UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA Ana Laura Pereira de Souza Diany Conceição Araújo Ponte Sousa Thiago de Araújo Brito IMPACTO DO CLIMATÉRIO NA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES ATENDIDAS NA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ, BRASIL BELÉM 2009 Ana Laura Pereira de Souza Diany Conceição Araújo Ponte Sousa Thiago de Araújo Brito IMPACTO DO CLIMATÉRIO NA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES ATENDIDAS NA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ, BRASIL Trabalho de conclusão do curso apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia, como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Profª. Ms. Cibele Nazaré da Silva Câmara. Co-orientadora: Profª Esp. Nazete dos Santos Araújo BELÉM 2009 S725a Souza, Ana Laura Pereira de Impacto do climatério na qualidade de vida em mulheres atendidas na Santa Casa de Misericórdia do Pará, Brasil. Ana Laura Pereira de Souza; Diany Conceição Araújo Ponte Sousa; Thiago de Araújo Brito __ Belém , 2009. 73 f. Orientadora: Profª. Ms. Cibele Nazaré da Silva Câmara. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) Universidade da Amazônia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, 2009. 1. Climatério. 2. Histerectomia. 3. Terapia de reposição hormonal. 4. Qualidade de vida. I. Sousa, Diany Conceição Araújo Ponte. II. Brito, Thiago de Araújo. III. Câmara, Cibele Nazaré da Silva. IV. Título. CDD 612.665 Ana Laura Pereira de Souza Diany Conceição Araújo Ponte Sousa Thiago de Araújo Brito IMPACTO DO CLIMATÉRIO NA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES ATENDIDAS NA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ, BRASIL Trabalho de conclusão do curso apresentado para a obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Banca Examinadora _____________________________ Profª. _____________________________ Profª. _____________________________ Profª. Apresentado em: ___ /___/___ Conceito:_____________________ BELÉM 2009 Aos nossos pais, por nos ensinar tudo que sabemos hoje, além de ser nosso maior exemplo de caráter e dedicação; aos nossos irmãos, pela amizade e carinho que nos têm dado neste ano tão difícil; aos avôs e tios, pelo amor e incentivo; aos verdadeiros amigos, por acreditarem que chegaremos a ser mais que sonhamos. E por fim, não menos importante, a nossa orientadora, Cibele Nazaré da Silva Câmara, pela atenção e paciência em todos os momentos. Ana Laura Pereira de Souza Diany Conceição Araújo Ponte Sousa Thiago de Araújo Brito AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, pelas oportunidades em minha vida e por me dar forças para superar todos os obstáculos que encontro nos caminhos que escolho. Agradeço à minha mãe Marivalda, pelo amor e dedicação e por ter me proporcionado essa oportunidade de um futuro promissor e que fez todos os esforços possíveis para dá continuidade a essa jornada, me dando todo apoio e força para pleitear essa formação. À minha irmã Ana Paula, por dormir e acordar a meu lado todos os dias, enchendo minha vida de alegrias. Aos meus irmãos Carlos Wallace e Ana Júlia, pela paciência nos momentos em que estive ausente e pelos momentos felizes juntos. Agradeço ao meu pai Jesus Militino (in memoriam), que esteve sempre presentes em meus pensamentos e sonhos incessantemente. Amo você. À minha orientadora e amiga Cibele Câmara, que deu incentivo para a realização deste trabalho e foi incansável quando precisei de ajuda. Aos professores, pelo grande conhecimento compartilhado durante esta caminhada, pois na verdade a nossa formação acadêmica é um reflexo dos nossos mestres. A todos os meus familiares e amigos, pela colaboração que tanto nos fazem crescer e deixam a vida mais bela. E a todos aqueles que, embora não mencionados aqui, contribuíram de maneira direta ou indireta para a concretização deste projeto, meus agradecimentos. Ana Laura Pereira de Souza AGRADECIMENTOS Não posso esquecer-me de agradecer as pessoas que foram, são e sempre serão peças chaves para o meu sucesso, então “Muito Obrigada”. À Deus, por me dá força e saúde para lutar pelos meus sonhos, e poder transformá-los em realidade. Aos meus pais, Arcelina e Gentil, pelo apoio, paciência e amor incondicional em todos os momentos da minha vida. Amo vocês pra toda a eternidade! À minha irmã, Darcília, pelos conselhos, carinho e atenção nos momentos de dúvida e por comemorar ao meu lado as minhas conquistas. Eu te amo muito, mana! Aos meus familiares, por acompanharem, de perto ou de longe, as minhas vitórias. Aos meus amigos que me ouviram nos momentos tristes, que entenderam a minha ausência e que vibraram ao meu lado nos momentos felizes. À uma pessoa especial que nunca me abandonou e que sempre esteve e sempre estará torcendo por mim, me aplaudindo, me dando coragem para lutar pelo que eu acredito. À minha orientadora querida, Cibele Câmara, que com muita compreensão e dedicação me ensinou todos os passos para a realização dessa pesquisa. À professora Nazete Araújo, por ter nos ajudado na escolha do tema. À todos os mestres do saber, que foram o alicerce para minha formação como profissional e como ser humano. À todos os pacientes que me ajudaram a associar a teoria com a prática da Fisioterapia. À todas as mulheres que responderam o nosso questionário, sendo essenciais para a realização desse Trabalho de Conclusão de Curso. À Santa Casa de Misericórdia do Pará, que permitiu a realização do estudo dentro da instituição e acreditou na nossa proposta de pesquisa. Diany Conceição Araújo Ponte Sousa AGRADECIMENTOS Acima de tudo, agradeço a Deus por ter me concedido saúde, paz, amor e sabedoria. Virtudes essas não somente úteis no desenvolvimento da presente pesquisa, mas como também no transcorrer de mais uma etapa de minha vida. Agradeço a meus pais, Antônio e Divanira, que investiram em meus estudos e sempre se fizeram presentes em minha vida em todos os momentos. Amo vocês. Agradeço a meus amigos, Allan, Otávio, Diego, Orlando e Sandoval, aos quais me garantiram muitas horas de descontração nos finais de semana. No final das contas, esse é o meu segredo para estar sempre motivado a viver... juntos somos invencíveis! Por fim (mas não menos importante) agradeço a todas as minhas companheiras e colegas que fiz no decorrer dessa jornada que agora chega ao fim. Nunca me esquecerei de vocês. Obrigado meninas! Thiago de Araújo Brito RESUMO O estudo objetivou avaliar o impacto dos sintomas climatéricos sobre a qualidade de vida (QV) em mulheres na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) correlacionando os domínios do Questionário Saúde da Mulher (QSM) com as variáveis Histerectomia e Terapia de Reposição Hormonal (TRH) e analisando se a QV é influenciada pela idade das mulheres. Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal, de inquérito, com base em uma amostra intencional. Foram analisadas 256 mulheres com queixa de sintomas climatérios de idade entre 40 e 65 anos. A avaliação do QSM foi realizada separadamente para cada domínio onde a soma das pontuações de cada questão era convertida em uma escala percentual, sendo que quanto maior a percentagem obtida, melhor a QV. Ficando estabelecido um nível de significância alfa = 0,05 como padrão de decisão para rejeição da hipótese de nulidade. Os resultados demonstraram que as mulheres com idade entre 40 e 49 anos apresentaram queda da QV somente em função dos sintomas ligados a menstruação. Na análise dos domínios Memória/Concentração, Problemas do sono, Sintomas Menstruais e Ansiedade/temores constatou-se uma menor interferência desses sintomas na QV das participantes quando associadas a Histerectomia e TRH. Não foi observada modificação significativa em função das intervenções as quais as mulheres foram submetidas nos domínios Atratividade, Sintomas Somáticos, Depressão, Comportamento Sexual e Sintomas Vasomotores. Todavia, todas as participantes apresentaram alteração significativa na QV, haja vista que todas obtiveram uma pontuação média de 50%. Palavras-chave: Climatério. Qualidade de Vida. Histerectomia. Terapia de Reposição Hormonal. ABSTRAT The study aimed at to evaluate the impact of the climacterics symptoms about the quality of life (QL) in women in the Fundação Santa Casa de Misericórdia of Pará (FSCMP) correlating the domains of the Women's Health Questionnaire (WHQ) with the variables Hysterectomy and Hormone Replacement Therapy (HRT) and analyzing if the QL is influenced by the women's age. It is a observational study, of traverse cut, of inquiry, based in an intentional sample. Were analyzed 256 women with complaint of climacterics symptoms of age between 40 and 65 years. The evaluation of WHQ was accomplished separately for each domain that the sum of the punctuations of each subject was turned into a percentile scale, and as larger the obtained percentage, better QL. Getting established a level of significance alpha = 0.05 as standard decision to reject the null hypothesis. The results demonstrated that the women with age between 40 and 49 years presented fall of QL only in function of the tied symptoms the period. In the analysis of the domains Memory / Concentration, sleep problems, Menstrual Symptoms and anxiety / fears was verified a smaller interference of those symptoms in the participants' QL when associated the Hysterectomy and HRT. Significant modification was not observed in function of the interventions which the women were submitted in the domains Attractiveness, Somatic Symptoms, Depression, Sexual Behavior and Vasomotor Symptoms. However, all the participants presented significant alteration in QL, considering that all participants obtained a medium punctuation of 50%. Keywords: Climacteric. Quality of Life. Hysterectomy. Hormone Replacement Therapy. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Detalhe (média e desvio padrão) conforme a idade. ................................................. 43 Figura 2: Níveis de Memória/Concentração, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). ........................................... 44 Figura 3: Níveis de Problemas do Sono, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). ........................................... 45 Figura 4: Níveis de Sintomas menstruais, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). ........................................... 46 Figura 5: Níveis de Ansiedade/Temores, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). ........................................... 46 Figura 6: Níveis de Atratividade, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). ........................................... 47 Figura 7: Níveis de Sintomas Somáticos, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). ........................................... 48 Figura 8: Níveis de Depressão, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). .................................................................. 48 Figura 9: Níveis de Comportamento Sexual, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). ........................................... 49 Figura 10: Níveis de Sintomas Vasomotores, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). ........................................... 49 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Analisando Mulheres histerectomizadas .................................................................. 41 Tabela 2: Analisando Mulheres Não-histerectomizadas .......................................................... 42 Tabela 3: Correlação com a idade. ........................................................................................... 43 Tabela 4: Componentes da QV em (n=256) mulheres avaliadas. ............................................ 44 LISTA DE SIGLAS ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa cHcR – Histerectomia e com uso de Reposição Hormonal cHsR – Histerectomia e sem Reposição Hormonal sHcR – sem Histerectomia e com Reposição Hormonal sHsR – sem Histerectomia e sem Reposição Hormonal FSCMP– Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará FSH – Hormônio Folículo-estimulante QSM – Questionário Saúde da Mulher QV – Qualidade de Vida OMS – Organização Mundial da Saúde TCLE – Termo de Consentimento Livre Esclarecido TRH – Terapia de Reposição Hormonal UNAMA – Universidade da Amazônia SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 25 2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 27 2.1 OBJETIVO GERAL: ................................................................................................. 27 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ................................................................................... 27 3. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 28 3.1 CLIMATÉRIO E ALTERAÇÕES HORMONAIS ................................................... 28 3.2 RELAÇÕES ENTRE O CLIMATÉRIO E O PSIQUISMO FEMININO ................. 29 3.3 QUALIDADE DE VIDA NO CLIMATÉRIO .......................................................... 31 3.4 CLIMATÉRIO E TRATAMENTO ........................................................................... 33 3.5 HISTERECTOMIA ................................................................................................... 34 4. METODOLOGIA ...................................................................................................... 36 4.1 TIPO DE ESTUDO ................................................................................................... 36 4.2 LOCAL DA PESQUISA ........................................................................................... 36 4.3 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................ 36 4.4 INFORMANTES ....................................................................................................... 37 4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ................................................................................... 37 4.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO .................................................................................. 37 4.7 COLETA DE DADOS............................................................................................... 38 4.8 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................... 39 5. RESULTADOS ......................................................................................................... 41 5.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS .................................................. 41 5.2 IDADE E NÍVEIS DE QUALIDADE DE VIDA ..................................................... 42 5.3 DOMÍNIOS DO QSM E NÍVEIS DE QV ................................................................ 43 6. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 51 7. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 57 APÊNDICE I ............................................................................................................................ 63 APÊNDICE II ........................................................................................................................... 67 ANEXO I .................................................................................................................................. 69 ANEXO II ................................................................................................................................ 71 25 1. INTRODUÇÃO “A maturidade é essa coisa dupla: um jogo de espelhos revelador. Cada idade tem seu brilho e é preciso que cada um descubra o fulgor do próprio corpo”. Nesse trecho o poeta Afonso Romano de Sant’Ana tem o intuito de mostrar para a mulher madura que ela possui diversas possibilidades de seguir sua vida, tentando sempre escolher um caminho para se sentir melhor. (BARACHO, 2007, p.478) Segundo De Lorenzi et al (2006) o climatério é a etapa natural e inevitável na vida da mulher que atualmente tem sido reconhecido como mais do que simplesmente o encerramento da vida reprodutiva feminina. No entanto, ainda que referências a seu respeito encontrem-se descritas em textos produzidos por Aristóteles (384-322 a.C.), até recentemente, a condição de mulher “menopausada” era raramente expressa em público, sendo considerada inclusive motivo de constrangimento. Em parte, a pouca atenção prestada ao climatério até o início do século passado deveu-se à menor expectativa de vida feminina até então, que não permitia à maioria das mulheres viverem o suficiente para atingir o climatério. No entanto, o aumento progressivo da expectativa de vida feminina a partir da segunda metade do século XX, em virtude dos progressivos avanços tecnológicos no campo da saúde, mudou essa situação, desencadeando um interesse crescente pelas questões relacionadas ao envelhecimento feminino. Nesse ínterim, o climatério é caracterizado por alterações clínicas, metabólicas e regressivas, decorrentes da falência ovariana em associação a um período de transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva coincidindo com o declínio gradual da função ovariana resultando na menopausa, sendo esta, um evento propriamente dito e não um período isolado, no qual há a cessação permanente da menstruação (CAMPOS et al, 2005; GALVÃO et al, 2007). Berni, Luz e Kohlrausch (2007) relatam que de acordo com o Ministério da Saúde, o limite etário para o Climatério - período entre 40 a 65 anos de idade – é dividido em: prémenopausa com início, em geral, após os 40 anos, com diminuição da fertilidade em mulheres com ciclos menstruais regulares ou com padrão menstrual similar ao ocorrido durante a vida reprodutiva; perimenopausa – com início dois anos antes da última menstruação e vai até um 26 ano após (com ciclos menstruais irregulares e alterações endócrinas); e por fim, pósmenopausa – um ano após o último período menstrual. Inerente aos avanços na área da saúde e ao aumento da expectativa de vida feminina, recentemente, mais do que apenas correr atrás de uma vida longa, é cada vez maior o número de mulheres que se preocupam em adotar um hábito de vida saudável, livre de incapacidades, doenças e sintomas desagradáveis que por ventura acabem por comprometer o lazer, o trabalho e o relacionamento interpessoal. As características de uma vida saudável são a essência do que significa qualidade de vida (QV) relacionada à saúde (SILVA; COSTA, 2008). Após a Segunda Guerra Mundial o termo QV deixou de ser uma aquisição de bens materiais, como casa, carros e viagens, e passou a ter uma conotação mais ampla, como educação, prosperidade econômica, saúde e bem-estar do indivíduo. Com base nesse conceito, a QV é tida como uma noção eminentemente humana e subjetiva, que permite ao indivíduo ter uma percepção sobre si mesmo, multidimensional e bidirecional, ou seja, composto por dimensões positivas (p. ex.: mobilidade) e negativas (p. ex.: dor) (BARACHO, 2007). Nesse sentido, o climatério, atrelado as suas características clínicas, em geral está de fato intimamente associado a alterações na QV feminina no que tange aspectos como o bem estar físico, social, espiritual e emocional, trazendo desconfortos em maior ou menor grau sendo caracterizado, portanto, como um processo de profundas mudanças físicas e emocionais, influenciado por fatores inerentes ao psiquismo, à cultura, ao ambiente, à história de vida pessoal, dentre outros. (GALVÃO et al, 2007) Ao longo das últimas décadas, está ocorrendo aumento gradual da expectativa de vida da população em geral. Uma vez que tal expectativa nas mulheres geralmente ultrapassa a dos homens, justifica-se o crescimento expressivo de mulheres vivenciando a fase do climatério, o que torna este assunto cada vez mais significativo em termos da saúde pública, por abranger grande contingente de mulheres. Por conseguinte, o presente trabalho justifica-se no sentido em obter dados referentes à QV de mulheres climatéricas a fim de se estabelecer como mais uma fonte literária de estudo servindo como base para a formação e estruturação de posteriores trabalhos científicos a partir dos quais possamos analisar a QV da mulher de uma forma holística, não se detendo única e exclusivamente ao caráter fisiopatológico do 27 climatério, mas sim, enfatizando e explorando a importância da conscientização e do acompanhamento psicológicos. 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL: Avaliar o impacto dos sintomas climatéricos sobre a QV em mulheres atendidas na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP). 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: • Correlacionar os domínios do QSM com a Histerectomia e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). • Verificar a QV das mulheres que se encontram no climatério correlacionando individualmente cada domínio do questionário com a idade das mulheres (de 40 a 65). 28 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 CLIMATÉRIO E ALTERAÇÕES HORMONAIS No período do climatério, ocorrem gradualmente mudanças na produção hormonal e no metabolismo da mulher, podemos citar como exemplo, as modificações nos níveis dos hormônios, na forma como são produzidos e nas suas ações. Sendo que os hormônios mais atingidos são aqueles que são produzidos nos ovários, que consiste nos estrogênio, progesterona e androgênios. Durante o climatério, acontece um erro na resposta dos folículos ovarianos ao Hormônio Folículo-estimulante (FSH), com essa incapacidade dos folículos responderem ao FSH, ocorre uma paralisação no desenvolvimento folicular e na produção cíclica de estrogênio, todavia os ovários continuam produzindo indefinidamente pequenas quantidades de androgênios após a menopausa. (BARACHO, 2007) Nessa fase evidencia-se um declínio acentuado dos níveis de estrogênio, no qual, estudos afirmam que o estradiol – um tipo de estrogênio – apresenta um nível aproximado de 10 e 20 pg/ml (picogramas por mililitro) nas mulheres na pós-menopausa. E esse hipoestrogenismo produz uma série de sintomas no organismo da mulher, pois os receptores de estrogênio estão presentes em grande quantidade em todo o corpo, com isso a ausência desse hormônio irá exercer uma influência em todos os sistemas. (RODRIGUES, 1995 apud WYGODA, 1999) Baracho (2007) estima que 75% das mulheres irão apresentar sintomas variados no climatério, esses sintomas freqüentemente são ocasionados pela menopausa, porém também podem estar associados ao processo natural do envelhecimento. Os efeitos na deficiência do hormônio podem durar muito ou pouco tempo, variando de indivíduo para indivíduo. Essa deficiência do estrogênio origina irregularidade menstrual, aparecimento ou agravamento do quadro de tensão pré-menstrual e cólica menstrual, palpitações, tonteiras, cansaço, memória fraca, cefaléia, dores articulares, ansiedade, irritabilidade, insônia, depressão, dispaurenia, prurido vulvar, pele ressecada, maior deposição de gordura no 29 abdômen, síndrome uretral – urgência miccional, cistite –, secura vaginal e os “fogachos” ou onda de calor, definido como uma alteração neurovegetativa no tronco superior, pescoço e face que aumenta a temperatura da pele em uns 5º C e dura de dois a cinco minutos. (BARACHO, 2007) Essa fase na vida da mulher pode ocasionar diversas patologias como a osteoporose, doença cardiovascular e incontinência urinária de esforço, no qual essa última causa perdas de urina a pequenos e moderados esforços, podendo causar até o afastamento da mulher do convívio social. (BARACHO, 2007) Com relação às alterações de ordem cardíaca, Favarato e Aldrighi (2001) apontam para a sua relevância tendo em vista a aplicação de estudos epidemiológicos comprovando a suscetibilidade das mulheres em relação à incidência de doenças isquêmicas do coração à medida que avançam na idade, situação na qual, mediante a presença constatada de cardiopatia associada, há em conseqüência, um comprometimento geral no indivíduo, afetando-o nos segmentos afetivo-emocional, intelectual e social; gerando medo, ansiedade, insegurança e sinalizando-o para sua vulnerabilidade e finitude. Segundo uma pesquisa realizada por Ramalho, et al (2001 apud MARTINASSO, 2006), acredita-se que em torno de 25% das mulheres em menopausa residentes nos Estados Unidos possam vir a sofrer algum tipo de fratura óssea através do desenvolvimento da osteoporose. Fentiman, et al (2005 apud MARTINASSO, 2006), relatam que as mulheres que apresentam maior risco de sintomas climatéricos podem ter um menor risco de câncer de mama, devido nessa fase haver uma exposição reduzida ao estrogênio. 3.2 RELAÇÕES ENTRE O CLIMATÉRIO E O PSIQUISMO FEMININO Em associação ao período climatérico, inúmeros estudos apontam relações entre o referido tema em meio às inúmeras experiências, vivências e marcos no ciclo de vida feminino sobre os quais, em geral, (o climatério) atua de maneira negativa. Nesse contexto, em pesquisa realizada na Unidade de Saúde da Família no município de Juiz de Fora – MG, buscou-se estabelecer uma relação entre o período do climatério e a 30 compreensão atribuída pela mulher às experiências vivenciadas quanto à sexualidade nesse período. Partindo do pressuposto de tratar-se de um momento de ajustes hormonais e emocionais marcado, entre outras coisas, por uma perda da atividade folicular, o referido estudo aponta para as dificuldades das mulheres voluntárias quanto à vivência da sexualidade. Essas dificuldades são mostradas na forma de expressarem sua corporeidade, relacionamentos afetivos e alterações fisiológicas decorrentes do hipoestrogenismo. Na prática, as mudanças sexuais apontadas foram o ressecamento vaginal e a diminuição ou ausência de desejo sexual, onde a primeira causa desconforto no momento da relação; já a segunda coloca a mulher em uma situação também desconfortável em relação ao parceiro na medida em que não demonstra sentir-se a vontade durante a relação sexual. (OLIVEIRA et al, 2008) É fato que algumas mulheres podem inclusive evoluir para um quadro mais avançado de fobia ou aversão sexual. Entretanto, há de se pensar que alguns fatores podem ser condicionantes desse comportamento de aversão principalmente aqueles que se concentram no imaginário e psiquismo feminino. Em associação, em meio às demais queixas mencionadas pelas voluntárias postulam-se que a atrofia vulvovaginal – dado hipoestrogenismo característico do período climatérico – ocasiona perda da rugosidade da mucosa vulvovaginal, com acentuada redução da lubrificação vaginal e importantes modificações da flora nativa podendo, em conseqüência, levar ao aparecimento de prurido vulvar e dispareunia. Contudo, até o momento, não existe um consenso acerca das alterações hormonais da menopausa sobre o comportamento e libido, sendo que alguns pesquisadores acreditam que essas alterações são intrínsecas, enquanto outros defendem que são devidas a influências sociais e culturais. (OLIVEIRA et al, 2008) Outro ponto a ser ressaltado concerne à prevalência de transtornos mentais comuns em meio ao período do climatério. Nesse contexto, Galvão et al (2007) relata que a sintomatologia mais comum é representada pela irritabilidade, ansiedade, depressão e disfunções sexuais. Tais sintomas estão mais exacerbados em mulheres que perderam seu papel social e não redefiniram seus objetivos existenciais. Sabe-se que a mulher no período climatérico tem a tendência de adquirir instabilidade na vida emocional, apresentando freqüentemente irritabilidade e labilidade do humor. Somado a isso, os sintomas depressivos são mais evidenciados sobre indivíduos acima dos 50 anos, em ambos os sexos. Contudo, no caso específico da mulher, existe ainda o agravante vinculado à intensa flutuação dos níveis de estrogênio na perimenopausa com redução significativa após a 31 menopausa, com potencial de repercutir negativamente sobre o humor. De igual modo, é importante ressaltar que esta fase da vida em geral se associa a uma série de eventos capazes de precipitar quadros depressivos, tais como perda de entes queridos, separação, mudança de papel social e surgimento de doenças crônico-degenerativas. Nesse sentido é fundada a idéia de que o climatério teria uma evolução diferenciada para cada mulher conforme suas características psicológicas e seu contexto sócio-cultural. Desse modo se caracteriza por um período de vulnerabilidade que pode exacerbar condições psíquicas patológicas préexistentes, ou, por outro lado, ser encarado como período de desenvolvimento e amadurecimento pessoal, abrindo perspectivas em relação ao futuro. (GALVÃO et al, 2007) Segundo Nievas et al (2006) alterações de cunho depressivo em meio ao período de climatério, outras correntes de pesquisadores enfatizam sua importância e associação. No que tange as alterações de cunho depressivo associadas ao climatério, Nievas et al (2006) em pesquisa no Ambulatório Multidisciplinar do Climatério (ACLI) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC/FMRP), objetivou-se identificar a presença de sintomas depressivos em mulheres no climatério por meio de análise de fatores biopsicossociais relacionados. Frente tal pesquisa, o climatério foi apontado como um momento considerável de estresse e, portanto, de risco para o desenvolvimento de depressão em virtude das mudanças hormonais com repercussões físicas, psicológicas e sociais. Ao lado das alterações biológicas, outros fatores devem ser considerados na hora de se estabelecer uma relação entre o climatério e a depressão como, por exemplo, o status ocupacional, estado civil, ocorrência de eventos importantes na vida daquela mulher, ou mesmo, episódios anteriores de depressão. 