Universidade, EAD e Software Livre
LabSEMIOTEC/FALE/UFMG
LETRAMENTO DIGITAL NO ENSINO MÉDIO
GALVÃO, Lorena Souza Costa¹
RESUMO
As tecnologias digitais estão transformando a vida na sociedade
contemporânea. As pessoas vivem conectadas e dependem cada vez mais
desses aparatos tecnológicos. Estudos atestam que esses recursos além de
serem dinâmicos promovem o aumento da capacidade criativa e cognitiva dos
alunos e quando utilizadas de modo pedagógico potencializam a
aprendizagem. Pretende-se com este artigo investigar o uso das tecnologias
digitais, sua relação com os jovens e o ensino médio, identificando as
contribuições para mudanças no currículo, preparação dos alunos para o
mundo do trabalho e acesso ao ensino superior.
PALAVRAS-CHAVE:
Aprendizagem.
Tecnologias
Digitais.
Ensino
Médio.
Ensino.
1 INTRODUÇÃO
O surgimento das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação
(TDIC’s) têm proporcionado movimentos na vida moderna e na escola. E com
isso, inovações e rápidas transformações tecnológicas estão contribuindo para
mudanças nas práticas de leitura e escrita de jovens e adolescentes da
sociedade atual. Nesse cenário de inovações e avanços tecnológicos, as TDICs
estão orientando outras habilidades e competências dos indivíduos como as
práticas de leitura e escrita.
Uma variedade de recursos tecnológicos estão acessíveis, tais como
iPads, celulares, tablets, computadores, games, redes sociais e softwares,
possibilitando viajar pelo mundo sentado na frente dessas tecnologias móveis.
O espaço fechado e limitado da sala de aula não é muito atrativo. É possível
perceber a falta de interesse dos jovens pelos estudos e a desmotivação diante
de tantas possibilidades de acesso à informação.
UEADSL - 2015
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² Aluna da Graduação de Pedagogia da UFMG, Bolsista do Programa de Monitoria da UFMG,
junto ao Grupo de Avaliações de Medidas Educacionais, exercendo atividades no Projeto
“Diálogos e Ações Pedagógicas Sobre Avaliação Educacional no Ensino Médio”.
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Fascinados pela cultura de imagens e pela interatividade do mundo
digital, os alunos desenvolvem outras maneiras de aprender e desafiam os
professores em relação a metodologias de ensino. As mudanças sociais e
culturais oriundas das
transformações
tecnológicas
influenciam
comportamentos, no sentido de requerer habilidades e competências no
manuseio das mídias digitais. Mas qual é o papel do professor em sala de aula
frente às novas tecnologias? Como está a condição dos jovens sobre a
influência das novas tecnologias? Como fica o currículo tradicional adotado
pela maioria das escolas?
2 LETRAMENTO E LETRAMENTO DIGITAL
A compreensão de letramento digital demanda o entendimento do
conceito de letramento,
Letramento é o desenvolvimento das habilidades que
possibilitam ler e escrever de forma adequada e eficiente, nas
diversas situações pessoais, sociais e escolares em que
precisamos ou queremos ler ou escrever diferentes gêneros e
tipos de textos, em diferentes suportes, para diferentes
objetivos, em interação com diferentes interlocutores, para
diferentes funções. (SOARES, 2002, p144 )
Nesse sentido, ser letrado implica além de saber ler e escrever dominar
seu uso no cotidiano. Normalmente tem foco em textos impressos, já que os
textos digitais são mais recentes do que a discussão sobre as práticas sociais
de leitura e escrita. Já o letramento digital se refere ao uso dessas práticas em
ambientes digitais.
Nessa
perspectiva
os
alunos
percebem-se
como
atores
que
cotidianamente desenvolvem novas competências, visando aprimorar as
práticas de letramento digital em função da diversidade de suportes
tecnológicos. Pode-se definir a partir das referências acima o letramento digital
como exercício das práticas sociais de leitura e de escrita em ambientes
virtuais, mediante o potencial de interatividade oportunizado pela web, um
estado ou condição dos indivíduos de conseguirem se adaptar às novas
tecnologias digitais.
