Hospital Cardoso Fontes Serviço de Cirurgia Geral Sessão Clínica – 27/10/05 Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Diego Teixeira Alves Rangel Caso Clínico 01/10/99 - Emergência HCF: Id: NCLS, 23 anos, sexo masculino, negro, solteiro, desempregado (auxiliar de serviços gerais), natural do RJ. QP: “tonteira” HDA: Paciente refere que há 9 meses vem sentindo epigastralgia em queimação e pirose com melhora parcial dos sintomas com uso de metoclopramida e AAS. Informa que há 6 dias iniciou quadro diário de sonolência e tonteira que melhorava com o repouso. Há 4 dias relata episódio única de hematêmese e melena de grande monta. Nega outros sintomas. HPP: Nega cirurgias, alergias, co-morbidades. HFis: NDN. HFar: Pai, mãe e 4 irmãos saudáveis. HS: Etilismo leve há 5 anos. Nega tabagismo. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico Exame Físico: Hipocorado(+2/+4), hipoidratado(+1/+4), acianótico, anictérico, emagrecido. PA: 90/60mmHg FC: 116bpm FR: 24irpm. AR: MVUA, s/ RA. ACV: RCR em 2T, BNF, SS(+1/+6) pancardíaco. Abdome: peristalse +, flácido, indolor, s/ massas ou visceromegalias. MMII: sem alterações. Exames Laboratoriais: Hgb:9,6 / Ht:29 / Leuc:10100 / Bast:6% Realizado: 2 concentrados de hemácias, hidratação venosa. Transferido para Clínica Médica dia 03/10/99. EDA(04/10/99): ùlcera péptica bulbar ativa sem sinais de sangramento ativo ou recente, leve deformidade bulbar. Pesquisa de Helicobacter pylori positiva. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Etiologia Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Fisiopatologia H. pylori AINEs Agressão Defesa Defesa Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Fisiopatologia H. pylori Warren e Marshall:1° descrição em 1983 Bacilo gram – Relação com a DUP Dados epidemiológicos H. pylori + Risco 3,5X maior de DUP quando – . 90% das UDs e 70-90% das UGs são H. pylori + . História natural da infecção pelo H. pylori 15 – 20% H. pylori + evoluem com DUP. Evolução da DUP e o H. pylori Recorrência da DUP: HP + 75% HP– 20%. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Fisiopatologia H. pylori Injúria Mucosa Inibição direta das células D (somastotatina) Produção de gastrina pelas células G. Alcalinização local do antro (urease) pH alcalino não inibe produção de gastrina pelas células G. Toxinas (vacA,cagA), IL8 e Igs. Diminuição da defesa Hipersecreção ácida metaplasia antral epitelial em duodeno H. pylori coloniza duodeno secreção de bicarbonato pelo duodeno. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Fisiopatologia AINEs Diminuição da defesa Inibição da enzima cicloxigenase (COX) produção de PGs pelo epitélio gástrico susceptibilidade à secreção ácida gástrica. Relação com a DUP > 50% DUP com complicações uso de AINEs. Alto risco: >60 anos, evento GI anterior, dose alta, uso associado de esteróide ou anticoagulante. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações AINEs Fatores de Risco e complicações GI com AINEs Fator de Risco Risco Relatico Média 2,74 Idade (>60) 5,52 Evento GI anterior 4,76 Alta dose (>2x o normal) 10,1 Corticosteróide asociado 4,4 Anticoagulante associado 12,7 Lanza FL. Am J Gastroenterol 1998;93:2037-46. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações AINEs Laine L. Gastroenterology 2001;120:594-606. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações AINEs Laine L. Gastroenterology 2001;120:594-606. Profilaxia da Úlcera Gástrica Droga Risco Relativo Antagonista H2 0,44 Inibidor da Bomba de Prótons 0,40 Rostom A. Cochrane Database of Systematic Reviews 2002. Evolução da DUP X Cirurgia Eletiva Queda Cirurgia de Urgência Manutenção do uso de AINEs Anti-H2 e IBP Tratamento do H. pylori Profilaxia da DUP em pacientes de alto risco Fisiopatologia dos AINEs Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Cirurgia Eletiva Cirurgias Eletivas na Suécia Ano N (/100000hab) 1956 72,1 1966 45,0 1976 31,9 1986 10,7 Cirurgias Eletivas em Minnesota Ano N (/100000hab) 1956 49 1980 6 Gustavsson S.Gastroenterology 1988;94:688-94 Gustavsson S.Ann Surg 1989;210:704-9. Harbison SP. Curr Probl Surg, Junho 2005. Evolução da DUP X Cirurgia Eletiva Queda Cirurgia de Urgência Manutenção do uso de AINEs Anti-H2 e IBP Tratamento do H. pylori Profilaxia da DUP em pacientes de alto risco Fisiopatologia dos AINEs Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Cirurgia na Complicação da DUP McConnell DB.Arch Surg 1989:124:1164-7. Donahue PE.Arch Surg1999:134:1373-77. Cirurgião na DUP Melhor tratamento e compreensão a DUP Fechar o buraco, suturar o sangramento, desviar da obstrução (?) Considerações para cirurgia definitiva durante emergência Até 50% das cirurgias de urgência são HP– . Muitos não aderem ao tratamento para erradicção do H. pylori. Possibilidade de recorrência do H. pylori. Impossibilidade do abadono do uso de AINE. Maioria chega à cirurgia de emergência após tratamento correto da DUP. Outros fatores de risco associados: fumo, álcool, stress, drogas ilícitas. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico 1° internação: 04/10/99 – EDA: úlcera duodenal, leve deformidade bulbar, HP+. EDA(08/12/99): úlcera duodenal, leve deformidade bulbar, HP+. EDA(06/03/01): úlceras em corpo alto, incisura angularis e duodenal, moderada deformidade bulbar, HP– 2° internação: 06/08/02: hematêmese, lipotímia. EDA: úlcera duodenal em atividade, moderada deformidade bulbar. EDA(21/10/03): moderada deformidade bulbar, estase gástrica, HP– 3° internação: 09/03/04: dor abdominal, vômitos, RAA: pneumoperitônio. Úlcera gástrica de corpo perfurada ulcerorrafia. Bx: sem malignidade. EDA(24/06/04): úlcera duodenal, moderada deformidade piloro-bulbar. 4° internação: 23/07/04: anemia, melena, lipotímia. EDA(03/08/04): moderada deformidade piloro-bulbar, estase gástrica. 5° internação: 07/02/05: anemia, enterorragia. 6° internação: 09/05/05: melena, cansaço, vômitos. EDA: qde quantidade de líquido de estase e restos alimentares sólidos. Compatível com síndrome de estenose pilórica. Complicações da DUP Hemorragia Complicação mais comum nas úlceras gástricas e duodenais Mortalidade: 10 – 15% (Ressangramento: 15 – 35%) Fatores de risco para ressangramento Idade > 60 anos Hemorragia inicial de vulto Comorbidades pulmonares e/ou cardiovasculares Úlcera em parede posterior de duodeno ou em pequena curvatura de estômago Úlceras do tipo Forrest IA ou IIA Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Complicações da DUP Hemorragia Zittel TT.Langenbeck’s Arch Surg 2000;385:84-96. Classificação de Forrest para Úlceras Pépticas Hemorrágicas Forrest Descrição Endoscópica IA Sangramento em jato IB Sangramento difuso IIA Vaso visível IIB Coágulo aderido ao fundo da úlcera IIC Pontos de hematina e fibrina III Úlcera com base limpa Complicações da DUP HDA Hemorragia Cowles RA.Surg Laparosc Endosc Percutan Tech 2001. TTO Clínico EDA Baixo Risco Alto Risco EDA hemostática Sucesso Observar (72-96hs) Insucesso Ressangramento Observar Cirurgia Alta Complicações da DUP Hemorragia Opções Cirúrgicas Sutura Sutura + cirurgia definitiva Vagotomia troncular com piloroplastia Vagotomia Gástrica Proximal Vagotomia troncular com Antrectomia Gastrectomia parcial com ou sem VT Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Complicações da DUP Hemorragia Estudos Clínicos Randomizados no Tratamento da Hemorragia na DUP Estudo População Randomização Resultados Conclusão Millat (1993) França Word J Surg N=120 Úlcera péptica bulbar Sutura + Vagotomia (59) ou Gastrectomia parcial(61) Ressangramento: S+V:17% vs Gastrect:3% * Mort: S+V:22% vs Gastrect:23% Gastrectomia procedimento de escolha na hemorragia para UG Poxon (1991) Reino Unino Br J Surg N=129 Úlcera péptica sangrante Sutura (82) ou Cirurgia definitiva(67) Ressangramento fatal: S(n=6) vs CD(n=0) * Mort: S(26%) vs CD(19%) Preferência para cirurgia definitiva na hemorragia da DUP * P < 0,05 Harbison SP. Curr Probl Surg, Junho 2005 Complicações da DUP Hemorragia Estudos Clínicos Randomizados no Tratamento da Hemorragia na DUP Estudo População Randomização Resultados Conclusão Saperas (1987) Espanha Br J Surg N=69 Úlcera duodenal de baixo risco (excluídos Forrest IA, IIA) Cirurgia ou Tto conservador Mort: Cirurgia (15%) vs Conservador (3%) * Tto conservador recomendado em UD sangrantes de baixo risco Morris (1984) Br Med J Clin Res Ed N=142 UG ou UD sangrantes Cirurgia Precoce ou Tardia Mort: 0(<60anos) Mort: 10%(>60anos) Precoce (2%) vs Tardia (13%)* Cirurgia precoce mort em pacientes >60anos com hemorragia na DUP * P < 0,05 Harbison SP. Curr Probl Surg, Junho 2005 Histórico 1° internação: 04/10/99 – EDA: úlcera duodenal, leve deformidade bulbar, HP+. EDA(08/12/99): úlcera duodenal, leve deformidade bulbar, HP+. EDA(06/03/01): úlceras em corpo alto, incisura angularis e duodenal, moderada deformidade bulbar, HP– 2° internação: 06/08/02: hematêmese, lipotímia. EDA: úlcera duodenal em atividade, moderada deformidade bulbar. EDA(21/10/03): moderada deformidade bulbar, estase gástrica, HP– 3° internação: 09/03/04: dor abdominal, vômitos, RAA: pneumoperitônio. Úlcera gástrica de corpo perfurada ulcerorrafia. Bx: sem malignidade. EDA(24/06/04): úlcera duodenal, moderada deformidade piloro-bulbar. 