PLANEJASUS Aula 2: A Importância do Planejamento na Gestão do SUS Sumário 1. 2. 3. 4. 5. 6. A importância do planejamento Antecedentes: a Saúde nos Planos de Desenvolvimento Emergência do planejamento em saúde (75-79) Desenvolvimento do planejamento em saúde (AIS-SUDS) Planejamento de Saúde no SUS: rumo à institucionalização Situação atual: os desafios da prática PLANEJASUS A importância do planejamento O planejamento está “voltando à moda”, depois de mais de uma década de predomínio do ideologismo neoliberal – Retomada da ideologia desenvolvimentista – Valorização do papel do Estado no desenvolvimento econômico e social – Necessidade de fortalecimento da capacidade de governo: • formação dos dirigentes, • introdução de métodos e técnicas de gestão (planejamento) • alternativas de organização (macro e micro) A importância do planejamento Na área de saúde os anos de “sombra” foram cenário de: • Aprofundamento da reflexão epistemológica; • Debate teórico entre correntes de pensamento na área; • Análise crítica das experiências desenvolvidas no âmbito do sistema de saúde, especificamente no contexto de construção do SUS; • Desenvolvimento conceitual e metodológico do planejamento enquanto disciplina acadêmica e área temática de pesquisa no campo da Saúde Coletiva; • Processo de institucionalização do planejamento enquanto prática governamental nos três níveis de gestão do SUS; A importância do planejamento Estudos sobre Planejamento em saúde no Brasil – a análise crítica dos diversos enfoques teóricometodológicos difundidos através de publicações, cursos e consultorias (+++); –a elaboração/recriação de propostas metodológicas derivadas dos enfoques criticados (++); – a descrição e análise de experiências de planejamento e programação (estudos de caso) (+) A importância do planejamento “No caso das instituições de saúde, em que a quantidade e a complexidade das tarefas a serem realizadas, bem como o volume de recursos e pessoas envolvidas na sua realização não podem correr o risco do improviso, essa necessidade [do planejamento] torna-se premente. Acresce-se a isso o fato de lidarem com situações que envolvem a vida de milhões de pessoas e que podem resultar em doenças, incapacidades e mortes”. (Paim, 2006: 767) Antecedentes A Saúde nos Planos de Desenvolvimento do Governo Federal Período populista (pós 45 – 64) Plano SALTE : Saúde, Alimentação, Transporte e Energia (Dutra) Plano de Metas: 50 anos em 5 (Juscelino) Período autoritário (pós 64-79) I Plano Nacional de Desenvolvimento - PND (Costa e Silva) II Plano Nacional de Desenvolvimento - PND (Geisel) Antecedentes Emergência do Planejamento em saúde no âmbito federal (Ministério da Saúde) Período autoritário: abertura social 75 -79 (Geisel) Proposta de criação do Sistema Nacional de Saúde (Lei 6229/75) Elaboração dos Programas verticais (PNSMI, PNI, PECE, PCT, etc...) Elaboração dos Programas de Extensão de Cobertura • PIASS- Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento Antecedentes Crise e transição nos anos 80: AIS-SUDS – Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE) – Plano do CONASP (AIS) – “Nova República” – VIII CNS - SUDS (POI) – Planos Estaduais de Saúde – Planejamento e programação em Distritos Sanitários (87-89) Desenvolvimento do planejamento de saúde na esfera estadual (Secretarias Estaduais de Saúde) Antecedentes Anos 90: Descentralização - Municipalização – – – – – Leis Orgânicas (8080/90 e 8142/90) NOBs 91, 93 e 96 Conferências Nacionais de Saúde Planos Municipais de Saúde Intensificação do Planejamento e programação em Distritos Sanitários Desenvolvimento do planejamento de saúde na esfera municipal (Secretarias Municipais de Saúde) Planejamento de Saúde no SUS: rumo à institucionalização (3 níveis) Planos de Ação do governo federal Planos Estaduais de Saúde Planejamento Municipal em Saúde (acompanhando o processo de municipalização normativa – NOB 93 e 96) Programação Pactuada Integrada- PPI (mecanismo de negociação em torno da oferta-consumo de serviços) Planejamento no SUS Institucionalização incompleta • Descentralização normativa (NOBS/NOAS) • Falta de coordenação entre planejamento e programação (PES/PMS, PPI) • Programas verticais e estratégias de mudança do modelo assistencial (PACS/PSF) • Programação local: ações programáticas dirigidas a problemas e grupos em territórios específicos Momento atual: desafios e perspectivas Consolidação da institucionalização do planejamento nos três níveis de gestão do SUS PlanejaSUS • Sistema de planejamento: “articulação das 3 esferas de gestão, com definição de objetivos que confiram direcionalidade ao SUS” • Processo de planejamento: “desenvolvido em cada esfera contemplando as peculiaridades, necessidades e realidades loco-regionais” Por que revalorizar o planejamento no contexto atual de construção do SUS? – Opção estratégica para o estabelecimento de compromissos com a consolidação do SUS – Reduzir a dependência da vontade política dos gestores – Necessidade de construção de consensos políticos e da