ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA
MUNICIPAL DE NOVA PRATA – RS
RELATÓRIO BIMESTRAL 03/2014
MAIO E JUNHO DE 2014
Como Presidente e Gestora do Instituto de Previdência e Assistência
Municipal de Nova Prata - RS, designada pela Portaria nº 673/2013, de 11 de
dezembro de 2013, torno público o Relatório sobre os Recursos Financeiros do
Fundo de Previdência do mesmo referente aos meses de maio e junho de
2014.
A carteira dos fundos de investimentos onde o INSTITUTO DE
PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA MUNICIPAL DE NOVA PRATA - IPRAM
mantém recursos aplicados permanece enquadrada nos termos da Resolução
n°. 3.922, de 2010, do Conselho Monetário Nacional (CMN) e nos termos da
Política de Investimentos (PI) para o ano de 2014.
A taxa básica de juros (SELIC) fechou o mês de junho de 2014 em
11,00%, com uma taxa média de 9,93% nos últimos 12 meses.
Em termos de inflação o IPCA atingiu 3,74% no acumulado do ano de
2014 e o INPC estimado em 3,78% no mesmo período.
A meta atuarial em 2014 atingiu 13,08% para os planos de benefícios
com meta atuarial INPC+6% de taxa de juros e 12,84% para os que utilizam o
IPCA+6%. As expectativas do relatório Focus de 27/06/2014 para o final do
ano de 2014 são de 6,46% para o IPCA e de 6,68% para o INPC (O INPC tem
como fonte o Sistema de expectativas de mercado do Banco Central do Brasil).
A economia brasileira desacelerou o ritmo de alta no primeiro trimestre,
com o PIB avançando 0,2% na comparação com o trimestre anterior, depois de
ter crescido 0,4%.
O viés para o desempenho da economia neste 2º trimestre de 2014
segue sendo para baixo. Os sinais dos diversos setores industriais estão longe
de serem animadores, com notícias diversas de paralisação e greves de
trabalhadores do serviço público. Assim, o ambiente para os investimentos
continua desafiador ao longo do ano. Por conta dos sinais de atividade
econômica mais fraca no trimestre atual, revisamos as projeções para o PIB de
2014 para 1,0% de 1,5% anteriormente previsto. Para 2015 mantemos por ora
projeção de +2,0%.
Os índices de confiança de maio sofreram fortes quedas. Na indústria, o
índice de confiança da FGV se retraiu 5,1%, com os estoques voltando a subir
e produção prevista a cair. No setor de serviços, o índice caiu quase 6% em
maio. A baixa confiança mostrada pelos índices está em linha com o fraco
desempenho da economia no 2T14, em especial na indústria.
Confirmando as estimativas da maioria do mercado, o COPOM manteve
a taxa básica de juros Selic em 11,00% ao ano na reunião de maio. No
contexto de menor dinamismo da atividade econômica, espera-se que o BC
mantenha a taxa Selic no patamar atual até dezembro de 2014, quando o ciclo
de aperto deverá ser retomado.
O IPCA deverá permanecer acima de 6,0% ao longo deste ano,
superando o teto da meta de inflação em setembro (previsão 6,6% para o
período), mas no acumulado em 12 meses o índice deverá ceder um pouco no
4T14, encerrando o ano com alta de 6,4% (a projeção anterior era 6,5%). Para
o IPCA de 2015 mantém-se a projeção de 6,4%. A despeito disso, julgamos
alto o risco de a inflação medida pelo IPCA superar o teto da meta até o final
de 2014. A persistência inflacionária deverá levar o BC a retomar o ciclo de alta
dos juros, passado o período eleitoral. Fica mantida a previsão de taxa Selic
em 11,5% ao ano em dezembro de 2014 e 12,5% ao ano em dezembro de
2015.
Em maio os indicadores globais de atividade econômica seguiram
apontando para recuperação do crescimento mundial, sobretudo dos países
desenvolvidos, num contexto de inflação ainda bastante baixa, o que reforça
percepção de ociosidade da capacidade global. Enquanto os EUA indicam
sinais de recuperação mais sólida, com percepção de que o pior momento do
PIB americano ficou pra trás, a China corre risco de frustrar projeção de 7% de
crescimento em 2014 e a Zona do Euro adotou medidas adicionais de
relaxamento monetário. O ambiente parece adequado para FED conduzir com
parcimônia a normalização da política monetária norte-americana.
As taxa dos juros brasileiro apresentaram mais um mês positivo, com a
curva desinclinando. Os juros futuros caíram em linha com as quedas das
taxas no mercado global. Um dos principais fatores foi a postura mais
acomodatícia do Banco Central Europeu diante dos dados divulgados ao longo
do mês. Na zona do Euro, os indicadores de atividade econômica
decepcionaram.
