DESENVOLVIMENTO DE UM MIX FUNCIONAL PARA MULHERES DEVELOPMENT OF A FUNCTIONAL MIX FOR WOMEN 1 1 GILIANE C. NASSIF , MARIANA DALMOLIN , CAMILA PRIM 1 Acadêmicas do curso de Nutrição da Universidade Positivo 2 Docente do curso de Nutrição da Universidade Positivo 2 RESUMO Estudos demonstram que 75% a 80% das mulheres apresentam alguns dos sintomas da Síndrome Pré-Menstrual (SPM). Os autores relatam que isto ocorre devido a oscilação hormonal neste período, além da deficiência de nutrientes que agravam os sintomas desta síndrome. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um mix funcional com os principais nutrientes envolvidos no controle da SPM. Foi realizada a degustação do mix funcional com acadêmicas do curso de nutrição da Universidade Positivo em idade fértil, composto por três preparações, sendo elas: suco industrializado + mix, vitamina + mix e iogurte natural + mix. Ao final foi realizada uma análise da composição nutricional do mix em diferentes tabelas de composição de alimentos. A amostra foi composta por 73 acadêmicas, sendo a preparação do suco industrializado + mix o mais aceito. A análise nutricional do mix por diferentes tabelas de composição de alimentos demonstrou uma diferença exorbitante entre elas. Palavra Chave: Síndrome Pré-Menstrual, alimento funcional, informação nutricional 1 INTRODUÇÃO A Síndrome Pré-Menstrual (SPM) é um conjunto de sintomas que acometem milhares de mulheres (75% a 80%) no período de três a dez dias anteriores à menstruação (1,2) . Os sintomas comuns na SPM são: fadiga, irritabilidade, cefaléia, inchaço abdominal, mastalgia e humor lábil. Esse nada mais é do que a oscilação entre euforia e depressão ou raiva ou mau humor decorrente da oscilação dos hormônios envolvidos no ciclo menstrual Sampaio (2002) (5) (3,2,4) . evidencia que o ciclo menstrual não interfere apenas no apetite e no tamanho das porções. A literatura relata mudanças na ingestão dos tipos de macronutrientes, assim como a seleção dos alimentos e o desenvolvimento de compulsão por determinados tipos de alimentos, entre eles alimentos fontes de carboidrato simples e gordura, levando a uma flutuação de peso corpóreo neste período. Essas alterações são decorrentes da alteração hormonal que ocorrem nas fases do ciclo menstrual. Além disto, autores evidenciam que a deficiência de alguns nutrientes como vitamina B6, triptofano, zinco e magnésio estão relacionados no agravamento desses sintomas (2). O ciclo menstrual é composto pela fase folicular caracterizada pela presença do hormônio folículo estimulante – FSH, hormônio luteinizante – LH e estrogênio levando ao crescimento do folículo ovariano e a ovulação. Já a fase lútea é determinada pelo aumento de estrogênio e progesterona para formação do endométrio. Não havendo a ovulação ocorre a diminuição drástica desses hormônios, levando a degeneração do endométrio (5) . Além da SPM outros fatores como estresse do cotidiano, distúrbios nutricionais tanto o excesso como a carência de micronutrientes e alterações gastrointestinais podem desencadear distúrbios de ansiedade e compulsão alimentar (6,7) . E, o sexo feminino apresenta mais um agravante para o desenvolvimento dos distúrbios psicológicos que é a diminuição na síntese de serotonina em relação ao sexo masculino (7). Vários autores demonstram a relação de distúrbios psicológicos, principalmente transtornos ansiosos, com o excesso de peso corporal (2009) (10) (8,9) . Oliveira reporta que esta relação pode torna-se um ciclo vicioso: sofrimento psicológico versus comer mais versus aumento de peso versus ansiedade e tensão emocional. Há muitos relatos na literatura de que os alimentos funcionais e a fitoterapia possam contribuir para a prevenção ou tratamento, de forma complementar, de muitas patologias clínicas, dentre elas o distúrbio da ansiedade. Além dos fitoterápicos existem os alimentos funcionais, que são aqueles que apresentam efeitos fisiológicos benéficos à saúde (11,12). Afinal, apresentam na sua composição alguma substância biologicamente ativa que ao ser adicionada a uma dieta usual desencadeia processos metabólicos ou