Hospital Federal Cardoso Fontes
Dr.Tiago Dias Vasconcelos (Residente)
Dr.Antonio Marcílio Ferreira Neves (Chefe do Serviço)
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Alta incidência no Japão, China e Chile
No Brasil é a segunda causa de morte entre
homens e a quinta entre as mulheres
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Incidência em declínio
650mil mortes/ano em todo o mundo
70% dos casos observados acima dos 50anos
Mais frequentes em negros
Homens > Mulheres, 3:2
Representa 10% do total de casos de câncer
em todo o mundo
Localização anatômica
Canal pilórico e antro
35%-50%
Corpo
15%-30%
Cárdia
30%-40%
Etiologia e fatores de risco
Alimentos defumados ou compostos de nitrosamina
Dieta pobre em proteínas e vitaminas
Fumo e álcool
Fator genético: grupo sanguíneo A
Anemia perniciosa
Acloridria e gastrite atrófica
Pólipos gástricos
Cirurgia gástrica prévia
Helicobacter pylori
Fatores familiares
Nível socioeconômico
Gastrite de Ménétrier
Úlcera gástrica crônica (risco < 1%, não é fator de risco real)
Classificação microscópica
Classificação de Lauren (1965)
 Tipo intestinal : preferencialmente no antro, maior
incidência em homens idosos e predomina em
população de alto risco. Geralmente são bem
diferenciados e a metástase é hematogênica.

Tipo difuso : principalmente no fundo gástrico,
acomete indivíduos jovens sendo mais frequente nos
homens. Tumor pouco diferenciado, difunde-se mais
frequentemente por contiguidade ou por via linfática.
Possui pior prognóstico.
Classificação da Sociedade Japonesa de Endoscopia
Digestiva
Câncer Gástrico Precoce
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Refere-se àquele que não penetra além da mucosa ou
submucosa , na presença ou não de metástase
linfonodal
Classificado em três tipos :
I – Polipóide
IIa – Superficial elevado
IIb – Superficial plano
IIc – Superficial deprimido
III - Ulcerado
Classificação do câncer gástrico avançado
Classificação de Borrmann:
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Tipo I – polipóide
Tipo II – ulcerado com bordas bem delimitada
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Tipo III – ulcerado infiltrativa
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Tipo IV – infiltrativo difuso
Tipo V – câncer gástrico que
não se encaixa em nenhuma
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Sinais e sintomas
Perda de peso
70%-80%
Dor abdominal
70%
Náuseas
34%
Anorexia
32%
HDA
26%
Disfagia
20%
Plenitude pós-prandial
17%
Dor tipo úlcera
17%
Massa palpável
30%-50%
Exames laboratoriais
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Anemia
Sangue oculto nas fezes
Hipoproteinemia
Alterações das provas de função hepática ,
particularmente , elevação da fosfatase alcalina e
Gama GT
Gastrina sérica elevada
Marcadores tumorais
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CA 19-9 : pode ser usado para monitorar o
diagnóstico e a evolução terapêutica
CA 72 : está raramente aumentado em outras
doenças não neoplásicas, porém não apresenta
especificidade para órgão
CEA : está elevado em 10%-30% dos pacientes
com CG, níveis elevados associam-se a pior
prognóstico
Diagnóstico de imagem
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Seriografia Esôfago Gastroduodenal
A SEGD com duplo contraste é capaz de diagnosticar
o CG em 80%-99% dos casos
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Endoscopia Digestiva Alta
Padrão-ouro quando associado a múltiplas biópsias
e são retirados pelo menos dez fragmentos

Ultrassonografia Endoscópica
Tem como objetivos o estudo da parede gástrica,
avaliação de adenomegalias e invasão de estruturas
adjacentes

Tomografia de abdômen
Eficiente para o diagnóstico de comprometimento
extragástrico, principalmente fígado e baço. Isso
também ocorre quando se objetiva investigar a
ressecabilidade e a invasão de órgãos adjacentes

Laparoscopia
Tem-se mostrado superior à TC na avaliação prétratamento do CG,principalmente em metástase
peritoneal
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USG abdominal
Na investigação de metástase intra-abdominais
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USG Laparoscópica
Aprimora a detecção de lesões não superficiais
1- Cárdicos direitos
2 - Cárdicos esquerdos
3- Ao longo da pequena curvatura
4- Ao longo da grande curvatura
4sa – ao longo dos vasos breves
4sb- ao longo dos vasos gastroepiploicos
esquerdos
4d- ao longo dos vasos gastroepiploicos
direitos
5- Suprapilóricos
6- Infrapilóricos
7- Ao longo da artéria gástrica esquerda
8- Ao longo da artéria hepática comum
8 a- grupo ântero superior
8b- Grupo posterior
9- Em volta do tronco celíaco
10- Hilo esplênico
11- Artéria esplênica
12- Ligamento hepatoduodenal
13- Superfície posterior da cabeça do pâncreas
14- Na raiz do mesentério
14 a- artéria mesentérica superior
14b- veia mesentérica superior
15- Ao longo dos vasos dos vasos cólicos
médios
16- Em volta da aorta abdominal
16 a1- hiato aórtico
16 a2- ao redor da aorta abdominal
(da margem superior do tronco celíaco até a
margem inferior da veia renal esquerda)
16b1- ao redor da aorta abdominal (da margem
inferior da veia renal esquerda até a margem superior
da artéria mesentérica inferior)
16b2- ao redor da aorta abdominal (da margem
superior da artéria mesentérica inferior até a bifurcação aórtica)
17- Superfície anterior da cabeça do pâncreas
18- Ao longo da margem inferior do pâncreas
19- Infradiafragmáticos
20- Hiato esofágico do diafragma
105- Paraesfágico no tórax superior
106- Traqueais no tórax
107- Bifurcação da traquéia
108- Paraesofágico no tórax médio
109- Hilo pulmonar
110- Paraesofágico no tórax inferior
111- Supradiafragmáticos
112- Mediastinais posteriores
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A cirurgia indicada para os tumores do
antro gástrico é a gastrectomia subtotal
com ressecção a D2. A reconstrução mais
utilizada atualmente é a Y de Roux
Pode ser feita a reconstrução à Billroth II, mas não se deve utilizar BI ,pois,
em caso de duodeno com infiltração tumoral,e mesmo se houver recidiva da
neoplasia, poderá ocorrer obstrução da zona da anastomose