4° internação: 23/07/04: anemia, melena, lipotímia. EDA(03/08/04): moderada deformidade piloro-bulbar, estase gástrica. 5° internação: 07/02/05: anemia, enterorragia. 6° internação: 09/05/05: melena, cansaço, vômitos. EDA: qde quantidade de líquido de estase e restos alimentares sólidos. Compatível com síndrome de estenose pilórica. Complicações da DUP Perfuração 2° complicação mais comum nas úlceras gástricas e duodenais Mortalidade: 10%(UD) / 40%(UG) 25% dos pacientes têm Idade > 60 anos uso de AINEs 80 – 90% possuem pneumoperitônio na rotina de abdome agudo 5% podem ser submetidos ao tratamento conservador Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Complicações da DUP Perfuração Tratamento Conservador 1° descrição (1935) por Wangensteen: 9 pacientes CNG Ausência de peritonite Hemodinamicamente estável Perfuração selada após estudo radiológico Mortalidade idêntica (conservador x cirurgia) / Dias de hospitalização maior com tratamento conservador. Crofts TJ.N Engl J Med 1989;320:970-3. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Complicações da DUP Perfuração Zittel TT.Langenbeck’s Arch Surg 2000;385:84-96. Úlcera Péptica Perfurada Sintomas>24hs HD Instável Sinais de peritonite Sintomas<24hs HD Estável Sem peritonite TTO Conservador CNG, IBP, ATB, SEED Assintomático Sem melhora dos sintomas(<12hs) HD Instável Sinais de peritonite Contraste livre no abdome Cirurgia de Urgência Seguimento Endoscópico Complicações da DUP Perfuração Úlcera Duodenal Úlcera Gástrica Sutura com patch Sutura com patch Sutura com patch + VSS Excisão + sutura com patch Sutura com patch + VT com drenagem Sutura com patch + Ressecção gástrica com ou sem VT Sutura com patch + VT com drenagem Sutura com patch + VT com GEA Fatores de Risco (UD) Peritonite>24hs, choque, comorbidades Fator presente(mortalidade): 3(100%) / 2(45%) / 1(10%) / 0(0%). Boey J. Ann Surg1982;195:265-9. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Complicações da DUP Perfuração Mikulicz-Radecki (1884): “Todo doutor, em face de uma úlcera perfurada do estômago ou intestino, deve considerar abrir o abdome, suturar o buraco e impedir a possível ou atual inflamação através da limpeza cuidadosa da cavidade abdominal.” Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Complicações da DUP Perfuração Estudos Clínicos Randomizados no Tratamento da Perfuração na DUP Estudo População Randomização Resultados Kate (2001) Índia Br J Surg N=202 UD perfurada Sutura com patch Ranitidina ou Terapia Quádrupla Recorrência associada aos pacientes HP+ Ng (2000) Hong Kong Ann Surg N=99 UD perfurada Sutura com patch HP+ Omeprazol(48) ou Terapia Quádrupla(51) 1 ano Após 1 ano Recorrência: IBP: 38% vs Anti-HP: 5% Conclusão Erradicação do HP previne recorrência da DUP. Cirurgia definitiva na urgência é desnecessária Harbison SP. Curr Probl Surg, Junho 2005 Complicações da DUP Perfuração Estudos Clínicos Randomizados no Tratamento da Perfuração na DUP Estudo População Randomização Resultados Conclusão Singh (1999) Índia Tropical Gastroenterology N=192 UD perfurada Sutura com patch Ranitidina ou Placebo 6 meses Recorrência: Placebo: 21% vs Ranitidina: 7% Anti H2 são úteis neste tipo de população Gutierrez de la Pena (2000) Espanha Digestive Surgery N=207 UD perfurada Sutura+IBP(117) ou VT+piloroplastia s/ terapia alguma(90) 1 mês Sem diferenças na recorrência, mortalidade, morbidade, sintomas UD perfurada pode ser tratada com simples sutura Harbison SP. Curr Probl Surg, Junho 2005 Perfuração Estudos Clínicos Randomizados no Tratamento da Perfuração na DUP Estudo População Randomização Resultados Conclusão Boey (1982) Hong Konk Ann Surg N=101 Úlcera crônica com perfuração aguda Sutura simples (35) ou VT+drenagem(32) ou VSS (34) Recorrência: S: 63% vs VT+D: 12% vs VSS: 4% VT+D ou VSS melhores escolhas na UD perfurada em pacientes com boas condições Boey (1988) Hong Konk Ann