fisiológicos, resultando em redução do risco de doenças e manutenção da saúde (13,12) . Tendo em vista que o ato de se alimentar é um fenômeno complexo no qual estão envolvidos aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Observa-se que estes fatores interferem de forma significativa na busca por determinados alimentos (14,15,16). Sendo assim, este trabalho tem como objetivo desenvolver um mix funcional com os principais micronutrientes que podem auxiliar no controle da SPM e consequentemente a diminuição da procura por alimentos fontes de carboidrato simples e gordura, para isso deve conter alimentos fontes de triptofano, vitamina do complexo B, zinco e magnésio (17,5) . 2 METODOLOGIA Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Positivo sob aprovação do protocolo 051/10. A pesquisa foi realizada com acadêmicas do curso de nutrição, em idade fértil. Para classificar a fertilidade das mulheres foi adotado o ponto de corte preconizado por Silva (2006) (1) , o qual considera mulheres em idade fértil de 15 a 49 anos. Foram excluídas da amostra, mulheres que não estavam na idade fértil, diabéticas e as que apresentavam alergia ou intolerância alimentar a algum dos componentes do mix funcional. Excluíram-se também as acadêmicas que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi elaborada uma receita de um mix funcional, pelas pesquisadoras, com alimentos fontes de triptofano, vitaminas do complexo B, magnésio e zinco (tabela 1). Ingredientes Medida Caseira Gramagem Semente de girassol 1 xícara 104 g Levedo de cerveja 1 colher de sopa 13 g Farinha de casca de 1 xícara 86 g Açúcar mascavo 1 xícara 113 g Nozes 1 xícara 82 g Castanha do Brasil 1 xícara 108 g banana Tabela 1: Composição do Mix funcional Esses nutrientes foram elencados para compor o mix funcional em virtude de evidências que comprovem a sua eficácia no auxílio dos sintomas da SPM. As quantidades utilizadas de cada nutriente para compor o mix visaram prevenir a deficiência desses nutrientes. Sendo a recomendação diária de 2 colheres de sopa. Ao final da preparação do mix foi elaborado a ficha técnica e a informação nutricional com o intuito de se estabelecer a quantidade por porção de: valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras insaturadas, gorduras trans, fibra alimentar, cálcio, ferro, sódio, magnésio, zinco e vitamina B6. A análise de composição nutricional do mix foi realizada pela Tabela Brasileira de Composição Química de Alimentos (TACO) Composição de Alimentos (19) (18) , Tabela de , programa Avanutri 2009 e Tabela United States Department of Agriculture (USDA) (20) . As análises obtidas por diferentes tabelas foram comparadas. Para a avaliação da aceitação do mix as participantes receberam, de forma aproximada, 5 gramas do produto diluído em 50 ml de diferentes líquidos. Esta quantidade foi extraída da proporção preconizada por Philippi (2006) em que: 20 g do produto (1 colher de sopa) é diluído em 200 mL de líquido. Dessa forma, observam-se na tabela 02, as três preparações que cada acadêmica realizou a análise sensorial nesta ordem. O grau de aceitação do produto foi analisado por meio de análise sensorial obedecendo à escala hedônica. Preparação Conteúdo Preparação 1 5 gramas do mix funcional + 50 ml de suco industrializado de maracujá Preparação 2 5 gramas do mix funcional + 50 ml de leite batido com mamão; Preparação 3 5 gramas do mix funcional + 50 ml de iogurte desnatado Tabela 02 – Diferentes formas de consumo do mix funcional elaborado. Os dados do teste de aceitação foram organizados em planilha Excel e analisados com o programa computacional Statistica v.8.0, sendo os resultados expressos por frequências, percentuais ou medianas, médias, valores mínimos e máximos. Para comparação dos três tipos de preparação em relação ao escore de avaliação, foi considerado o teste não-paramétrico de Friedman. 