ID: 50992394 26-11-2013 Tiragem: 17039 Pág: 34 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 27,96 x 33,23 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1 Paula Nunes António Rendas, que preside ao Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, está em rota de colisão com o Governo devido aos cortes em 2014 na despesa com o Ensino Superior. Nuno Crato e Reitores voltam hoje à mesa de negociações Ensino Conselho de Reitores tinha abandonado negociações, mas ministro diz-se disposto a procurar “soluções” para a reforma do ensino superior. Nuno Crato, ministro da Educação, vai reunir hoje com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. O governante garante estar disposto a negociar soluções, após o abandono das negociações para a restruturação do ensino superior por parte dos reitores. Ontem, à margem de uma reunião em Bruxelas do Conselho de Educação e Juventude, Crato foi claro. “O nosso canal de diálogo está aberto, estamos sempre empenhados em ultrapassar os problemas que surgem e em discutir com os senhores reitores os problemas todos que existem, sejam orçamentais, sejam de restruturação da rede, sejam outras questões”, afirmou. Depois do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), liderado por António Rendas, ter abandonado as conversações com o Governo POLÉMICAS Nuno Crato Ministro da Educação Em Bruxelas o ministro foi alvo de todas as críticas. Reitores voltam hoje às negociações, associação de deficientes fala em ano “desastroso” e SNESUP garante que há professores a pagar material de trabalho. e organismos regionais sobre a restruturação da rede do ensino superior, o responsável pela pasta da Educação e Ciência remeteu para o encontro de hoje o retomar das negociações. Crato defendeu que, do lado do Governo, a postura foi sempre de diálogo, com disponibilidade para “para esclarecer o que fosse necessário esclarecer e para poder ter os contactos que fossem necessários para olhar para os diversos pontos que estão em cima da mesa”, considerando que a suspensão das negociações por parte dos reitores foi “uma polémica talvez um pouco exagerada da maneira como foi relatada”. “Esperemos que seja uma nuvem passageira, mas não quero fazer mais comentários antes de amanhã reunir com os senhores reitores”, confessou o ministro , novamente questionado pelos jornalistas. Mas ontem, mesmo em Bruxelas, Crato não livrou de ser alvo de críticas transversais. A Associação Portuguesa de Deficientes, sobre a falta de colocação de professores do ensino especial, considerou o ano lectivo “desastroso” para as crianças com necessidades especiais. Crato respondeu que tem “reforçado o número de professores” dizendo não saber “exactamente do que é que se está a falar”. Também o Sindicato Nacional do Ensino Superior surgiu em público a criticar o orçamento para o sector. “Neste momento há muitos docentes a terem que pagar dos seu próprio bolso materiais para as aulas, para leccionar, até para darem aos seus próprios alunos fotocópias de materiais para eles poderem trabalhar”, disse António Vicente, presidente do SNESUP, que ontem promoveu uma concentração no ministério contra os cortes previstos no sector. ■ F.G. com Lusa