Surg N=78 UD perfurada Sutura simples ou Sutura + VSS 3 anos Recorrência: S: 37% vs S+VSS: 11%* 85% recor em S c/ sint, 50% outra cirurgia VSS reduz risco de recorrência DUP Tanphitat (1985) Br J Surg N=65 UD perfurada Sutura simples (33) ou VT+drenagem / VSS(32) 39 meses Recorrência: S: 33% Vs VT+D/VSS: 8% * VT+D ou VSS indicados na UD perfurada em pacientes com boas condições * P < 0,05 Harbison SP. Curr Probl Surg, Junho 2005 Complicações da DUP Perfuração Reparo laparoscópico vs. aberto para úlcera péptica perfurada Laparoscópico Aberto Valor de P Duração (min) 42.0 52.3 0.025 * N° de analgésicos IM 0 - 11 1 - 30 < 0.001* 3.5 1.6 6.4 3.3 < 0.001* Duração de CNG 3 (2 – 33) 3 (1- 8) 0.28 Duração de hidrat venosa 4 (2 – 35) 4 (2 – 26) 0.09 Restauração da dieta oral 4 (3 – 35) 5 (3 – 24) 0.06 Internação hosp no pós-op 6 (4 – 35) 7 (4 – 39) 0.004 * 10.4 26.1 0.001 * Escore de dor Dia 1 Dia 3 Retorno às atividades * P < 0,05 < 0.001* Siu WT.Ann Surg 2002;235:313-9. Histórico 1° internação: 04/10/99 – EDA: úlcera duodenal, leve deformidade bulbar, HP+. EDA(08/12/99): úlcera duodenal, leve deformidade bulbar, HP+. EDA(06/03/01): úlceras em corpo alto, incisura angularis e duodenal, moderada deformidade bulbar, HP– 2° internação: 06/08/02: hematêmese, lipotímia. EDA: úlcera duodenal em atividade, moderada deformidade bulbar. EDA(21/10/03): moderada deformidade bulbar, estase gástrica, HP– 3° internação: 09/03/04: dor abdominal, vômitos, RAA: pneumoperitônio. Úlcera gástrica de corpo perfurada ulcerorrafia. Bx: sem malignidade. EDA(24/06/04): úlcera duodenal, moderada deformidade piloro-bulbar. 4° internação: 23/07/04: anemia, melena, lipotímia. EDA(03/08/04): moderada deformidade piloro-bulbar, estase gástrica. 5° internação: 07/02/05: anemia, enterorragia. 6° internação: 09/05/05: melena, cansaço, vômitos. EDA: qde quantidade de líquido de estase e restos alimentares sólidos. Compatível com síndrome de estenose pilórica. Complicações da DUP Estenose Pilórica Indicação menos comum de cirurgia em DUP Opções Cirúrgicas VT + Antrectomia VSS + GEA VT + Piloroplastia VSS + Duodenoplastia (Procedimento de Kennedy) VT + GEA Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Complicações da DUP Estenose Pilórica Estudo Clínico Randomizado na Cirurgia Eletiva da Estense Pilórica Seguimento dos Pacientes Submetidos à Cirurgia para Estenose Pilórica VSS + GJ (N=28) VSS + J (N=27) VS + A (N=28) 91 116 91 Endoscopia 12 (40%) 13 (45%) 12 (43%) Visick I 24 (80%) 19 (70%) * 21 (75%) Visick II - III 3 (11%) 5 (19%) 4 (14%) - 3 (11%) 3 (11%) Média Seguimento (meses) Visick IV * P < 0,05 Csendes A.Am J Surg 1993;166:45-9. Caso Clínico 09/05/05 - Gastroenterologia HCF: Id: NCLS, 29 anos, sexo masculino, negro, solteiro, desempregado (auxiliar de serviços gerais), natural do RJ. QP: “sangue nas fezes” HDA: Paciente refere que há 2 meses vem eliminando sangue vivo nas fezes em pequena quantidade. Refere concomitantemente cansaço diário e episódios ocasionais de vômitos. Nega qualquer outro sintoma. HPP: Vide histórico HFis: NDN. HFar: Pai, mãe e 4 irmãos saudáveis. HS: Etilismo pesado. Nega tabagismo. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico Exame Físico: Hipocorado(+3/+4), hidratado, acianótico, anictérico, emagrecido. PA: 110/70mmHg FC: 80bpm AR: MVUA, s/ RA. ACV: RCR em 2T, s/ sopro Abdome: peristalse +, flácido, doloroso em epigástrio, s/ massas ou visceromegalias. MMII: sem alterações. Exames Laboratoriais: Hgb:7,0 / Ht:23,1 / Leuc:8910 / Bast:6% / Uréia:40 / Na:133 / K:4,6 Realizado: transfusão de sangue, hidratação venosa. EDA(09/05/05): qde quantidade de líquido de estase e restos alimentares sólidos. Compatível com síndrome de estenose pilórica. EDA(11/05/05): lesão ulcerada no antro, ocupando toda parede anterior da pequena curvatura e parte da parede posterior. Piloro desviado para cima em direção à incisura angularis, pequena curvatura está encurtada. Luz reduzida porém é ultrapassada com insuflação e manobras. Úlcera gástrica gigante e estenose pilórica. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico 18/05/05: Colhido sangue para dosagem de gastrina. 