3 RESULTADOS O teste de aceitação do mix funcional foi composto por 73 amostras, cuja faixa etária oscilou de 18 a 49 anos. Observa-se que a preparação 1 (suco de maracujá + mix) foi a mais aceita pelo público, apresentando um percentual de 80,8% da maior nota que compreende de 8 a 9. Já, as preparações 2 (leite batido com mamão + mix) e 3 (iogurte natural + mix), apresentaram respectivamente 32,8% e 34,2% das notas de 8 a 9. Dessa forma a preparação 2 e 3 não apresentaram diferença estatística significativa (p=0,960). Ao analisar a aceitação da preparação 1, em relação as demais preparações, observa-se que a aceitação dessa apresentou diferença estatística significativa (p<0,001), conforme ilustra a figura 01. A frequência de cada preparação pode ser observada na tabela 03. 10 9 8 Escore de avaliação 7 6 5 4 3 2 1 0 Iogurte natural Mediana Min-Max Suco de maracujá Vitam de mamão Figura 01: avaliação das amostras Preparação 1 Preparação 2 Preparação 3 Nota FR % FR % FR % 1 0 0,0% 5 6,8% 6 8,2% 2 0 0,0% 3 4,1% 2 2,7% 3 2 2,7% 4 5,5% 4 5,5% 4 2 2,7% 3 4,1% 9 12,3% 5 0 0,0% 11 15,1% 10 13,7% 6 3 4,1% 11 15,1% 7 9,6% 7 7 9,6% 12 16,4% 10 13,7% 8 32 43,8% 15 20,5% 12 16,4% 9 27 37,0% 9 12,3% 13 17,8% Mediana 8 6 6 Mínimo 3 1 1 Máximo 9 9 9 Tabela 03: Frequência das preparações Legenda: Frequência (FR), Porcentagem (%) Ao comparar o percentual da recomendação do mix em relação à Dietary Reference Intakes - IDR dos nutrientes envolvidos no controle da SPM, mostra que o zinco é o único nutriente que ultrapassa a DRI os demais ficam abaixo de 50% como ilustra a figura 02 Figura 02: Porcentagem da IDR em relação às tabelas de composição de alimentos. Ao utilizar a Tabela United States Departament of Agriculture (USDA) como referência, observa-se que em relação à gordura satura e insaturada as tabelas TUCUNDUVA e TACO superestimam à USDA enquanto que o programa AVANUTRI subestima. Já, com relação aos micronutrientes, o único que há uma diferença exorbitante em relação à USDA é o zinco, ilustrado na figura 03. E, quando calculado pela TACO é superestimado. As diferenças entre os micronutrientes estão sumarizadas na tabela 03. Figura 3: Porcentagem de diferença dos micronutrientes entre as tabela em relação à Tabela United States Departament of Agriculture. Composição AVANUTRI TUCUNDUVA TACO Caloria (Kcal) Carboidrato (g) Proteína (g) Gordura Total (g) Gordura Saturada (g) Gordura Insaturada (g) Gordura Trans (g) 108 % 94 % 91 % 103 % 25 % 42 % - 109 % 98 % 91 % 106 % 119 % 136 % - 109 % 99 % 88 % 106 % 117 % 133 % - Tabela 3: Porcentagem de diferença dos macronutrientes entre as tabela em relação à Tabela United States Departament of Agriculture. A concentração dos nutrientes sofre alterações quando se analisa também as preparações utilizadas. Observa-se que as preparações iogurte + mix e vitamina + mix se aproximam mais da IDR em relação à preparação suco + mix, como segue na figura 04. Figura 04: Porcentagem da RDI nas diferentes preparações. A diferença percentual entre as preparações com o adicional de 46 gramas (2 colheres de sopa) do mix funcional encontram-se na tabela 4. Nota-se que o suco apresenta mais carboidrato em relação à vitamina e o iogurte com 112,6% e 138,9%, respectivamente. E, menos sódio com 15% aproximadamente. Já, a vitamina apresenta mais fibra em relação ao iogurte com 127,3% e menos zinco 83,4%. Os valores estão sumarizados na tabela 4. Composição SUCO + MIX Caloria (Kcal) Carboidrato (g) Proteína (g) Gordura Total (g) Gordura Saturada (g) Gordura Insaturada (g) Gordura Trans (g) Triptofano (mg) Vitamina B6 (mg) Magnésio (mg) Zinco (mg) Sódio (mg) Fibra Alimentar (g) 95,1% 112,6% 50,4% 90,9% 64,5% 94,9% 100 % 66,7 % 77,2% 76,2% 15,8 % 78,6% IOGURTE + MIX VITAMINA + MIX 103,4 % 138,9% 48,8% 91,4% 64,5% 95,7% 100% 70% 76,8 % 63,6% 15,5% 100% 108,7% 123,4% 96,7 % 100,5 % 100 % 100,9% 100% 105% 101,8% 83,4% 98,3% 127,3% Tabela 4: Diferença percentual entre as preparações com o adicional de 46 gramas do mix funcional 4 DISCUSSÃO A serotonina é considerada um importante fator da etiopatogênese da SPM. Estudos ilustram que as mulheres apresentam atividade aumentada de serotonina durante a fase folicular e uma diminuição drástica na fase lútea a qual ocorre após a ovulação, isto justifica a sintomatologia emocional desta síndrome. (21,22) A depleção de triptofano leva à exacerbação desses sintomas, uma