AU TO RA L UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES EI TO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU O PE LA LE I DE DI R INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Por: Maura Aparecida Ribeiro DO CU M EN TO PR OT EG ID A Arteterapia no Ensino da Matemática em Escolas Públicas Orientador Prof. Fabiane Muniz Contagem 2009 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A Arteterapia no Ensino da Matemática em Escolas Públicas Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia a Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Arteterapia em Educação. São os objetivos da monografia perante ao curso por Maura Aparecida Ribeiro. 3 “ A educação é o único instrumento capaz de transformar, de forma duradoura, os indivíduos e a sociedade.” Newton de Paiva Ferreira Filho 4 AGRADECIMENTOS .... a Deus pela eterna inspiração, aos meus parentes, em especial a Andreza e aos meus alunos parte essencial do meu trabalho. 5 DEDICATÓRIA A Deus pela saúde e pela força que tem me dado para vencer mais esta etapa em minha vida. 6 RESUMO Este trabalho trata-se da Arteterapia na educação, em específico na disciplina de matemática em instituição pública. Entre todas as disciplinas que formam o histórico escolar das instituições de educação, a Matemática se apresenta como uma das principais disciplinas responsável pela desistência, recuperação e/ou evasão de alunos. E devido esta característica, é necessário que os professores procurem uma nova forma de incentivar a participação dos alunos em sala para que deixem de ser meros ouvintes de informação, sendo mais participantes no processo de ensino. Fala sobre a importância da motivação no ensino para os estudantes e de como a arteterapia pode favorecer uma melhora na aprendizagem dos alunos de forma mais prazerosa, menos severa e até mesmo menos aborrecida, reestruturando o vínculo de prazer e sabedoria de forma simples e direta e criativa. Acreditando que a Arteterapia poderá em muito ajudar nesta tarefa, através da melhora da autoestima, de um aumento da criatividade, interesse e processo de envolvimento de sua aprendizagem com a interação em sua vida acadêmica ou não. Resultando em diminuição das faltas, indisciplina, apatia sobre o conteúdo estudado, proporcionando a sua aplicação da teoria para a vida prática. Desta forma, esta pesquisa pretende realizar a junção da didática escolar com a Arteterapia, utilizando seus métodos para auxiliar o ensino da matemática para adolescentes e jovens, estudantes em escola pública, do ensino fundamental, no município de Contagem, localizado no estado de Minas Gerais. Espera-se no final do trabalho uma matemática prazerosa para os alunos. 7 METODOLOGIA A pesquisa foi desenvolvida por meio de observação e comparação das turmas no ensino fundamental de uma escola municipal, no bairro Jardim Industrial, em Contagem, no primeiro semestre de 2009. Foram utilizadas técnicas de Arteterapia, na resolução de exercícios, permitindo a comparação com anos anteriores através da observação da professora e as respostas dos alunos em sala de aula. Sendo utilizados também outros métodos como pesquisas bibliográficas, que tratou de um levantamento referente ao assunto já publicado livros, estudos, artigos, monografias e sites da internet. Os principais autores utilizados foram Susan Belo, Idalberto Chiavenato, Maria Cristina Urrutigary, Vygotsky, sites da internet, Ângela Philippini, entre outros. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................09 CAPÍTULO I - A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA ......................10 1.1 Origem da Matemática....................................................10 1.2 Currículo Escolar.............................................................11 1.3 A Escola com Parceira da Família..................................12 1.4 O Novo Educador............................................................13 CAPÍTULO II – ARTETERAPIA........................................................16 CAPÍTULO III –MOTIVAÇÃO........................................................... 23 3.1 Motivação Humana.........................................................23 3.2 Origem da Motivação Humana.......................................23 3.3 Maslow e a Hierarquia das Necessidades......................24 3.4 A Teoria de Dois Fatores de Herzberg...........................26 CAPITULO IV –SALA DE AULA.......................................................28 4.1 Dificuldades de Aprendizagem.......................................28 4.2 Arteterapia na Educação ..............................................32 CONCLUSÃO...................................................................................37 BIBLIOGRAFIA................................................................................38 ÍNDICE.................................................................................. .......... 40 FOLHA DE AVALIAÇÃO..................................................................42 9 INTRODUÇÃO A Matemática desde sempre fez parte do currículo escolar em nossas instituições de ensino, contudo apresenta-se como uma das principais disciplinas responsável pela desistência, recuperação e evasão escolar. Sabe-se que é vista como disciplina de difícil compreensão, por isto, a importância de que o professor analise suas causas, que poderá ser devido o bloqueio criado pelos alunos, ou a metodologia aplicada. Existe uma crescente preocupação que os alunos deixem de ser menos ouvintes e se tornem participantes do processo de ensinoaprendizagem, tornando-os participantes, estimulado a criatividade. Devido esta característica, é necessário que os professores procurem uma nova forma de incentivar a participação dos alunos em sala. Que deixem de ser meros ouvintes de informação, sendo mais participantes no processo de ensino. Acredito que a Arteterapia poderá em muito ajudar nesta tarefa, através da melhora da autoestima, de um aumento da criatividade, interesse e processo de envolvimento de sua aprendizagem com a interação em sua vida acadêmica. Resultando em diminuição das faltas, indisciplina, apatia sobre o conteúdo estudado, proporcionando a sua aplicação da teoria para a vida prática. Desta forma, esta pesquisa pretende realizar a junção da didática escolar com a Arteterapia, utilizando seus métodos para auxiliar o ensino da matemática para adolescentes e jovens, estudantes em escola pública, do ensino fundamental, no município de Contagem, localizado no estado de Minas Gerais. Espera-se no final do trabalho uma matemática prazerosa para o professor e os alunos. 