa:
• O narrador confessa acreditar que as bruxas da Ilha
são absolutamente horríveis, e Mestre Francolino
afirma: Quase isso, pois na verdade, apenas
metade desse pessoal todo é que insiste em
atestar que as bruxas são do jeito que
descreveres.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
UMA NOITE DE PROFUNDA INSÔNIA,
de Amilcar Neves
Narrativa:
• Apenas a metade diretamente interessada no
assunto: as mulheres, as nossas mulheres, que
temem a concorrência imbatível.
• Em seguida, eles avistam um grupo de mulheres,
que abanam o rabo para o vizinho do narrador:
Francolino, meu lobisomenzinho de estimação!
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
UMA NOITE DE PROFUNDA INSÔNIA,
de Amilcar Neves
Narrativa:
• Uma linda bruxa negra aproxima-se, dá um beijo
em Cascaes.
• Percebe o narrador que todos estão nus.
• Retornam para casa, pela Mauro Ramos.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
UMA NOITE DE PROFUNDA INSÔNIA,
de Amilcar Neves
Narrativa:
• Fala Franklin: A vida é assim mesmo, meu jovem
amigo. Por diversos motivos não temos como
compartilhar com os outros os nossos melhores
momentos. Nem mesmo sendo um escritor de
ficção: primeiro porque ninguém vai acreditar em ti
e, se tiveres a intenção de falar a sério, corres um
risco considerável de ver a tua reputação arruinada
sem remédio.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
UMA NOITE DE PROFUNDA INSÔNIA,
de Amilcar Neves
Observações:
• Neste conto, o autor reconstrói um encontro com o
próprio Franque, colocando em xeque variadas
questões:
Bruxa existe ou não?
Escritor terá "a intenção de falar sério"?
Qual é a verdade?
A ficção engloba personagens reais ou a realidade se
compõe de personagens ficcionais?
Criador e criatura podem conviver?
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
HISTÓRIA PRAIANA, de Eglê Malheiros
Tema central:
• Bruxas assumem a condição de mulher autônoma
no patriarcado das famílias, então, quem se rebela é
bruxa?
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
HISTÓRIA PRAIANA, de Eglê Malheiros
Narrativa:
• Partos foram doze, criou cinco.
• Docelina é mulher de pescador, casada há 20 anos.
• Já passou muita fome, está feia, pelancuda e seu
marido é absolutamente controlador: não permite
modernices, como, por exemplo, ir ao Posto de
Saúde.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
HISTÓRIA PRAIANA, de Eglê Malheiros
Narrativa:
• Além disso, ele é o guardião do título de eleitor
desta mulher sofredora.
• Ele, o marido, chamado Armando, é dado a
bebedeiras, bailões e bate na esposa.
• Mas, ultimamente, aos sábados, Docelina tem ido ao
posto de saúde para umas palestras sobre a
valorização da mulher e seu trabalho.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
HISTÓRIA PRAIANA, de Eglê Malheiros
Narrativa:
• À noite, os homens comentam no bar que as bruxas
estavam virando a cabeça das mulheres.
• Um deles diz: Bruxas é que elas são.
• Aquele professor da Escola de Artífices, que vivia
escutando essas histórias, devia sair do túmulo para
conhecer as verdadeiras, as dele não assustam
mais ninguém. Tudo culpa das bruxas que vieram da
cidade bagunçar as ideias de nossas mulheres.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
HISTÓRIA PRAIANA, de Eglê Malheiros
Narrativa:
• A Docelina ontem me enfrentou, se eu for para o
bailão e encher a cara ela vai embora; pior, vai
querer abrir inventário da herança do pai e pedir sua
parte no terreno.
• Armando afirma gritando: "Os da antiga tinham
razão, bruxas, bruxas, existem e são de assustar.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
HISTÓRIA PRAIANA, de Eglê Malheiros
Observações:
• Eglê Malheiros, retrata a história de Docelina e seus
12 filhos, reduzidos a cinco, ou a quatro e meio,
consolando-se com seus "anjinhos, almas puras",
sem deixar, porém, de refletir "por que só filho de
pobre vira anjinho?"
• Enquanto as "modernices" a aliciam, seu marido
Armando lança a contrapartida: nessas "modernices"
estão as "bruxas" da pior espécie", como diria, se
presente estivesse, aquele professor da Escola de
Artífices!
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MINHA QUERIDA, de Fábio Brüggemann
Tema central:
• Antiga embarcação como pretexto para a realidade
paralela.
