Nº 54 Ano 7 - - Novem www.da bro 201 2 Membro da sein.com .br Foto: Divulgação Foto: divulgação Tendência ‘É preferível entender profundamente dez pessoas a mapear superficialmente dez mil’, por Tennyson Pinheiro. Pág. 03 Destaque Dasein Foto: Divulgação Muito além da competência técnica! Adriana Gomes aponta que algumas competências específicas, como ter sensibilidade e saber escutar o outro, são tão importantes quanto o conhecimento técnico. Pág. 04 Fale Conosco: [email protected] ‘Paixão, inspiração e conhecimento transformam o negócio’ Henriette Fleig, Gerente de Recursos Humanos da Tigre, fala sobre as sete décadas de sucesso da empresa e a presença constante na lista das melhores empresas para se trabalhar. ‘Não buscamos resultado de momento, mas uma verdadeira sintonia com os colaboradores.’ Pág. 02 Dasein na Mídia Dasein na Mídia Adriana Prates, presidente da Dasein, foi uma das especialistas em matéria da revista Você S/A sobre os desafios de se trabalhar com uma ‘estrela’. Págs. 05 e 06 Mais espaço para os doutores brasileiros! Matéria do jornal Estado de Minas tem participação de Daniel Rezende, gerente de Performance da Dasein. Pág. 07 Entrevista DNews - Novembro l 2012 Um ambiente de constante aprendizagem Não é somente no mercado que a Tigre é bem vista. Oferecendo um ambiente de trabalho marcado pelas possibilidades de constante aprendizagem, a empresa é referência na retenção de talentos, além de presença frequente nas listas das melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Ao todo, a Tigre conta hoje com mais de 6.700 funcionários. Para falar um pouco mais sobre essa trajetória vitoriosa iniciada, o DNews entrevistou Henriette Fleig, Gerente de Recursos Humanos da Tigre. Graduada em Psicologia, Henriette possui MBA em Marketing e Negócios e mestrado em Administração de Empresas. Na Tigre, iniciou sua trajetória na área de Recrutamento e Seleção - na qual considera ter aprendido muito sobre o negócio da empresa. Como gerente de planta e posteriormente gerente corporativa, passou a atuar com todos os subsistemas de RH e a olhar com mais profundidade as necessidades estratégicas da empresa. Confira abaixo a íntegra da entrevista. DNews – Quais são as diretrizes de RH da Tigre? Em que a empresa se diferencia das práticas comuns do mercado? Henriette Fleig – A visão do RH da Tigre foi construída com base na opinião dos RHs de todos os países onde atuamos. Compreendemos que paixão, inspiração e conhecimento transformam o negócio e por isso investimos no desenvolvimento de estratégias de melhores práticas de gestão, alinhadas à cultura e aos valores da empresa em um ambiente de constante aprendizagem. DNews – A Tigre é presença constante nas listas das melhores empresas para se trabalhar no Brasil. A que você credita esse reconhecimento? HF – Acho que o reconhecimento é fruto de um trabalho constante e consistente, que 2 não busca resultado de momento, mas uma verdadeira sintonia com os colaboradores de forma a criar um ambiente cada vez melhor para trabalhar. Além disso, somos uma empresa de oportunidades, que prima pelo respeito às pessoas, seja funcionários, consumidores, revendedores ou fornecedores. DNews – Você já atuou na Polônia e na Itália. De que maneira essa experiência no exterior contribuiu para a sua carreira? HF – A oportunidade de atuar na Europa contribuiu fortemente para o meu entendimento acerca da diversidade e do quanto as questões históricas de uma nação influenciam o cotidiano das pessoas, mesmo que muitas vezes elas nem percebam isso. Temos tendência a acreditar que na Europa, por serem países menores e muito próximos, funciona da mesma maneira, em todos os lugares. Entretanto, saber lidar com a diversidade cultural torna-se mais fundamental justamente por essa facilidade de cruzar fronteiras. DNews – A marca Tigre é uma das mais valiosas do Brasil, além de ser constantemente associada à ideia de qualidade e segurança. Detalhe-nos, por favor, os fatores que colaboraram na construção dessa imagem positiva. HF – É um conjunto de fatores, mas destaco a inovação como um dos principais pilares do desenvolvimento da empresa. Temos