10 CAPÍTULO I A IMPORTANCIA DA MATEMÁTICA 1.1 – Origem da Matemática Ainda não conseguimos determinar a origem da Matemática. Mas sabemos que ela esteve presente na vida do homem deste o começo. Afinal para o cotidiano das nossas vidas, a matemática é fundamental para facilitar a compreensão da existência. Segundo D’Ambrósio (1998), a Matemática é uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua história para explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade sensível, perceptível e com o imaginário, naturalmente dentro de um contexto natural e cultural. Por isso a matemática se tornou uma disciplina importante, pois os saberes matemáticos faz parte da realidade da condição humana já não é possível sobreviver sem ela. A educação é necessária a todo individuo, afinal se todo nosso conhecimento ficasse restrito as famílias e a amigos, não teriam oportunidade de crescimento intelectual. O ensino da Matemática é para facilitar que cada indivíduo alcance o seu potencial, motivando-o a ajudar melhorar a nossa vida. Mas infelizmente, é vista por muitos como uma ciência repetitiva e cansativa. Pois quando introduzidos nos currículos escolares no final da revolução industrial, os livros eram fundamentados em traduções de livros de Euclides, que com certeza de difícil compreensão para pessoas que estavam no ensino básico e nunca tiveram contato com uma Matemática formal. 11 Portanto a Matemática foi apresentada de uma maneira complicada aos seus alunos do ensino básico, tornando-se assim uma disciplina fria e abstrata demais para a maioria dos alunos. O ensino tradicional da matemática tem sido o principal motivo da chamada ansiedade matemática. Esta ansiedade tem sido objeto de algumas reflexões acerca do ensino da matemática, como já comprovado a presença da dislexia em indivíduos com déficits de leitura e escrita, agora se fala da discalculia transtorno ligado à aprendizagem da matemática, caracterizada pelo excessivo número de erros. A ansiedade aumenta-se quando em decorrência dos mitos mantidos até aos nossos dias e equivocadamente transmitidos infelizmente, por muitos professores como: 1- Para aprender matemática é necessário possuir boa memória; 2- Está errado contar os dedos; 3- Afirmar que existe uma melhor maneira de resolver um problema matemático; 4- As pessoas devem resolver mais rapidamente e de cabeça os problemas matemáticos; 5-Os homens são melhores em matemática que as mulheres: 6- A matemática é exata e não criativa. Estes mitos podem favorecer ainda mais a aversão à matemática, fazendo aos alunos se comportarem de forma indevida, cabular aulas, desistência da matéria. 1.2 - Currículo Escolar O currículo das instituições educacionais possui como finalidades no ensino da matemática na educação básica no ensino fundamental, levar os alunos a identificar os conhecimentos matemáticos para compreender e transformar o mundo á sua volta. Percebendo os jogos intelectuais, característicos da matemática, estimulando seu interesse e a curiosidade. Entender e desenvolver capacidade de investigação e resolução de problemas, além de utilizar seus conhecimentos matemáticos para organizar, 12 selecionar e produzir informações relevantes para interpretar e avaliar criticamente dados aritméticos, geométricos, métricos, estatísticos, combinatórios e probabilísticos. Desta forma, estamos falando de uma Matemática dinâmica com constante evolução e não como algo pronto e estático/terminado. A matemática poderá ser interagida com outras disciplinas para ressaltar sua compreensão e a relação de conceito com a realidade, propiciando ao aluno que se sinta seguro da própria capacidade e construindo conhecimentos matemáticos, além de propiciar o desenvolvimento da sua auto-estima e a perseverança na busca de soluções. A Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais elaborou a proposta curricular, para estabelecer os conhecimentos, as habilidades e competências que todos os alunos deverão adquirir na educação básica e as metas de cada ano para serem alcançadas pelos professores. Para verificar sua aprendizagem são realizadas no decorrer do ano letivo avaliações que possibilita o retorno da aprendizagem do dos alunos, como a prova Brasil, Proeb (programa de avaliação da educação básica) PAAE (programa de avaliação da aprendizagem escolar). 1.3 – A Escola como Parceria da Família A relação família e escola estão complicadas e contraditórias devidas que ambas reclamam uma da outra. Esta relação é baseada no mínimo possível para o cumprimento formal do que a lei dispõe e impõem na cultura escolar como matrículas, reuniões e convocações para tratar de algum interesse específico. Não é difícil constatar que, na grande maioria de nossas escolas, estamos muito longe de uma verdadeira relação entre escolas e famílias. É preciso que seja revisto este relacionamento, pensando em uma relação mais participativa entre educadores e familiares. Tornando-se partes interessadas no sucesso escolar dos alunos e dos filhos, agindo em conjunto, complementando-se para atingir os objetivos propostos, ou seja, a educação 13 de crianças e jovens. Esta é a verdadeira parceria entre família e escola, manter. Paulo Gaudêncio, um psiquiatra de São Paulo, diz o seguinte: ”Nós devemos viver os nossos valores com tanta convicção, com tanta alegria, que os jovens, ao nos ver viver os valores dessa maneira, digam: isso é bom, eu quero isso para minha vida, quero experimentar isso”. No conteúdo da matemática, o que podemos fazer? 1.4 – O Novo Educador No mundo atualmente, com a modernização e a nova mentalidade dos alunos principalmente os jovens e adolescentes é necessário alterações na forma de ministrar os conteúdos em sala de aula. È necessário estimular as crianças a investigar e ter idéias, aplicando-as nos exercícios e no seu dia-adia. Contudo o ensino acaba sendo muito conservador, resultando em baixo desempenho dos alunos em matemática. Para resolver este problema, uma forma é aumentar a participação dos alunos, utilizando a resolução de problemas em situações que os próprios alunos possam entender e se identificar, para isto o professor precisa ter uma postura mais flexível, isto não significa abandonar o tradicional, mas adaptá-lo a realidade dos estudantes, não basta apenas abrir o livro didático. Estudar somente faz sentindo se for compreender a situação, não basta penas fazer cálculos. O professor deverá através do uso da criatividade enfrentar e ajudar a eliminar algumas idéias sem fundamentos que prejudicam o ensino da matemática, como verá a seguir, segundo Quintino (2000): 1) Só os mais inteligentes aprendem: qualquer aluno pode aprender no processo de produção de conhecimentos matemáticos usando a própria lógica ou conhecimento; 2) Meninos têm mais facilidades do que meninas: não existe nenhuma comprovação cientifica de que os meninos são melhores no raciocínio lógico do que as meninas; 14 3) É preciso dar exemplo: não é necessário, para haver avanço, é preciso que experimentem e criem formas de resolver; 4) Aprender sem perceber: existem interpretações equivocadas sobre a contextualização na Matemática, acreditando que é possível aprender matemática sem perceber. Contudo, apenas brincando o estudante não irá aprender, pois não sabe o que está fazendo. A formação profissional de um educador é muito importante para que se preocupe não apenas em diminuir ou solucionar as dificuldades de aprendizagens dos alunos, o abandono ou desistência nas escolas, através de aulas mais participativas, dinâmicas e material didático diversificado. O material didático diversificados deverá conter o emprego das linguagens dos jovens com a possibilidade de ser utilizado interdisciplinarmente e atrativas como desenhos