25/05/05: Transferido para enfermaria de cirurgia geral. EDA(04/10/99): úlcera duodenal, leve deformidade bulbar, HP+. EDA(08/12/99): úlcera duodenal, leve deformidade bulbar, HP+. EDA(06/03/01): úlceras em corpo alto, incisura angularis e duodenal, moderada deformidade bulbar, HP– EDA(06/08/02): úlcera duodenal em atividade, moderada deformidade bulbar. EDA(21/10/03): moderada deformidade bulbar, estase gástrica, HP– EDA(24/06/04): úlcera duodenal, moderada deformidade piloro-bulbar. EDA(03/08/04): moderada deformidade piloro-bulbar, estase gástrica. EDA(09/05/05): qde quantidade de líquido de estase e restos alimentares sólidos. Compatível com síndrome de estenose pilórica. EDA(11/05/05): lesão ulcerada no antro, ocupando toda parede anterior da pequena curvatura e parte da parede posterior. Piloro desviado para cima em direção à incisura angularis, pequena curvatura está encurtada. Luz reduzida porém é ultrapassada com insuflação e manobras. Úlcera gástrica gigante e estenose pilórica. HP– Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Gastrinoma Síndrome de Zollinger-Ellison Robert M. Zollinger (1903-1992) Edwin H. Ellison (1918-1970) Descrito originalmente em 1955 2 pacientes jovens com úlceras intratáveis do TGI, volume excessivo de secreção gástrica e tumor das ilhotas pancreáticas não produtor de insulina. Carney JA.Am J Surg Pathol. 2005;29:254-74 Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Gastrinoma Gastrinoma Hipergastrinemia Células parietais Secreção ácida Hiperacidez Intestinal Sais Biliares Atividade Lipase Úlcera Péptica Diarréia Esteatorréia Hipocalemia Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Gastrinoma Achados Sugestivos Úlcera péptica com as características: com diarréia, múltiplas, que não cicatriza, com complicações, recorrente após cirurgia, sem HP, com hipercalcemia, litíase renal Grandes pregas gástricas (94%) História Familiar Associado a endocrinopatias Hipergastrinemia de jejum. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Gastrinoma Diagnóstico Gastrina > 1000pg/ml (quase de certeza) Valor duvidoso de gastrina: 100 < X < 1000. Diagnóstico Diferencial de Hipergastrinemia H.pylori Uso de anti-H2 ou IBP Anemia Perniciosa Estenose Pilórica Antro Retido Vagotomia Gastrite Atrófica Câncer Gástrico IRC Artrite Reumatóide Ressecção Intestino Delgado Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Gastrinoma Diagnóstico pHmetria Teste provocativo com Cálcio pH > 2,5 outras causas pH < 2,5 Zollinger-Ellisson Positivo: 395pg/ml Teste da secretina Positivo: 200pg/ml em até 15min Konturek SJ.Med Sci Monit.2002;8(6):43-59 Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Gastrinoma Diagnóstico Recomendações para medições do gastroacidograma para diagnóstico de Z-E Sem cirurgia para DUP Com cirurgia para DUP 15 mEq/h 18 mEq/h (sem NEM) 5mEq/h BAC / MAC 0,6 0,6 BAO / MAO Sem Utilidade 0,6 160 ml/h 140 ml/h Sem Utilidade Sem Utilidade 2 2 BAO Volume Gástrico Basal MAO pH (sem Z – E) Roy PK. Medicine.2001;80:189-222. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Gastrinoma Diagnóstico Exames de Imagem USG, TC, RNM, Angiografia. Cintigrafia com octreotide S:85% / E:80-95%. USG endoscópico. S:85% gastrinoma pancreático. S:43% gastrinoma duodenal. Tratamento Doença localizada: cirurgia (enucleação, Whipple?) Presença de metástases: IBP em dose máxima Norton JA.Ann Surg.2004;240:757-73. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico 07/06/05: gastrina:205pg/ml 10/06/05: episódios de vômitos em qrande quantidade, rebaixamento do sensório, desorientação, sudorese, hipoidratado (+4/+4), taquicárdico, taquipneico, extremidades frias. Gasometria arterial: pH 7,57 / pCO2 67 / pO2 60 / HCO3- 62 / BE 11 / SatO2 81% Exames: Hgb 13,1 / Ht 41 / Leuc 20300 / Bast 5 / Ca iônico 0,72 / Cl 40 / K 3,2 / Na 126 / Creat 2,9 / U 103 / Glicose 170 Transferido para UI cirúrgica, HV, dieta oral zero, CNG, reposição de eletrólitos Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Síndrome de Estenose Pilórica Alcalose Metabólica Hipocalêmica, Hipoclorêmica com acidúria paradoxal Vômitos perda de líquido e HCl Alcalose metabólica perda de H+ nos vômitos Hipocloremia perda Cl- nos vômitos Hipovolemia Atividade SRAA Aldosterona Aldosterona: absorção de água e Na+ em túbulo contorcido distal: Na+ K+ Hipocalemia + Aldosterona: Na+ H+. Secreção de H+ na urina acidúria paradoxal Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico 15/06/05: iniciado NPT + dieta enteral 15/06 – 02/07/05: investigaçãode infiltrado intersticial bilateral. TC de tórax (BK?, congestão?), PPD não reator, BAAR negativo em escarros e lavado brônquico. 