Narrativa:
• O rapaz estava começando a se despedir de uma
vida muito dura de garçom.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MINHA QUERIDA, de Fábio Brüggemann
Narrativa:
• Agora, além de dar adeus ao "Minha Querida", não
precisa adivinhar mais, pela cara, roupa e conversa
do freguês, o quanto será a féria, extraída dos mal
contados dez por cento, no fim da noite, às vezes
começo da manhã.
• Não precisaria mais comprar terno de brechó,
podia dar adeus às lojas de um e noventa e nove
onde comprava a decoração de sua casa depois
que os pais morreram.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MINHA QUERIDA, de Fábio Brüggemann
Narrativa:
• Aliás, após a morte da esposa do armador, ele
comprara um novo barco com o nome "Minha
querida Amália", mas, pouco depois, casou-se
novamente e mudou o nome para "Minha Querida".
• Contudo o que deixava nosso jovem mais feliz com
sua nova vida era não passar mais em frente ao
cemitério que ele jurava ter visto assombrações.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MINHA QUERIDA, de Fábio Brüggemann
Narrativa:
• Um dia, quando ainda trabalhava no restaurante,
chegou para jantar o seu Francolino.
• O garçom pediu para o patrão apresentá-lo ao
professor que ouviu a história do rapaz e achou
graça, mas afirmou que iria até o cemitério para
mostrar a farsa das almas penadas.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MINHA QUERIDA, de Fábio Brüggemann
Narrativa:
• Seu Francolino mostrou que "o barulho era de uma
árvore que balançava quando havia vento e
raspava os galhos no muro. E a imagem era a
sombra da mesma árvore no mesmo muro branco,
iluminada pela mesma luz de um poste."
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MINHA QUERIDA, de Fábio Brüggemann
Narrativa:
• Depois da explicação, o professor foi embora e o
rapaz foi com uma moça ao cemitério e visitaram
uma lápide bem iluminada pela mesma luz que
assombrava o muro e acharam a inscrição: “aqui
jaz Amália Rodrigues da Silva (1921-1974)"
• O rapaz concluiu que era a dona Amália do Minha
Querida, e no sábado seguinte comprou o bilhete
1921 e ficou rico.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MINHA QUERIDA, de Fábio Brüggemann
Narrativa:
• Mudou de vida, casou-se com a moça, e agora vai
todos os sábados ao túmulo de dona Amália, que
nasceu, para a sorte do rapaz, em 1921.
Observações:
• Examinada criticamente, a história do marido de
Amália (no naufrágio do "Amália"), insinua-se a
história do cemitério assombrado, quando o seu
Francolino mais desfaz crendices do que recolhe
causos.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
DOIS BANDOLINS, de Flávio José Cardozo
Tema central:
A memória da coisa vivida (a ausência crônica da
mulher, Elisabeth).
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
DOIS BANDOLINS, de Flávio José Cardozo
Narrativa:
• “Amanhã não venho trabalhar",o professor disse ao
auxiliar Peninha no final do expediente, amanhã... tu
bem sabes."e as palavras pararam.
• No entanto, nem foi preciso dizê-las: Peninha botou
a mão no ombro dele e bastou isso para mostrar
que se lembrava muito bem de que amanhã, 30 de
abril, era mais um aniversário da morte de Dona
Beth.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
DOIS BANDOLINS, de Flávio José Cardozo
Narrativa:
• O professor dormiu pensando em passar aquele dia
especial entre os desenhos, os escritos, as
esculturas e os crochês, as músicas e as flores de
sua amada falecida mulher que adorava tocar uma
modinha de bandolim quando viva e moradores
daquela mesma casa da Júlio Moura.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
DOIS BANDOLINS, de Flávio José Cardozo
Narrativa:
• Mas o professor decidiu que seria melhor trabalhar
no Museu, lá Beth seria mais viva.
• O dia foi normal e, após o expediente, o professor
saiu sem pressa com seu TL verde.
• À noite, sua fiel empregada Ana pôs a mesa.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
DOIS BANDOLINS, de Flávio José Cardozo
Narrativa:
• Ele sentou no sofá e começou a pensar em bruxas:
a Irinéia das Dores, a Virgilina e as três filhas,
Demetra, Canda Mandioca, Nica Besuga, Sinhá
Bidica e outras.
• Lá pelas onze e meia, ele ouviu sons, sim... era
música... e de bandolim!
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
DOIS BANDOLINS, de Flávio José Cardozo
Narrativa:
• Foi para fora de casa ver o que era e quem tocava o
instrumento não era Beth.