animados e desenhos em quadrinhos. De acordo com o Relatório Jacques Delors (1999), publicado pela Unesco que defende que é educar é desenvolver no ser humano quatro competências básicas: 1- Competência Pessoal (Aprender a Ser); 2- Competência Relacional (Aprender a Conviver); 3- Competência Produtiva (Aprender a Fazer); 4- Competência Cognitiva (Aprender a Conhecer). Na competência pessoal a educação deverá contribuir para o desenvolvimento da pessoa na sua totalidade. Desenvolvimento espiritual, do corpo, da sua inteligência, de sua sensibilidade, seu sentido estético, a sua responsabilidade pessoal, sua espiritualidade possibilitando um potencial significativo que possa permitir um pensamento e crítico. Neste pilar, cabe à educação, conferir a todos os seres humanos a liberdade de pensamento e discernimento para que os mesmos sejam capazes de construir a sua própria história. A competência relacional é para aprender a viver juntos, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências, no sentido de realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos. 15 Na competência aprender a fazer, com o propósito adquirir, não somente uma qualificação profissional, mas, de uma forma bem mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. E aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho. É, portanto uma reflexão sobre o respeito às diversidades culturais e étnicas, desenvolvendo valores necessários à convivência harmoniosa na sociedade. Cabendo à escola, trabalhar conteúdos que contemplem assuntos como a diversidade da espécie humana e promova um ambiente que permita ao aluno a valorização do próximo e o espírito de cooperação. E o ultimo pilar que trata do cognitivo, aprender a conhecer é dominar os instrumentos do conhecimento, o desenvolvimento do desejo e das capacidades de aprender a aprender. È o desenvolvimento de habilidades cognitivas e a compreensão do mundo que o cerca, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida. As quatro competências podem resumir em uma nova escola com espaços de participação, interação, criatividade, solidariedade, com respeito mútuo que propiciem aos alunos a serem responsável pela sua vida, construindo novas oportunidades ao desenvolverem suas aprendidas na escola, exercendo a cidadania de forma ampla. habilidades 16 CAPÍTULO II ARTETERAPIA Para Philippini (1997), a Arteterapia é um campo de conhecimento que usa diversos métodos expressivos para configurar conteúdos internos. Promove a criatividade como fator determinante para acionar núcleos saudáveis no individuo, estimulando a imaginação e a produção plástica, com objetivo de auxiliar o processo terapêutico e de autoconhecimento. Segundo Urrutigaray (2003), a Arteterapia é uma técnica que visa à expressão da representação, através de instrumentos, possibilitando um espaço para a criação de algo estabelecido em palavras. O trabalho de um professor é de estimular o estudante a entender e conseguir finalizar um conceito matemático através da realização de exercícios, observando seus passos no percurso de sua execução e suas reações. Conhecida como Terapia Ocupacional, cabia ao médico que conhecesse o paciente a prescrever as ocupações a serem trabalhadas, ganhando indiretamente o nome de trabalho artístico. O interesse pelos trabalhos de arte de pacientes psiquiátricos como elemento diagnóstico já vinha acontecendo na Europa. No final do século XIX já se estudava a relação da expressão artística com processos psicológicos nos campos da psiquiatria. A história da Arteterapia teve inicio no século XX, quando no mundo iniciava o contato com a psicanálise com Freud em Viana, com Ferenczi na Hungria, Jung na Suiça e diversos seguidores. Os avanços de Freud abriram os caminhos da psicologia profunda, certamente existem muitas maneiras de ver, entender e sentir as coisas. Há pessoas que possuem um olhar somente para o mundo exterior. A psicologia 17 freudiana coloca a imagem em plano secundário, considerando uma mascara que disfarça desejos inconscientes. Na década de 20, Jung fez uso da linguagem não verbal, com imagens e símbolos que eram expressos plasticamente e surgiam do inconsciente de seus pacientes. A arteterapia como profissão nos EUA, surge logo após a segunda guerra mundial, através do trabalho de Margareth Naunberg. Margareth Naunberg, artista plástica, educadora e psicóloga americana, foi quem primeiro ingressou pelas portas que entrevia entre o trabalho desenvolvido em escola onde realizava o método Montessouri e o campo da psiquiatria e da psicoterapia. Em suas palavras: “A convicção de que a expressão livre na arte é uma forma simbólica de linguagem nas crianças, básica a toda educação, cresceu através dos anos”. Concluí “que esta expressão espontânea na arte poderia ser básica também ao tratamento psicoterápico”. Naumburg não foi a primeira a utilizar o termo arteterapia, mas ficou conhecida como a mãe da arteterapia por ter sido a primeira a diferenciá-la como um campo específico, estabelecendo os fundamentos teóricos sólidos para seu desenvolvimento. Nas palestras, em seus ensinamentos, sempre ficou clara sua crença na importância da atividade criativa e expressiva para o desenvolvimento pleno de cada ser humano. Inicialmente a professora de artes em escola de vanguarda nos EUA, na cidade de Nova Yorque, que ao perceber como a arte ajudava os adolescentes em seus processos de desenvolvimento pessoal, interessou-se durante as décadas de 30 e 40 em explorar sua eficácia também no campo da psicoterapia e da psiquiatria, publicando sua primeira pesquisa em 1947 enfatizando a importância da expressão artística. Nos anos 20, aqui no Brasil, Osório César desenvolveu estudos sobre as obras dos internos do hospital psiquiátrico do Juqueri, no estado de São Paulo, realizando inúmeras exposições de trabalhos artísticos dos internos. Na década de 30, Nise da Silveira, inaugurou no centro psiquiátrico do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, no hospital Psiquiátrico Pedro II, uma nova utilização da arte, agora como um instrumento facilitador da comunicação 18 entre o terapeuta e o paciente, incorporando a função de reinclusão social do paciente através da pintura. Na Arteterapia, a técnica e a estética são aspectos de menor importância. A arte não vem como uma expressão da singularidade de cada individuo e também com o papel de estimular as criativas muitas vezes desconhecidas do mesmo. Desta forma, possibilita a abertura de uma via de comunicação, onde quem cria, reúne diversos elementos experiências que formam um conjunto peculiar de suas vivencias, emoções e desejos. Para Philippni (1997), o propósito da arteterapia é deixar o paciente utilizar recursos expressivos como: desenho, pintura, colagem, escultura, modelagem, escrita criativa, dança, música, teatro, etc. Para facilitar seu processo de individuação, materializando imagens do seu inconsciente para facilitar sua comunicação. Ajudando a colher seus símbolos na fonte viva das imagens e transformá-los se possível em linguagem verbal. Na visão Junguiana o objetivo é desenvolver uma integração da arte, terapia e educação. A arterapia é uma prática de caráter transdisciplinar o que permite situá-la entre caminhos da arte, educação e saúde. A partir de 1996, também no Rio de Janeiro, surge o primeiro curso de pós de graduação. “A Arteterapia vinha buscar o vinculo perdido entre imagem e verbo, imaginação e conceito e procura auxiliar o indivíduo a ser aquele que sente aquilo que pensa: portanto o sujeito é levado a recuperar sua intuição artística, e auxiliando mergulhar no seu próprio inconsciente, para dele retirar a matéria-prima de seu conhecimento sobre mesmo ”. (Ângela Philippini,1989,p.10) Na educação, a Arteterapia permite que o aluno faça a integração do aprendizado emocional ao aprendizado do conhecimento adquirido em sala de aula. Possibilitando aos alunos a conhecer, reconhecer a teoria na prática, em sua realidade, possibilitando a ampliação de seus pensamentos, com redução nas críticas e no medo de errar. 