hoje 114 profissionais dedicados exclusivamente à área de Pesquisa e Desenvolvimento, projetando outros produtos, otimizando os já existentes e suportando a estratégia de crescimento da empresa de forma corporativa e sustentável. Na Tigre, o processo de inovação leva em conta a ampla rede de relacionamento que o Grupo cultiva com a cadeia produtiva da construção e não começa somente com o surgimento de uma ideia, mas com a identificação de uma oportunidade e com a definição do valor que poderá ser oferecido ao mercado como benefício. Somente em 2011 a Tigre lançou 873 produtos e investiu também no aumento da sua capacidade produtiva e em ações de marketing. DNews – As certificações em normas de procedimento, como as de Gestão da Qualidade, também contribuem para essa imagem positiva? HF – Certamente. As normas estabelecidas para cada produto e as certificações no processo produtivo e administrativo da empresa garantem ao consumidor – profissional Foto: Divulgação Ao longo dos últimos 70 anos, a Tigre se valeu do tripé qualidade, inovação e ética como alicerce para a construção de uma história de grande sucesso. Líder no setor de tubos, conexões e acessórios em PVC, a empresa está presente em dez países e exporta seus produtos para mais de 40 outros. Em 2011, a receita da companhia foi de R$ 2,9 bilhões, o que representa crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Com produção anual superior a 450 mil toneladas, a Tigre conta com mais de 15 mil itens em seu mix de produtos. da construção, revendedor ou usuário final - produtos inovadores da mais alta qualidade. Para citar um exemplo, em março deste ano, lançamos a Grelha Ecológica Tigre, feita com plástico verde de fonte 100% renovável, que é a cana-de-açúcar. Entre as principais certificações da Tigre, estão as normas ISO 9001:2000 (Qualidade) e ISO 14001:2004 (Responsabilidade Socioambiental). DNews – Recentemente, a Tigre se deparou com investimentos mais fortes da concorrência no intuito de “morder” parte do seu market share. Em que o acirramento da concorrência no mercado brasileiro impactou na evolução dos processos, como qualidade, logística e produção da Tigre? Fale um pouco também sobre a localização das fábricas da empresa. HF – Vemos que qualquer tipo de concorrência é positivo do ponto de vista de mercado. A Tigre foi pioneira no Brasil a trazer tubos e conexões de PVC quando o mercado utilizava tubos de ferro fundido para instalações hidráulicas. Conseguimos manter essa liderança oferecendo ao mercado cada vez mais produtos inovadores e de qualidade. Vale ressaltar também que investimos fortemente em capacitação profissional. Somente em 2011, por exemplo, registramos 129 mil pessoas formadas. Temos hoje 22 fábricas, sendo nove no Brasil e 13 no exterior. Aqui, temos duas fábricas m Rio Claro (SP), além de uma em Camaçari (BA), Castro (PR), Escada (PE), Indaiatuba (SP), Joinville (SC), Manaus (AM) e Pouso Alegre (MG). No exterior, temos três fábricas no Chile, duas na Argentina e na Bolívia, além de uma unidade nos seguintes países: Colômbia, Equador, Estados Unidos, Peru, Paraguai e Uruguai. Tendência DNews - Novembro l 2012 Design thinking: a natureza corporativa como colaboração, não como competição *Tennyson Pinheiro Alguns consultores e acadêmicos tratam o design thinking apenas como uma forma de pesquisa. Não é. Nem mesmo um método ou ferramenta de gestão. É uma cultura, um hábito, uma maneira de pensar ou de abordar problemas com um ponto de vista diferente do convencional, aquele que foi cunhado em nossa mente pela Revolução Industrial e se mantém fortemente presente na cultura corporativa até hoje. O design thinking tem a ver com o olhar centrado no ser humano. Trata-se de ter um olhar empático, colaborativo e experimentador para lidar com problemas complicados e construir com as pessoas soluções mais relevantes para elas. Essa visão consiste em mergulhar no universo delas e ver o mundo com suas lentes. Em um trabalho que utiliza o design thinking como abordagem, a pesquisa etnográfica pode ajudar, mas ela é apenas uma das ferramentas a nossa disposição. As pessoas que servem de modelo