A Tomada de decisão na
Contextualização Curricular
1.1 - Currículo como Deliberação
O estudo das decisões curriculares, tem
como objectivo a melhoria da qualidade
escolar.
O currículo é a principal fase no processo
de tomadas de decisão. E uma solução
orientada com a finalidade de decidir um
percurso de acção.
1.2 - Fases/Contextos de
Deliberação Curricular
Sendo o currículo fruto de diferentes decisões que são tomadas
em diversos contextos, a ele correspondem várias fases:
.
Ao nível das intenções (Oberg (1991))
orientações globais e os instrumentos que dão forma à prática curricular
No plano intermédio ou da escola
Aqui, se reajustam as orientações e reconstroem-se os instrumentos
curriculares.
Ao nível da aprendizagem
Aqui são tomadas, pelos professores e alunos as mais importantes
decisões curriculares.
1.3- Competências dos actores
• Nas fases anteriores intervêm diversos actores. Aos
professores compete-lhes a reflexão sobre o impacto
que o currículo tem sobre os alunos (Beyer,1991).
Na aprendizagem
Clarificar as propostas eleitas e consequentemente
introduzir uma ordem de preferência a cada proposta.
Saber adequar o contexto, o indivíduo deve conhecer
com exactidão as circunstancias em que deve tomar a
decisão.
Deve ser capaz de adequar alternativas, estratégias ou
percursos de acção que correspondam a diferentes
acções de acordo com os casos particulares.
Estar consciente que uma decisão tomada por um
sujeito jamais se encerra em si mesma.
1.4- Qual o papel do aluno na
partilha de decisões?
• .
A parceria entre professor-aluno
não é fácil dado à lógica do poder
escolar. Condenando o aluno à
dependência relativamente ao
professor
MAS…
Se estamos preocupados com as mudanças,
porque não incluir nessa transformação as
experiencias de aprendizagem do aluno,
abrindo assim, caminhos para que a sua
opinião seja construtiva (Rudduck 1997,p.2)
Assim existem vários factores que tem vindo a
influenciar os professores a considerarem as
perspectivas dos alunos, por exemplo:
influência dos
média na
difusão dos
direitos dos
grupos sociais
mais
marginalizados
investigações na
área de
educação
valorização da
criança e seu
peso social na
estrutura
afectiva
Aos professores
compete:
•
criar uma atmosfera não
ameaçadora no aspecto social
das relações escolares;
focalizar a mudança nos aspectos
relativos ao processo de ensino e
aprendizagem;
garantir o funcionamento das estruturas
organizacionais para facilitar a organização
das iniciativas curriculares e a criação de
redes de comunicação na construção do
currículo.
Tendo os professores e alunos um papel activo na construção do
currículo há que proceder a:
Alterações das práticas curriculares no interior da
escola e das salas de aula;
Busca de qualidades pessoais significativas para a
liderança curricular do professor;
alteração das relações entre professor-aluno
A Lei de Bases do Sistema Educativo (1986) provocou a abertura de
alternativas de flexibilidade curricular, consoante se tratasse do
ensino básico ou secundário:
•
Os planos curriculares do ensino básico e secundário devem ser
estabelecidos à escala nacional sem prejuízo da existência de
conteúdos flexíveis tendo em atenção as componentes regionais que
facilitam a aprendizagem do aluno.
•
Os planos curriculares do ensino secundário terão uma estrutura de
âmbito nacional, podendo apresentar características regionais e
locais, justificadas nomeadamente pelas condições socioeconómicas
e pelas necessidades em pessoal qualificado.
Tudo isto com o objectivo da promoção do sucesso educativo de todos
os alunos e o contributo para a prevenção da exclusão social, o que
implica o combate ao insucesso escolar e educativo.
2.2 - Os “novos planos curriculares”
falharam devido :
às condições materiais e
humanas, isto é, formação
adequada dos professores
para dinamizarem em
equipa este projecto.
2.3 – A Emergência de Duas Concepções
Alternativas e Conflituantes de
Flexibilidade Curricular
• Desenvolveu-se a chamada “aplicação experimental” dos
novos planos curriculares, assumindo uma fase de prégeneralização da aplicação dos novos programas.
1989-90
• Introduzir as regulações necessárias foi a norma de actuação
nesse período.
Que se devia:
– À falta de acompanhamento e avaliação feitos de forma
constante e rigorosa
– E/ou a indisponibilidade política para tomar em conta os
respectivos resultados
– Simultaneamente era introduzida a avaliação das
aprendizagens dos alunos
• Foram publicados os normativos referentes à
avaliação respectivamente dos alunos do
ensino básico e dos alunos do ensino
1992/1993 secundário.
• Tal orientação causou efeitos divergentes negativos, entre o
que se decidia no plano avaliativo e o que se decidira antes, a
propósito dos objectivos e estratégias de ensino –
aprendizagem.