19 No livro “Pintando sua Alma”, Susan Bello (2002), indica para o processo educativo ser mais produtivo, dezenove premissas, que desenvolverá a autoria do pensar. São elas: 1- Incentive a cooperação e autoconfiança, em sala de aula é muito importante a cooperação e a autoconfiança na aplicação de conceitos para a resolução de exercícios; 2-Incentive os positivos/canalizarem estudantes sentimentos a verbalizarem agressivos em seus sentimentos expressões criativas (exemplo: pintura, escrita criativa) em vez de agira agressivamente; 3-Incentive o amor-próprio: *Perceba-se como tendo valor intrínseco. *Perceba o outro como uma pessoa única e reconheça suas qualidades especiais. *Desenvolva a intimidade consigo mesmo e com os outros. 4- Incentive as pessoas a serem diferentes. Ensine-as como aceitar a crítica e o ridículo, que sempre acontece quando se é diferente; 5- Incentive em lócus de controle interno através de exercícios que ajudem as pessoas confiarem em sua sabedoria interior, todos nós somos capazes; 6- Ensine as pessoas a encarar seus erros como parte do processo de aprendizagem, se não tentarem não iram errar, mas também não irá aprender, o erro faz parte da aprendizagem; 7- Aprenda que o caos é uma fase natural do processo criativo e confie em seu processo, é necessário que entendam que são capazes de chegar a resolução com respondas corretas; 8- Harmonize possibilidades complementares, é possível resolver o mesmo problema de formas diferenciadas e encontrar o mesmo resultado; 9- Espalhe citações interessantes na sala de aula para estimular pensamentos profundos e discussão que servirão como incentivo e poderão estimular pesquisas, discussões ricas entre os alunos e novos conhecimentos; 10- Acostume-se a enfrentar as dificuldades e as alegrias da vida com equilíbrio e desapego, são situações importantes e que todo ser humano deve saber lidar para viver em harmonia, plenamente e consciente; 20 11- Compreenda os sentimentos induzidos pelo outros, é importante enxergar o outro, ou seja, possuir empatia com os demais; 12- Relaxe a voz interior da critica, sendo que a critica em excesso não permiti a aprendizagem, apenas atrapalha, inibe o entendimento e o conhecimento; 13-Conheça e respeite seus limites: todo ser humano o possui e se sabemos qual o nosso é porque nos conhecemos bem, isto é importante para que não se tenha atos e ações que possa causa transtornos físicos e mentais. Faça-os serem compreendidos; 14-Encontre alternativas para o estilo não tradicional de ensino: não tenha medo de ser diferentes; 15- Expresse o pensamento inconsciente e emocional através do hábito de escrever no diário: dessa forma irá fortalecer sua auto-estima e se conhecerá realmente; 16- Confie na voz da intuição, através dela poderá em vários momentos tomar a decisão mais acertada e sem esforço; 17-O aprendizado criativo estimula respostas variadas, existentes várias formas de resolver o mesmo assunto e corretamente; 18- Ensine a inter-relação entre todas as formas de vida, todas as formas de vidas são importantes, respeite. 19- Persiga sua paixão, melhor motivo para se realizar algo, entender sua importância e justificar sua realização. A Arteterapia proporciona a integração de uma personalidade, restituindo à personalidade aos seus sentimentos que estavam falsos ou faltosos. Nesse sentido as atividades de arteterapia estimulam a desinibição, o autoconhecimento, a criatividade, levando os participantes a uma sensação de integração com o mundo que leva à resolução de conflitos pessoais, à melhoria do relacionamento social e desenvolvimento harmônico da personalidade. A arteterapia pode ser utilizada como elo de interação entre os vários campos do conhecimento, colaborando na construção da interdisciplinaridade no âmbito da escola, elaborando a comunicação entre as 21 possibilidades e limites próprios da ciência fazendo ligações entre anseios gerados pelo mundo atual com o mais remoto passado, promovendo o desenvolvimento do potencial humano através de situações que favoreçam a leitura do mundo de maneira mais ampla, rica e profunda. Segundo a Associação Americana de Arteterapia: “A arteterapia baseia se na crença de que o processo criativo envolvido na atividade artística é terapêutico e enriquecedor da qualidade de vida das pessoas, tanto das experiências de doenças, traumas ou dificuldades de vida, como das que buscam desenvolvimento pessoal. Por meio do criar em arte e do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultantes, as pessoas podem ampliar o conhecimento de si, dos outros, aumentando sua autoestima, lidando melhor com sintomas, estresse e experiências traumáticas, desenvolver recursos físicos, cognitivos e emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico”. A escola é um espaço na construção da identidade do indivíduo, pois atua de forma importante na formação de valores e princípios que irão nortear a vida de seus alunos. Para que isso ocorra, deve haver uma preocupação em relação à qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem. É necessário que se realizem atividades que possibilitem a integração entre os objetivos da escola, as necessidades dos alunos para a transformação de seus alunos e filhos em indivíduos conscientes, críticos e atuantes, que possam colaborar na conquista de uma melhor qualidade de vida para todos. Entre outros objetivos a arteterapia irá atuar no trabalho com os alunos: estimulando a criatividade e a imaginação; desenvolvendo o pensamento crítico; explorando novas formas de expressão; possibilitando o autoconhecimento; desenvolvendo o interesse e a concentração, melhorando o desempenho escolar; auxiliando no tratamento de distúrbios de aprendizagem; lidando com preconceitos e estimulando a cooperação e o companheirismo entre alunos. 22 No trabalho com professores, a Arteterapia será muito utilizada em assuntos como os relacionados abaixo: - Estimular o aluno a utilizar outras formas de expressão. - A importância da comunicação. - Como lidar com o stress no ambiente escolar. - Autoconhecimento. - Estímulo a trabalhos multidisciplinares. - Como trabalhar em grupo. A Arteterapia, aprendizagem dos desta alunos forma, nos será conceitos utilizada para matemáticos, facilitar através a da conscientização dos alunos para que deixem de ser meros receptores passiveis de informação e possam participar no desenvolvimento das aulas se transformando em agentes do processo ensino-aprendizagem. Aumentando a participação dos estudantes, envolvendo toda a turma e melhorando o relacionamento entre eles, de forma que possam se apoiar, ou incentivar a busca do conhecimento constante, em toda sua vida escolar ou pessoal. 