O crescimento trimestral do PIB de apenas 0,2% no primeiro trimestre de
2014 foi somente metade do que era esperado pelo mercado, e a taxa de
desemprego alemão, inesperadamente, subiu pela primeira vez em seis
meses. Estes indicadores elevaram a probabilidade de que o Banco Central
Europeu irá apresentar medidas de estímulo econômico na próxima reunião de
junho. Neste ambiente a taxa do título alemão de 10 anos atingiu o patamar de
1,28%, o ponto mais baixo em um ano, e o título americano de 10 anos seguiu
o mesmo movimento, caindo drasticamente a 2,40%, atingindo o menor nível
em 10 meses. No final do mês o titulo fechou a 2,47%.
O Copom anunciou o fim do ciclo mais longo de aperto monetário, e
manteve a taxa Selic em 11,00% conforme esperado. Além disso, os
indicadores de confiança caíram novamente. Destaque para a confiança do
empresariado que atingiu o nível mais baixo desde 2009. Este ambiente de
fraqueza interna, cenário externo com perspectivas de taxas de juros globais
baixas, e volatilidade reduzida, proporcionaram a continuidade do apetite de
risco dos investidores. Desse modo, o DI janeiro 2016 e o DI janeiro 2023
terminaram o mês em 11,45% e 12,20%, quedas de 0,48% e 0,53%
respectivamente.
O desempenho dos títulos indexados à inflação não foi diferente e
seguiu a mesma tendência das taxas nominais. Continuamos vendo demanda
por títulos de longo prazo, inclusive nos leilões promovidos pelo Tesouro
Nacional. A NTN- B 2016 terminou o mês em 5,46 %, uma queda de 0,21%, e
a NTN-B 2050 encerrou o mês abaixo de 6%, a 5,99%.
Após três meses consecutivos de valorização, o real encerrou o mês de
maio registrando perdas de 0,1% ante o dólar. A moeda norte-americana
encerrou o período cotada a R$2,24. Apesar do desempenho levemente
negativo do mês, em 2014 a moeda brasileira acumula ganhos de 4,3%. Em
doze meses, porém, o dólar ainda registra alta de 5%.
A despeito da queda ante o dólar, o real registrava valorização até a
última semana de maio, dando continuidade ao movimento verificado nos
últimos meses e beneficiando-se da acomodação das taxas de juros globais,
que tem impulsionado os mercados emergentes.
A inflação esperada para maio mantém a trajetória de queda, reflexo da
redução nos preços dos alimentos in natura, o que motivou novo ajuste para
baixo nas estimativas para o ano de 2014 de 6,5% para 6,4%. Acreditamos
ainda assim que o IPCA deverá no acumulado de doze meses ultrapassar o
teto superior da banda, mas devendo agora atingir esse percentual somente no
terceiro trimestre do ano.
No mês de junho, após a forte contração apresentada no primeiro
trimestre, em parte gerada pelo choque climático e diminuição dos estoques, a
economia americana voltou a crescer moderadamente no segundo trimestre.
Os dados econômicos recentes, mais especificamente o consumo, mostram
que a retomada do crescimento será mais gradual do que se imaginava. No
entanto, acreditamos que os bons fundamentos que sustentam a demanda
privada e a dissipação do efeito contracionista da política fiscal continuam
apontando para uma leitura positiva do ciclo econômico nos Estados Unidos.
As condições financeiras e monetárias seguem bastante folgadas; as famílias
estão significativamente menos alavancadas e mais ricas; os bancos estão
bem capitalizados; e o mercado de trabalho segue melhorando. Pelo lado
negativo, a variável investimento ainda se mostra incipiente. O nosso cenário
base de 2014 é que a economia americana cresce entre 1,5% e 2,0%. A
normalização lenta e gradual da política monetária americana permanece em
curso – o FED deve encerrar o programa de afrouxamento quantitativo até o
fim do ano e iniciar o ciclo de alta de juros no segundo semestre de 2015.
A economia brasileira, por sua vez, continua presa à armadilha de
crescimento baixo e inflação elevada, típica de economias com severas
restrições de oferta. No lado da atividade, as evidências disponíveis continuam
apontando para um cenário de crescimento fraco, com riscos crescentes de
uma desaceleração maior que o esperado: os índices de confiança seguem em
queda; a demanda por crédito mostra sinais de arrefecimento; e os estoques
continuam elevados, tanto na indústria quanto no varejo. A esse cenário de
desaceleração somam-se ainda os efeitos negativos da Copa do Mundo sobre
a economia, através de férias coletivas, paradas de produção e feriados
parciais em dias de jogos. Nesse contexto, a contração da atividade que
esperamos em junho e julho pode contribuir para piorar ainda mais a
percepção dos agentes sobre a economia, levando-os a adiar planos de
consumo e investimento. Junte-se a isso a proximidade das eleições, e
dificilmente veremos uma recuperação mais forte da atividade nos próximos
meses.