• Seca como um longo graveto, murcha e feia que
nem os sete pecados capitais, quem tocava o
bandolim não era Beth, não, diabolicamente não,
quem tocava não era outra senão a bruxa
bandolinista da Orquestra Selenita Bruxólica, que
certa noite, assim como o professor numa andança
pela Ilha, apareceu para o pescador Geraldo Sem
Medo, no Retiro da Lagoa.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
DOIS BANDOLINS, de Flávio José Cardozo
Narrativa:
•A bruxa horrorosa gritava para que Franklin
esquecesse sua Beth, que ela estava morta.
• O professor não sabia se invocava contra a megera
segredos exorcísticos ou se deixava a bruxa ali
mesmo.
• Optou pela segunda.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
DOIS BANDOLINS, de Flávio José Cardozo
Narrativa:
• Quando entrou em casa, apareceu-lhe sua amada
esposa, tocando a Ave-Maria de Schubert em seu
bandolim.
• Um vento, um bafo, pela Júlio Moura afora foi
aquele desarvorado vôo de bruxa, sobre o qual o
professor, discreto, nunca escreveu que um outro
curioso por casos raros o fizesse.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
DOIS BANDOLINS, de Flávio José Cardozo
Observações:
• Em tom poético, sensual e transfigurador, o conto
restitui-nos um dia de ausências, saudades, revivências
de um Cascaes, de certa forma já desprendido do solo
rude e entremostrando dimensões sublimadas, nos seus
amores com Beth, amores que, se foram estéreis em
relação a filhos, multiplicaram-se na afeição mútua, a
ponto de, falecida ela, somente salvá-lo da solidão o
"bendito Museu da Universidade",nesses "quatro anos
sem Beth e sempre com ela",cena plenificada com a
bruxa bandolinista sublimada e fundida na "soberana"
Beth, bandolim silencioso na mão direita".
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
BRANCO ASSIM DA COR DA LUA,
de Jair Francisco Hamms
Tema central:
• A memória de uma infância, na Ilha antiga,
encontra áreas de profundidade humana.
Narrativa:
• Sabe quem morreu? O Orlandinho, filho da dona
Zenilda.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
BRANCO ASSIM DA COR DA LUA,
de Jair Francisco Hamms
Narrativa:
• O seu Orlando saiu agorinha para comprar um
caixãozinho junto com o professor Franklin
Cascaes, que, assim que soube, correu para lá.
• O Orlandinho, por quem a mamãe lamentava, era
albino.
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BRANCO ASSIM DA COR DA LUA,
de Jair Francisco Hamms
Narrativa:
• Ele viveu seus poucos 11 anos sofrendo, ora contra
a bronquite, ora com asma.
• Era filho do negro Orlando da Purificação e da dona
Zenilda, linda negra.
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BRANCO ASSIM DA COR DA LUA,
de Jair Francisco Hamms
Narrativa:
• O narrador, que confessa ter sido seu vizinho,
conta das perseguições ao menino, inclusive
quando o chamavam de "barata descascada“.
Tanto que na escola Orlandinho não saía para o
recreio para não ser mais humilhado ainda e ficava
desenhando.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
BRANCO ASSIM DA COR DA LUA,
de Jair Francisco Hamms
Narrativa:
• Certo dia apareceu a professora dona Florentina
com um homem até então desconhecido, era o
professor Franklin Cascaes, que viera conhecer o
Orlandinho e seus desenhos.
• O professor ficou muito impressionado com a
qualidade dos desenhos e prometeu matricular o
menino na escola particular da professora Jurema
Cavallazzi e no ano seguinte na Escola Industrial
onde ele lecionava.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
BRANCO ASSIM DA COR DA LUA,
de Jair Francisco Hamms
Narrativa:
• Pela primeira vez, o menino sorria e parecia feliz.
• A escola era longe e, quando o menino se cansava,
seu pai o levava no cangote.
• Na hora do recreio, Orlandinho desenhava os
colegas ou heróis dos quadrinhos e era um
sucesso.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
BRANCO ASSIM DA COR DA LUA,
de Jair Francisco Hamms
Narrativa:
• Mas esta felicidade só durou três meses, pois no
dia 10 de julho, Orlandinho morria, vítima de
insuficiência respiratória.
• O narrador descreve a sala e os que estão no
velório, como o Tércio da Gama e o Adolfo Boss e a
parteira dona Vicentina.