3.3 QUALIDADE DE VIDA NO CLIMATÉRIO Nos países em desenvolvimento, observa-se um envelhecimento populacional acelerado, com um incremento da população idosa maior do que nos países desenvolvidos. (PEREIRA et al, 2006) O processo de envelhecimento ocorre de forma gradual nos países desenvolvidos (melhorias na cobertura do sistema de saúde, nas condições de habitação, saneamento básico, 32 trabalho e alimentação), porém no Brasil ocorre rapidamente e num contexto de desigualdades sociais, economia frágil, crescentes níveis de pobreza, com precário acesso aos serviços de saúde e reduzidos recursos financeiros, sem as modificações estruturais que respondam às demandas do novo grupo etário emergente. (PEREIRA et al, 2006) A tendência ao envelhecimento populacional está acarretando mudanças profundas em todos os setores da sociedade, e segundo pesquisas a saúde é o âmbito que sofre maior impacto, que acaba interferindo no bem-estar e nos fatores associados à QV dos idosos. (PEREIRA et al, 2006) Nesse sentido, Seidl e Zannon (2004) descrevem que o termo QV surgiu na literatura médica na década de 30 pela primeira vez e sua definição mais clássica é dada em 1974 que descreve: “QV é a extensão em que prazer e satisfação têm sido alcançados”, porém essa afirmação vem sendo modificada a partir dos anos 80, fazendo com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) adotasse a seguinte definição de QV: “a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (THE WHOQOL GROUP, 1995 apud SEIDL e ZANNON, 2004) Para Inouve, Pedrazanni e Pavarini (2008) o conceito de QV não está limitado às condições de saúde, controle de sintomas e intervenções médicas. São consideradas condições mais amplas como sentido de segurança, dignidade pessoal, oportunidades de atingir objetivos, satisfação com a vida, alegria e sentido positivo de si. As características presente neste termo são multidimensionais (mistura do contexto social, mental, material, físico, cultural e econômico), dinâmicas (uma variável inconstante no tempo e espaço) e subjetivas (cada indivíduo concede uma importância particular). As mulheres, no período do climatério, há a passagem do período reprodutivo para o não reprodutivo, havendo diminuição ou ausência dos hormônios esteróides sexuais, principalmente o estradiol e a progesterona, pode se associar à ocorrência de sintomas precoces, intermediários e tardios, sendo este conjunto de sinais e sintomas comumente referido como "síndrome climatérica". A sintomatologia mais comum é representada pela ocorrência de sintomas vasomotores, modificações do humor, distúrbios do sono e sintomas decorrentes da hipotrofia genital, além de repercussões observadas em longo prazo, tais como a osteoporose e aumento da morbidade cardiovascular. Estas reações provocam alterações que 33 interferem nas relações sociais e abalam as estruturas emocionais, podendo interferir na QV. (GALVÃO et al, 2007) Segundo Silva Filho (2008), a relação entre os sintomas climatéricos e a qualidade de vida relacionada à saúde ainda é um assunto controverso e complexo, todavia essa correlação tem sido tema freqüente em pesquisas, porque seus resultados podem ajudar a definir condutas terapêuticas, assim como a avaliar a relação custo/benefício do cuidado prestado. De Lorenzi et al (2009) explica que os mais relevantes fatores associados à QV da mulher no climatério são as suas condições físicas e emocionais prévias, bem como a sua inserção social, experiências frente a eventos vitais, a influência das atitudes e percepções da mulher em relação à menopausa na QV no climatério. Além disso, mulheres com uma percepção mais negativa da menopausa não somente tendem a apresentar uma pior QV, como sintomas climatéricos mais severos. Com isso, a assistência ao climatério tem passado por uma intensa mudança de paradigmas em busca de uma assistência mais integral. Conseqüentemente, o conhecimento das condições de saúde dessa parcela da população, suas demandas por serviços médicos e necessidades sociais tornou-se mais prioritário para a formulação de políticas de saúde voltadas a um envelhecimento feminino mais sadio, menos dispendioso e com mais QV. (DE LORENZI et al, 2009) Desde 1970, diversos instrumentos para avaliação da qualidade de vida relacionada ao climatério têm sido construídos e são agrupados em três categorias complementares: a) avaliação de medidas genéricas, relativas a diversos domínios de saúde geral, na qual se enquadra o Medical Outcome Study 36-item Short Form Health Survey (MOS SF-36 Health Survey); b) aferição de medidas específicas populacionais do climatério pelo Women's Health Questionnaire (WHQ), que posteriormente foi validado no Brasil, como Questionário Saúde da Mulher (QSM); c) especificação dos sintomas de deficiência estrogênica e do bem-estar psicológico, empregando-se o índice de Blatt-Kupperman (ou índice de Kupperman). (SILVA FILHO, 2008) 3.4 CLIMATÉRIO E TRATAMENTO 34 Os sintomas do climatério podem ser tratados clinicamente com a TRH, que deve ser avaliado os seus benefícios e os seus malefícios junto ao médico. Essa terapia se revela benéfica no controle da sintomatologia (sintomas vasomotores e atrofia urogenital), na melhora da QV e na diminuição do risco de coronariopatia e osteoporose (ZAHAR et al, 2005). Enquanto que os malefícios decorrentes de um hiperestrogenismo podem causar: mastalgia, edema e desconforto nos membros inferiores, afetando igualmente a QV da mulher climatérica. (WYGODA et al, 1999) A fisioterapia também atua no tratamento do climatério, tendo como objetivo a melhora da QV da mulher, a prevenção e o tratamento da incontinência urinária, da osteoporose e das doenças cardiovasculares, e a minimização dos sintomas vasomotores e dos transtornos psíquicos. (BARACHO, 2007) Os fisioterapeutas também devem aconselhar as mulheres a praticarem atividade física para que possa haver um retardo ou uma atenuação dos sintomas comuns dessa fase. O programa de atividade física deve conter exercícios de alongamento e correção postural, exercícios de condicionamento cardiovascular, reforço dos músculos do assoalho pélvico e relaxamento. (BARACHO, 2007) A prática de atividade física e a alimentação balanceada ajudam na redução de um dos sintomas mais enfrentados pelas mulheres, em especial as mulheres pós-climatérica: a obesidade, além de melhorar significativamente outros problemas também relacionados a idade como é o caso das doenças crônicas que dentre elas temos a hipertensão arterial, hipercolesterolemia, artrite e diabetes. (MARTINASSO; LOPES, 2006) De acordo com estudo realizado por Lorenzi et al (2005 apud MARTINASSO, 2006), a mulher climatérica que não pratica atividade física regularmente demonstra de forma mais intensa as sintomatologias relatadas, como irritabilidade, antralgia/mialgia, melancolia/tristeza, zumbidos, insônia, fogachos entre outros. (MARTINASSO; LOPES, 2006) 3.5 HISTERECTOMIA 35 Inserindo-se na história, a Histerectomia remonta ao século XVI cuja primeira cirurgia desse caráter é creditada a Berengarius, em 1507, na cidade de Bolonha. Atualmente, esta operação é a mais praticada nos Estados Unidos, com cerca de 800.000 cirurgias/ano tendo como principais indicações patologias como: doenças benignas da tuba uterina e ovários; Neoplasias benignas e malignas e doença trofoblástica gestacional. (MURTA et al, 2000) A Histerectomia é um tipo de operação que consiste na excisão do útero, realizada através da parede abdominal ou pela vagina. Atualmente a Histerectomia constitui uma das cirurgias femininas mais frequentes no mundo ocidental, o que mostra a importância do estudo de suas sequelas psicológicas. (LOUREIRO, 1997) Nesse contexto, considerando-se o útero como um órgão biologicamente associado à reprodução e socialmente vinculado à feminilidade e sexualidade, sua extirpação, portanto, além de constituir-se em ato agressivo e mutilante, interfere tanto na expressão da sexualidade feminina quanto na imagem corporal e na vida social. Historicamente esse órgão vem sendo associado a algo sagrado do corpo