06/07/05: Cirurgia: úlcera gigante em parede anterior de antro e parte da parede posterior, pequena curvatura encurtada, estenose pilórica. Realizado: VT + gastrojejunostomia. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico da DUP 1881: Rydygier 1° cirurgia na DUP, ressecção de piloro em EP. 1881: Wolfler 1° gastrojejunostomia (pré-cólica,parede anterior estômago, em câncer gásrtico). 1881: Billroth I ressecção + gastroduodenostomia em câncer gástrico. 1882: Czerny excisão local de úlcera gástrica. 1883: Courvoisier gastrojejunostomia transmesocólica em parede posterior do estômago. 1884: Rydygier 1° gastrojejunostomia em úlcera duodenal. 1885: Billroth II ressecção + gastrojejunostomia em câncer gástrico. 1886: Heineke 2 piloroplastias. 1888: Mikulicz piloroplastia de Heineke-Mikulicz (1956: Weinberg piloroplastia em plano único). 1887: Kroenlein GJ pré-cólica em toda circunferência em BII. (1911: Polya GJ transmesocólica. 1888: von Eiselsberg GJ em metade inferior em BII. (1905: Hofmeister GJ transmesocólica. 1891: Kriege 1° sutura de úlcera duodenal perfurada com sucesso. 1892: Jaboulay Piloroplastia. 1902: Finney Piloroplastia Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico da DUP 1814: Bordie VT experimental 1910: Pavlov VT experimental com descrição da fase cefálica da secreção gástrica. 1922: Latarjet 1° descrição de VT + GJ em DUP. 1° descrição de vagotomia seletiva (crises tábicas). 1943: Dragsted VT (sem drenagem) reintroduzida. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico da DUP 1814: Bordie VT experimental 1910: Pavlov VT experimental com descrição da fase cefálica da secreção gástrica. 1922: Latarjet 1° descrição de VT + GJ em DUP. 1° descrição de vagotomia seletiva (crises tábicas). 1943: Dragsted VT (sem drenagem) reintroduzida. 1957: Griffith e Harkins vagotomia seletiva (VS). Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico da DUP 1814: Bordie VT experimental 1910: Pavlov VT experimental com descrição da fase cefálica da secreção gástrica. 1922: Latarjet 1° descrição de VT + GJ em DUP. 1° descrição de vagotomia seletiva (crises tábicas). 1943: Dragsted VT (sem drenagem) reintroduzida. 1957: Griffith e Harkins vagotomia seletiva (VS). 1967: Hole e Hart. 1970: Amdrup e Jensen / Johnston e Wilkinson vagotomia superseletiva (VSS) ou gástrica proximal (VGP) ou de células parietais (VCP). Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico da DUP 1814: Bordie VT experimental 1910: Pavlov VT experimental com descrição da fase cefálica da secreção gástrica. 1922: Latarjet 1° descrição de VT + GJ em DUP. 1° descrição de vagotomia seletiva (crises tábicas). 1943: Dragsted VT (sem drenagem) reintroduzida. 1957: Griffith e Harkins vagotomia seletiva (VS). 1967: Holle e Hart. 1970: Amdrup e Jensen / Johnston e Wilkinson vagotomia superseletiva (VSS) ou gástrica proximal (VGP) ou de células parietais (VCP). 1976: Rossati Vagotomia gástrica proximal extendida ou vagotomia superseletiva extendida. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico da DUP 1814: Bordie VT experimental 1910: Pavlov VT experimental com descrição da fase cefálica da secreção gástrica. 1922: Latarjet 1° descrição de VT + GJ em DUP. 1° descrição de vagotomia seletiva (crises tábicas). 1943: Dragsted VT (sem drenagem) reintroduzida. 1957: Griffith e Harkins vagotomia seletiva (VS). 1967: Hole e Hart. 1970: Amdrup e Jensen / Johnston e Wilkinson vagotomia superseletiva (VSS) ou gástrica proximal (VGP) ou de células parietais (VCP). 1976: Rossati Vagotomia gástrica proximal extendida ou vagotomia superseletiva extendida. 1978: Hill VSS anterior + VT posterior. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico da DUP 1814: Bordie VT experimental 1910: Pavlov VT experimental com descrição da fase cefálica da secreção gástrica. 1922: Latarjet 1° descrição de VT + GJ em DUP. 1° descrição de vagotomia seletiva (crises tábicas). 1943: Dragsted VT (sem drenagem) reintroduzida. 1957: Griffith e Harkins vagotomia seletiva (VS). 1967: Hole e Hart. 1970: Amdrup e Jensen / Johnston e Wilkinson vagotomia superseletiva (VSS) ou gástrica proximal (VGP) ou de células parietais (VCP). 1976: Rossati Vagotomia gástrica proximal extendida ou vagotomia superseletiva extendida. 1978: Hill VSS anterior + VT posterior. 