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BRANCO ASSIM DA COR DA LUA,
de Jair Francisco Hamms
Narrativa:
• O narrador lembra que foi ali, há pouco mais de 11
anos, ali mesmo, num quartinho ao lado da sala, à
luz de um lampião, fora a primeira pessoa a ver e a
segurar aquele menininho branco, branco, branco,
branco assim da cor da lua.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
BRANCO ASSIM DA COR DA LUA,
de Jair Francisco Hamms
Observações:
• O escritor, em cena de bastante intimismo poético,
concentrada na morte do menino Orlandinho, faz
transitarem do real para a ficção: Franklin Cascaes,
Tércio da Gama, Adolfo Boss, o próprio autornarrador - todos "rapazes pequenos",moradores a
Rua Bocaiúva, há décadas passadas.
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O ABENÇOADO, de Júlio de Queiroz
Tema central:
• Conjuração de bruxas que amaldiçoam a moderna
medicina.
Narrativa:
• Malina olhou ao longe e resmungou: “Há mil anos
que venho recomendando a Pestina para aprender a
chegar na hora combinada. Peste de bruxa que
sempre se atrasa!”.
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O ABENÇOADO, de Júlio de Queiroz
Narrativa:
• Tal comentário foi feito com o gato preto
empoleirado no seu ombro esquerdo.
• As bruxas começaram a se reunir, algumas
contando as malvadezas que estavam aprontando.
• Ao total eram sete, como deveria de ser.
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O ABENÇOADO, de Júlio de Queiroz
Narrativa:
• Malina, convocando as bruxas, apresenta o motivo
daquela reunião: “com essa história de progresso, de
médicos aos montes e uma farmácia em cada canto
e em cada farmácia mil remédios para tudo, nós
estamos ficando mais que desmoralizadas.”
• As bruxas concordam e apresentam exemplos de
jovens que não acreditam mais em benzeduras e que
preferem buscar a solução médica.
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O ABENÇOADO, de Júlio de Queiroz
Narrativa:
• Fica decidido então que na próxima reunião trarão
soluções para o problema.
• Uma lua depois, caindo um Vento Sul fortíssimo, as
bruxas começaram a chegar.
• Malina não foi a primeira, mas também não foi a
última.
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O ABENÇOADO, de Júlio de Queiroz
Narrativa:
• Como só faltava a Pestina, Malina deu a sessão por aberta e
quis saber o que é que suas irmãs haviam elaborado.
• Pestina chega toda alvoroçada e diz que se atrasou porque
viu em um lugarejo chamado São José um marido e uma
mulher "querendo fazer aquelas coisas" e que lá haviam três
fadas disfarçadas de rolinhas que abençoavam o fruto daquele
amor, afirmando que nasceria um menino no dia 16 de outubro
de 1908, o qual se chamaria Franklin.
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O ABENÇOADO, de Júlio de Queiroz
Narrativa:
• Esse menino estaria destinado a preservar a cultura
daquele lugar, bem como as histórias de bruxas.
• Uma das bruxas apressou-se em dizer que era
necessário matarem o menino, mas Malina, a bruxa
chefe diz: “Não seja burra!.A gente não queria ser
lembrada? Pois aí está o menino que vai cuidar para
que a gente não morra na memória das pessoas.”
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O ABENÇOADO, de Júlio de Queiroz
Narrativa:
• As outras bruxas concordaram e cada uma foi
embora para seu destino.
Observações:
• Este conto coloca em foco um autêntico congresso
bruxólico, com o objetivo de se tomarem resoluções
eficazes para deter o crescente descrédito com que
as bruxas vêm sendo tratadas, por causa do
progresso.
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O ABENÇOADO, de Júlio de Queiroz
Observações:
• Até que a bruxa Pestina relata cena ocorrida em
São José, onde três fadas comentavam a concepção
e o nascimento futuro de um menino que registrará
todas as estórias, lendas, costumes, bruxas e
bruxedos da região.
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
AO ENTARDECER, de Maria de Lourdes Krieger
Tema central:
•Pesca de arrastão como retrato antropológico.
Narrativa:
• A chuva bate nas costas desnudas dos pescadores
ao puxarem os cabos da rede do arrastão.
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AO ENTARDECER, de Maria de Lourdes Krieger
Narrativa:
• Veranistas pedem por peixes, assim como Onofre,
pescador já velho, mas que atua como olheiro em
busca de cardumes.
• Onofre não gostava muito das mudanças que trazia
o verão: turistas, os corpos desnudos, o alarido e os
costumes estranhos...
• Além disso, seu amigo avisa que aquela destruição
toda traria sérias consequências.
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AO ENTARDECER, de Maria de Lourdes Krieger
Narrativa:
• Este amigo aparecia sempre com folhas de papel e
lápis numa pasta de couro e foi com ele Onofre
aprendeu a valorizar o chão em que vivia.