Do lado das contas públicas, há fortes dúvidas em relação à capacidade
e a vontade de se promover um efetivo aperto fiscal. A arrecadação continua
surpreendendo negativamente e o governo só tem conseguido fechar as contas
em função de receitas não recorrentes e adiamento de gastos. Além disso, a
atividade mais fraca tende a agravar o quadro fiscal, na medida em que
enfraquece ainda mais a arrecadação e contribui para que aumente no governo
a pressão por mais estímulos, como a recente prorrogação do IPI sobre
automóveis. O resultado é um descompasso crônico entre o crescimento das
receitas e despesas e um superávit primário estrutural persistentemente baixo,
o que contribui para a piora da dinâmica da dívida pública e o aumento das
taxas de juros reais de longo prazo. A política de forte expansão de crédito dos
bancos públicos vai na mesma direção, ainda que já esteja sendo desenhada
alguma desaceleração para os próximos anos. De qualquer forma,
considerando as limitações do ciclo político, não conseguimos enxergar um
ajuste fiscal significativo antes de 2015. Além disso, dada a rigidez das
despesas, acreditamos que a maior parte do ajuste deve vir através de
aumento de impostos.
A perspectiva de um cenário de inflação um pouco mais baixa ou
mantendo a estabilidade perto do teto da meta mais baixa tornou atrativos os
prêmios de inflação de curto e médio prazo, com reflexos positivos na
rentabilidade dos ativos. O IMA, que reflete a carteira de títulos públicos
marcada a mercado, registrou retorno de 0,53% o que resultou numa variação
acumulada de 7,40% no semestre.
As carteiras indexadas e prefixadas com duration (Prazo médio
ponderado dos fluxos de caixa de um título) de até 2,7 anos apresentaram
variações expressivas no mês. O IMA-B 5, que captura o retorno das NTN-Bs
com prazo de até 5 anos, registrou variação de 1,11%, enquanto o IRF-M 1+,
que expressa a carteira dos prefixados acima de um ano, registrou variação
mensal de 0,95%. O IMA-B 5+, que reflete a carteira das NTN-B acima de cinco
anos, e duration de 10,7 anos, bastante superior a dos dois primeiros índices,
teve variação negativa de 0,64%.
No mercado secundário, os negócios no segmento refletiram o
movimento dos índices. Em junho, enquanto o volume médio mensal de títulos
prefixados elevou-se 4,5% em relação a maio (de R$ 6,3 bilhões para R$ 6,6
bilhões), o montante negociado de NTN-B caiu 24% em relação ao mês
anterior (de R$ 3,9 bilhões para R$ 3,0 bilhões). Entre os prefixados, a
maturidade com maior participação no volume mensal foi a LTN 01/7/15
(12,1%), enquanto a NTN-B 15/8/22 foi o vencimento mais líquido entre os
títulos indexados ao IPCA (23,0%).
Considerando a comunicação recente do Banco Central e a
possibilidade de que os efeitos da desaceleração da atividade sobre a inflação
possam ser maiores que o previsto, acredita-se que a Selic deve permanecer
estável em 11,00% nos próximos meses.
No âmbito da inflação, o recuo recente nos preços dos alimentos,
favorecido pela sazonalidade, vem dando algum alívio para as projeções de
curto prazo. No entanto, dado o alto nível de represamento de preços e a alta
resistência da inflação de serviços, as projeções para prazos maiores
permanecem perto do teto da meta.
ALOCAÇÃO DOS RECURSOS:
Os recursos aplicados pelo INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA E
ASSISTÊNCIA MUNICIPAL DE NOVA PRATA - IPRAM, conforme o quadro
acima comprova estão sendo realizados exclusivamente em instituições
financeiras públicas, ou seja, junto ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul,
Banco do Brasil DTVM e Caixa Econômica Federal. Esta situação observa o
entendimento do Tribunal de Contas do Estado Do Rio Grande do Sul, art. 164,
parágrafo terceiro, da Constituição Federal.
A meta atuarial para o período de 01/01/14 30/06/2014 é de 6,81%.A
rentabilidade atingida pela carteira de investimentos em igual período foi de
5,43%;
Apesar de não ter atingido a meta atuarial do período a rentabilidade
alcançada na carteira de investimentos está em linha com a rentabilidade
média do mercado financeiro, considerando carteiras de investimentos com
mesmas características;
É importante considerar a recuperação parcial dos índices de prazo mais
longo, IMA B, IMA B5+ e IDkA2. No entanto, nos últimos dias temos observado
uma queda nos índice em geral, principalmente nos IMA de longo prazo.
Devido ao cenário econômico de instabilidade não é recomendado movimentos
de novas aplicações em fundos que com os índices de referência acima;
Consideramos elevada a concentração em IRF-M1, é importante reduzir
a posição em IRF-M1 e alocar recursos em IDkA2A.
A diversificação em fundos de investimento e índices de referência está
adequada, conforme análise de nossa Assessoria.
É importante manter a postura conservadora em relação às aplicações
financeiras do RPPS devido às incertezas em relação ao desempenho futuro
da economia brasileira e internacional.
Desta maneira, conclui-se que o desempenho das aplicações financeiras
está em linha com o mercado financeiro atual, apesar de até no momento não
estar atingindo a meta atuarial do período; os investimentos estão bem
diversificados em índices de referência.
Assim sendo, neste bimestre também não houve mudanças de Fundos
ou aplicação em novos Fundos, devido à instabilidade do setor econômico.
É o relatório.
Nova Prata, 05 de agosto de 2014.
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Adriana de Barros Antoniolli
Gestora do IPRAM
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