feminino, embora as mulheres, muitas vezes, só se dêem conta de sua existência, quando precisam engravidar ou retirá-lo. (NUNES et al, 2009) Em outras palavras, a histerectomia consiste em um procedimento definitivo de perda irreversível do útero, que pode ser para restabelecer a saúde ou mesmo salvar a vida da mulher. Mas que, ao mesmo tempo, determina uma série de implicações com alterações, desde as condições físicas até fortes perturbações emocionais, com modificações em sua vida. (SALIMENA; SOUZA, 2008) As causas mais freqüentes para essa intervenção na pré-menopausa são os miomas uterinos, as irregularidades menstruais rebeldes ao tratamento clínico e a endometriose. Na pós-menopausa essas indicações diminuem de frequência, enquanto aumentam as indicações cirúrgicas por prolapso uterino e pelas patologias ginecológicas malignas. As principais complicações da histerectomia são: hemorragia intra e pós-operatória, infecção e deiscência da parede abdominal, infecção urinária e pneumonia pós-cirúrgica, lesões dos órgãos adjacentes como ureter, bexiga e intestino e a doença tromboembólica. Além dessas, devem ser citadas algumas complicações tardias da histerectomia, tais como os distúrbios sexuais, as disfunções do trato urinário inferior e a constipação intestinal, essa última devido a aderências pélvicas pós-histerectomia. (HOBEIKA et al, 2002) 36 4. METODOLOGIA 4.1 TIPO DE ESTUDO Por intermédio de um estudo observacional, de corte transversal, de inquérito, com base em uma amostra intencional, foram analisadas mulheres com queixa de sintomas relacionados ao climatério e pós-menopausa. 4.2 LOCAL DA PESQUISA O presente estudo foi realizado no ambulatório de Climatério da FSCMP, na Rua Oliveira Belo n° 395, no período matutino (segunda-feira e terça-feira, às 07:00 horas) e vespertino (segunda-feira, terça-feira, quinta-feira e sexta-feira, às 13:00 horas), no período de 4 de maio de 2009 a 4 de agosto de 2009. 4.3 ASPECTOS ÉTICOS De acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (2000), o projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da FSCMP, com protocolo de número 028/09 (Anexo I). Foi aplicado aos participantes da pesquisa o Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE (Apêndice I), para que assim todas as informações pertinentes à clientela em questão fossem preservadas no processo de análise. Além disso, a pesquisa esteve previamente estabelecida pelos pesquisadores com o aval do professor-orientador (Apêndice II), sendo assim, a mesma pôde ser desenvolvida sem a necessidade da presença do profissional. 37 4.4 INFORMANTES Foram informantes da pesquisa mulheres atendidas no ambulatório de Climatério da FSCMP, com queixa de sintomas relacionados ao climatério. Participaram da pesquisa todas aquelas que se enquadraram nos critérios de inclusão do estudo e aceitaram a participação no mesmo, assinando um Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE. Foram recrutadas para pesquisa as mulheres que estavam aguardando a chamada para realização de atendimento médico específico pertinente aos sintomas do climatério no ambulatório de Climatério da FSCMP no já referido turno/período pré-estipulado para a pesquisa. Momento no qual, um dos três pesquisadores as abordaria individualmente esclarecendo o tema e os objetivos do projeto mediante apresentação do TCLE a partir do qual, mediante sua aceitação e consentimento, foi aplicado o Questionário Saúde da Mulher (QSM), abordando inicialmente os aspectos socioeconômicos, sociodemográfico e ginecológico das participantes. (Anexo II) Ocasionalmente, entretanto, a recusa por quaisquer motivos apresentados pelas entrevistadas era tida como fator suficiente para a inviabilização da entrevista. Situações nas quais o pesquisador se detinha na busca por uma nova paciente que estava disposta a realizar a entrevista. 4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Participaram da pesquisa mulheres com idade de 40 a 65 anos, nos períodos de pré-, perie pós- menopausa, e que estivessem de acordo em participar da pesquisa. 4.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 38 Mulheres que não se encontravam no período do climatério e aquelas que não se encontravam na faixa etária pré-estabelecida para a pesquisa. 4.7 COLETA DE DADOS A pesquisa foi realizada no período de 4 de maio de 2009 a 4 de agosto de 2009, com 256 pacientes do sexo feminino que se encontravam na fase do climatério, sendo que em cada um dos três meses referentes à coleta, cada um dos pesquisadores se deteve a entrevistar um mínimo de 84 mulheres. A amostra foi calculada através da distribuição normal, tomando como base os dados obtidos na Gerência do Complexo Ambulatorial de Estatísticas 2009 da FSCMP, onde se evidenciou um universo de 706 mulheres atendidas no I trimestre de 2009, admitindo um intervalo de confiança de 95%. Cada participante recebeu informações a respeito dos objetivos da pesquisa, procedimentos realizados, materiais e equipamentos utilizados. Após a assinatura do TCLE, na coleta de dados fora utilizado o QSM, constituído de duas partes. Na primeira, houve a investigação das características socioeconômicas, sociodemográficas e ginecológicas das mulheres pesquisadas, incluindo a idade, o estado civil, a escolaridade, a ocupação, a história reprodutiva (número de filhos) e a classe social Brasil determinada com base nos critérios da Classificação Econômica Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, obtida por meio da renda média familiar por classes Vale ressaltar que, no decorrer da pesquisa, houve necessidade de questionarem as mulheres a cerca do uso ou não de TRH, se foi ou não submetida à Histerectomia e o seu telefone - caso houvesse necessidade de acrescentar algum dado a pesquisa. A partir disso, em algumas análises estatísticas, as mulheres foram divididas com base nessas duas variáveis (Histerectomia e TRH) originando quatro subgrupos de análise: mulheres com Histerectomia e com uso de Reposição Hormonal (cHcR); mulheres com Histerectomia e sem Reposição Hormonal (cHsR); mulheres sem Histerectomia e com Reposição Hormonal (sHcR) e mulheres sem Histerectomia e sem Reposição Hormonal (sHsR). 39 A segunda parte do QSM consta de 37 questões, nas quais 36 possuem quatro alternativas de resposta, e uma questão consiste na pergunta se existe algum sintoma que a paciente tem mais dificuldade de lidar. As 36 questões estão divididas em nove domínios, dispostos aleatoriamente, que avaliam: depressão (sete questões) – 3, 5, 7, 8, 10, 12, 25; sintomas somáticos (sete questões) – 14, 15, 16, 18, 23, 30, 35; memória/concentração (três questões) – 20, 33, 36; sintomas vasomotores (duas questões) – 19, 27; ansiedade/ temores (quatro questões) – 2, 4, 6, 9; comportamento sexual (três questões) – 24, 31, 34; problemas de sono (três questões) – 1, 11, 29; sintomas menstruais (quatro questões) – 17, 22, 26, 28; e atratividade (três questões) – 13, 21, 32. As possibilidades de resposta são: “Sim, sempre”, valendo 1 ponto; “Sim, algumas vezes”, valendo 2 pontos; “Não, não muito”, valendo 3 pontos; e “Não, nunca”, valendo 4 pontos, sendo que as alternativas das questões 7, 10, 21, 25, 31 e 32 aparecem em ordem inversa à ordem das outras questões, ou seja, tiveram suas pontuações transformadas, isto é, de 1 para 4; de 2 para 3; de 3 para 2 e de 4 para 1. (DIAS et al, 2002) A interpretação dos resultados foi feita da seguinte forma: realizou-se a soma das pontuações de cada questão, valor este que foi então convertido em uma escala percentual. De modo que quanto maior a pontuação/percentual obtida, menor será a gravidade dos sintomas e melhor a QV, e, quanto menor a porcentagem, maior será a gravidade dos sintomas e pior a QV. 4.8 ANÁLISE DOS DADOS Os dados dos questionários foram processados em banco de dados, por meio do programa Microsoft® Office Excel®, versão 2007, da Microsoft Corporation. A avaliação do QSM foi realizada separadamente para cada tipo de sintomas. Em razão das características de seleção (amostra de conveniência), a análise estatística consiste em descrever os resultados, e estimar inferências comparativas entre as mulheres conforme as categorias de realização de histerectomia e TRH. 40 Foram aplicados métodos estatísticos descritivos e inferenciais. Na estatística descritiva foram elaboradas distribuições de frequência e foram determinadas as medidas de tendência central e variação. Quanto à análise inferencial para avaliar as diferenças de QV foi aplicada a ANOVA com teste post-hoc de Tukey. Para comparar a diferença entre as proporções foi aplicado o teste estatístico Binomial, considerando a seguinte condição npq ≥5. Ficou estabelecido o nível de significância alfa = 0,05 como padrão de decisão para rejeição da hipótese de nulidade. Foram indicadas com asterisco (*) as diferenças estatisticamente significativas. Todo o processamento estatístico foi realizado sob o suporte computacional do pacote bioestatístico BioEstat versão 5. 41 5. RESULTADOS 5.