• O alvoroço da chegada das embarcações termina e
Onofre agora volta a procurar cardumes, lembrando
de seu amigo Franklin: “vejam os manguezais.”
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Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
AO ENTARDECER, de Maria de Lourdes Krieger
Narrativa:
• Nesse momento, ele sorri, pois sabe que esse
amigo deve estar contando histórias fantásticas para
aquela a quem ele rendia homenagens: Nossa
Senhora do Desterro.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
AO ENTARDECER, de Maria de Lourdes Krieger
Observações:
• Este conto condensa uma cena ou instantâneo na
vida praieira: a chegada dos pescadores com seu
escasso produto, que é vendido para a divisão dos
lucros, enquanto o "olheiro" Onofre lembra o amigo
(não será preciso dar seu nome!) que tanto advertira
sobre mudanças nefastas do progresso sobre essa
ilha "embruxada pelo capitalismo e pelos
gananciosos".
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Tema central:
• A mulher é bruxa quando se emancipa.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• O narrador conta que tem o hábito de recortar matérias
de jornal que possuam qualquer coisa de singular,
inusitado, insólito, original, curioso, enfim, algo capaz de
compor a natureza humana além da mesmice cotidiana.
• Em seguida, conta que leu uma manchete na véspera do
Natal de 1978, em que uma adolescente desapareceu sem
deixar vestígios.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• Ela era uma estudante na Lagoa da Conceição.
• O pai, indignado, afirmava que a filha tinha sumido na
mesma data que um estranho gringo fizera também o
mesmo.
• A história não teria nada de especial, mas dez dias
depois foi apresentado um diário, pela amiga da jovem que
desaparecera.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• Este diário chamou a atenção do narrador que foi até
a casa da moça e pediu uma entrevista com a mãe.
• O narrador conseguiu ver a caderneta, mas não
havia como pegá-la emprestada, então ele resolveu
copiar as informações, cerca de dezessete anotações
de página e meia cada, com apenas uma data: dia 4
de novembro.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• Quando já havia terminado, chegou o pai da moça,
aparentemente embriagado e jogou a caderneta no fogo,
afirmando tratar-se de um ritual para libertar a filha do
embruxamento ou, como dizia o professor Franklin
Cascaes, do fado bruxólico.
• Descobre-se então que o nome do gringo era Raphael
Constanzo Flores, alto, moreno, espadaúdo, gostava de
fazer pães e era vizinho da moça.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• Ela havia decidido ser professora e, com o tempo,
aproximou-se naturalmente do jovem.
• A amizade transformou-se em paixão, até que acontece o
inevitável e os dois fazem amor.
• No mês seguinte, a menstruação não veio e Raphael não
se mostrou surpreso e acertou que os dois iriam para
Curitiba.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• No dia 04 de novembro, ela recebeu uma folha de
jornal com uma edição especial a respeito de Franklin
Cascaes.
• Ela lê a notícia e vê o desenho de uma galinha
choca.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• A reportagem apresentava informações sobre as
bruxas da ilha: que elas tinham uma vida melhor se
comparadas àquelas perseguidas pela Inquisição e
que todas elas acreditavam que podiam voar, que
possuíam poder sobrenaturais, poderes de curar, de
matar e de mudar as condições climáticas, além de
terem relações sexuais com os demônios íncubos (por
cima) e súcubos (por baixo).
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• Os demônios se transformavam ora em homem
(íncubo), ora em mulher (súcubo).
• Para a transformação, o demônio deveria roubar o
esperma humano, o que conseguia durante o sono,
através da masturbação.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• As bruxas reclamavam que este esperma era muito
frio, que eles tinham um membro muito ereto, mas
sem sabor, porque era frio.
• A mesma reportagem ainda fala sobre uma galinha
que perseguiu um pescador e ele bateu nela,
quebrando-lhe o braço e no outro dia apareceu
Merência, com uma tipóia no braço.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• Então deram um surra naquela mulher e lhe jogaram
água e sal, para tirar o fado bruxólico.
• Depois disso, a moça tem alguns sonhos com bruxas
e decide pela sua fuga na véspera do Natal.
• O diário terminava ali.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Narrativa:
• Mas havia também anotações sobre o o filho de
Sibele com Raphael: Nathan, um rapaz moreno de
olhos verdes, que tem quase vinte e cinco anos, cursa
engenharia e até acha graça quando associam o seu
nascimento a um forte cheiro de enxofre no ar, é o
sinal dos tempos, afirma, embora hoje ninguém
acredite mais em bruxas; mas que elas existem,
existem.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O DIÁRIO DA VIRGEM DESAPARECIDA,
de Olsen Jr.