23 CAPÍTULO III MOTIVAÇÃO 3.1 Motivação Humana Trata-se de um importante fator interno que influencia o comportamento das pessoas, embora seja difícil definir o conceito de motivação, pode-se descrevê-lo como um impulso que leva o ser humano a agir. Baseia-se em necessidades e desejos insatisfeitos ou objetivos não alcançados, sendo importante destacar que cada ser humano, possui diferentes tipos de necessidade e que variam de acordo com seus valores e padrões. Vários estudos realizados comprovam sua importância na organização, tais como os de Maslow, Henry Murray, Herzberg, McGregor e McClelland. 3.2 Origem da Motivação Humana As pessoas são diferentes ao que se refere à motivação, podemos então dar inúmeras definições para motivação e que diferem de indivíduo para individuo, assim como os padrões de comportamentos são diferenciados. Motivação é um impulso que leva uma pessoa a agir para alcançar algo, que são importantes para ele. Segundo Werther (1983), a motivação funciona em termos de força ativas e impulsionadora traduzida por palavras, funciona como “desejo” e “receio”; o individuo deseja poder, e deseja status, receia o ostracismo social, receia as ameaças à sua auto-estima. Além disso, a motivação aberta determina meta, para cujo alcance o ser humano gasta energia. Devido sua 24 complexidade, vários estudos foram realizados como veremos abaixo algumas teorias como a Hierarquia de Maslow, Teoria de dois fatores. 3.3 Maslow e a Hierarquia das Necessidades Segundo Wagner (1999), para Abraham Maslow, psicólogo e pioneiro em estudar as necessidades humanas, sua importância e a influência do comportamento, à medida que uma pessoa satisfaz uma necessidade passase automaticamente para a próxima. As categorias de necessidades lembram uma pirâmide e na base desta estão às necessidades mais baixa enquanto no topo encontram-se as necessidades mais sofisticadas. Maslow baseou-se em 25 anos de experiência de cinco tipos distintos: A) Necessidades fisiológicas B) Necessidade de segurança C) Necessidades sociais D) Necessidade de estima E) Necessidade auto realização Necessidades Fisiológicas: trata-se do primeiro nível da pirâmide constituindo de todas as necessidades básicas ou existenciais do ser humano como a alimentação (fome e sede), o abrigo (frio e calor) o repouso (sono e cansaço) ou desejo sexual (reprodução). Podemos desta forma, a considerar como biológicas ou básicas tendo como característica a exigência da satisfação da sobrevivência do indivíduo. Estamos presente deste o início da vida humana e comum em todas as pessoas. Segundo Chiavenato (1992), quando todas as necessidades humanas estão insatisfeitas, a maior motivação serao as necessidades fisiológicas e o comportamento da pessoa terão a finalidade de encontrar alivio da pressão que essas necessidades produzem sobre o organismo humano. Necessidade de Segurança: é o segundo degrau da pirâmide sendo voltado para proteção contra ameaças reais oi imaginárias à satisfação das necessidades fisiológicas, proteção contra o perigo, a privação, o desejo a estabilidade e a busca de um mundo mais previsível. Possui grande 25 importância devido à relação com as organizações onde as pessoas possuem dependência com a instituição e que decisões arbitrárias ou incoerentes possam provocar incertezas em relação ao seu emprego; Necessidades Sociais: relativo ás necessidades relacionadas à vida associativa de uma pessoa com outros indivíduos. Trata-se da aceitação por parte de colegas, de amigos, de inclusão em grupos como família. Surge quando as necessidades fisiológicas e de segurança já estão satisfeitas. É o terceiro degrau da pirâmide e trata-se de um ponto muito importante, devido a natureza e seu comportamento não se ajustar a vida solitária, e de que precisamos viver em grupo, em sociedade; Necessidade de Estima: está relacionada com a forma da qual a pessoa se define, avalia, trata-se da auto-estima e envolvem a autoconfiança, a consideração, o prestígio, o reconhecimento, aprovação social e reputação. Caso ocorram sentimentos inversos ao descrito acima, a frustração produzirá fraqueza, dependência, desamparo ocasionando desânimo e sentimentos de inferioridade; Necessidade Auto Realização: é a ultima fase, localizada no topo da pirâmide, sendo formada pela realização e utilização plena dos talentos individuais. Para Chiavenato, (1992) as necessidades de auto-realização estão relacionadas com a plena realização do potencial do indivíduo e de seu desenvolvimento continuo durante sua vida. Na escola as necessidades de Maslow, são observadas quanto aos alunos ao serem servidas as merenda, atendo a primeira necessidade, ou seja, fisiológica. Há também a satisfação da necessidade de segurança, quanto à escola propicia aos seus alunos segurança contra situações perigosas. Ao serem tratados com atenção e carinho, estará satisfazendo a necessidade social. Realizando a avaliação dos esforços dos alunos, estará sendo satisfeita a necessidade de estima e quando se obtém o interesse dos alunos nas aulas através de sua participação está realizando a necessidade de estima. Contudo, podemos afirmar que devido as inúmeras necessidades dos alunos, a Escola e os professores não poderá nunca as satisfazes em sua totalidade, poderá contribuir para a realização de uma parte significativa. 26 Sendo assim, no processo de aprendizagem da matemática, é fundamental que o professor, em seu papel no processo ensino-aprendizagem, esteja atendo ao comportamento do aluno, mantendo com ele um vínculo forte, que permita compreender suas angústias, verificando os motivos que estejam determinando sua postura em sala de aula. 3.4 A Teoria de Dois Fatores de Herzberg Herzberg aborda a motivação devido a dois fatores no ambiente externo, são eles: a) Fatores Higiênicos: Também denominados de fatores extrínsecos ou ambientais, que englobam as condições sociais, a política empresarial, o tipo de supervisão, o clima organizacional, os regulamentos existentes e oportunidades. São, portanto, os aspectos e atividades que podem impedir a insatisfação no trabalho, mas não são motivadores visto que não conseguem elevar substancialmente a satisfação no trabalho e que são decididos pelas empresas, fora do controle das pessoas. b) Fatores motivacionais: também denominados de fatores intrísecos, relacionados com o conteúdo do cargo e das tarefas que as pessoas executam. São os aspectos e atividades que efetivamente encorajam o desenvolvimento, envolvem sentimentos de realização e de reconhecimento profissional através de atividades que oferecem desafios, crescimento profissional e progresso no trabalho. Esses fatores elevam a satisfação dos empregados através de promoção, ao permitir o uso pleno de habilidades pessoais, e ampliar ou enriquecer o cargo através de