Medicina de Emergência: Onde, como e porque? Dr. Rodrigo Souza Coordenação médica da UPA – Emergência do Hospital Pilar Emergência médica “Situação ou agravo à saúde onde se faz necessário intervir rápida ou imediatamente devido ao risco de morte.” A Emergência no Brasil Não possui especialistas em todas as especialidades de plantão 24 horas São segmentadas (clínica, gineco-obstétrica, cirúrgica, trauma, etc...) São “tocadas” por profissionais com formação em outras especialidades Não possuem profissionais com dedicação exclusiva Cenário... Paciente de 65 anos, diabético, hipertenso, apresentando dor torácica típica, sudorese e dor abdominal em epigástrio de forte intensidade A “loteria” do plantonista: Cardiologista Gastroenterologista Diagnóstico – Infarto Diagnóstico – Úlcera perfurada Diagnóstico – Infarto Diagnóstico – Úlcera perfurada Oftalmologista (???) Hoje... Perfil do “emergencista” Residente das mais diversas especialidades Médicos sem formação “formal” (PRM, especialização) Cirurgiões, clínicos, pediatras, acupunturistas, ortopedistas... Médicos objetivando “ganho extra” = BICO Médicos em fim de carreira Médicos recém formados que não ingressaram em PRM Ideal... Médicos com formação específica em EMERGÊNCIA Médicos que REALMENTE gostem de atender emergências Médicos com dedicação exclusiva Perfil do Médico Emergencista Manejo de doenças agudas e traumáticas Manejo de patologias que são tratadas no departamento de emergência Prognóstico está relacionado com o tempo de diagnóstico e tratamento Prognóstico não está relacionado com o tempo de diagnóstico ou tratamento Ter familiaridade de condições clínicas benignas ou crônicas Não implicam risco iminente de saúde para as quais o diagnóstico e manejo na Emergência são desnecessários e saber encaminhá-las para especialistas Formação do Médico Emergencista Residência Médica em Medicina de Emergência Programa em 3 anos (mínimo) Exame de Título de Especialista em Medicina de Emergência ABRAMEDE AMB/CFM/CNRM Capacitação através de cursos e treinamentos Programa de Residência Médica PROGRAMA R1 EM UPA ANEST UTI OBST FÉRIAS PROGRAMA R2 4 meses 3 meses 2 meses 1 mês 1 mês 1 mês EM UPA ANEST UTI OBST OHB APH FÉRIAS PROGRAMA R3 4 meses 2 meses 1 mês 1 mês 1 mês 1 mês 1 mês 1 mês EM UTI UPA TRIAGEM OHB APH FÉRIAS 5 meses 2 meses 1 mês 1 mês 1 mês 1 mês 1 mês Por que não um clínico... Tempo de treinamento em emergência INSUFICIENTE 5 a 8 meses Ausência de treinamento em: Procedimentos invasivos (drenagem torácica, cricotireoidostomia, etc...) Atendimento Pré-hospitalar Gineco-obstetrícia Politraumatizados Pediatria Ortopedia Por que não um cirurgião... Tempo de treinamento em emergência INSUFICIENTE 8 a 10 meses Ausência de treinamento em: Procedimentos emergenciais (marcapasso transvenoso, trombólise química, manejo de arritmias, intoxicações) Gineco-obstetrícia Cardiologia Pneumologia Neurologia Pediatria Ortopedia Por que o treinamento em Medicina de Emergência faz a diferença? Para o paciente Modelo holístico Aumenta segurança e confiabilidade Aumenta a possibilidade de diagnóstico Resolução rápida Abandono do modelo “tentativa e erro” Por que o treinamento em Medicina de Emergência faz a diferença? Para o médico Prática especializada Maior habilidade e segurança Tomada rápida de decisões Maior nº de diagnósticos Dedicação completa a área Aumento da auto-estima Menor possibilidade de processos éticos e legais Por que o treinamento em Medicina de Emergência faz a diferença? Para a Emergência Maior procura pelo usuário (segurança) Uso de protocolos atualizados Otimização dos indicadores Maior rendimento da equipe (fluxos rápidos e claros) Maior aderência a padronização Por que o treinamento em Medicina de Emergência faz a diferença? Para o Sistema Menor nº de internações Maior nº de internações COM diagnóstico Menor solicitação de exames e avaliações (especialistas) Melhor comunicação e maior segurança Redução dos custos e otimização dos investimentos Nos EUA... 1º ano da Especialidade: - Mortalidade menor: diminuiu de 5,8% para 4,0% (p<0,05) Próximos 03 anos seguintes: - Mortalidade menor ainda caiu para 3,4% “Gerald CJ, et al.: Ann Emerg Med. 2006:48;s102” Nos EUA... Redução dos indices da má prática “Branney SW, et al.: J Emerg Med 2001,19:99-105” Médicos emergencistas são custo efetivos, custo eficientes e poupam trabalho “Willians RM the costs of visits to ED’s New England Journal of Medicine, 1996;33:642” Médicos emergencistas são superiores aos clínicos e cardiologistas nos conhecimentos, nas decisões e nas intervenções farmacológicas “Melniker LA, et al Chest 1998. Portanto... “Médico emergencista. Faz diferença!” AMERS “Emergência já, amor para sempre!” SOCEMU Bem-vindos!