Observações:
• Aqui se retoma a crendice bruxólica da Ilha da Magia,
bem como um fato nada estranho às tradições
açorianas (a fuga -rapto de adolescente), um caso de
"fado bruxólico" se corporifica no sintético diário,
astuciosamente reconstituído por ardis do narrador,
que vai desfiando os fios dessa meada de aparência
policialesca.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
TALVEZ A PRIMEIRA E ÚLTIMA CARTA,
de Péricles Prade
Tema Central:
• Uma oitava filha interpela Franklin e advoga sua
condição de não-bruxa.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
TALVEZ A PRIMEIRA E ÚLTIMA CARTA,
de Péricles Prade
Narrativa:
• O conto, em modelo de carta, começa assim:
Desterro, 14 de março de 1983.
Seu Franklin...
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
TALVEZ A PRIMEIRA E ÚLTIMA CARTA,
de Péricles Prade
Narrativa:
• A moça, chamada Benta, diz-se indignada, pois,
após uma afirmação em "Bruxas Gêmeas", conto do
livro "O Fantástico na Ilha de Santa Catarina" datado
de 1950, ela tem passado por bruxa, apesar de
nunca ter feito nenhum mal a ninguém.
• Diz que seu único gostinho é ficar nua, assim como
gostam as bruxas quando é sábado.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
TALVEZ A PRIMEIRA E ÚLTIMA CARTA,
de Péricles Prade
Narrativa:
• Benta relata que é gêmea de Santa e que seus pais
já tinham seis filhos e que todos sabem que quando
nasce o sétimo, se for menina, será bruxa.
• Seu pai, quando soube que a parteira, Custódia do
Chico Pelego, esqueçera de marcar quem era a
sétima, para chamar de Benta e livrá-la do mal.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
TALVEZ A PRIMEIRA E ÚLTIMA CARTA,
de Péricles Prade
Narrativa:
• Então, o pai recorreu a Candinha Miringa,
benzedeira e curandeira, mas de nada adiantou, pois
seu Manoel Braseiro, não sabia responder quem era
a filha bruxa.
• A benzedeira, então, pediu ajuda de Lúcifer, seu
chefe.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
TALVEZ A PRIMEIRA E ÚLTIMA CARTA,
de Péricles Prade
Narrativa:
• O problema é que Belzebu apontou Benta como
bruxa e como ele sabia que ninguém acreditava nele,
acabaram por desfazer o mal em Santa, o que de
nada adiantou.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
TALVEZ A PRIMEIRA E ÚLTIMA CARTA,
de Péricles Prade
Narrativa:
• Ao final, Benta acha graça da armadilha do demo e
pede que o Sr. Cascaes mude o seu texto, caso contrário
"Se até amanhã, dia 15, eu não for atendida, mudando o
que deve ser mudado, morrerá para jamais voltar a
cometer equívocos dessa natureza. E para aprender que
não só as bruxas fazem mal.“
• O criador (ou compilador) não fugia do poder das
criaturas!
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
NOITES DE ENCANTAMENTO,
de Raul Caldas Filho
Tema central:
• Relacionamento animoso e amoroso entre a
antropóloga incrédula e o defensor do que é nativo.
Narrativa:
• Um menino ouve, na noite que avança, histórias
fantásticas de monstros, bruxas lobisomens até que
sua mãe ordena que ele vá dormir.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
NOITES DE ENCANTAMENTO,
de Raul Caldas Filho
Narrativa:
• O menino de 10 anos, Franklin, brinca de modelar
na areia aquelas noites de encantamento.
• Após um mês da morte de Franklin Cascaes, em
maio de 1983, Ricardo recebeu um telefonema de
uma jornalista carioca querendo uma entrevista sobre
nosso professor.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
NOITES DE ENCANTAMENTO,
de Raul Caldas Filho
Narrativa:
• Seu nome era Natasha, uma bela mulher, de seios
pontudos e corpo esguio.
• Ricardo levou-a até o Museu para apresentar as
pinturas, desenhos, livros, pequenas esculturas de
cerâmica e falou sobre as velhas crenças açorianas e
principalmente sobre bruxas e como elas nascem.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
NOITES DE ENCANTAMENTO,
de Raul Caldas Filho
Narrativa:
• Natasha parecia desdenhar das histórias e Ricardo
acha que ela é uma "racionalista-cartesiana, chata e
presunçosa.“
• Quanto mais ela conhecia do trabalho de Cascaes,
mais achava tudo aquilo crendice de baixo extrato,
sem o menor valor para antropologia.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
NOITES DE ENCANTAMENTO,
de Raul Caldas Filho
Narrativa:
• Ricardo lembrou-se de Sinhá Vitelina, uma velha
curandeira e levou Natasha para conhecê-la.