vez que esse aminoácido é precursor da serotonina, substância relacionada a diferentes funções no organismo, entre elas o apetite e o humor (22,23) . A ocorrência desse processo é dependente da proporção de carboidratos presentes na dieta, uma vez que na presença do hormônio insulina liberado na ingestão de carboidrato torna o triptofano mais biodisponível, e sua relação com outros aminoácidos, dos quais fazem parte: tirosina, fenilalanina, leucina, isoleucina e valina. É importante salientar que a barreira hemato encefálica apresenta um único carreador para estes aminoácidos. Assim, eles competem entre si, fato esse que leva, a uma diminuição do triptofano em relação aos demais aminoácidos. (23) Estudos expõem que o cérebro explora está propriedade dos neurônios serotoninérgicos no momento da escolha alimentar, uma vez que o aumento desta substância no cérebro induz a diminuição da procura por alimentos doces sendo (23) que o inverso é recíproco . Isso justifica a compulsão por alimentos ricos em (5) carboidrato simples e gordura. Estudos demonstram que a administração diária de triptofano, na quantidade de 1g, pode melhorar o padrão do sono e humor. (33) No presente estudo o mix elaborado atingiu um percentual elevado de triptofano, fato esse que auxilia na redução dos sintomas da SPM. Além do carboidrato, o triptofano necessita de uma das vitaminas do complexo B, a piridoxina também denominada de B6, a disponibilidade desse aminoácido influência no auxilio dos sintomas da SPM. Esta vitamina age como coenzima em reações do metabolismo de aminoácidos, neurotransmissores, (24) carboidratos e lipídeos. Além disto, a vitamina B6 diminui sintomas da SPM, (25) porém a dose a ser utilizada não é bem descrita. Há poucos estudos populacionais, relacionados à oferta de B6 e redução nos sintomas da SPM. Alguns estudos apresentam resultados benéficos com doses de 300 a 600 mg/dia de vitamina B6, fato esse que ultrapassa a Uper level – UL de 100 mg/dia (3,25) . Uma revisão de 25 estudos sugere que doses de 100mg/dia podem ter algum efeito benéfico na prevenção dos sintomas da SPM (25) . Levando em consideração a média das diferentes tabelas, o mix atinge 10 % da recomendação dessa vitamina. Estudos divulgam que a concentração de magnésio nas hemácias e leucócitos de mulheres que apresentam SPM é menor em relação aos demais, (3) micronutrientes que, também, estão envolvidos na atividade serotoninérgica Thys – Jacobs (2000) . (4) reporta que a administração de 200 mg / dia de magnésio é capaz de reduzir os sintomas da SPM. Além disto, estudos revelam (3) que os benefícios aparecem após o primeiro mês de administração . Em estudo envolvendo 38 mulheres com sintomas relativamente leves de TPM, a suplementação diária com 200mg de magnésio, por 2 ciclos menstruais, reduziu 1 das 6 categorias de sintomas avaliadas: a retenção de água reduziu significativamente após o segundo mês de uso, e os efeitos sobre o humor não foram observados. A suplementação dessa dosagem é normalmente bem tolerada, porém em doses de 350-400mg podem levar diarréia osmótica leve (34) . O mix desenvolvido atingiu 20% das recomendações. O sistema noradrenérgico esta envolvido em muitos processos fisiológicos e psicológicos, incluindo a modulação de humor. O zinco está 90% presente no encéfalo junto à metaloproteínas. Ele produz uma grande variedade de efeitos neuromodulatórios, sendo a inibição do receptor glutaminérgico, assim (29) ocasionando um aumento ou instituindo o sintoma de depressão e ansiedade. (26) Neto refere que o zinco age nos receptores opióides e na síntese das prostaglandinas, resultando na diminuição dos sintomas da SPM. Além disto, o zinco que é um mineral importante existente no sistema nervoso central, onde neurônios que apresentam vesículas sinápticas com elevadas concentrações de zinco, sendo estes neurônios conhecidos como uma subclasse de neurônios (27,28) glutaminérgicos. Outro fator relacionado com à SPM é a alteração no paladar. Segundo Sampaio (5) essas alterações podem ocorrer na fase folicular e lútea, influenciando dessa forma a escolha alimentar. Autores apostam