Para tumores do corpo e fundo gástrico utiliza-se a
gastrectomia total com reconstrução à Y de Roux.
Quando o tumor situa-se na cárdia ou invade o
esôfago distal, a gastrectomia total deve
compreender também a ressecção do segmento
distal do esôfago
Descrição
Região incluída na ressecção
D0
Somente ressecção tumoral
D1
Remoção de todos os tecidos
linfonodais 3cm do tu.primário
D2
D1 mais remoção dos linfonodos
hepáticos,esplênicos,celíacos e os
da gástrica esquerda
D3
D2 mais omentectomia,
esplenectomia,pancreatectomia
distal e limpeza dos linfonodos do
porta-hepatis
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Nos casos de Câncer Gástrico Precoce ,
bastam 2cm de margem de segurança,isto é,
de tecido macroscopicamente livre de
neoplasia
Nos tumores avançados 5cm
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R0 : ressecção incompleta dos gânglios linfáticos
perigástricos
R1: ressecção completa de todos gânglios linfáticos
perigástricos
R2: ressecção completa de todos os gânglios
linfáticos perigástricos e de todos os gânglios
linfáticos que acompanham as artérias que nutrem
o estômago
R3: R2+ressecção completa de todos os gânglios
linfáticos que acompanham o tronco celíaco
R4: R3+ressecção completa de todos os gânglios
linfáticos para-aórticos
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Neoplasias gástricas precoces de invasão
restrita a mucosa
Lesões tipo IIa e IIb de diâmetro menor que
2cm ,com invasão apenas da mucosa e sendo
adenocarcinoma bem diferenciado
Lesões tipo IIc bem diferenciada e restrita a
mucosa, com diâmetro menor que 1cm
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Gastroenteroanastomose é utilizada quando
há obstrução no piloro
Nas obstruções de cárdia, utiliza-se a
gastrostomia. Outra cirurgia
paliativa usada para qualquer
obstrução é a jejunostomia
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Compreendem cerca de 1% a 3% dos tumores
malignos do trato gastrointestinal
O sítio mais frequente é o estômago (50%),
seguido do intestino delgado (25%). São
provenientes das células intersticiais de Cajal
Fatores de risco: síndromes autossômicas
dominantes,como neurofibromatose tipo1 e
síndrome da tríade de Carney (GIST,
paraganglioma e condroma pulmonar)
Diagnóstico: exame clínico, EDA , TC e
imunohistoquímica
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Ressecção cirúrgica é o padrão
Na doença metastática podemos utilizar o
Imatinib 400mg VO diariamente
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VC, masculino, 43anos, branco, faxineiro, natural
do RJ, solteiro, evangélico
QP: “dor no estômago”
HDA: Paciente refere epigastralgia em queimação
associado a pirose desde 1984. Manteve
tratamento sintomático até junho/09, quando
procurou a Gastroenterologia deste hospital.
Realizou 02 EDAs com diagnóstico de úlcera
gástrica sem malignidade, iniciando tratamento
com Omeprazol. Há sete meses notou
intensificação dos sintomas com quatro episódios
de hematêmese perda ponderal de 15kg. Realizou
nova EDA com o diagnóstico de adenocarcinoma
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HPP: Nega HAS e DM. Nega alergias e
cirurgias prévias
HF: Pai faleceu aos 65anos de causa externa.
Mãe faleceu aos 50anos de câncer de mama.
HS: Tabagista de 30maços/ano
Ex-etilista de destilado (01garrafa de
cachaça por dia) há 06 anos
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EDA (29/06/09): lesão ulcerada gástrica benigna,
associada a gastrite crônica leve com focos de
atividade. Presença de infiltrado linfocitário na
lâmina própria e focos de metaplasia intestinal
completa. Pesquisa de H.pylori negativa
EDA (28/10/10): o corte revela material
representando por fragmentos superficiais de
mucosa gástrica com células epiteliais atípicas
compatível com neoplasia epitelial maligna
(adenocarcinoma?)
EDA (04/02/11): carcinoma intramucoso do
estômago (carcinoma precoce)
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TC de abdômen: sem alteração
Laboratório:
Hem_4,3;Hg_13,2;Ht_38,6;Leuc_6800;
CEA_23,10
RC: ASA II
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Gastrectomia subtotal com reconstrução à BII
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EQUIPE: Cirurgiões_ Vitorino Maia, Vinícius
Carazza , Tiago Vasconcelos/
Anestesista_Brynner / Instrumentadora:
Roseli
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Lab: 12/02_Hm 3,78; Hg 11,3; Ht 34; Leuc
10.400...13/02_Hm 4,21; Hg 11,5; Ht 34,9;
Leuc 8.880
Alta hospitalar no D6 Pós-op
Histopatológico: Adenocarcinoma gástrico
bem diferenciado, formando lesão ulcerada
medindo 5,5cm no maior eixo, que infiltra até
a camada muscular. Margem cirúrgica e
omento livres de neoplasia. Linfonodos
isolados da pequena curvatura (total de 6) e
da grande curvatura (total de 8) livres de
neoplasia
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