• A velha afirmou: bruxaria é a maldade que ainda
domina o mundo e se aloja na cabeça das pessoas.
É o ódio, a inveja, o despeito, a luxúria, a violência, a
maledicência.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
NOITES DE ENCANTAMENTO,
de Raul Caldas Filho
Narrativa:
• Natasha e Ricardo voltaram para o carro e ficaram
um bom tempo sem falar.
• Ela pediu que ele parasse em uma enseada, às
margens da baía Sul.
• Eles começaram a trocar carícias mais que picantes
e foram caminhar por um descampado.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
NOITES DE ENCANTAMENTO,
de Raul Caldas Filho
Narrativa:
• Natasha interrompeu Ricardo e disse: Meus pais
vieram da Ucrânia para o Brasil, fugindo dos horrores
da Segunda guerra Mundial. Estabeleceram-se no
Rio de Janeiro e tiveram sete filhas. Eu fui a sétima.
• Interrompeu-se mais uma vez e acrescentou,
enigmática: sou então uma bruxa.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
NOITES DE ENCANTAMENTO,
de Raul Caldas Filho
Observações:
• Este conto confirma que bruxas não povoam
apenas a Ilha de Santa Catarina, pois, cerca de um
mês após a morte de Cascaes, veio à Ilha Natasha,
sétima filha de um casal que viera ao Rio de Janeiro,
fugindo dos horrores da Segunda Guerra Mundial na
Ucrânia. E veio com todos os direitos.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MISTÉRIO NO MIRAMAR, de Salim Miguel
Tema central:
• A imaginação tem memórias.
Narrativa:
• "Atravessou correndo a Praça, ofegante e trêmulo
entrou na cozinha adentro, onde a mãe preparava o
café, e mal conseguiu murmurar: Ma-mãeo-cor-po-osom.”
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MISTÉRIO NO MIRAMAR, de Salim Miguel
Narrativa:
• O menino contou que estava no Miramar e viu um
corpo e uma voz insistindo para ele falar com o
Franklin.
• O corpo foi levado ao necrotério e o Dr. Luís Delfino
vai fazer a autópsia.
• Já no outro dia os jornais noticiavam "MISTÉRIO
NO MIRAMAR.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MISTÉRIO NO MIRAMAR, de Salim Miguel
Narrativa:
• Ninguém sabia quem era o homem que estava sem
dinheiro, documentos, apenas um lenço no bolso e uma
pasta de couro, com as letras JCS, amarrada ao pulso.
• O pai e o menino foram até a delegacia, pois o pai
conhecia o comissário Várzea.
• O garoto recontou o que ouviu sobre falar com o
Franklin.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MISTÉRIO NO MIRAMAR, de Salim Miguel
Narrativa:
• Virgílio, o escrivão, disse que havia o professor da
Escola Industrial.
• O professor não sabia de nada, apesar do menino
Ernani ouvir seu nome e o cadáver possuir um
desenho que poderia ser seu.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MISTÉRIO NO MIRAMAR, de Salim Miguel
Narrativa:
• Subitamente Cascaes revela que alguns dias atrás
um homem lhe fizera um pedido estranho de um
desenho: suas bruxas, com inteira liberdade, a única
exigência é nas caras, uma deve lembrar Cruz e
Sousa, outra a noiva Pedra, a terceira a esposa
Gavita, a quarta, com cinco cabeças: Julieta,
Carolina, Cruz, Gavita, Pedra.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MISTÉRIO NO MIRAMAR, de Salim Miguel
Narrativa:
• Franklin explicou que o rapaz só buscou o primeiro desenho
e quando Ernani viu o segundo desenho tomou um susto,
dizendo que era aquele ser que o perseguiu no Miramar.
• Também lembrou-se nosso professor que o nome do
indivíduo era João, que tinha estado em um hotel, mas que
ninguém sabia de seu paradeiro e que quando foi ao Hotel La
Porta só encontrou nomes de poetas como Andrade Muricy,
Tasso, Alceu, Alphonsus, Abelardo, Raymundo, Roger.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MISTÉRIO NO MIRAMAR, de Salim Miguel
Narrativa:
• Cascaes afirma ao delegado que estas coisas
misteriosas são típicas, são tudo coisas desta Ilha
misteriosa e embruxada.
