ANA TERRA: REPRESENTAÇÃO DE GÊNERO NO ROMANCE HISTÓRICO Camila Maria Longo Pleszczak Bolsista PET/sesu Orientadora: Profa. Dra. Roseli Terezinha Boschilia Introdução/Objetivos: O Romance Histórico possi bilita refletir historicamente as relações de gênero. Assim, através da personagem e Ana Terra procurou-se analisar as representações de gênero, construídas por Érico Veríssimo, na obra O Tempo e o Vento e identificar a articulação existente entre estas representações e a construção histórica da narrativa. Métodos. A fonte utilizada foi o capítulo Ana Terra do livro de Érico Veríssimo O Tempo e o Vento – o Continente v.1. Para a sua análise foram Utilizados textos teóricos que refletem sobre a construção da narrativa no romance histórico e as semelhanças entre a História e a Literatura . As leituras sobre discussões de gênero também foram fundamentais. Referências: PERROT. M. Práticas da memória feminina. PERROT, Michelle. Os excluídos da história. PESAVENTO, S.J.. Fronteiras da ficção. ______. Literatura, História e Identidade Nacional. PUGA, M.. O Essencial sobre o romance histórico. VEYNE, Paul. Como se Escreve a História. Resultados/Discussão: Na obra as representações de gênero são pautadas pelo contexto histórico da narrativa, como o povoamento de uma região de fronteira, a desestabilidade da mesma e a circulação de diferentes povos. As relações construídas sobre os personagens da família Terra estão Ancoradas na autoridade patriarcal, no trabalho, e nas convenções sociais. A constante ausência da figura masculina molda as ações do feminino, dando a elas uma relativa autonomia no espaço familiar. Porém, A presença de um forasteiro, o índio Pedro Missioneiro, com quem Ana Terra terá um filho, virá desestabilizar as relações de poder no interior da família. Conclusões : As convenções sociais baseadas nas representações de gênero são especificadas durante a obra, pois assim como os homens exercem funções no espaço público, as mulheres, tem atribuições específicas na administração doméstica. A relação que se estabelece entre eles dentro de um contexto de insegurança e constante luta pela sobrevivência, se torna recíproca. Érico Veríssimo c oloca na narrativa histórica de formação da sociedade a interação dos gêneros como relação importante para a constituição social e familiar, tendo como alicerce e a manutenção das relações de poder.