1979: Taylor Seromiotomia anterior + VT posterior. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico da DUP 1814: Bordie VT experimental 1910: Pavlov VT experimental com descrição da fase cefálica da secreção gástrica. 1922: Latarjet 1° descrição de VT + GJ em DUP. 1° descrição de vagotomia seletiva (crises tábicas). 1943: Dragsted VT (sem drenagem) reintroduzida. 1957: Griffith e Harkins vagotomia seletiva (VS). 1967: Hole e Hart. 1970: Amdrup e Jensen / Johnston e Wilkinson vagotomia superseletiva (VSS) ou gástrica proximal (VGP) ou de células parietais (VCP). 1976: Rossati Vagotomia gástrica proximal extendida ou vagotomia superseletiva extendida. 1978: Hill VSS anterior + VT posterior. 1979: Taylor Seromiotomia anterior + VT posterior. 1987: Donahue VGP + teste do vermelho congo. 1987: Coelho VGP com preservação adrenérgica. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Histórico da DUP 1814: Bordie VT experimental 1910: Pavlov VT experimental com descrição da fase cefálica da secreção gástrica. 1922: Latarjet 1° descrição de VT + GJ em DUP. 1° descrição de vagotomia seletiva (crises tábicas). 1943: Dragsted VT (sem drenagem) reintroduzida. 1957: Griffith e Harkins vagotomia seletiva (VS). 1967: Hole e Hart. 1970: Amdrup e Jensen / Johnston e Wilkinson vagotomia superseletiva (VSS) ou gástrica proximal (VGP) ou de células parietais (VCP). 1976: Rossati Vagotomia gástrica proximal extendida (VGPE) ou vagotomia superseletiva extendida (VSSE). 1978: Hill VSS anterior + VT posterior. 1979: Taylor Seromiotomia anterior + VT posterior. 1987: Donahue VGP + teste do vermelho congo. 1987: Coelho VGP com preservação adrenérgica. 1993: Donahue VSSE + teste do vermelho congo. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico 06/07/05: Cirurgia: úlcera gigante em parede anterior de antro e parte da parede posterior, pequena curvatura encurtada, estenose pilórica. Realizado: VT + gastrojejunostomia. EDA(11/05/05): lesão ulcerada no antro, ocupando toda parede anterior da pequena curvatura e parte da parede posterior. Piloro desviado para cima em direção à incisura angularis, pequena curvaturaestá encurtada. Luz reduzidaporém é ultrapassada com insuflação e manobras. Úlcera gástrica gigante e estenose pilórica. HP– Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Opções Cirúrgicas Harbison SP. Curr Probl Surg, Junho 2005 Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico 08/07/05: D2 pós-operaratório.Iniciado dieta oral. 09/07/05: vômitos, CNG:3500ml, dieta oral zero. 10/07/05: CNG:4800ml, dieta zero. 11/07/05: CNG:800ml, dieta zero. 12/07/05: CNG:120ml, EDA: anastomose pérvia, retirado CNG, dieta oral reintroduzida. 13/07/05: D7 pós-operaratório, vômitos, dieta oral zero, CNG 14/07/05: CNG:4000ml, dieta oral zero. 15/07/05: CNG:2800ml, dieta oral zero 16/07/05: D10 pós-operaratório, CNG:3200ml, dieta oral zero Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Complicações da DUP Retardo no Esvaziamento Gástrico Incapacidade de tolerar dieta oral líquida em até 7 dias após o seu início. Doberneck RC. Arch Surg 1987. Necessidade de CNG por 7 dias ou incapacidade de tolerar dieta oral plena dentro de 10 dias após cirurgia. Machado MCC. Hepato-Gastroenterology 2000. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Complicações da DUP Retardo no Esvaziamento Gástrico Fatores de risco em DUP Diabetes Desnutrição (albumina < 3,0) Obstrução pré-operatória Vagotomia Troncular (?) Câncer associado Bar-Natan M. Am J Surg 1996;172:24-8. Prevenção Preparo pré-operatório CNG prolongado ou Gastrostomia + Jejunostomia Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico 15/07/05: Hipotensão, sudorese, taquicardia, oligúria, dispnéia, desorientação. 16/07/05: Desorientado, taquidispneico. RX tórax com infiltrado pulmonar. Leuc:24800 / Bast:10% / pH:7,20 / pO2:68 / pCO2: 18 / HCO3:12 / BE:-12 / satO2:76%. Iniciado Tazocin (28 dias), hemoculturas. 17/07/05: Choque, insuficiência respiratória. Noradrenalina + TOT. Sepse(?). Laparotomia: distensão de estômago e intestino delgado, GEA pérvia. 18/07/05: Transferido para CTI. 21/07/05: Ecocardiograma endocardite de v. tricúspide. Hemocultura Klebsiella pneumoniae. Urinocultura e aspirado traqueal negativos. 27/07/05: Retirado TOT. 29/07/05: Transferido para UI cirúrgica. Lúcido, desorientado, respondia parcialmente às solicitações. Hgb:10,4 / Leuc:14600 / Bast:5% / Creat:0,5 / K:4,2 / Na:137. 