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS As análises estatísticas das características sociodemográficas das 256 mulheres foram divididas entre os grupos das pacientes histerectomizadas (n=78) e não histerectomizadas (Controle, n=178) e estão sendo representadas nas Tabelas 1 e 2, respectivamente. Na Tabela 1, verifica-se que entre as usuárias de TRH e não usuária de TRH prevaleceu o estado civil Casada (TRH=22; 59.5% e SEM TRH=24; 58.5%), seguido por Solteira (TRH=7; 18.9 e SEM TRH=10; 24.4), porém o estado civil Divorciada foi o menos prevalente (TRH=3; 8.1 e SEM TRH=4; 24.4). Quanto ao grau de escolaridade, ainda conforme Tabela 1, os resultados mostram que entre as usuárias de TRH e não usuária de TRH prevaleceu a escolaridade ensino médio completo ou superior incompleto (TRH=14; 37.8% e SEM TRH=11; 26.8%). O ensino médio incompleto ocorreu em menor proporção com os valores (TRH=6; 16.2% e SEM TRH=8; 19.5%). Tabela 1: Analisando Mulheres histerectomizadas Estado Civil: n, (%) Casada Divorciada Solteira Viúva Escolaridade: n, (%) Ensino básico incompleto Ensino fundamental Ensino médio completo ou superior incompleto Ensino médio incompleto Ensino Superior Completo Fonte: Protocolo de Pesquisa TRH (n=37) SEM TRH (n=41) 22 (59.5) 3 (8.1) 7 (18.9) 5 (13.5) 24 (58.5) 4 (9.8) 10 (24.4) 3 (7.3) 7 (18.9) 10 (27.0) 11 (26.8) 10 (24.4) 14 (37.8) 6 (16.2) 0 (0.0) 11 (26.8) 8 (19.5) 1 (2.4) 42 A Tabela 2 mostra que entre as usuárias de TRH e não usuária de TRH prevaleceu o estado civil Casada (TRH=13; 41.9% e SEM TRH=88; 59.9%), seguido por Solteira (TRH=10; 32.3% e SEM TRH=37; 25.2%). Na análise do grau de escolaridade, conforme Tabela 2, observa-se que entre as usuárias de TRH e não usuária de TRH prevaleceu a escolaridade ensino fundamental (TRH=13; 41.9% e SEM TRH=52; 35.4%). O ensino superior completo ocorreu em menor proporção com os valores (TRH=1; 3.2% e SEM TRH=5; 3.4%). Tabela 2: Analisando Mulheres Não-histerectomizadas Estado Civil: n (%) Casada Divorciada Solteira Viúva Escolaridade: n (%) Ensino básico incompleto Ensino fundamental Ensino médio completo ou superior incompleto Ensino médio incompleto Ensino Superior Completo TRH (n=31) SEM TRH (n=147) 13 (41.9) 5 (16.1) 10 (32.3) 3 (9.7) 88 (59.9) 9 (6.1) 37 (25.2) 13 (8.8) 5 (16.1) 13 (41.9) 36 (24.5) 52 (35.4) 9 (29.0) 3 (9.7) 1 (3.2) 45 (30.6) 9 (6.1) 5 (3.4) Fonte: Protocolo de Pesquisa 5.2 IDADE E NÍVEIS DE QUALIDADE DE VIDA Considerando-se o grupo (n=256), a correlação linear de Pearson foi aplicada para avaliar a correspondência entre a QV e idade cronológica. Somente o fator Sintomas Menstruais (questões 17, 22, 26 e 28 do QSM) mostrou variação com o aumento da idade, ou seja, as mulheres com idade entre 40 e 49 anos apresentam queda da QV em função de sintomas ligados a menstruação, podendo ser observados na Tabela 3 e Figura 1 (A: p-valor < 0.01, ANOVA com post-hoc de Tukey). 43 Tabela 3: Correlação com a idade. Depressão Somáticos Memória Vasomotores Ansiedade r (Correlação) R2 = p-valor Poder do teste 0.003 0.000 0.9627 0.0445 0.0837 0.007 0.1849 0.376 0.0687 0.0047 0.2765 0.2894 0.115 0.0132 0.0685 0.5733 Sexual Sono Menstruais Atratividade 0.0817 -0.0136 0.111 0.1757 0.0067 0.0002 0.0123 0.0309 0.1957 0.829 0.0787 0.0054* 0.3638 0.0065 0.5479 0.8786 -0.0161 0.0003 0.7988 0.0007 Sintomas Mentruais (%) Fonte: Protocolo de Pesquisa 70 60 50 A A 40 30 20 10 0 40 a 49 50 a 59 60 ou mais Figura 1: Detalhe (média e desvio padrão) conforme a idade. Fonte: Protocolo de Pesquisa 5.3 DOMÍNIOS DO QSM E NÍVEIS DE QV A comparação dos escores total do QSM está demonstrada na Tabela 4. Considerando-se o grupo (n=256), foi encontrado, em ordem de menor para maior escore médio, o fator Atratividade (Média = 15.9%), Memória/Concentração (Média = 20,3%), Sintomas Somáticos (Média = 22,0%), Problemas com o Sono (Média = 22,4%), Depressão (Média = 23.4%), Sexualidade (Média = 38,3%), Sintomas Menstruais (Média = 41,7%), Sintomas vasomotores (Média = 44,6%) e Ansiedade/Temores (Média = 52,9%). De modo que, o mais alto nível de QV teria nota mais próxima de 100%. 44 Tabela 4: Componentes da QV em (n=256) mulheres avaliadas. Depressão Somáticos Memória Vasomotores Ansiedade Mínimo Máximo Amplitude Total Mediana Primeiro Quartil Terceiro Quartil Desvio Interquartílico Média Aritmética Variância Desvio Padrão Sexual Sono Menstruais Atratividade 0.0 52.0 52.0 24.0 16.0 28.0 0.0 68.0 72.0 20.0 12.0 32.0 0.0 55.6 55.6 22.2 0.0 33.3 0.0 100.0 100.0 50.0 0.0 66.7 0.0 0.0 0.0 100.0 100.0 55.6 100.0 100.0 55.6 58.3 44.4 22.2 33.3 22.2 2.8 75.0 66.7 33.3 0.0 66.7 66.7 41.7 27.1 50.0 0.0 55.6 55.6 11.1 0.0 33.3 12.0 20.0 33.3 66.7 41.7 30.5 22.9 33.3 23.4 83.1 9.1 22.0 226.8 15.1 20.3 355.3 18.8 44.6 1345.9 36.7 52.9 38.3 22.4 759.6 644.2 327.1 27.6 25.4 18.1 41.7 326.1 18.1 15.9 323.2 18.0 44.5 Fonte: Protocolo de Pesquisa Na avaliação individual dos domínios, com relação às intervenções que as mulheres climatéricas foram submetidas (Histerectomia e TRH), podemos inferir que a Memória/Concentração (Figura 2) nas mulheres Histerectomizadas e que realizam TRH, é significativamente menor o comprometimento, em relação a mulheres em duas outras situações: (A) Histerectomizadas que não realizam TRH e (B) Não Histerectomizadas que Memória/Concentração (%) realizam TRH (A, B: p-valor < 0.01ANOVA com post-hoc de Tukey). 50 40 A B 30 A B 20 10 0 cHcR cHsR sHcR sHsR Figura 2: Níveis de Memória/Concentração, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Fonte: Protocolo de Pesquisa 45 Quanto ao domínio Problemas do Sono (Figura 3), podemos tirar por conclusão de que as mulheres Histerectomizadas e que realizam TRH possuem um comprometimento significativamente menor em relação a mulheres não Histerectomizadas que não realizam Problemas do Sono (%) TRH (A, B: p-valor <0.01*, ANOVA com post-hoc de Tukey). 50 40 AB 30 A B sHcR sHsR 20 10 0 cHcR cHsR Figura 3: Níveis de Problemas do Sono, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Fonte: Protocolo de Pesquisa Os níveis de QV referentes aos Sintomas Menstruais, avaliados pelo método da análise de variância (ANOVA), apontou para diferenças significantes entre os grupos, onde o grupo constituído por mulheres Histerectomizadas e com TRH (AB) obteve um melhor nível de QV em relação a: (A) mulheres não histerectomizadas e com TRH e (B) mulheres não histerectomizadas e sem TRH (Figura 4). Sintomas Mentrauais (%) 46 70 60 50 AB 40 A B sHcR sHsR 30 20 10 0 cHcR cHsR Figura 4: Níveis de Sintomas menstruais, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Fonte: Protocolo de Pesquisa A Figura 5 verifica o nível de Ansiedade/Temores e podemos deduzir que nas mulheres Histerectomizadas e que realizam TRH, é significativamente menor, em relação a todas as outras possibilidades de tratamento, resumidas em outra três situações: (A) Histerectomizadas que não realizam TRH, (B) Não Histerectomizadas que realizam TRH, (C) Não Histerectomizadas que não realizam TRH (A, B, C: p-valor < 0.01, ANOVA com post-hoc de Ansiedade/Temores (%) Tukey). 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 AB C A cHcR cHsR B C sHcR sHsR Figura 5: Níveis de Ansiedade/Temores, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Fonte: Protocolo de Pesquisa 47 Não foi observada alteração significativa em função das intervenções as quais as mulheres foram submetidas (Histerectomia e TRH) nos domínios: Atratividade (p= 0,64), Sintomas Somáticos (p= 0,32), Depressão (p= 0,62), Comportamento Sexual (p= 0,86) e Sintomas Vasomotores (p= 0,53). Nesse sentido, em relação ao domínio Atratividade, os níveis de QV mostraram-se independentes das intervenções as quais as mulheres foram submetidas não apontando, portanto, para variação alguma da Atratividade em função dos tratamentos. (Figura 6) Atratividade (%) 40 30 20 10 0 cHcR cHsR sHcR sHsR Figura 6: Níveis de Atratividade, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Fonte: Protocolo de Pesquisa Do mesmo modo, quanto ao domínio Sintomas Somáticos, os níveis encontrados mostraram-se independentes em relação à TRH e Histerectomia, não apontando para variação dos Sintomas Somáticos em função dos tratamentos. Atentando-se somente ao fato de que 95% do conjunto (n=256) apresenta níveis inferiores a 68%. Sintomas Somáticos (%) 48 50 40 30 20 10 0 cHcR cHsR sHcR sHsR Figura 7: Níveis de Sintomas Somáticos, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Fonte: Protocolo de Pesquisa Em continuação, mediante análise do domínio Depressão (Figura 8), esta, mais uma vez, não sofrera variação em função das intervenções as quais as mulheres foram submetidas. Atentando-se somente ao fato de que 95% do conjunto apresentam níveis de depressão inferiores a 50% o que indica elevados índices de depressão. Depressão (%) 50 40 30 20 10 0 cHcR cHsR sHcR sHsR Figura 8: Níveis de Depressão, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Fonte: Protocolo de Pesquisa No que tange a análise do domínio Comportamento Sexual, a Figura 9 aponta para níveis de QV desvinculados das intervenções as quais as mulheres foram submetidas, não apontando 49 novamente, para quaisquer variações do Comportamento Sexual em função dos tratamentos. Atenta-se somente ao fato de que a média entre todos os grupos, pertinente ao domínio, varia Comportamento Sexual (%) entre 35% a 39,3%. 50 25 0 cHcR cHsR sHcR sHsR Figura 9: Níveis de Comportamento Sexual, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Fonte: Protocolo de Pesquisa No que concerne a análise do domínio Sintomas Vasomotores, este como dito anteriormente, também mostrou níveis desvinculados à TRH e Histerectomia, não apontando para qualquer variação dos Sintomas Vasomotores em função das intervenções, tal como Sintomas Vasomotores (%) mostra o gráfico da Figura 10. 