para cada projeto normalmente têm comportamento e ponto de vista extremos, os “extreme users”. É preferível entender profundamente dez pessoas a mapear superficialmente dez mil. É possível aplicar design thinking à gestão de pessoas nas organizações, por exemplo, principalmen- Foto: Divulgação O conceito e a expressão design thinking têm origem em um artigo de 1992 de Richard Buchanan, professor de Design da Carnegie Mellon University, no qual ele afirma que as habilidades do design podem ser aplicadas para resolver problemas complexos - “wicked problems”, em inglês. Isso remonta à essência do design. Afinal, sua finalidade nunca foi apenas estética. Na origem, o design pregava que as coisas fossem belas e também relevantes para as pessoas, o que foi estabelecido com força na Bauhaus, no início do século 20. Essa escola alemã definiu o design como algo estratégico e parte importante do sistema econômico vigente na época – não apenas como ferramenta de autoexpressão artística. Além disso, a Bauhaus pregou o pensamento integrador, visando posicionar o design como uma terceira via, dada a tensão entre o trabalho industrial e o trabalho artesão. te no que diz respeito ao processo de seleção, contratação e motivação de pessoas. Em um processo de seleção, deveríamos buscar capacidades como empatia, senso de colaboração e curiosidade para experimentar. Na maioria das vezes, se a pessoa possui essas características, o resto pode ser aprendido. “ O design thinking tem a ver com o olhar centrado no ser humano. Trata-se de ter um olhar empático, colaborativo e experimentador para lidar com problemas complicados e construir com as pessoas soluções mais relevantes para elas ” Isso vai contra a cultura corporativa. Como a natureza corporativa não é de colaboração, e sim de competição, se não houver um esforço consciente de reposicionamento de cultura, o negócio não caminhará nessa direção. Os três conceitos-chave do design thinking são empatia, colaboração e experimentação. E o resultado dele tem de ser bom para as pessoas, bom para a empresa e implementável. O design thinking é a segunda revolução do design, porque resgata o real significado e lembra que, na busca de ser relevante para as pessoas, ele pode se originar na mente de qualquer um – e não apenas na de designers de formação. No Brasil, firmas de consultoria utilizam o nome design thinking de modo “marketeiro”, e, ao se posicionarem como “Consultoria de design thinking”, acabam enfatizando a ideia de ferramenta, método, algo capaz de ser empacotado e vendido. A realidade é que você pode ser um escritório de advocacia, uma clínica odontológica ou até mesmo uma construtora e estabelecer o pensamento do design na sua maneira de fazer as coisas e na relação com clientes, fornecedores e parceiros. Aos poucos o pensamento do design ganha relevância e espaço, mas ainda há muito para explorar e construir nesse sentido em nosso país. * Tennyson Pinheiro é sócio-fundador da Live|work no Brasil – primeira consultoria a se especializar na aplicação do design thinking para inovação em serviços no país e no mundo –, cofundador e professor do primeiro curso de design thinking no Brasil, ministrado no Centro de Inovação e Criatividade da ESPM, em São Paulo. É também um dos escritores do livro Design Thinking Brasil: empatia, colaboração e experimentação para pessoas, negócios e sociedade. 3 Destaque Dasein DNews - Novembro l 2012 Muito além da competência técnica * Adriana Gomes Perceber o outro, suas emoções, interesses e necessidades; Sensibilidade; Escutar o outro; Saber se comunicar com clareza e objetividade; Lidar com as diferenças; Saber negociar. É fato que algumas dessas habilidades e competências estão entre as mais demandadas pelo mercado para profissionais em posição de liderança, mas são importantes para todas as pessoas. Muitos profissionais bem-sucedidos trazem consigo esse repertório. Em certos casos, essas qualidades são tão intrínsecas à personalidade que fica difícil isolá-las do conjunto. “ Com pequenas Foto: Divulgação As pessoas crescem acreditando que, para ser alguém na vida, precisam ter uma profissão e dominar