maiores responsabilidades, Os fatores motivacionais estão relacionados com aquilo que as pessoas realizam estando desta forma, sob o controle dos indivíduos, ou seja, como a pessoa se sente em relação ao cargo. “A contribuição de Herzeberg, fixa-se uma visão mais profunda da motivação na situação trabalho, conduzindo a uma estratégia funcionários.” (Matos, 1993, p.156) para intensificar a produtividade dos 27 Os fatores higiênicos de Herzebrg se relacionam as necessidades como a conservação pessoal e de sua família, contudo é preciso lembrar que estes fatores não mais influirão caso o individuo já esteja satisfeito em relação aos mesmos e que sua continuidade apenas contribuirá para sua não insatisfação. São portanto, necessidades ambientais e físicas, estando fora do controle das pessoas, sendo controlados pelas escolas. Os fatores motivacionais são responsáveis pelo efeito duradouro da satisfação e até mesmo pelo aumento da auto-estima, do crescimento individual, do reconhecimento profissional, da auto-realização oferecendo desafios e significado para o trabalho exercido. Esses fatores devem ser observados pelas instituições em um todo e em todos os profissionais da instituição: professores, assistentes da secretária, diretores, pedagogos, pois demonstra que a motivação no trabalho está ligada no ambiente externo e no trabalho do individuo sendo portando denominada como abordagem extra-orientada. 28 CAPÍTULO V SALA DE AULA 4.1 Dificuldades da Aprendizagem A Matemática provoca tipos de sensações diferenciados para o educando e o educador. Existe a realização do profissional e do estudante quando o professor verifica a aprendizagem de seus alunos e o resultado é positivo e a insatisfação diante dos resultados negativos obtidos com certa freqüência. Um possível motivo para que os alunos tenham aversão à matemática, poderá ser devido as suas primeiras experiências negativas em relação ao conteúdo. Por isto, é necessário que os professores percebam a importância de contextualizar os conteúdos ensinados em sala de aula com sua utilização na vida do educando, possibilitando compreensão e entendimento para ser usado em toda sua vida. Ao agir desta maneira, terá sucesso em sua função e o aluno estudará para adquirir conhecimento com prazer. O professor deve ficar atento às insatisfações de seus alunos, verificando as possíveis causas das dificuldades em entender o conteúdo, mas com a certeza de que não poderá resolver tudo, buscando solucionar o que estiver a seu alcance, não se omitindo, resolvendo por partes, no decorrer do ano letivo. Outro grande desafio é estabelecer metas para serem alcançadas pela turma, uma vez que trabalha com diversos alunos e que cada um possui sonhos e aspirações diferenciadas, uma vez que não existe turma homogênea. Também se pode afinar e analisa que um dos principais motivos da dificuldade de aprendizagem seja a hiperatividade dos alunos, que dificultam que os mesmos de manterem quietos, atentos, com atenção e em silêncio para o aprendizado do conteúdo em sala de aula. 29 Pode-se verificar outro grande fator de dificuldade é a interpretação do que está sendo solicitado no exercício, que possibilitará a compreensão correta ou exata para sua resolução. Para solucionar os problemas matemáticos é necessário compreender o que se pedem as matérias não devem ser estudadas isoladas, mas em conjunto, interagidas. Veremos agora alguns motivos para a dificuldade dos alunos em entender ou compreender a matemática, como a discalculia, a hiperatividade e a indisciplina. Discalculia: palavra que vem do grego e do latim formando como significado, contando mal. Discalculia é um impedimento ou uma desordem neurológica especifica que afeta a habilidade de uma pessoa de compreender e manipular números. Poderá ser causada por um déficit de percepção visual. A discalculia ocorre em pessoas de qualquer nível de QI, atingindo crianças e adultos, podendo ser detectada em uma idade nova e medidas podem ser tomadas para facilitar o enfrentamento dos problemas dos estudantes mais novos. Os sintomas em potenciais são: * Dificuldades freqüentes com os números, confundindo os sinais de soma, divisão, multiplicação e subtração; * Problemas de diferenciar entre esquerdo e direito; * Falta de senso de direção (norte, sul, leste e oeste) e pode também ter dificuldade com um compasso; * A inabilidade de dizer qual de dois números é o maior; * Dificuldade com tabelas de tempo e aritmética mental; * Melhor em assuntos de ciência e a geometria, que requerem a lógica mais que as fórmulas, até que um nível mais elevado que requer cálculos; * Dificuldade com tarefas diárias como verificar a mudança e ler relógios analógicos; * Dificuldades de manter a contagem durante jogos; * Inabilidade de apreender e recordar conceitos matemáticos, regras, fórmulas e seqüências matemáticas; Essas circunstâncias podem conduzir em casos extremos a uma fobia da matemática. 30 Os cientistas procuram entender as causas da discalculia e para isto tem investigado em dois aspectos, neurológico e déficits na memória. A hiperatividade é denominada na medicina de desordem do déficit de atenção, poderá afetar crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos. Os sintomas variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Embora a criança hiperativa tenha muitas vezes uma inteligência normal ou acima da média, o estado é caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento. Os professores e pais da criança hiperativa devem saber lidar com a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperativa incontrolável da criança. O comportamento do hiperativo pode estar relacionado a uma perda da visão ou audição, a um problema de comunicação, como a incapacidade de processar adequadamente os símbolos e idéias que surgem, estresse emocional, convulsões ou distúrbios do sono. Também pode estar relacionado à paralisia cerebral, intoxicação por chumbo, abuso de álcool ou drogas na gravidez, reação a certos medicamentos ou alimentos e complicações de parto, como privação de oxigênio ou traumas durante o nascimento. Esses problemas devem ser descartados como causa do comportamento antes de tratar a hiperatividade. O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e social da criança. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos. As crianças hiperativas estão sempre em movimento, sempre fazendo algo e são incapazes de ficar quietas. São impulsivas. Não param para olhar ou ouvir. Devido à sua energia, curiosidade e necessidade de explorarem surpreendentes e aparentemente infinitas são propensas a se machucar e a quebrar e danificar coisas. As crianças hiperativas toleram poucas as frustrações, elas discutem com os pais, professores, adultos e amigos. Fazem birras e seu humor flutua rapidamente. Essas crianças também tendem a ser muito agarradas às pessoas. Precisando de muita atenção e tranqüilização. É importante para os pais perceberem que as crianças hiperativas entenderam 31 as regras, instruções e expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldade em obedecê-las. Podendo desta forma, para uma criança hiperativa e sua família, uma ida a um parque de diversão ou supermercado pode ser desastrosa. A criança hiperativa poderá ter muitos problemas e apesar da "dificuldade de aprendizado", essa criança é geralmente muito inteligente. Sabe-se que determinados comportamentos não são aceitáveis, no entanto, apesar do desejo de agradar e de ser educada e contida, a criança hiperativa não consegue se controlar. Podendo ser frustrada, desanimada e envergonhada embora sabendo que é inteligente, não consegue desacelerar o sistema nervoso, a ponto de utilizar o potencial mental necessário para concluir uma tarefa, podendo muitas vezes se sentir isolada e segregada dos colegas, mas não entende por que é tão diferente. Ficando perturbada com suas próprias incapacidades. Sem conseguir concluir as tarefas normais de uma criança na escola ou em casa, a criança hiperativa pode sofrer de estresse, tristeza e baixa auto estima. Um especialista em comportamento infantil poderá ajudá-lo a distinguir entre a criança normalmente ativa e enérgica e a criança realmente hiperativa. As crianças até mesmo as menores podem correr, brincar e agitarem-se felizes durante horas sem cochilar, dormir ou demonstrar qualquer cansaço. Para garantir que a criança realmente hiperativa seja tratada adequadamente - e evitar o tratamento inadequado de uma criança normalmente ativa - é importante que seu filho receba um diagnóstico preciso. Durante a primeira ou a segunda consulta médica, a criança hiperativa pode ser comportar de forma quieta e educada. Sabendo o que é esperado, pode se transformar em uma criança modelo. Esteja preparado para descrever, de forma precisa e objetiva, o comportamento do seu filho em casa e nas atividades sociais. Se seu filho está encontrando dificuldade na escola, peça ao professor que converse com o médico ou envie-lhe um relatório por escrito. Os pais da criança hiperativa merecem muita consideração. É preciso muita paciência - e vigor - para amar e apoiar a criança hiperativa em todos os desafios e frustrações inerentes à doença. 32 A indisciplina, atualmente é um dos principais problemas da sala de aula, somando com a falta de respeito com o professor e os colegas. Um dos aspectos principais da indisciplina é o lar. Pois quanto o lar é desestruturado, onde que os pais não se respeitam pode fazer com que os alunos reproduzam essa falta de respeito na escola. Podemos dividir as causas para a indisciplina escolar em três pontos que são: - a desestruturação familiar; - falta de imposição de limites; - influências negativas da mídia e da sociedade. Na maioria das famílias muitas pessoas moram na mesma casa e sequer formam uma família, pois não tem diálogo, nem afeto entre elas. A falta de limites é gritante em nossa sociedade. As famílias estão deixando de proporcionar às crianças e aos adolescentes o desenvolvimento da cordialidade e boa convivência entre as pessoas. A família na maioria das vezes não consegue dar atenção, ser firme e ao mesmo tempo tolerante com os filhos para estabelecer uma relação de respeito mútuo e cooperativo e acaba por jogar a responsabilidade toda para a escola. Quanto à mídia, ela influência de forma negativa, principalmente entre os adolescentes no que referir o modismo, comportamentos inalteráveis e valores. A mídia acaba gerando graves conflitos sociais, através do individualismo e do consumismo gerado entre os adolescentes desencadeando comparação, descontentamento e revolta. 4.2 Arteterapia na Educação Atualmente nas escolas, e principalmente a partir do 6º ano do ensino fundamental, existe uma ausência na proposta pedagógica do lúdico. Não devido à culpa do professor, mas acredita-se que a partir deste período o estudante deve saber que estão ali para aprender e não para brincar. 33 Segundo Vygotsky (1988) que indica a relevância de brinquedos e brincadeiras como indispensáveis para a criação imaginária. Revela que o imaginário só se desenvolve quando se dispõe de experiências que se reorganizam. A riqueza dos contos, lendas e o acervo de brincadeiras constituirão o banco de dados de imagens culturais utilizados nas situações interativas. Dispor de tais imagens é fundamental para instrumentalizar a criança para a construção do conhecimento e sua socialização. Ao brincar a criança movimenta-se em busca de pareceria e na exploração de objetos; comunica-se com seus pares; se expressa através de múltiplas linguagens; descobre regras e toma decisões. São poucas as escolas que investem neste aprendizado. Na escola apenas esqueceu a brincadeira. Segundo o estudioso holandês Huizinga (1980), não se brinca a não ser por iniciativa própria ou por livre adesão. Todo ser humano pode beneficiar-se de atividade lúdica. A brincadeira é transmitida à criança através de seus próprios familiares, de forma expressiva, de uma geração à outra, ou pode ser aprendida pela criança de forma espontânea. Contudo, nos dias atuais, com moradias cada vez mais apertadas e os adultos envolvidos em seus afazeres, as crianças não têm um lugar para brincar e não deve atrapalhar o andamento do lar com seus brinquedos. Independentes do tipo de vida que crianças, adolescentes e adultos possuem todos precisam de alguma forma de jogo, brincadeira, sonho e fantasia para viver e desenvolver fatores importantes como, por exemplo: colabora para uma boa saúde mental; facilita a aprendizagem; desenvolve processos sociais de comunicação e construção do conhecimento; explora a criatividade; melhora a conduta e a auto-estima; permite extravasar angústias, paixões, alegrias, tristezas, agressividade e passividade. Com o uso da Arteterapia em sala de aula podem-se minimizar as dificuldades em sala de aula, através de um aumento da auto estima, da motivação que limitam a aprendizagem dos alunos, sendo que muitas vezes levavam ao próprio educando a duvidar de seu aprendizado ou sua capacidade de aprender. Redução no número de faltas, maior participação nas aulas e cooperação entre os estudantes, tornando-os mais tolerantes com os 34 erros e dificuldades de seus colegas. Entendendo que existem diferenças e que é normal, incentivando a solidariedade entre eles. Quanto ao professor é necessário que entenda as diferentes faixas etárias (crianças, jovens e adultos) e fique atenta a real necessidade de cada grupo, a que está sendo trabalhada. Poderão ser usadas diversas técnicas, de acordo com as turmas a serem trabalhadas como músicas, desenhos, colagens, barbantes, formas geométricas, disposição das carteiras em sala de aula e mosaicos. A Arteterapia vem como facilitadora do ensino na disciplina matemática será utilizada para propiciar uma intervenção que facilite aos estudantes conceitos matemáticos aplicados em suas realidades, resultando em aprendizagem, conscientizando-os da importância de unirem prática a teoria em toda sua vida pessoal. Durante este trabalho, foi utilizada a música, como forma de obter envolvimento positivo com os alunos em sala de aula, mudanças cognitivas, de posturas físicas e comportamentais. Sabemos que a musica trabalha os hemisférios cerebrais, promovendo equilíbrio entre o pensar e o sentir, resgatando a "afinação" do indivíduo, de maneira coerente. A melodia trabalha o emocional, a