01/08/05: Desorientado, confusão mental, apático, alteração no comportamento, fraqueza muscular, tremores em extremidades, amnésia anterógrada, emagrecido. 04/07/05: avaliação psiquiátrica lúcido, globalmente orientado, raciocínio lentificado, respondendo às solicitações verbais com dificuldade, anisocoria. HDs: transtorno orgânico por sequela de complicações clínicas, síndrome depressiva. Orientação: TC de crânio, fluoxetina. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico 05/08/05: Desorientado, fraqueza muscular importante sem déficit motor focal. TC de crânio sem alterações. Restrito ao leito. Iniciado fluoxetina. 10/08/05: Manutenção do quadro neurológico. RX abdome contrastado passagem de contraste para intestino delgado. Iniciado dieta oral. 11/08/05: Eco normal. 12/08/05: Sinais e sintomas Beriberi(?). Iniciado 300mg/d IM de Tiamina. 13/08/05: Lúcido, orientado, interagindo melhor com o examinador, respondendo às solicitações verbais. Fraqueza muscular importante. Sem amnésia. 15/08/05: Lúcido, orientado, cooperativo. Melhora da força muscular, deambulando com ajuda. 26/08/05: Deambulando sozinho, força muscular normal, ganho ponderal importante. Transferido para enfermaria. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Deficiência de Tiamina (B1) Beriberi Repetição do termo malaio biri (1559), difundido na Europa em cingalês (beri) e incorporado à linguagem médica em 1642 com a obra “Da medicina indorum” (do médico holandês Bontius). Beri: debilidade. Leonard Braddon (1901): doença associada à dieta. Imigrantes chineses X hindus. Teoria do germe. Fletcher (1907): ensaio clínico-epidemiológico controlado relação entre beriberi e alimentação, veneno ou ausência de substância no arroz, tipo específico de arroz curava ou adoecia indivíduo. Casimir Funk (1912): teoria das vitaminas, beriberi avitaminose. R.R.Williams (1933): isolamento da tiamina Jacobina RR.Hist cienc saude-Manguinhos.2001;8:113-32 Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Deficiência de Tiamina (B1) Etiologia Alcoolismo Desnutrição Hiperêmese gravídica Nefropatias crônicas Obstrução do TGI alto AIDS NPT Jejum prolongado Quimioterapia Oliveira HA.Arq Neuropsiquiatr.1995;53:488-93 Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Deficiência de Tiamina (B1) Formas Seco Úmido Fulminante Síndrome de Wernicke-Korsakoff Insuficiência cardíaca de alto débito Shoshin beriberi acidose lática + ICC aguda Kitamura K.Surg Today.1996;26:769-76 Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Deficiência de Tiamina (B1) Clínica Seco Síndrome de Wernicke-Korsakoff Confusão mental, distúrbios oculomotores, ataxia (Wernicke). Amnésia anterógrada, alteração parcial da retrógrada, falsos reconhecimentos, fabulações, apatia, perda da motivação (Korsakoff). Úmido Insuficiência cardíaca de alto débito Polineuropatia periférica, edema, cardiomegalia, hipotensão, taquicardia. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Deficiência de Tiamina (B1) Diagnóstico Laboratorial Piruvato plasmático Transcetolase eritrocitária Ativação da flavina Imagem RM corpos mamilares, tálamo, hipotálamo, cerebelo, aqueduto cerebral, ao redor 3° e 4° ventrículos. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Deficiência de Tiamina (B1) Tratamento Tiamina IM ou IV: Ataque: até 1000mg em 12 horas Manutenção: 0,4 – 0,5mg/1000kcal/d Shoshin: dose de ataque + digitálico Betrosian AP.Am J Med Sci.2004;327:250-2 Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações Caso Clínico 05/08/05: Desorientado, fraqueza muscular importante sem déficit motor focal. TC de crânio sem alterações. Restrito ao leito. Iniciado fluoxetina. 10/08/05: Manutenção do quadro neurológico. RX abdome contrastado passagem de contraste para intestino delgado. Iniciado dieta oral. 11/08/05: Eco normal. 12/08/05: Sinais e sintomas Beriberi(?). Iniciado 300mg/d IM de Tiamina. 13/08/05: Lúcido, orientado, interagindo melhor com o examinador, respondendo às solicitações verbais. Fraqueza muscular importante. Sem amnésia. 15/08/05: Lúcido, orientado, cooperativo. Melhora da força muscular, deambulando com ajuda. 26/08/05: Deambulando sozinho, força muscular normal, ganho ponderal importante. Transferido para enfermaria. 02/09/05: Alta hospitalar. Doença Ulcerosa Péptica e suas Complicações