algum conhecimento técnico e prático aplicável. A percepção não parece clara quanto ao fato de que, na verdade, muito além da técnica, a vida profissional é uma vida de relações, e isso implica o desenvolvimento de algumas competências específicas, tais como: atitudes, podem-se obter resultados excelentes, uma vez que as pessoas gostam de se sentir percebidas, valorizadas, ouvidas, reconhecidas ” Como educadora e orientadora de carreira, percebo esses atributos como diferenciadores, mas também penso de que maneira seria possível ajudar muitos profissionais no desenvolvimento dessas habilidades, que certamente complementariam a formação técnica. Entendo que existem profissionais mais focados em processos do que em pessoas, mas, até pensando no desempenho, investir algum tempo para refletir e agir no sentido de ser facilitador de relacionamentos transcende a relação profissional. Com pequenas atitudes, podem-se obter resultados excelentes, uma vez que as pessoas gostam de se sentir percebidas, valorizadas, ouvidas, reconhecidas. Em minha atividade, fico sempre surpresa ao escutar histórias de gestores truculentos, meio “ogros”, e que, segundo alguns depoimentos, mantêm a equipe com terrorismo e assédio moral. Esses gestores nem se dão conta de que, na primeira oportunidade, perderão parte dos seus colaboradores, principalmente aqueles com maior potencial, que não sofrem de baixa autoestima e que têm consciência de que podem oferecer muito mais em um ambiente mais colaborativo. É fácil perceber o que falta no outro ou mesmo reconhecer em quais aspectos o seu gestor, colega ou par poderia melhorar, mas o passo mais importante é tomar consciência dos aspectos que você precisa melhorar e/ou desenvolver para começar a fazer diferente. * Adriana Gomes é mestre em Psicologia e coach com mais de 20 anos de carreira. Atua como coordenadora acadêmica, professora da pós-graduação e coordenadora do Centro de Carreiras da ESPM. É autora do Livro “Mudança de Carreira e Transformação da Identidade”, diretora do portal Vida e Carreira (www.vidaecarreira.com.br) e ex-vice-presidente da Catho. 4 Dasein na Mídia DNews - Novembro l 2012 A edição de outubro da revista Você S/A trouxe uma matéria sobre os desafios de contar com profissionais renomados na sua empresa. Assinada pela repórter Eliza Tozzi, a matéria teve Adriana Prates, presidente da Dasein, como uma das especialistas entrevistadas. Para a headhunter, apesar das dificuldades normalmente apontadas, é importante ter esses profissionais na equipe especialmente pelo espírito de liderança. Confira a reportagem na íntegra. Como trabalhar com uma estrela Lidar com um profissional que tem uma legião de fãs dentro e fora da empresa – e sabe disso – não é tarefa fácil, mas é possível tirar só o melhor dessa situação Trabalhar ao lado de um profissional estrelado – que exibe vários troféus na mesa, é reconhecido dentro e fora da empresa por sua competência e é sempre convidado para chefiar palestras e reuniões importantes – não é fácil. Para fazer um paralelo com o mundo dos esportes, basta pensar no time espanhol Real Madrid. A equipe tem uma constelação no elenco e é chefiada pelo técnico José Mourinho, uma estrela (um tanto cadente, alguns vão dizer). Por mais gabaritado que ele seja (e disso ninguém duvida), o egoísmo e o ego do treinador são tão grandes que, em vez de contribuir para a equipe, ele impõe suas opiniões a todo custo e deixa até de conversar com os jogadores que se opõem às suas ideias. O resultado? Time desunido e profissionais desmotivados, que nem sequer comemoram os gols – Cristiano Ronaldo que o diga. No entanto, há as estrelas do bem. Aquelas que, por mais que saibam que dominam a área, entendem que só terão luz própria se todos em sua volta brilharem também. O melhor exemplo nesse caso é o antigo arquirrival de José Mourinho, Pep Guardiola, ex-técnico do time catalão Barcelona. Ele foi o responsável por desenvolver o jeito Barcelona de jogar futebol, mas nunca colheu os louros sozinho: sempre atribuía as vitórias ao espírito de equipe tão forte no time. “Há realmente dois perfis de astros corporativos: os imaturos, que