• O comissário Várzea e o escrivão Virgílio
continuaram suas buscas, falaram com o motorista
do caminhão-do-lixo Santos Lostada, mas nada
encontraram.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MISTÉRIO NO MIRAMAR, de Salim Miguel
Narrativa:
• O menino Ernani, certo dia, quando lia Broquéis, de
Cruz e Sousa, viu passar uma bruxa enorme de
cinco cabeças, ela deu um vôo rasante pela Praça
XV e se perdeu pelos lados da Ponte.
• Lembrou-se do professor Franklin: Neste mundo,
como disse o Poeta, há mais coisas entre o céu e a
terra do que sonha a nossa vã filosofia.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
MISTÉRIO NO MIRAMAR, de Salim Miguel
Observações:
• Neste conto, Franklin Cascaes participa, como
personagem, de vários relatos.
• Mistério no Miramar aparenta ingredientes policiais,
concentrado num corpo misterioso recolhido nas
águas junto ao Miramar.
• Há um sutil refinamento que aponta para prodigiosa
riqueza intertextual dos nomes das personagens.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Tema central:
• Bruxas desenham, em uma aparição feérica, o
apavorado perguntador da cidade.
Narrativa:
• Tudo aconteceu no final dos ano 50 ou início dos
anos 60, não lembro muito bem, diz o narrador.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Narrativa:
• Ele possui uma pequena gráfica e leciona
matemática para sobreviver.
• O amigo Maurício apareceu com a idéia de fazer
um folheto de 16 páginas sobre as bruxas de
Franklin, imprimiriam 200 exemplares e rachariam a
venda.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Narrativa:
• O narrador lecionava no mesmo colégio do
professor Franklin.
• Em um intervalo de aula, ele apresentou seu
projeto e emprestou algumas de suas anotações.
• Depois, Franklin passou o endereço de um amigo,
o Zeferino, de Pontas das Canas.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Narrativa:
• Mas o senhor, professor Franklin, acredita em
bruxas? Eu acredito na mente das pessoas, que cria
tudo o que elas acreditam... meu trabalho é o de
apenas anotar as histórias que esse povo conta.
• Maurício achou ótimas as histórias e a ideia de
visitar no sábado à tarde o Zeferino, mas o narrador
foi sozinho, pois seu amigo foi para Curitiba.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Narrativa:
• Zeferino era um homem simples e recebeu muito
bem o entrevistador, o problema foi que começou a
cair uma chuva forte.
• O senhô vai ficá nesta casa até a chuva passá,
mesmo que dure três dia falou Zeferino.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Narrativa:
• A conversa dentro da casa foi trivial até que
Zeferino foi perguntado sobre duas réstias de alho
penduradas na parede da sala e sua esposa
informou que eram proteção contra as bruxas e que
ele deveria ficar também com um dente de alho.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Narrativa:
• Relataram ao narrador que o filho deles, o menino
Pedro, já estivera embruxado e que dona Luiz
Benzedera conseguira salvá-lo com uma reza assim:
Treze raio tem o sóli/treze raio tem a lua./Sarta
diabo pro inferno/ qu'esta alma não é tua./tosca
marosca, rabo de rosca/ (...)
• A conversa seguiu até a hora de dormirem.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Narrativa:
• A noite foi de pernilongos e já pelas cinco e meia da
manhã o narrador estava de pé.
• Ele se despediu e foi pelo lado da praia .
• Pelo caminho encontrou uma baleeira com um abrigo e
ficou aterrorizado ao ver "três velhotas dentro da
baleeira, muito altas, magras e feias, que fingiam remar
remos invisíveis e faziam uma tremenda algazarra.
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Narrativa:
• Um pouco adiante, a dois passos da baleeira, numa
árvore enorme e de tronco grosso, outra velhota do
mesmo tipo ia e vinha, sentada num balanço preso
por cordas trançadas e amarradas a um dos galhos.
• As bruxas ameaçaram: Lá vai o istepô de bundinha
branca! Tá dizendo por aí que vai falá da gente! (...)
Vamo enfiá um remo no rabo desse maroto!
13 CASCAES
Orgs. Flávio José Cardozo e Salim Miguel
O FOLHETO, de Silveira de Souza
Narrativa:
• O folheto nunca foi publicado, Maurício não voltou
de Curitiba e só agora, anos mais tarde, Silveira de
Souza confessa ter coragem de contar o ocorrido e
reza para que ninguém acredite.