montagem de um processo contínuo de monitoramento Pactos pela Saúde pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão Síntese: Usos do Planejamento na Gestão do SUS – Planejamento como método de formulação de políticas – Planejamento como tecnologia de gestão – Planejamento como estratégia de mudança do modelo de atenção à saúde – Planejamento como ação comunicativa para o fortalecimento do controle social do SUS – Planejamento como instrumento de regulação, controle e auditoria do processo de produção de serviços Antecedentes PlanejaSUS MS CONASS I Plano Nacional de Saúde PNS 2004 CONASEMS 4 representantes por UF Oficinas Macroregionais 2005 e 2006 Define elementos e características que • 02 SES visam dotar• 02 osSMS gestores, segundo as especificidades de cada esfera de direção, do planejamento de que necessitam para a oferta de ações e serviços capazes de promover, proteger e recuperar a saúde da população PlanejaSUS PlanejaSUS 2. Objetivos => coordenar o processo de planejamento no âmbito do SUS Pactuação de diretrizes gerais para o processo de planejamento no âmbito do SUS; Formulação de metodologias unificadas e modelos de instrumentos básicos do processo de planejamento, englobando o monitoramento e a avaliação, que traduzam as diretrizes do SUS, com capacidade de adaptação às particularidades de cada esfera administrativa; Implementação e difusão de uma cultura de planejamento que integre e qualifique as ações do SUS entre as três esferas de governo e subsidie a tomada de decisão por parte de seus gestores; Promoção da integração do processo de planejamento e orçamento no âmbito do SUS, bem como da intersetorialidade deste Sistema, de forma articulada com as diversas etapas do ciclo de planejamento; Monitoramento e avaliação do processo de planejamento, das ações implementadas e dos resultados alcançados, de modo a fortalecer o PlanejaSUS e a contribuir para a transparência do processo de gestão do SUS. PlanejaSUS 3. Organização Arcabouço Jurídico Pacto de Gestão (Item 4 Anexo II) Portarias: 2006 => 3085 e 3332 2007 => 376, 1229 e 1510 Instancia Deliberativa do Planejasus Instância Consultiva do Planejasus Comissão Intergestores Tripartite Câmara técnica Comitê de Operacionalização Portaria n 251/06 Grupo de Planejamento PlanejaSUS Grupo de Planejamento É vinculado à câmara técnica da CIT, sendo integrado pelos seguintes representantes: • Subsecretaria de Planejamento e Orçamento da Secretaria Executiva; • CONASS; • CONASEMS Comitê de Operacionalização É integrado por dirigentes e técnicos das áreas de planejamento das três esferas de governo 15 representantes titulares (10 das SES e SMS) 5 da esfera federal PlanejaSUS 3.Instrumentos Plano de Saúde É o instrumento que apresenta as intenções e os resultados a serem buscados no período de quatro anos, os quais são expressos em objetivos, diretrizes e metas. É a definição das políticas de saúde numa determinada esfera de gestão. É a base para a execução, o acompanhamento, a avaliação e a gestão do sistema de saúde. Programação Anual de Saúde É o instrumento que operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde. Nela são detalhadas as ações,as metas e os recursos financeiros que operacionalizam o respectivo Plano, assim como apresentados os indicadores para a avaliação (a partir dos objetivos, das diretrizes e das metas do Plano de Saúde). Relatório Anual de Gestão É o instrumento que apresenta os resultados alcançados, apurados com base no conjunto de indicadores, que foram indicados na Programação para acompanhar o cumprimento das metas nela fixadas. PlanejaSUS Acordos firmados no âmbito do PlanejaSUS • Adoção de necessidades de saúde da população como critério para o planejamento • Revisão e integração dos instrumentos de planejamento em cada esfera de gestão e no SUS como um todo • Institucionalização do planejamento como instrumento de gestão do SUS, aí incluído o monitoramento e a avaliação; • Cooperação entre as 3 esferas de gestão para o fortalecimento do processo de planejamento no SUS. PlanejaSUS Papel dos diversos níveis de governo Esforço da Coordenação Geral de Planejamento da SE/MS para a estruturação do sistema – – – – Marco regulatório Desenho organizacional (atribuições de cada nível) Seleção de métodos e instrumentos Capacitação de pessoal (educação permanente) PlanejaSUS Papel da área de planejamento nas SES/SMS Articulação do processo de planejamento em saúde com o planejamento de outras secretarias (da área econômica e social) Articulação do processo de planejamento com a orçamentação Articulação do processo de planejamento com a avaliação Articulação do planejamento em saúde nos vários níveis de gestão do SUS. PlanejaSUS Formação e capacitação de pessoal para o desenvolvimento da prática de planejamento Inclusão e desenvolvimento do debate sobre o tema nos cursos existentes (PG senso lato e senso strito) Implementação de atividades de educação permanente junto às equipes gerenciais das SES e SMS Realização de cursos de capacitação em serviço.