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3 JUVENTUDES CONECTADAS
O primeiro computador digital foi construído no ano de 1946, a partir daí
muitas mudanças aconteceram, as necessidades mudaram. O uso da internet
por jovens (e demais pessoas da sociedade) está articulado com profundas
transformações sobre percepções de espaço e tempo.
De quase todas as partes do mundo podemos acessar de maneira
instantânea a internet. E por vezes estão protegidos ou não das informações
negativas postadas na rede, que dentre elas vão se constituindo em diferentes
maneiras de ser e estar no mundo. Alguns dizem que quando conectados na
internet o jovem está em um mundo virtual, de fato é virtual, mas também real,
pois relações são fornadas, tempo investido, grupos afirmados, manifestações
levantadas, em diferentes condições socioeconômicas e geoespaciais, os
jovens estão interligados e integrados a elementos em comum.
A juventude do Ensino Médio, ou melhor, juventudes, pois são sujeitos
diferentes que experimentam e sentem segundo determinado contexto
sociocultural, com diferentes formas de agir, em diferentes espaços, cheio de
representações e particularidades por isso não podemos generalizá-la. Reis e
Jesus (2014) afirmam que os juvenis são verdadeiros nativos digitas. E eles
têm razão, pois os jovens são uma geração nascida na era da internet.
Os professores são desafiados a perceberem-na como algo construtivo
da cultura juvenil na contemporaneidade.
Não basta apenas perceber sua
importância, mas sim as condições e composições sob a vida dos alunos.
Professores abertos, benevolentes, receptivos em relação às novidades,
percebem e incluem os alunos excluídos ou sem acesso, usando ferramentas
para potencializar o processo de ensino-aprendizagem.
Esse contexto demanda mudanças na escola. Torna-se relevante uma
mudança no seu currículo e sua forma de organização. Existe muito mais que
uma relação de professor aluno e aluno-professor, mas geralmente é resistente
a incorporar em seus currículos e métodos de ensino aspectos da vida dos
estudantes. Quando se pensa em escola, logo surgem imagens de quadro,
apagador, provas e o para casa. De maneira oculta são infiltrados nos alunos
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os comportamento que se julgam certo, mas não levam em consideração suas
dificuldades e diferentes formas de adaptação.
O
currículo
precisa
fazer
sentido,
proporcionar
experiências
diferenciadas em diferentes contextos. A motivação para ir à escola vai
depender muito da experiência, dos interesses e das identidades ali
construídas através das interações. As tecnologias podem proporcionar
inovações, aulas mais dinâmicas, elas devem ser vistas como um recurso
estratégico voltado para a ação pedagógica diferenciada.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com um Ensino Médio reinventado dificilmente os jovens abandonarão a
escola, pois terão seus desejos despertados constantemente para completarem
a escola e posteriormente ingressar em um curso superior. As tecnologias
digitais podem auxiliar na escolha da profissão, porque, aquele sujeito que é
letrado digitalmente, tem mais possibilidade para trabalhar ou cursar diferentes
campos do conhecimento. É necessário ser letrado digitalmente em ambas as
escolhas.
Constantemente
presenciamos
os
avanços
tecnológicos
e
acreditamos que é importante saber utilizá-los, uma vez que tal conhecimento
implica em melhores oportunidades em diversos empregos
A escola, como instituição responsável pela formação de cidadãos
leitores e produtores de textos críticos, precisa se esforçar para dar suporte aos
juvenis do ensino médio, desenvolvendo ações que envolvam o letramento
digital e discussão, tais como: inclusão social, alfabetização digital e inclusão
digital. Incentivando o letramento digital para facilitar o acesso dos sujeitos. A
escola precisa, também, reavaliar o seu papel, integrando-se ao contexto
dinâmico do mundo digital, sendo capaz de motivar os alunos a ampliarem suas
práticas de leitura e escrita dentro e fora da sala de aula.
REFERÊNCIAS
REIS, Juliana Batista e JESUS, Rodrigo: Culturas juvenis e Tecnologia.
Belo Horizonte. Editora UFMG, 2014.
SOARES. Magda. Novas Práticas De Leitura E Escrita: Letramento na
Cibercultura. Educ. Soc., Campinas, vol. 23, n. 81, p144, dez. 2002.
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