querem tudo para si, e os que dividem as responsabilidades e as alegrias”, diz Mike Martins, diretor executivo da Sociedade Latino-Americana de Coaching, de São Paulo. De toda maneira, as empresas estão cheias de profissionais de ambos os tipos. E você precisa conhecê-los bem e aprender a conviver com esse pessoal para tirar as melhores lições que eles podem oferecer. Porque, sim, eles podem até ofuscar quem está por perto, mas continuam tendo muito a ensinar. Os astros não se tornam tão poderosos da noite para o dia. Normalmente, constroem um currículo repleto de cargos importantes e experiências ricas, além de ter passado por cursos de especialização e MBAs. “As habilidades técnicas são altamente desenvolvidas e eles conhecem muito do negócio”, diz Stella Angerami, presidente da Angeramis Desenvolvimento Profissional, empresa de conselling, de São Paulo. Como a fama alimenta a fama, essas estrelas dos escritórios acabam mais cobiçadas e chegam a cargos ainda melhores. “Desde a infância, esses profissionais foram educados para se destacarem”, diz Nélio Bilate, coach executivo da NB Heart, de São Paulo. “A competitividade é forte e eles mesmos esperam ser melhor”. Além disso, também aprendem a fazer marketing pessoal. “As estrelas fazem questão de mostrar resultados e sabem escolher os trabalhos que mais têm a ver com elas”, diz Stella. O perfil muda de acordo com o setor – um astro do marketing é mais comunicativo do que um do mercado financeiro, por exemplo. Mas todos têm algo em comum: sede de crescimento. “Eles têm gana de aprender e deixar um legado”, diz Mike. Nem todos, porém, conseguem fazer isso. Quem cresce rápido e chega ao estrelato muito jovem, situação comum nas empresas atualmente, precisa conciliar a exposição do cargo com a imaturidade. “As empresas estão promovendo funcionários muito jovens e enchendo demais a bola deles”, diz Stella. O risco dessa prática é promover estrelas do mal. São pessoas que têm uma gula enorme por méritos próprios, estimulam a competitividade ferrenha da equipe, desagregam o time, só enxergam o que elas mesmas querem ver e são muito (mas muito mesmo) duras com os resultados seus e dos outros. “Os níveis pessoais de exigência são tão altos que dá a impressão de que nunca estão satisfeitas”, diz Regina Camargo, sócia-diretora da Across, consultoria de desenvolvimento humano, de São Paulo. É quase uma atitude de astro de rock mimado – “eu faço a minha parte e você que se vire para me acompanhar”. Se houver outras estrelas na equipe, pior ainda. É só pensar nos Rolling Stones. O resultado até é bom, mas cada um age individualmente, sem espírito de equipe. Mick Jagger e Keith Richards não param de trocar farpas, mas, quando sobem ao palco, fingem que são melhores amigos. No caso dos Stones, eles tiveram décadas para repensar o modelo que funciona para o grupo. Nas empresas, o tempo é outro. E a estrela mais fraca pode acabar em outra constelação. 5 DNews - Novembro l 2012 No dia a dia de um escritório, a atitude esnobe do chefe estrela pode afetar você. Nesse caso, o melhor é respirar fundo e tentar aprender apenas as coisas boas que o astro pode oferecer. Ele é ótimo em negociações? Pergunte quais técnicas ele usa para trazer bons negócios. “Esse tipo de profissional adora mostrar o quanto é bom e não se importa de distribuir conselhos”, diz Stella. Tente não entrar na onda de inveja, que pode tomar conta do ambiente. Em vez de se sentir subestimado por não ser considerado ainda um grande astro, procure compreender o que falta a você para chegar tão alto. E também entender se é realmente esse o direcionamento que você quer dar à sua carreira. “Você vai compreender quais são os ônus de ser estrela e entender se isso tem algum significado para sua vida”, diz Stella. Calma, nem tudo é pesadelo quando existe um astro em sua equipe. Existem as estrelas do bem, que sabem que precisam iluminar o time para que os bons resultados realmente apareçam. “Essas pessoas têm espírito de liderança e trabalham para alcançar a própria felicidade e irradiar isso para quem está em volta”, diz Adriana Prates, presidente da Dasein Executive