harmonia, o racional e a inteligência. A música é harmonia e a melodia que mobiliza todo ser humano, e assim, contribui para a formação ou restauração da ordem mental do homem. No processo de comunicação o som faz com que as pessoas se relacionem, trabalhem e vivam em sociedade interagindo. O som da voz do professor dirigida ao aluno pode ser um elemento facilitador ou não da interação entre ambos. A música desperta os processos sensório-perceptível do cérebro, e que a sua utilização adequada estimula a atenção, intensificando-o. A música relaxa independentemente de nossa capacidade ou vontade. A música desperta a atenção e estimula a confiança do indivíduo em 35 si mesmo; ela pode dar vigor, levantar ânimo, ou deprimir, dependendo do estilo musical. A interação docente-aluno nem sempre é fácil, o que pode prejudicar o processo ensino-aprendizagem. Esta relação pode ser facilitada com o uso da música, pois a música desperta os processos sensórioperceptível do cérebro, sendo uma grande aliada em sala de aula. Foi também apresentado à turma o Tangran, para apresentar formas geométricas aos alunos, de maneira lúdica, em forma de jogo matemático. O Tangram é um quebra-cabeça chinês, de origem milenar. Ao contrário de outros quebra-cabeças, é formado por apenas sete peças com as quais é possível criar e montar cerca de diversas figuras ou sombras de animais, plantas, pessoas, objetos, letras, números, figuras geométricas. As regras do jogo são utilizar as sete peças em qualquer montagem que podem ser colocadas de lado a lado ou sobre a outra. A origem do Tangran, segundo a lenda é que um jovem chinês, ao despedir de seu mestre para uma grande viagem pelo mundo, recebeu um espelho de forma quadrada e a tarefa de registrar tudo o que visse durante a viagem para lhe mostrar quando voltasse. O jovem perguntou o motivo e ao descuidar-se o espelho caiu, quebrando em sete peças. Quando o mestre lhe disse que com essas sete peças deveria construir figuras para ilustrar o que visse durante a viagem. E desta forma, formou-se o Tangram, que ficou famoso em todo o mundo. Através do Tangram podemos trabalha diversos conteúdos da matemática-geometria como, por exemplo: a identificação, a comparação, a descrição, a classificação e desenho de formas geométricas planas. Visualização e representação de figuras planas, a exploração de transformações geométricas através de decomposição e composição de figuras, representação geométricos. e resolução de problemas usando modelos 36 Desta forma, permite ao aluno e ao professor o desenvolvimento de algumas habilidades tais como a visualização, percepção espacial, o desenho e sua análise. Podendo também ser utilizado para noções de área e frações. O aluno aprende os conceitos brincando, formando o quebracabeça, em sala de aula, como material didático nas aulas de matemáticas. O próprio aluno confecciona o Tangran, a partir de um quadrado, juntamente com o professor. E inicialmente é utilizado apenas para reconhecer as formas geométricas e a partir das formas a tentativa de formar figuras, seguindo a orientação do professor, que irá propor desafios e independem de idade. Abaixo algumas figuras possíveis de serem formadas utilizando o Tangran. 37 CONCLUSÃO O cotidiano de uma escola é difícil por si só, uma vez que estamos lidando com diversas pessoas, com pensamentos, crenças, valores e princípios também distintos, além de dificuldades e muitas frustrações da vida em geral. O objetivo deste trabalho foi encontrar um meio que levasse a arteterapia como facilitadora da aprendizagem na disciplina Matemática, tanto para o estudante quanto para o professor. È certo que existem diversos fatores e dificuldades que prejudicam em muito ambos interessados: alunos e professores. Podemos citar, por exemplo, o descaso com a educação pelos nossos governantes; professores poucos preparados devidos aos baixos salários e com dupla jornada; salas de aulas cheias e com grande parte de alunos desinteressados e até mesmos agressivos com seus pares e professores; o uso de apenas da didática tradicional; alunos semialfabetizado, entre outros. Como estamos distantes de muito da solução destes problemas, cabe a cada professor procurar soluções com criatividade para minimizá-las em sua sala de aula. A arteterapia é uma destas soluções, pois proporciona ao professor fazer alterações em sua didática para que os estudantes participem mais no processo de aprendizagem. Através da arteterapia foi possível verificar uma diminuição das faltas, indisciplina, assim como um aumento da participação e interação entre alunos e professor. Outro aspecto interessante observado foi que a autoestima e respeito de ambos foram aumentadas. Sendo, portanto necessário que professores procurem novas estratégias para proporcionar e facilitar a aprendizagem de seus alunos. Mostrando que é possível com muita dignidade embora com muitos obstáculos postos a nossa frente, que temos muito a ensinar e aprender. 38 BIBLIOGRAFIA ____________Proposta Curricular – Matemática Ensinos Fundamental e médio. SEE. BELLO, Susan. Pintando a sua alma. Río de Janeiro: WAK.2002 BERGAMINI, Cecíla Whitaker. Motivação. 3ª ed.São Paulo: Atlas, 1990, 1992. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. São Paulo: Makron Books, 1992. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. Edição compacta, São Paulo: Atlas, 1994. D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática – Arte ou técnica de explicar e conhecer. São Paulo: Editora Atica, 1998. DELORS, Jacques. Educação: Um Tesouro a Descobrir (UNESCO, MEC). São Paulo: Cortez Editora, 1999. HUIZINGA, JOHAN. Homo Ludens. São Paulo-SP, Perspectiva, 1980. JUNG, Carl G. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. MATOS, Francisco Gomes de. Fator QF – Quociente de Felicidade: ciclo de felicidade no trabalho. São Paulo: Makron Books, 1997. PCN 39 PHILIPPINI, Ângela. Cadernos de Arteterapia. Rio de Janeiro: Pomar, 1997. PHILIPPINI, Ângela. Mas o que é mesmo arteterapia? Revista Imagens da Transformação, v. 5, Rio de Janeiro, setembro 1998. 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Administração de pessoal e recursos humanos São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil, 1983. 40 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 PENSAMENTO 03 AGRADECIMENTO 04 DEDICATÓRIA 05 RESUMO 06 METODOLOGIA 07 SUMÁRIO 08 INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I A Importância da Matemática 10 1.1 _ Origem da Matemática 10 1.2 _ Currículo Escolar 11 1.3 _ A Escola com Parceira da Família 12 1.4 _ O Novo Educador 13 CAPÍTULO II Arteterapia 16 CAPITULO III Motivação 23 3.1_Motivação Humana 23 3.2_ Origem da Motivação Humana 23 3.3_ Maslow e a Hierarquia das Necessidades 24 3.4_ A Teoria de Dois Fatores de Herzberg 26 41 CAPITULO IV Sala de Aula 4.1_ Dificuldades da Aprendizagem 28 4.2_ Arteterapia na Educação 32 CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA 38 ÍNDICE 40 FOLHA DE AVALIAÇÃO 42 42 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes Título da Monografia: A Arteterapia no Ensino da Matemática em Escola Pública Autor: Maura Aparecida Ribeiro Data da entrega: Avaliado por: Conceito: