CENÁRIO INTERNACIONAL – 1º SEMESTRE 2014 Europa Se considerarmos a evolução do PIB da zona do euro, no primeiro trimestre de 2014, a expectativa do Fundo Monetário Internacional - FMI de um crescimento de 1,2% no ano, poderá não se confirmar. Com um avanço de 0,2% em relação ao último trimestre de 2013 e de 0,9% anualizado, a esperada recuperação do crescimento econômico da região ainda é tímida. O melhor desempenho foi o da economia alemã, que superou a média do bloco e cresceu 0,8% no período, em relação ao trimestre anterior, a maior taxa trimestral dos últimos três anos. O consumo doméstico subiu 1,9% e foi um dos fatores propulsores desse resultado. A construção civil, graças a um clima favorável, se expandiu em 3,6%. Já a economia francesa, a segunda maior da zona do euro, teve crescimento nulo no período e de 0,7% anualizado. Já o PIB da Espanha evoluiu 0,4%, o maior avanço em um trimestre desde 2008 e o da Itália recuou 0,1% no mesmo período. Fora da zona do euro, o Reino Unido apresentou forte expansão econômica, tendo o PIB evoluído 0,8% no primeiro trimestre e 3,1% anualizado. O aumento de 0,8% nos gastos das famílias e de 2,7% nos investimentos empresariais foram os destaques. De acordo com a Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia, a taxa 1 de desemprego da zona do euro se manteve em 11,6% em maio. O número de desempregados no bloco caiu em 636 mil trabalhadores em relação a maio de 2013, mas 18,55 milhões de pessoas continuam sem emprego. Antes da crise de 2008 o número era de 11,50 milhões. Em compensação, a taxa de desemprego no Reino Unido, no período de março a maio caiu para 6,5%, o menor nível desde o final de 2008. O número de pessoas empregadas avançou 254 mil, no período, para 30,6 milhões de pessoas, o maior nível já registrado na série histórica do Escritório para Estatísticas Nacionais – ONS, iniciada em 1971. Fonte: www.tradingeconomics.com Por outro lado, a taxa anual de inflação da zona do euro se manteve estável em junho, no nível mais baixo dos últimos quatro anos. Dados preliminares da Eurostat revelam que a inflação do consumidor, CPI, subiu 0,5% em junho ante o mesmo mês de 2013, variação igual a de maio e bem abaixo da meta do Banco Central Europeu – BCE, de 2%. Foi o oitavo mês seguido em que a taxa anual de inflação da região se manteve abaixo de 1%. Em sua última reunião, logo no início de julho, o BCE manteve a taxa básica de juros inalterada na mínima histórica de 0,15% a.a., depois da confirmação de um fraco crescimento na região e da estabilidade da inflação. Também foram mantidas a taxa de juros de empréstimo marginal, em 0,40% a.a. e a taxa para depósitos bancários, negativa em – 0,10% a.a. EUA Depois de uma expansão anualizada de 2,6% no último trimestre de 2013, o PIB americano apresentou queda de -2,9% no primeiro trimestre de 2014. A contração deveu-se, sobretudo, a um inverno extremamente rigoroso que afetou duramente o consumo interno. Diversos economistas e oficiais do banco central do país, o FED, viram na retração um movimento a ser encarado como uma excepcionalidade, que não deve se repetir. Importantes indicadores tais como o de produção industrial e o de confiança do consumidor, que atingiu 85,2 pontos no final de junho, reforçam as melhores expectativas. Em reunião no final de junho, o FED decidiu manter a taxa básica de juros entre zero e CENÁRIO INTERNACIONAL – 1º SEMESTRE 2014 0,25% a.a., por um tempo ainda considerável e anunciou um novo corte de US$ 10 bilhões em seu programa de estímulos (Q3). Foi a quinta redução consecutiva, diminuindo as compras mensais de títulos no mercado financeiro para US$ 35 bilhões. Já as taxas de inflação que vinham se mantendo extremamente baixas no início do ano, se aproximaram da meta de 2% fixada pelo FED. Enquanto o índice que mede a inflação do consumidor, CPI, evoluiu 0,4% em maio, ou 2,1% anualizado, a do produtor, PPI, caiu 0,2% no mesmo mês, ficando em 2% anualizado. Fonte: www.tradingeconomics.com A surpresa mais agradável foi a criação de 288 mil postos de trabalho em junho, quando a expectativa era de 215 mil. Com isso, a taxa de desemprego, que era de 6,3% em maio, recuou para 6,1% no mês seguinte. Verificou-se uma alta na população ocupada superior a observada na população ativa. Um sinal positivo sobre a recuperação do mercado de trabalho no país. Ásia Depois de dois trimestres consecutivos de queda, o 2 PIB da China cresceu 7,5% no segundo trimestre de 2014, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano o crescimento foi de 7,4%, revelando desaceleração frente a alta de 7,6% registrada no mesmo período de 2013. Pressões contracionistas decorrentes do desaquecimento do setor imobiliário e da redução gradual da oferta de crédito, induzidas pelo governo, foram compensadas por investimentos em infraestrutura, que inclusive deram suporte aos preços de commodities no mercado internacional. Por sua vez, o índice de preços ao consumidor de junho apresentou deflação de 0,10%, mantendo a evolução anual no baixo patamar de 2,3%. Entre janeiro e março, comparado ao trimestre anterior, a economia do Japão cresceu 1,6%, devido ao aumento dos gastos de capital. Em base anual a evolução foi de 6,7%. Já no mês de julho, o banco central do país manteve a política monetária e reduziu ligeiramente a sua expectativa de crescimento econômico para 2014. A taxa básica de juros permaneceu em 0,10% a.a. Por unanimidade, o conselho de política monetária também decidiu continuar o seu programa de estímulo à expansão da base monetária do país em um ritmo anual entre US$ 590 e US$ 690 bilhões de dólares, como uma das armas usadas para acabar com a deflação que vem afetando o país há mais de uma década e aproxima-la da meta de 2%. Na Índia, que vinha no passado recente apresentando crescimento econômico superior a 7%, o PIB do primeiro trimestre cresceu 2,1% em relação ao trimestre anterior, ou 4,6% anualizado. Mas a inflação do consumidor de maio, 8,28% anualizada, permaneceu em patamar elevado. Investimentos em Renda Fixa Com alto nível de liquidez e baixa volatilidade, o mercado internacional de renda fixa dos países desenvolvidos, apesar da redução continuada dos estímulos do banco central norte-americano (Q3), apresentou declínio nas remunerações pagas aos investidores. Enquanto no final do primeiro trimestre de 2014 os títulos do tesouro americano (Treasury Bons) de 10 anos apresentavam remuneração de cerca de 2,80% a.a., no final do segundo pagavam 2,53% a.a. Já os títulos de 30 anos que rendiam cerca de 3,65% a.a., passaram a render 3,34% a.a. Quanto aos títulos corporativos de 10 anos, os emitidos por empresas com grau de investimento (Investment Grade) pagavam cerca de 3,50% CENÁRIO INTERNACIONAL – 1º SEMESTRE 2014 a.a., no final do semestre e os emitidos por empresas com maior risco (High Yield) pagavam cerca de 5,55% a.a. Investimentos em Renda Variável Apesar do cenário de crescimento modesto, as bolsas europeias apresentaram desempenho satisfatório no segundo trimestre e no acumulado do ano de 2014. O índice FTSE 100 (Grã- Bretanha) subiu 2,21% no segundo trimestre, acumulou uma ligeira queda de – 0,08% no semestre, mas uma alta de 8,50% em 12 meses. O Dax 30 (Alemanha), subiu 2,90% no trimestre, acumulou uma alta de 2,94% no semestre e expressivos 23,54% em 12 meses. O CAC 40 (França) apresentou altas de 0,71%, 2,95% e de 18,29% sucessivamente. Já o RTS Index (Rússia), influenciado pela questão ucraniana, subiu 7,90% no segundo trimestre, acumulou queda de – 5,31% no semestre e alta de 7,11% em 12 meses. 3 As bolsas norte-americanas continuaram a atingir novos recordes, favorecidas pelas taxas de juros nas mínimas históricas. O aumento do consumo e dos investimentos corporativos, principalmente, permitiram às empresas, inclusive os grandes conglomerados financeiros, a apresentarem lucros acima das expectativas. Enquanto o índice S&P 500 subiu 4,69% no segundo trimestre, acumulando alta de 6,05% no semestre e de 22,04% em 12 meses, o índice Dow Jones subiu 2,24% no trimestre, 1,51% no semestre e Dow Jones 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 01/01/2008 01/01/2009 01/01/2010 01/01/2011 Fonte: Dow Jones 12,86% em 12 meses. Na Ásia, refletindo certa desaceleração da economia, o índice Shanghai SE Com- posite (China) apresentou a modesta alta de 0,74% no segundo trimestre, queda de – 3,20% no semestre e alta de 3,49% em 12 meses. No entanto na Índia, apesar da menor evolução do PIB, o índice BSE Sensex 30 subiu 13,52% no trimestre, 20,04% no semestre e 31,03% em 12 meses. Já o índice Nikkei 225 (Japão) subiu 2,25% no segundo trimestre, acumulou queda de – 6,93% no semestre e alta de 10,86% em 12 meses. Já as commodities em geral, terminaram o segundo trimestre apresentando resultados mistos. O níquel subiu 19,22%, o zinco 11,29%, o petróleo 6,74% e o alumínio 4,72%. Das commodities agrícolas, se o boi subiu 9%, o café caiu – 4,18%, a soja – 5,26%, o algodão – 14,35%, o milho – 16,89% e o trigo – 19,74%. 01/01/2012 01/01/2013 01/01/2014 CENÁRIO INTERNACIONAL – PERSPECTIVAS 2º SEMESTRE Europa Em seu último relatório divulgado já no mês de julho, o Fundo Monetário Internacional – FMI reduziu a previsão para o crescimento do PIB da zona do euro, em 2014, de 1,2% para 1,1%. Comentou que a fraca demanda agregada tem pesado sobre a atividade real e puxado para baixo a inflação, tendo em vista que empresas, famílias e bancos continuam a reparar seus balanços. “A inflação deverá manter-se abaixo da meta primordial de preços do BCE por um período prolongado, ressaltando os riscos de inflação baixa. Com espaço limitado de política no curto prazo, choques adicionais negativos, domésticos ou externos, podem prejudicar o sentimento do mercado financeiro, deter a recuperação e empurrar a economia para uma inflação mais baixa e até mesmo deflação”. Enquanto isso, o BCE prepara o seu programa de expansão monetária, com foco no crédito. Estuda uma linha especial de empréstimos para bancos focados em crédito para empresas e famílias. EUA No mesmo relatório de julho, o FMI reduziu a sua previsão para a expansão da economia americana, em 2014, de 2,8% para 2%, devido ao inverno rigoroso. No entanto, manteve a 4 previsão de crescimento de 3% em 2015, na medida que os recentes indicadores sinalizam uma recuperação mais vigorosa. Para o Banco Mundial o crescimento será de 2,1% em 2014 e também de 3% em 2015. Fonte: www.tradingeconomics.com Para a presidente do FED, Janet Yellen, a recuperação econômica dos EUA continua incompleta, com o mercado de trabalho ainda abalado e salários estagnados justificando a política monetária frouxa no horizonte relevante. Os sinais de aceleração da inflação ainda não são suficientes para o FED acelerar seus planos de elevar a taxa básica de juros, medida esperada para meados de 2015. No entanto esse quadro poderá mudar, com a taxa de juros subindo mais cedo e mais rápido, se os dados mostrarem o mercado de trabalho melhorando com mais velocidade do que o esperado. Há que se considerar também que é mais prudente se trabalhar com um cenário mais longo para a mudança da política monetária e ter que abrevialo caso a economia ganhe maior robustez e supere as expectativas, do que um quadro inverso. Alguns diretores do banco cen- tral americano, entre eles a presidente da regional de Kansas City, já manifestaram opinião de que o aumento dos juros poderá ocorrer ainda este ano, ou no início do próximo. Existe preocupação com o impacto da alta dos preços de alimentos e energia nas famílias de baixa renda e há ansiedade pela normalização da política monetária. Mantido o ritmo de corte no programa de estímulos do FED (Q3), em outubro próximo ele estará extinto. Quando a sinalização de elevação da taxa básica for inequívoca, esperamse efeitos indesejados, principalmente para aqueles países dependentes do capital externo, como o Brasil. A remuneração dos títulos do tesouro americano será cada vez mais atraente gerando pressão sobre moedas e juros desses países. Não devemos também esquecer o poder de antecipação dos mercados financeiros, o que já implicaria no aumento da volatilidade, com a inversão do fluxo de capitais rumo aos Estados Unidos, antes mesmo do aperto nos juros acontecer. CENÁRIO INTERNACIONAL – PERSPECTIVAS 2º SEMESTRE Ásia Para a China o FMI estima um crescimento econômico de 7,5% em 2014 e de 7,3% em 2015. Já o Banco mundial estima que a evolução do PIB será de 7,6% em 2014 e de 7,5% em 2015. Os indicadores macroeconômicos recentemente divulgados reforçam a expectativa de que as medidas de suporte implantadas pelo governo serão suficientes para impedir uma desaceleração indesejada. Para a Índia o FMI projeta um crescimento de 5,4% em 2014 e de 6,4% em 2015. O Banco Mundial estima um avanço do PIB de 5,5% em 2014 e de 6,3% em 2015. Para o Japão a primeira instituição projeta um crescimento de 1,4% em 2014 e de 1% em 2015. Já a estimativa do Banco Mundial é de 1% tanto para 2014 quanto para o ano seguinte. Investimentos em Renda Fixa Mesmo com a desmontagem do programa de estímulos do FED (Q3), as taxas de juros, de uma forma geral, ainda estão em patamares muito baixos. Algumas delas na mínima histórica. Dado o alto nível de liquidez internacional, há mais recursos 5 sendo poupados do que a capacidade das empresas de atraírem novos investimentos e ao mesmo tempo, os principais bancos centrais há seis anos vêm mantendo os juros baixos e criando dinheiro, na tentativa de estimular o crescimento depois da crise financeira. Assim o apetite por risco vem evoluindo. Na Espanha, por exemplo, onde recentemente havia uma séria crise da dívida, a ansiedade dos investidores para adquirirem títulos do governo os levou a aceitar os juros mais baixos desde 1789. Em termos globais, qualquer ativo mobiliário ou imobiliário está sendo negociado a preços elevados pelos padrões históricos em relação aos fundamentos vigentes. De acordo com Russ Koesterich, estrategista chefe da Black Rock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, “estamos num mundo em que há pouquíssimos ativos inequivocamente baratos”. A pergunta do momento é quanto tempo durará este ambiente de baixos retor- baixo retorno aos investidores desde o início da crise global. Mesmo nos mercados emergentes, que em geral têm juros maiores dada a inflação mais elevada, os retornos são muito baixos. Para aqueles que pretendem investir em títulos do tesouro americano, por exemplo, cuja a remuneração é prefixada, se a intenção não for a de levalos até o vencimento é muito grande a possibilidade de perdas significativas ao longo do seu carregamento. Para aqueles que miram a data de vencimento, existe sempre o custo de oportunidade. Paradoxalmente é um ativo que traz no seu bojo o menor risco de crédito do planeta. Já vimos filme parecido no Brasil em 2013. TREASURY BONDS 10Y JUROS Investimentos em Renda Variável Lucros crescentes e a confiança dos investidores em que o FED seja capaz de manter os juros baixos, a inflação sob controle e a atividade econômica em expansão é que tem levado as bolsas americanas a patamares recorFonte: www.tradingeconomics.com des. No entanto, as consinos e o que acontecerá a seguir? derações feitas acerca dos investimentos em renda fixa, também Ativos altamente sesão válidas para aqueles em guros, como os títulos do tesouro americano, têm oferecido CENÁRIO INTERNACIONAL – PERSPECTIVAS 2º SEMESTRE renda variável. Ficou para muitos a ideia de que ao se imprimir dinheiro se provoca imediatamente inflação, tenha caído por terra. Não deve ser esquecido que recentemente, nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI) registrou a maior alta em mais de um ano e de que o fortalecimento do mercado de trabalho também significa maior . 6 consumo que, se não acompanhado pelo aumento da oferta gera inflação. Recentemente membros do FED alertaram o mercado financeiro que as ações de empresas denominadas “small caps”, dos setores de biotecnologia e de tecnologia da informação atingiram níveis de preços considerados perigosos. Historicamente, juros em alta são inimigos das bolsas e bolsas em níveis recorde podem ser cruéis com os investidores. Exceto pela necessária diversificação de ativos, o momento é de reflexão. BOLSA DÓLAR CENÁRIO NACIONAL – 1º SEMESTRE 2014 Atividade Econômica Depois de ter apresentado evolução de 0,4% no último trimestre de 2013, o PIB brasileiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre de 2014 e somou R$ 1,2 trilhão. Em relação ao mesmo período do ano anterior a alta foi de 1,9%. O fraco resultado deveu-se, principalmente, à retração de 0,8% da indústria, além da queda de 2,1% nos investimentos. Embora o governo tenha mencionado a seca, a lenta recuperação da economia internacional, a volatilidade do câmbio, entre outros fatores, a queda generalizada da confiança dos agentes econômicos, em um ambiente de inflação eleva e política fiscal frouxa teve importante papel. Para a atividade industrial, foi o pior resultado desde o segundo trimestre de 2012. A indústria de transformação, que engloba o setor automotivo, teve retração de 0,5% e as montadoras já falam em dar férias coletivas para ajustar o ritmo de produção à menor demanda. Fonte: www.tradingeconomics.com O consumo das famílias, impactado pelos aumentos das 7 taxas de juros, caiu – 0,1% no primeiro trimestre, em relação ao quarto do ano passado, o pior resultado desde o terceiro trimestre de 2011. Já a taxa de investimento, de 17,7% do PIB, foi a pior para o primeiro trimestre desde 2009, enquanto a taxa de poupança, de 12,7% do PIB, foi a menor para o primeiro trimestre desde que se iniciou a série histórica no ano 2000. O que evitou uma retração do PIB do Brasil, no primeiro trimestre do ano, foi o crescimento de 3,6% do agronegócio. De maneira geral foi bom o desempenho dos setores de grãos e carnes. Mesmo as safras de cana-de-açúcar e de café, que registraram quebras por conta da estiagem, foram compensadas pela alta dos preços internacionais dos produtos. Setor Público Último dado divulgado, a arrecadação federal de R$ 87,89 bilhões, no mês de maio trouxe outro importante sinal de alerta para o governo. A queda real de 5,95%, em relação ao mesmo período do ano passado, representou a pior taxa para um mês de maio desde 2009. Com as despesas com pessoal, custeio, investimento e benefícios sociais ultrapassando em R$ 11 bilhões as receitas do mês, o superávit primário acumulado nos cinco primeiros meses do ano foi de R$ 31,5 bilhões, ou 1,5% do PIB, com queda de 33% em relação ao mesmo período do ano passado. Foi o menor resultado desde 2002 e equivaleu à metade da economia feita no mesmo período em 2012. O déficit do mês de maio poderia ter atingido R$ 15 bilhões, caso R$ 4 bilhões em créditos em favor da união, que estavam depositados em um grande banco privado, fora do controle oficial, não tivessem sido localizados pelo Banco Central e incorporados às contas públicas, às vésperas da divulgação do resultado. Tanto a Secretária do Tesouro, quanto o Banco Central não explicaram, por enquanto, a origem desses créditos. Assim, está cada vez mais difícil cumprir a meta de R$ 99 bilhões ou 1,9% do PIB, fixada pelo Ministério da Fazenda para 2014. Já o déficit nominal, que considera o pagamento de R$ 101,6 bilhões de juros, pelo Tesouro Nacional, foi de R$ 70,1 bilhões ou 3,48% do PIB, com uma elevação de 0,20 p.p. em relação ao final do ano passado. A dívida líquida do setor público alcançou R$ 1,7 trilhão ou 34,6% do PIB, no final de maio, elevandose 0,4 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Por seu turno, a dívida bruta geral, que inclui o governo federal, INSS, governos CENÁRIO NACIONAL – 1º SEMESTRE 2014 estaduais e municipais, alcançou R$ 2,9 trilhão ou 58% do PIB, elevando-se em 0,20 p.p. em relação ao mês anterior. Inflação O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, que mede a variação de preços para famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos, subiu 0,40% em junho, após ter subido 0,46% em maio e encerrou o primeiro semestre de 2014 com uma alta acumulada de 3,75% e de 6,52% em 12 meses, superando o teto da meta de 6,50% perseguida pelo Banco Central. Já o índice de difusão da inflação de junho, que mostra o percentual de produtos com aumento de preços, ficou em 61,4% ante 66,8% em maio. Patamar ainda bastante elevado. IPCA 1,00% 0,90% 0,80% 0,70% 0,60% 0,50% 0,40% 0,30% 0,20% 0,10% 0,00% Fonte: IBGE A disparada nos preços de passagens aéreas e de diárias de hotel foi a responsável por metade da inflação apurada. A queda nos preços dos alimentos e dos combustíveis foi insuficiente para segurar o índice de preços. 8 Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, que mede a inflação para famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários mínimos subiu 0,26% em junho, depois de ter subido 0,60% no mês anterior. Nos seis primeiros meses do ano a alta acumulada foi de 3,79% e em 12 meses de 6,06%. Juros Em sua última reunião do semestre, realizada no final do mês de maio, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM decidiu, por unanimidade, manter inalterada em 11% a.a. a taxa básica de juros, denominada taxa Selic. A principal argumentação do Banco Central é a de que parte da alta recente dos juros ainda não produziu os efeitos esperados sobre os índices de preços, o que deve acontecer, na sua avaliação, ao longo do tempo. Com a divulgação da ata da reunião, no início de junho, ficou evidente, na visão do BC, que o pessimismo dos brasileiros em relação à atividade econômica ajudará a reduzir a inflação. Cambio e Setor Externo O dólar (P-Tax 800) terminou o primeiro semestre de 2014 cotado a R$ 2,20. Indubitavelmente, a atuação diária do Banco Central no mercado de cambio ofertando até US$ 200 milhões diários em swap cambial, que equivale à venda futura de dólares, foi bem sucedida. Permitiu a redução da volatilidade da taxa de cambio e evitou a desvalorização do real e seus efeitos sobre os índices de inflação. Essas intervenções, que estavam programadas para acabar em 30 de junho, foram estendidas até, pelo menos, 31 de dezembro de 2014. Adicionalmente, o governo ampliou, no início de junho, a isenção do Imposto sobre Operações Financeiras – IOF sobre empréstimos contratados no exterior por bancos e empresas. Com a medida, ficou mais facilitada a entrada de capital de curto prazo no país. Nos seis primeiros meses do ano, foi contabilizado um déficit de US$ 2,49 bilhões na Balança Comercial (Exportações menos Importações) brasileira. Foi o terceiro pior resultado, para o período, de toda a série histórica, que teve início em 1994. As exportações somaram US$ 110,53 bilhões e as importações US$ 113 bilhões. Já a Balança de Transações Correntes, resultado de todas as transações do Brasil com o exterior, apresentou saldo negativo de US$ 6,63 bilhões no mês de maio, acumulando um déficit de US$ 40,07 bilhões nos cinco primeiros meses do ano. Foi o maior saldo negativo já re- CENÁRIO NACIONAL – 1º SEMESTRE 2014 gistrado no período. O Investimento Estrangeiro Direto – IED somou US$ 25,34 bilhões, entre janeiro e maio, insuficiente para financiar o déficit em conta corrente Pelos dados do Banco Central, entre o início de janeiro e o dia 27 de junho, o ingresso líquido de dólares no país foi de US$ 3,17 bilhões, enquanto em 2013 foi de US$ 8,9 bilhões no mesmo período. Uma queda de cerca de 64%. As reservas internacionais do país totalizavam US$ 379,2 bilhões no final de maio, com um aumento de US$ 735 milhões em relação ao mês anterior. Já o risco país, medido através do índice EMBI, do banco JP Morgan, situava-se em 208 pontos no final de junho. Investimentos em Renda Fixa Apesar dos fundamentos macroeconômicos ruins do Brasil e a redução continuada do programa de estímulos do banco central americano (Q3) terem sugerido um cenário adverso para as aplicações referenciadas no IMA-B, em função da expectativa de alta das taxas de juros negociadas no mercado, o resultado acabou sendo diferente. Com a perspectiva do aumento dos juros básicos norte-americano apenas em 2015 e em função das altas taxas de juros praticadas no país e das baixas taxas praticadas no exterior, houve 9 forte ingresso de capital estrangeiro para aquisição de títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, principalmente das NTNs-B. Até o final de maio, os investidores estrangeiros propiciaram um ingresso líquido no país de US$ 15,07 bilhões para a aplicação em títulos de renda fixa. O que explica em boa parte a forte alta dos IMAs mais longos. ano, até o final de maio, o índice Bovespa reverteu o resultado negativo do primeiro trimestre e terminou o segundo trimestre de 2014 com uma valorização de 3,99%. No semestre o avanço foi de 3,22% e em 12 meses de 12,03%. Em decorrência da queda de 15,5% em 2013 e de 2,12% no primeiro trimestre do Rendimento dos Títulos Públicos no 1º Semestre de 2014 ano, além do resultado posiTítulos / Títulos / tivo de diversas empresas, Rendimento (%) Rendimento (%) Vencimento Vencimento muitas ações negociadas Prefixados Indexados ao IPCA LTN 2015 5,83 NTN-B 2015 2,89 em bolsa ficaram com os LTN 2016 7,32 NTN-B 2017 5,06 seus preços atrativos. Mais NTN-F 2017 7,37 NTN-B 2020 9,22 NTN-F 2021 10,72 NTN-B 2024 9,75 de 30 empresas recompraNTN-F 2023 12,00 NTN-B 2035 8,04 Indexados ao IGP-M NTN-B 2045 8,79 ram as suas próprias ações NTN-C 2017 3,41 NTN-B 2050 12,70 NTN-C 2021 4,21 em virtude dos baixos preNTN-C 2031 3,97 ços praticados no mercado. Fonte: ANBIMA Também pesou na valorizaNa tabela abaixo, o deção das ações, principalmente sempenho dos principais indicana das empresas estatais, a posdores que referenciam as aplicasibilidade revelada pelas pesquições de renda fixa e o comportasas eleitorais de haver alternânmento das metas atuariais. cia de poder no governo federal, com as eleições Rentabilidade dos Indicadores presidenciais de Indicadores 2014 2013 12M outubro, o que implicaria em IPCA + 6% a.a. 6,30% 12,27% 12,37% INPC + 6% a.a. 6,34% 11,90% 11,88% mudança de poIRF-M 1 5,04% 7,44% 9,76% lítica de goIRF-M 1+ 7,83% 0,36% 10,15% verno em relaIRF-M Total 6,83% 2,61% 9,97% IMA-B 5 7,03% 2,78% 10,60% ção a essas emIMA-B 5+ 11,16% -17,07% 4,37% presas. Outro IMA-B Total 9,52% -10,02% 6,89% IDKA 2 (IPCA) 7,14% 4,21% 11,62% fato a ser destaCDI 4,97% 8,07% 9,68% cado é o de que POUPANÇA 3,37% 6,85% 6,71% o cenário de inFonte: ANBIMA certezas fez com Investimentos em Renda Variáque, após 10 anos, nenhuma vel empresa brasileira tivesse aberto o seu capital, neste ano, Também beneficiada de forma a permitir a negociapelo ingresso de investimento ção de suas ações em bolsa. estrangeiro, que atingiu o montante de US$ 7,46 bilhões no CENÁRIO NACIONAL – PERSPECTIVAS 2º SEMESTRE Atividade Econômica No último Relatório Focus do Banco Central, concluído em 11 de julho, os economistas que atuam no mercado financeiro estimam que o PIB do Brasil crescerá 1,05% em 2014 e 1,50% em 2015. Já através do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado no final de junho, o Banco Central estima que a economia deverá demorar para se recuperar. Prevê agora uma retração da indústria de 0,4% em 2014, sendo que no relatório anterior previa um avanço de 1,5% e um recuo de 2,4 na Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos), contra um avanço de 1% anteriormente estimado. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central – IBC-Br, espécie de sinalizador do PIB, caiu 0,18% em maio na comparação com abril e para diversos analistas o de junho também demonstrará fraqueza, apontando para um segundo trimestre com crescimento próximo a zero, ou mesmo negativo. Para o Bank of America Merrill Lynch, dos Estados Unidos, o PIB do Brasil deverá crescer apenas 0,7% neste ano, contra 1,6% anteriormente projetado. Entre outras causas mencionou a inflação elevada e a queda da indústria. Ela deverá apresentar contração de 1,8% e a inflação poderá se aproximar de 7%, nos 12 meses até setembro. Para o Banco Goldman Sachs, o remédio para o Brasil 10 voltar a crescer é amargo e vai doer. O país tem uma economia com problemas estruturais muito sérios, além de desequilíbrios conjunturais e o ajuste necessário resultará provavelmente numa recessão técnica, induzida por juros altos, que afetará inclusive a criação de empregos. de fiscalização da Anatel. Sem essas receitas o resultado teria sido um déficit. Entretanto, o esforço foi insuficiente para ocultar a degradação das finanças federais. O fraco desempenho da economia, que pode se aprofundar, está afetando o pagamento dos impostos que incidem, principalmente, sobre o lucro das Setor Público empresas, o IRPJ e a CSLL. Para evitar uma queda maior da ativiO déficit recorde do dade econômica, o governo adosetor público no mês de maio intou medidas de desonerações dica que, para que a meta de sutributárias que implicaram perávit primário de 1,9% do PIB numa renúncia fiscal de R$ 42,08 em 2014 seja cumprida poderá bilhões até maio. ser necessário que a Secretaria Em um momento que é do Tesouro e o Ministério da Faimperativa uma gestão rigorosa zenda continuem a se utilizar de das contas públicas, o governo recursos pouco ortodoxos na adcontinuou a adotar medidas que ministração das contas públicas. implicam em renúncia fiscal. InNeste ano, por exemplo, o uso dependentemente do mérito, só de expedientes extraordinários a correção da tabela do imposto começou mais cedo. Para que o de renda e o reajuste do Bolsa balanço do mês de março fosse Família, por exemplo, vão custar fechado com um superávit priR$ 8,90 bilhões aos cofres públimário de R$ 3,12 bilhões, o gocos em 2014 e 2015. verno central contabilizou R$ O segundo semestre nos 2,99 bilhões de dividendos das revelará se a condução da políempresas estatais e R$ 10,50 bitica fiscal continuará relaxada ou lhões de receita de concessões, se passadas as eleições ocorrerá além de R$ 2,40 bilhões da taxa algum tipo de ajuste fiscal que possa restituir a SUPERAVIT PRIMÁRIO - BRASIL credibilidade do 6,00% mercado na capa5,00% cidade do governo 4,00% de administra-la. 3,00% 2,00% Inflação 1,00% 0,00% 2005 2006 2007 2008 Fonte: Tesouro Nacional 2009 2010 2011 Para o mês de julho é certo que o IPCA 2012 2013 2014(e) CENÁRIO NACIONAL – PERSPECTIVAS 2º SEMESTRE 11 Cambio e Setor Externo 10,50% 10,00% 9,50% 9,00% 8,50% 8,00% 7,50% Fonte: Banco Central do Brasil acontecerá com a política monetária passadas as eleições. 01/01/14 01/12/13 01/11/13 01/10/13 01/09/13 01/08/13 01/07/13 01/06/13 01/05/13 01/04/13 01/03/13 01/02/13 7,00% 01/06/14 11,00% 01/05/14 SELIC 11,50% 01/04/14 Para o mercado financeiro, o Relatório Focus revela que a taxa Selic encerrará 2014 no atual patamar de 11% a.a. e que será elevada em 2015 para 12% a.a. Em sua última reunião realizada no mês de julho, o Copom, apesar da inflação acima da meta, decidiu manter a taxa Selic sem alteração. Comunicou que “avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento manter a taxa Selic em 11% a.a., sem viés”. A grande dúvida que paira na cabeça de muitos é o que 01/03/14 Juros Conforme o Relatório Focus, o mercado financeiro estima que o dólar estará valendo R$2,39 no final de 2014 e R$ 2,50 no final de 2015. Mesmo já tendo oferecido cerca de US$ 100 bilhões em swap cambial, o Banco Central continuará atuando com essa modalidade, pelo menos até o final de 2014. O risco é o de que por algum fator inesperado, um disparo nas cotações traga efeitos perversos. O BC, que hoje lucra com as operações de swap, passaria a perder dinheiro e necessitaria ou do socorro do Tesouro, ou vender suas reservas. O crescente déficit nas transações correntes também representa sério risco, na medida em que, diferentemente de outros anos, só 63,20% do déficit em conta corrente foi financiado pelo Investimento Estrangeiro Direto – IED. O restante foi bancado por dinheiro mais volátil que veio para o investimento em renda fixa e ações. A questão é que os fundamentos da economia brasileira não inspiram confiança nos investidores internacionais mais avessos à especulação. Em maio o Deutsche Bank, por exemplo, recomendou aos seus clientes que reduzissem a exposição aos ativos brasileiros denominados em dólar. 01/02/14 Isso, caso não ocorra um novo choque nos preços dos alimentos. O Relatório Focus estima que o IPCA encerrará 2014 com uma variação de 6,48% e de 6,10% em 2015. 01/01/13 de 12 meses continuará acima do teto da meta de 6,50%. A inflação de julho de 2013 foi de apenas 0,03% e embora os preços dos alimentos estejam comportados e os efeitos da Copa do Mundo possam ter diminuído, o reajuste das tarifas de energia elétrica de 18% em São Paulo deverá pesar. São Paulo representa cerca de um terço do IPCA. Na medida em que inexiste austeridade fiscal e a política monetária está em fase de contemplação, resta ao governo usar perigosamente a taxa de cambio como inibidor da inflação. Se mantida assim a política cambial por muito tempo, seguirão barateadas as importações, encarecidas as exportações, estimulados os gastos de brasileiros no exterior e seriamente prejudicadas as contas externas, já em condições bem precárias desde o ano passado. Para o ex-ministro Delfim Neto, valer-se do cambio para controlar a inflação é erro mortal, mas é o único recurso disponível no momento. Embora o presidente do Banco Central acredite que a inflação ruma para a meta de 4,50%, com a taxa Selic em 11% a.a., a inflação dos preços administrado deve voltar com força. Além da energia elétrica, os preços dos combustíveis, principalmente, terão que ser corrigidos. Prevê-se para 2015 um reajuste dos preços administrados superior ao dos preços livres. CENÁRIO NACIONAL – PERSPECTIVAS 2º SEMESTRE 12 ALOCAÇÃO IMA-B 5+ / IDKA 20A 0% IMA-B / IMA-G 0% IMA-B 5 / IRF-M 1+ 10% IDKA 2A / IRF-M 20% IRF-M1 10% DI 20% FIDC / CRÉDITO PRIVADO 15% MULTIMERCADOS 5% AÇÕES 10% FIP 5% FII 5% do comportamento do investidor estrangeiro e da evolução das pesquisas eleitorais, como já dissemos. Embora os preços de diversas ações não possam ser considerados uma pechincha, em face da conjuntura atual, ainda existe espaço para valorizações. Para incentivar o mercado de ações, o governo anunciou um pacote de estímulos que incluem a simplificação tributária e isenção do imposto incidente sobre o ganho de capital na negociação com ações de companhias de pequeno e médio porte. Lembramos aos RPPS que dentro do esforço de diversificação de suas carteiras devem sempre serem consideradas as aplicações em fundos multimercados, fundos imobiliários e de participações. INFLAÇÃO JUROS TAXA PRÉ-FIXADA IMA-B Investimentos em Renda Variável BOLSA DÓLAR O comportamento do mercado de ações no 2º semestre dependerá, principalmente, Ibovespa 75.000 70.000 65.000 60.000 55.000 50.000 45.000 40.000 35.000 30.000 Fonte: BM&F 05/2014 03/2014 01/2014 11/2013 09/2013 07/2013 05/2013 03/2013 01/2013 11/2012 09/2012 07/2012 05/2012 03/2012 01/2012 11/2011 09/2011 07/2011 05/2011 03/2011 01/2011 11/2010 09/2010 07/2010 05/2010 03/2010 01/2010 11/2009 09/2009 07/2009 05/2009 03/2009 01/2009 11/2008 09/2008 07/2008 25.000 05/2008 As considerações feitas nas perspectivas do mercado internacional de renda fixa são amplamente válidas no caso do mercado local. Os fundamentos macroeconômicos brasileiros seguem extremamente complicados, com destaque para a piora continuada dos resultados fiscais. Nesse contexto, os ativos CLASSSE DE ATIVO 03/2008 Investimentos em Renda Fixa prefixados continuam bastante vulneráveis. Para os RPPS, sempre com a visão de preservação patrimonial sugerimos a alocação conforme tabela abaixo: 01/2008 Em julho, o fluxo financeiro já atingiu o expressivo saldo negativo de US$ 4,11 bilhões em apenas duas semanas. Considerado o saldo da Balança Comercial, julho já acumula um fluxo negativo de US$ 5,43 bilhões. Para alguns especialistas no mercado de câmbio, o real continua sobrevalorizado. A taxa de câmbio de equilíbrio, a que teria impacto neutro para exportadores, importadores e produtores domésticos está entre R$ 2,70 e R$ 2,90. No nível atual, além de incentivar importações e desestimular as exportações o câmbio torna o país cada vez mais vulnerável a choques internacionais. Para a Balança Comercial o Relatório Focus traz uma estimativa de um saldo de US$ 2,01 bilhões em 2014 e de US$ 9,40 bilhões para 2015. Estima o IED em US$ 60 bilhões em 2014 e US$ 55 bilhões em 2015.