que a sensibilidade ao doce está relacionada à baixa concentração de estradiol e a sensibilidade ao amargo com a quantidade elevada de progesterona (5) . A preferência por alimentos adocicados vem desde a fase pré-natal, onde o paladar ao doce é estimulado por substâncias químicas no líquido amniótico nesta fase (30). Essas afirmativas corroboram com os resultados dessa pesquisa. Afinal, a preparação mais adocicada foi a que apresentou o maior percentual de aceitação. A preparação suco industrializado + mix alcançou 37% das preferências devido ao seu sabor mais adocicado, como mostra a análise química, por tabelas e software. A preparação suco + mix em relação às demais apresentou um percentual mais elevado de carboidrato, macronutriente que está relacionado com o sabor doce dos produtos alimentícios. No que se refere à análise química dos alimentos observa-se que os resultados são influenciados pela qualidade das informações das bases de dados utilizados. No Brasil, as principais bases de dados utilizados, atualmente, são antigas e desatualizadas (31). Essas tabelas além de incompletas quanto aos nutrientes, são poucos confiáveis devido à ausência da descrição dos procedimentos utilizados para a análise, fator esse que, também, interfere na diferença encontrada na composição dos alimentos (31, 32). A composição química do mix desenvolvido, calculado por diferentes tabelas e softwares demonstram diferença preocupante. Afinal, para o profissional nutricionista esta análise determinará condutas e prescrições dietéticas (32) . 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos populacionais para comprovar a eficácia dos micronutrientes na SPM são escassos. Os autores que defendem essa eficácia na SPM levam em consideração a fisiologia e as ações que os nutrientes desenvolvem no organismo. Dessa forma, faze-se necessário continuar a pesquisa com mulheres que apresentem sintomas relacionados com a SPM, para comprovar a eficácia do mix desenvolvido. Além disto, é de extrema importância realizar a análise laboratorial da composição nutricional do mesmo. Afinal a diferença encontrada entre as tabelas e softwares é exorbitante, deixando-nos pouco confiante em relação à composição nutricional do mix desenvolvido. ABSTRACT Studies show that 75% to 80% of women experience some symptoms of Premenstrual Syndrome (PMS). The authors report that this occurs due to hormonal fluctuation during this period, in addition to nutrient deficiencies that aggravate the symptoms of this syndrome. Thus, this study aims to develop a functional mix with the most important nutrients involved in controlling PMS. We performed functional tasting mix with student of nutrition course from University Positivo in childbearing age, composed of three preparations: industrial juice + mix, vitamin + mix and yogurt + mix. At the end we performed an analysis of the nutritional composition of the mix in different tables of food composition. The sample was comprised of 73 students. In conclusionm, the preparation of industrial juice + mix was the most accepted. The nutritional analysis of the mix of different food composition tables showed a steep difference between them. Keywords: Premenstrual syndrome; functional food; nutritional facts. REFERÊNCIAS 1 Silva LMC. Gigante, PD. Carret, VLM. Fassa, GA. Estudo populacional de síndrome pré-menstrual. Revista de Saúde Pública 2006; vol 1; pág 47 - 56. 2 Valadares CG. Ferreira, VL. Filho, CH. Silva, RAM. Transtorno disfórico prémenstrual revisão – conceito, história, epidemiologia e etiologia. Revista Psiquiátrica Clinica 2006; vol 3; pág 117 - 123. 3 Bendich A. The potencial for dietary suplements to reduce premenstrual syndrome (PMs) symptoms. Jornal Americano da Faculdade de Nutrição 2000; vol 19; pág. 3-12. 4 Jacobs TS. Micronutrients and the premenstrual syndrome: the case for calcium. Journal of the American College of Nutrition 2000; vol 19; 220-227. 5 Sampaio CAH. Aspectos nutricionais relacionados ao ciclo menstrual. Revista Nutrição 2002; vol 15;pág. 309-317. 6 Naves A, Paschoal PCV. 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