ID: 44628794 08-11-2012 Tiragem: 17650 Pág: 4 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 11,21 x 14,18 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 2 Maioria afirma que é Fusões e encerramento de mais cursos e instituições podem ser solução para cortes orçamentais. Ana Petronilho [email protected] A racionalização da rede de ensino superior - encerramento de universidades e de cursos, fusão de serviços e até mesmo de instituições - é um cenário cada vez mais “inevitável” para os partidos da maioria. Esta foi a sugestão do PSD e CDS apontada aos reitores, ontem no Parlamento, como sendo uma das possíveis soluções para os cortes orçamentais impostos pelo OE/2013 e perante o cenário de uma reforma do Estado que implique mais quatro mil milhões de cortes até 2014. Segundo as contas apresentadas pelos reitores, a redução média dos orçamentos do próximo ano ronda os 10% face a 2012, sendo que em algumas instituições chega aos 12%. Mas este é um tema que promete vir a marcar o debate da es- pecialidade do OE/2013 para a Educação hoje com Nuno Crato. Até porque os deputados da maioria dizem estar “muito preocupados com o futuro das universidades” e asseguram que vão trabalhar nas próximas duas semanas em conjunto com a tutela e as Finanças para encontrar soluções e apresentar uma proposta de forma a amenizar os cortes orçamentais. O OE/2013 vai pôr “todas as universidades abaixo da linha de água” numa situação financeira de “limite”, defendeu o presidente do Conselho de Reitores, António Rendas, ontem no Parlamento. Uma posição reiterada mais tarde em conferência de imprensa após reunião entre os responsáveis pelas instituições e os presidentes dos Conselhos Gerais. Durante a audição no Parlamento, o reitor da Universidade Técnica, António Cruz Serra, aproveitou ainda para lançar o alerta de que, caso não haja recuo do Governo, “as universidades não vão ter dinheiro para salários a meio do próximo ano”. ID: 44628794 08-11-2012 Tiragem: 17650 Pág: 5 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 16,38 x 13,95 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 2 “inevitável” reduzir o Superior Isto porque, além do corte médio de 2,5% nas transferências do Estado, os encargos com os descontos para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) vão subir de 15% para 20%, o que significa cerca de quatro milhões de euros da dotação de cada universidade. Além disso, os reitores garantem que a Direcção-Geral de Finanças transferiu, em média, menos um milhão de euros para cada instituição face ao necessário para repor os subsídios de Natal. Contas feitas, o Governo não devolveu cerca de 15 milhões às universidades para uma despesa total que ascende aos 66 milhões. Desenhado este cenário, a deputada social-democrata Nil- O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, debate hoje no Parlamento o OE/2013 para o sector. As universidades dizem estar no “limite”. za de Sena afirma que “repensar a rede universitária” torna-se, assim, “um tema central” no contexto actual e que, por isso, “devemos adaptar a nossa oferta aos recursos disponíveis”. Posição partilhada pelo deputado do CDS, Michael Seufert, para quem a reorganização da rede do superior “já vem tarde e já deveria ter sido feita” de forma a “amenizar os fortes constrangimentos orçamentais”. Sugestão que não foi bem acolhida pelos reitores, que rejeitam que a discussão da racionalização da rede seja feita num momento de crise, tendo apenas em conta critérios orçamentais, porque essa “seria a pior das racionalizações”, sublinha António Rendas. No entanto, os reitores não descartam a reorganização da rede, dizendo que é um cenário para o qual vão olhar “quando for conhecido o que vai ser o orçamento mas com critérios que sejam de qualidade e de maisvalia”, defendeu o presidente dos reitores. ■ CORTE MÉDIO 10% As universidades vão sofrer um corte médio de 10% na dotação orçamental para o próximo ano. Em algumas insituições esta redução ascende aos 12%. SUBSÍDIOS NATAL 15 milhões A Direcção-Geral das Finanças não transferiu a totalidade das verbas necessárias para repor os subsídios de Natal. As universidades receberam 41 milhões, quando necessitavam de 66 milhões.