Search, consultoria de Belo Horizonte. “Isso acontece porque elas têm muito autoconhecimento e sabem que precisam criar sucessores para continuar em ascendência”. versidade de Cambridge, na Inglaterra, é essa possibilidade de se desenvolver pessoalmente que cria motivações para os profissionais que trabalham com um bambambã. O estudo afirma que as estrelas sabem como criar um time eficiente e como fazer com que cada um contribua da melhor forma possível – e isso cria oportunidades. No começo pode haver um pouco de ciúmes na equipe. Mas, quando você sacar que o chefe (ou o colega) só quer conseguir o melhor do time, fica mais fácil admirá-lo e reconhecer suas qualidades. “Se você tem um astro por perto, cole nele. Assim, vai aprender as melhores técnicas”, diz Nélio, coach da NB Heart. Para ser um profissional estrelado, além de se dedicar ao conhecimento técnico, comece a aceitar novas responsabilidades e a buscar, espontaneamente, feedback de seus chefes e pares. “Esses sãos os primeiros passos. O mais importante é não ter medo de definir sua estratégia de carreira”, diz Adriana. Ou seja, se quiser mesmo ser um astro, terá de criar estratégias sólidas para chegar lá, e a fundamental é o autoconhecimento. “Sem saber seus pontos fortes e fracos, uma pessoa pode até ascender, mas a queda será rápida e cruel”, diz Nélio. Por isso, tome cuidado com o seu ego: defina o que é melhor para você e nunca se ache um astro maior do que é. Quem faz isso muito bem é o surfista americano Kelly Slater. Apesar de estar em um esporte individual, o atleta não tem insegurança de passar algumas de suas técnicas para os mais jovens e, por ter essa atitude aberta, é um dos surfistas mais admirados do mundo. De acordo com uma pesquisa do professor Mark de Rond, da Judge Business School, da Uni- Hora do balanço Os lados positivo e negativo de trabalhar com um astro É bom porque... - Você vai aprender muito sobre a sua área de negócios. - Dá pra entender o que a empresa espera de um profissional de alto padrão. - É a possibilidade de conviver com alguém que é admirado pelo mercado e mapear quais competências você ainda precisa desenvolver para chegar lá. - Aumenta sua rede. A estrela conhece muita gente, e você terá contato com essas pessoas. - Você vai descobrir que até os astros têm dificuldades e que você pode preencher essa lacuna. É ruim porque... - Ele pode tentar ofuscar a equipe e fazer com que só o trabalho dele apareça. - Talvez você precise lidar com a arrogância dele. - Se ele for desagregador, a empresa só perceberá quando ele parar de apresentar resultados – o que, às vezes, demora muito para acontecer. - Se ele for inseguro, vai criar um clima de competitividade ferrenha (e desnecessária) no time. - Ele pode ser exigente demais e nunca ficar feliz com os resultados que você apresentar. 6 DNews - Novembro l 2012 Dasein na Mídia No dia 28 de outubro, a repórter Marinella Castro, do jornal Estado de Minas, produziu uma matéria sobre o crescente número de mestres e doutores no Brasil e a valorização desses profissionais pelo mercado. Daniel Rezende, gerente de performance da Dasein, foi um dos especialistas entrevistados. Segundo Daniel, a valorização desses profissionais é ainda mais nítida no setor industrial e em áreas como petróleo e gás, engenharias e siderurgia. Quanto ao salário, a valorização pode chegar a 60% em comparação com profissionais que possuem apenas a graduação. Confira abaixo os principais pontos da matéria Mercado ávido por mestres e doutores Empresas de vários setores disputam profissionais altamente qualificados e se dispõem a buscá-los até mesmo fora do país Ficou no passado a ideia de que ser mestre ou doutor só tinha valor na academia. Os profissionais com a titulação estão sendo disputados pelas universidades e também pelo mercado de trabalho, onde atuam em áreas que vão do petróleo e gás à bioética, passando pelo agronegócio. Os salários, segundo levantamento de empresas especializadas no recrutamento de profissionais de alta qualificação, em setores como a área jurídica, podem crescer até 60% em relação aos profissionais que possuem apenas a graduação. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) são um bom termômetro da busca por esses profissionais. No primeiro semestre, mais de 1,1 mil estrangeiros foram autorizados a trabalhar no Brasil, número 12% maior que o registrado entre janeiro e junho de 2011. No ano passado, o salto foi surpreendente. Tiveram autorização para trabalhar no Brasil cerca de 1,7 mil mestres e doutores, número quase três vezes superior ao registrado em 2010. A demanda do mercado tem causado também uma corrida para os cursos stricto sensu. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a procura pela modalidade, que crescia a uma proporção de 3% a 4% ao ano, praticamente dobrou, e hoje avança 8% ao ano, mantendo 8 mil futuros mestres e doutores, em 70 programas. “Temos uma falta significativa desses profissionais no país. Mestres e doutores incorporaram novos conhecimentos às empresas, à indústria, inclusive no planejamento do crescimento”, diz o pró-reitor de pós-graduação da UFMG, Ricardo Santiago Gomes. Segundo ele, a demanda cresce também nos quadros da academia. Em dois anos, o número de professores com a titulação na UFMG saltou de 1,2 mil para 1.550. O diretor comercial da Escola Superior de Justiça (Esjus) e do Instituto de Educação Superior Latino-Americano (Lesla), Jasube Gouvea, explica que as instituições parceiras mantêm convênios com 15 universidades na América Latina, na Espanha e em Portugal, chegando à marca de 3 mil alunos em cursos de mestrado e doutorado, distribuídos em mais de 30 programas. Segundo ele, a procura, que há quatro anos correspondia a 400 alunos por semestre, mais que dobrou, agora são mil alunos no período. “O Brasil tem buscado esses profissionais no exterior. O título traz conhecimento e valoriza a carreira, inclusive sob o ponto de vista salarial”, comenta o especialista. De acordo com ele, a busca pela formação estrangeira é impulsionada também pelo valor do investimento. Enquanto um doutorado no Brasil pode custar perto de R$ 70 mil, no exterior o preço é de aproximadamente R$ 25 mil. Terra da oportunidade Do total de autorizações concedidas a estrangeiros para trabalhar no Brasil, em 2011, 66,6 mil foram para atividades temporárias, e 3,8 mil, para trabalho permanente. Das autorizações temporárias, mais da metade foi para profissionais com nível superior completo, com elevação substancial de mestres e doutores, que em um ano subiram de 584 para 1.734 autorizações. Reflexo imediato no salário Quanto maior a titulação do funcionário, maior costuma ser sua renda. Daniel Rezende, gerente de performance da Dasein Executive Search, empresa especializada na busca de executivos com alta qualificação, diz que a demanda por mestres e doutores no Brasil cresce de forma generalizada, destacando-se o setor industrial, áreas como petróleo e gás, engenharias e siderurgia. A pouca oferta eleva os salários. Segundo a Dasein, em relação à graduação, nas áreas do direito o título de doutor pode fazer o salário aumentar em até 60%, na engenharia em 40%, e na medicina, em média, 30%. O headhunter Carlos Alberto Caram diz que a pós-graduação faz a renda melhorar pelos menos 30% nas áreas de pesquisa das companhias. “As empresas estão investindo em novas tecnologias e demandando o pesquisador, mas há também uma quebra de paradigmas, com a busca de profissionais com essa qualificação para cargos de gestão”. 7 DNews - Novembro l 2012 Não perca tempo, acesse e faça parte das mídias sociais da Dasein: >> http://twitter.com/dasein_search >> http://www.facebook.com/#!/profile.php?ref=profile&id=100000959608911 >> http://www.youtube.com/user/DaseinExecutive >> http://br.linkedin.com/in/daseinexecutivesearch Expediente Produção Editorial Link Comunicação Empresarial l www.linkcomunicacao.com.br Edição: Ewerton Martins l Produção: Eron Rodrigues Projeto Gráfico: Danielle Marcussi l Diagramação: João Clemente Gestão Dasein Executive Search Gerente Geral: David Braga - [email protected] O DNEWS é uma publicação da Dasein Executive Search Avenida Raja Gabaglia, 3117, cj. 116 - São Bento - Belo Horizonte - MG l +55 31 3291-5100 Av. 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