Passou a verificar-se:
– um número acrescido de alunos a manifestar dificuldades
à entrada do Ensino Secundário;
– mais tarde, os resultados catastróficos registados nos
exames nacionais do 12º Ano.
Após um ano da aprovação do novo sistema de avaliação dos
alunos do ensino básico, foi produzido o quadro normativo
das chamadas “ actividades e medidas de apoio educativo”
( Desp. 178-A/ME/93 de 30 de Julho)
• Tais modalidades e estratégias configuram duas alternativas:
– a da flexibilidade que visa assegurar a diferenciação
– a individualização dos processos pedagógicos por forma a
que todos os alunos consigam os mesmos objectivos de
aprendizagem.
Estratégias:
• o ensino diferenciado no interior da sala de aula, integrando o
mesmo currículo;
• o grupo de nível temporário;
• os diferentes modos de organização da gestão de espaços e
tempos lectivos;
• as salas de estudo dirigido;
• programas interdisciplinares (2º e 3º ciclos);
• os programas de entreajuda de alunos do mesmo ou de
diferentes níveis de ensino;
• os programas de tutória para apoio a estratégias de estudo,
orientação e aconselhamento do aluno;
• os programas específicos de ocupação de tempos livres;
• os programas de compensação e actualização no início do
ano escolar, nomeadamente no início de um novo ciclo.
• De uma ordem conceptual diferente à flexibilização tendo
outros objectivos de aprendizagem que não os do currículo
“normal”, serão duas as modalidades previstas em 1993:
• os currículos alternativos;
• os programas específicos elaborados pelo professor da área
disciplinar (2º ciclo) ou da disciplina (3º ciclo).
2.4 - Currículos Alternativos: Quantos
mais, melhor?
1995
1996
• O governo eleito não questionou a reforma curricular
do governo anterior. Apesar da crise não foram
produzidos estudos de avaliação curricular nem se
precedeu a regulações do sistema curricular vigente.
• Regulamentou-se a criação de turmas com currículos
alternativos para o ensino básico / regular /
recorrente
Após três anos lectivos dos efeitos desta medida, sublinha-se
a ausência de qualquer referência à formação de professores
que estivessem envolvidos nesta experiência.
• Porém é exigido a esses professores:
– o diagnóstico das dificuldades apresentadas pelos alunos
destinatários (note-se: diagnóstico e não mera descrição);
– a proposta justificada das alterações nos planos
curriculares vigentes;
– os programas de novas áreas disciplinares a introduzir e
as alterações aos programas vigentes, em termos de
objectivos, conteúdos, estratégias ensino - aprendizagem
e avaliação (instrumentos e técnicas mais adequadas e a
utilizar).
1997/98
• Em 34 escolas foram ensaiados os projectos de gestão flexível dos currículos do
ensino básico, no corrente ano lectivo são 93 escolas envolvidas. Pela primeira
vez existem “três especialistas de reconhecida competência nos domínios do
desenvolvimento curricular e da organização e gestão da formação de
professores” a integrar o Conselho de Acompanhamento dos Projectos de Gestão
Curricular Flexível.
• Este Conselho não tem competências na formação dos professores e das escolas.
Tal função é do estabelecimento de ensino que se envolva nessa experiencia.
• Os projectos podem envolver um ciclo de escolaridade, um
ano ou apenas uma turma. É uma nova estrutura nacional
com diferentes áreas curriculares na formação de alunos, que
contém:
– o estudo acompanhado
– a área de projecto
– a direcção de turma
(sem sobrecarga do tempo semanal dos 2º e 3º ciclos)
• Em simultâneo o projecto de gestão curricular “ flexível” está
integrado no projecto educativo da escola, respeitando as
finalidades e objectivos dos programas, decida aprendizagens
essenciais por ano, disciplina ou área disciplinar.
• E ainda:
– que o trabalho se organize segundo formas de
diversificadas de registo, de divulgação e de avaliação do
desenvolvimento do projecto;
– que se faça a articulação desse desenvolvimento com
outras entidades, nomeadamente centros de formação e
instituições de ensino superior;
– que exista uma proposta de estrutura organizacional que
contemple, entre outros aspectos, as necessidades de
reformulação da gestão dos tempos e dos espaços das
aprendizagens, de acordo com o projecto de gestão
curricular, mas sem alteração das cargas horárias globais
definidas a nível central.
1999
20 de
Outubro 2000
•O despacho de 1997 foi revogado e substituído (Despacho
9590/99), que simplifica determinações do anterior, mantendo,
os traços essenciais. Na elaboração do projecto surge os
requisitos “listagem de necessidades inerentes ao
desenvolvimento do projecto designadamente nos domínios da
formação de professores, materiais de apoio e outros” .
•novo despacho veio criar um currículo alternativo, chamado
Programa 15-18, para jovens entre os 15 e 18 anos, que não
concluíram o ensino básico e nem concluam na idade legal para
o fazerem.
Trabalho realizado por:
• Ana oliveira
• Daniela Antunes
• Elsa Cerveira
• Sandra Costa
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