70 60 50 40 30 20 10 0 cHcR cHsR sHcR sHsR Figura 10: Níveis de Sintomas Vasomotores, na amostra (n=256), conforme a ocorrência de Histerectomia (HIST) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Fonte: Protocolo de pesquisa 50 Por fim, ao analisar a questão 37 do QSM (“Daquilo que foi perguntado acima, há algum(ns) sintoma(s) que você tenha mais dificuldade que os outros para lidar?”), 74 mulheres responderam que “Não” e 182 mulheres responderam “Sim” à questão 37 do QSM, onde as respostas que mais se destacaram foram: 29,12% (n= 53) relataram que os problemas de dores nas costas ou membros (questão 18) era o sintoma que mais a incomodavam, 12,08% (n= 22) falaram que era a questão 36 (“Você acha que sua memória está ruim?”) e 7,69% (n= 14) reclamaram das ondas de calor (questão 19). 51 6. DISCUSSÃO A menopausa consiste em um processo fisiológico de mudanças físicas e emocionais caracterizando um evento universal presente na evolução de todas as mulheres que atingem a meia idade representando, portanto, um momento de transição, durante o qual as alterações físicas e psicológicas são geralmente integradas às experiências pessoais de cada paciente. Em associação, o termo QV está atribuído a satisfação e ao bem-estar em relação aos objetivos e expectativas alcançados refletindo a intensidade dos sintomas e o nível de perdas físicas e emocionais. Em consequência do aumento da sobrevida, nota-se a elevação da incidência da síndrome climatérica, com repercussões negativas para a saúde e QV, fato que conduz ao direcionamento no atendimento das mulheres na pós-menopausa e à busca de tratamentos efetivos e seguros. (MARTINS et al, 2009; DE LORENZI et al, 2009) Na presente pesquisa, somente o fator Sintomas Menstruais mostrou variação com o aumento da Idade, ou seja, as mulheres com Idade entre 40 e 49 anos apresentaram queda da QV, pois é justamente nessa idade que ocorre uma oscilação do fluxo menstrual (amenorréia, polimenorréia) alterando significativamente a QV dessas mulheres. No entanto, na faixa etária de 50 a 65 anos, as mulheres já se encontram na menopausa e pós-menopausa, com isso não se evidencia piora na QV em relação aos Sintomas Menstruais. O que não foi encontrado por De Lorenzi et al (2006), onde não se verificou qualquer associação entre os níveis de QV e a variável idade. Mediante análise dos domínios, a presente pesquisa pode constatar que o fator Atratividade foi o pior indicador de QV (Média = 15.9%), enquanto que o aspecto que apresentou melhores níveis foi Ansiedade (Média = 52.9%). Todavia esse resultado não foi encontrado por De Lorenzi et al (2006) em pesquisa com 323 mulheres atendidas no Ambulatório de Climatério da Universidade de Caxias do Sul (UCS), pois verificaram que o domínio que apresentou os melhores níveis de QV fora Sintomas Somáticos (17,5/±5,3) e a dificuldade cognitiva (4,5/±2,2) expressou os piores níveis. Na atual pesquisa, os domínios mais comprometidos foram Atratividade, Memória/Concentração, Sintomas Somáticos, Problemas do Sono e Depressão, fato que vem ao encontro do estudo de Silva Filho et al (2005) onde concluíram que os domínios mais 52 afetados foram os Sintomas Somáticos, Depressão, Ansiedade/Temores, Problemas do Sono e Sintomas Vasomotores. No presente trabalho, o impacto na Memória/Concentração é significativamente menor (Média = 33,3) nas mulheres Histerectomizadas e que realizam TRH em relação às Histerectomizadas que não realizam TRH e Não Histerectomizadas que realizam TRH. O que corrobora com os estudos de Polisseni et al (2009), pois foi descrito que o domínio apresentou níveis mais baixos de QV mesmo fazendo uso de TRH. Entretanto, Martins et al (2009) observou no seu grupo mulheres que a TRH apresentou impacto positivo neste domínio. Apesar das queixas de memória entre mulheres deste presente estudo, não foi encontrado pontuações médias díspares entre mulheres climatéricas e outras amostras da população brasileira nos testes neurocognitivos aplicados nos estudos de Fernandes et al (2009). Em relação a Problemas do Sono, Silva & Costa (2008), em pesquisa, obtiveram significativo acometimento. De modo semelhante, para Souza et al (2005), a avaliação subjetiva de Problemas do Sono fora considerada ruim por 29% das mulheres de sua amostra, independente da administração da TRH, não corroborando, portanto, com a presente pesquisa onde os níveis de Problemas do Sono apresentaram significativa variação em função das intervenções as quais as mulheres foram submetidas, ou seja, mulheres Histerectomizadas e que realizam TRH apresentaram níveis significativamente menor de Problemas do Sono em relação a mulheres não Histerectomizadas que não realizam TRH. Corroborando assim, com Martins et al (2009) o qual constatou que entre as usuárias de TRH, foi encontrado um efeito positivo quando confrontadas ao grupo controle. No que tange o domínio Sintomas Menstruais, na presente pesquisa, o grupo constituído por mulheres Histerectomizadas e com TRH em relação aos demais grupos obtiveram melhores níveis de QV. O que distingue dos achados de Martins (2009) e Silva & Costa (2008) cujos valores obtidos para essa variável não obtiveram modificação significativa. Segundo Pereira (2009), a ansiedade manifesta-se por sintomas de inquietação, insegurança, tensão muscular, taquicardia, sudorese, fadiga e preocupação excessiva com pequenos problemas, desta forma, considera-se que a ansiedade corrobora para alteração na QV. 53 Com base na análise dos dados dessa pesquisa, os níveis de Ansiedade/Temores apresentaram significativa variação em função das intervenções as quais as mulheres foram submetidas, com isso podemos inferir que os sintomas de Ansiedade/Temores nas mulheres Histerectomizadas e que realizam TRH, é significativamente menor. Em contra partida, em um estudo realizado por Pereira et al (2009) a ansiedade foi muito prevalente, atingindo quase metade da população estudada (49,8%) sendo que a maioria (90,0%) nunca tinha feito uso de qualquer tipo de TRH. Estudos referentes ao uso da TRH e seu impacto sobre a ansiedade são escassos. Em um estudo realizado, os pesquisadores não identificaram diferenças significativas entre usuárias e não usuárias de TRH em relação à QV, incluindo os aspectos emocionais. Entretanto, outro estudo que avaliou o efeito da TRH sobre a ansiedade, constatou uma redução significativa da ansiedade. (PEREIRA et al, 2009) No que concerne a análise da Atratividade, na presente pesquisa os níveis de QV mostraram-se independentes das intervenções as quais as mulheres foram submetidas, ou seja, não aponta para qualquer variação do domínio Atratividade em função dos tratamentos. Não corroborando com os achados de Martins et al (2009) onde observou-se que a TRH apresentou impacto positivo sobre alguns domínios do QSM (incluindo atratividade), mas o mesmo efeito não foi observado quando comparado às não usuárias de TRH. Na presente pesquisa, os níveis de Sintomas Somáticos mostraram-se independentes das intervenções as quais as mulheres foram submetidas e 95% do conjunto (n=256) apresenta níveis elevados de sintomas somáticos. Corroborando com os trabalhos de Mameri Filho et al (2005) e Polisseni et al (2009), onde não houve melhora significante na QV com a utilização da TRH. Estudos revelam que mulheres climatéricas com atividade física regular tendem a manifestar menos Sintomas Somáticos e uma melhora do humor, afinal exercício físico atuaria estimulando a secreção de â-endorfinas hipotalâmicas, substâncias que promovem a sensação de bem estar (DE LORENZI et al, 2009; FREITAS et al, 2004). Com isto podemos inferir que a prática de atividade física poderia ter minimizado as queixas de dores nas costas ou nos braços e pernas das mulheres deste presente estudo. Em relação aos níveis de Depressão, o presente estudo observou que 95% do conjunto apresentam níveis de depressão elevados. Nievas et al (2006) entrevistou mulheres 54 climatéricas para analisar o nível de depressão e, observou-se um percentual 56,6% dos sujeitos deste estudo com sintomas indicativos de Depressão. No que tange a sexualidade, a pesquisa em questão evidencio-se uma pontuação de 35% a 39,3%, sendo que frente aos tratamentos aos quais foram submetidas (TRH e Histerectomia), ambos não apontam para alguma variação significativa do Comportamento Sexual, ou seja, a satisfação sexual dessa mulheres foi baixa, independente do uso ou não de hormônios, e de terem ou não se submetido a histerectomia. Sendo que em uma pesquisa realizada por Estrela e Martins (2006) com mulheres submetidas a histerectomia e a TRH, 52% das mulheres não notaram alterações do desejo sexual, além de que uma minoria dessas referiram o aparecimento de disfunções sexuais resultantes da histerectomia. Em um estudo realizado por De Lorenzi e Saciloto (2006), a maioria das entrevistadas (60,6%) referiu uma diminuição da freqüência das relações sexuais após a menopausa, sendo que algumas das causas relatadas para a ocorrência dessa diminuição são: a dispaurenia, a falta de desejo sexual, as doenças ou problemas clínicos da própria mulher, a impotência sexual do parceiro, as dificuldades no relacionamento com o parceiro e a ausência de um companheiro fixo. Ainda segundo esse autor, a diminuição da libido e da freqüência das relações sexuais no climatério pós-menopáusico estariam associadas principalmente à maior prevalência de dispaurenia (decorrente de atrofia urogenital) e a diminuição do desejo sexual e fogachos nesse período. A influência da TRH na sexualidade da mulher climatérica tem se mostrado bastante controversa. Corroborando com os dados apresentados nessa pesquisa, De Lorenzi e Saciloto (2006), relata que a TRH não se associou à atividade sexual, o que reforça a teoria de que a sexualidade no climatério não é influenciada somente por fatores hormonais, mas também por fatores psicossociais. Os sintomas vasomotores consistem em: ondas de calor, sudorese, palpitação e tontura. (PEDRO et al, 2003) O hipoestrogenismo da menopausa, isolado, não explica os Sintomas Vasomotores comuns nessa fase da vida. Admite-se, atualmente, que o hipoestrogenismo promove um desequilíbrio do sistema termorregulador hipotalâmico. A temperatura corporal normal varia 55 entre uma resposta de aquecimento, desencadeada pela perda de calor (que se manifesta por calafrios), e uma resposta de resfriamento, desencadeada pelo aquecimento corpóreo fisiológico (pelo exercício físico) ou patológico (por febre). Entre esses limites extremos, o sistema termorregulador promove ajustes finos de temperatura numa zona neutra que é afetada por variações do fluxo sanguíneo. Na menopausa, o hipoestrogenismo promove o estreitamento da zona neutra da termorregulação, por redução do limite de tolerância de calor, de tal forma que o hipotálamo desencadeia reações de vasodilatação e de sudorese, cujas expressões são o fogacho e os suores noturnos, respectivamente. (FREEDMAN, 2005; DEECHER, 2007 apud SILVA FILHO; COSTA, 2008) Ao se verificar os Sintomas Vasomotores na pesquisa em questão, a pontuação variou de 0% a 100%, significando que esses sintomas não sofrem qualquer influência dos tratamentos (Histerectomia e TRH). Todavia, segundo Beral (2002) apud Aranha et al (2004) a TRH exerce benefícios evidentes sobre as repercussões clínicas precoces da menopausa (como a instabilidade vasomotora e a hipotrofia da mucosa vaginal). Corroborando com a presente pesquisa, um estudo realizado por De Lorenzi (2006) evidenciou que os Sintomas Vasomotores interferem negativamente na QV no climatério, acometendo 18% a 74% das mulheres nessa fase, visto que 7,69% das mulheres desta presente pesquisa queixaram-se das ondas de calor. Além de que, não se constatou associação entre o uso de TRH e os escores de QV nestas casuísticas. Em relação a TRH, De Lorenzi (2006) relata que a literatura tem se mostrado bastante controversa. Na Itália, foi avaliado o efeito da administração diária de 1mg de 17 betaestradiol e 0,5mg de acetato de noretisterona na QV de mulheres pós-menopáusicas em comparação a um grupo controle sem TRH. Os resultados revelaram um alívio dos sintomas vasomotores, das queixas somáticas, da instabilidade de humor e das dificuldades com o sono entre as usuárias de TRH. Enquanto no Brasil, um estudo transversal avaliou 207 mulheres pós-menopáusicas, usuárias ou não de TRH, não tendo identificado diferenças significativas nos escores de QV entre estas. Possivelmente, os Sintomas Vasomotores e da atrofia urogenital são os únicos realmente influenciados pelo estado menopausal, sendo que as demais queixas climatéricas parecem ser influenciadas principalmente por fatores psicossociais, estilo de vida e pelas atitudes da mulher em relação à menopausa. 56 7. CONCLUSÃO Mediante aplicação e análise do QSM evidenciou-se um efeito deletério sobre a QV nas 256 mulheres atendidas na FSCMP associado ao impacto causado pelos sintomas climatéricos sobre as mesmas. A afirmativa é válida tendo em vista que, mediante análise individual dos domínios do QSM, todos os grupos de mulheres estudadas apresentaram níveis de QV menor que 50% - com exceção para o domínio Ansiedade/Temores tido como detentor dos melhores níveis de QV. Também fora constatado que as variáveis Histerectomia e TRH não interferiram nos níveis de QV obtidos pelas mulheres na análise da maioria dos domínios devida sua baixa significância estatística. Por fim, no que tange a análise com base na idade cronológica das participantes, somente o fator Sintomas Menstruais mostrou variação com o aumento da Idade, no caso, em relação a mulheres entre 40 – 49 anos demonstrando queda na QV em função desses sintomas. 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANHA, Renata Nunes; FAERSTEIN,Eduardo; AZEVEDO, Gulnar Mendonça; WERNECK , Guilherme; LOPES, Claudia S. Análise de correspondência para avaliação do perfil de mulheres na pós-menopausa e o uso da terapia de reposição hormonal. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.20, n.1, p.100-108, jan-fev. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n1/24.pdf>. Acesso em: 18 de Setembro de 2009. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de classificação econômica Brasil. 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Acesso em: 27 de Maio de 2005. 63 APÊNDICE I 64 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES CLIMATÉRICAS ATENDIDAS NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ. Você está sendo convidada a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, ___________________________, residente e domiciliada na ______________________, portadora da Cédula de identidade, RG ____________, e inscrita no CPF_________________ nascida em _____ / _____ /_______, abaixo assinada, concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntária do estudo “IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES CLIMATÉRICAS ATENDIDAS NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ”. Estou ciente que: 1. O estudo consiste em um trabalho de conclusão de curso, que apresenta como objetivo avaliar a qualidade de vida de mulheres no climatério atendidas na Santa Casa de Misericórdia na cidade de Belém, Pará, empregando o Questionário Saúde da Mulher, tendo em vista que tal período da vida feminina é marcado por instabilidade hormonal e emocional em detrimento da transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva, coincidindo com o declínio gradual da função ovariana e a ocorrência da menopausa, fatores estes, intimamente vinculados a alterações na qualidade de vida da paciente. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho justifica-se no sentido em obter dados referentes à qualidade de vida de mulheres climatéricas a fim de se estabelecer como mais uma fonte literária de estudo servindo como base para a formação e estruturação de posteriores trabalhos acadêmico-científicos. O estudo é descritivo, de corte transversal, com uso de uma amostra intencional, onde serão analisadas mulheres com relatos de sintomas presentes no climatério, com idade de 40 a 65 anos, nos períodos de pré-, peri- e pós- menopausa e que estejam de acordo em participar da pesquisa. Serão excluídas da pesquisa mulheres que não se enquadram nos critérios de inclusão. Após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, na coleta de dados 65 serão utilizados dois instrumentos. No primeiro, haverá investigação das características socioeconômicas, sociodemográficas e ginecológicas das mulheres pesquisadas, incluindo a idade, o estado civil, a escolaridade, a ocupação, a história reprodutiva e a classe social Brasil determinada com base nos critérios da Classificação Econômica Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, obtida por meio da renda média familiar por classes. O próximo instrumento que será utilizado na pesquisa é o Questionário da Saúde da Mulher (QSM) que consta de 37 questões, possuindo quatro alternativas de resposta. Suas questões estão divididas em sete grupos, dispostos aleatoriamente, que avaliam: depressão (sete questões), sintomas somáticos (sete questões), memória/concentração (três questões), sintomas vasomotores (duas questões), ansiedade/ temores (quatro questões), comportamento sexual (três questões), problemas de sono (três questões), sintomas menstruais (quatro questões) e atratividade (três questões). Os dados serão tratados estatisticamente através do software Microsoft® Office Excel®, versão 2007, da Microsoft Corporation. 2. Os dados serão coletados na Santa Casa de Misericórdia através de questionário; 3. Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de avaliação; 4. A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínicoterapêuticos efetuados com o estudo; 5. Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; 6. A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não virá interferir no atendimento ou tratamento médico; 7. A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não causará nenhum risco; 8. Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; 9. Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo; 10. Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; 11. Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. 66 ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. ( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, ____ de _______________ de 2009 Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. ( ) Participante da Pesquisa ................................................................................................... Assinatura do Participante da Pesquisa Testemunha 1 : _______________________________________________ Nome / RG / Telefone Testemunha 2 : ________________________________________________ Nome / RG / Telefone Responsável pelo Projeto: PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 67 APÊNDICE II 68 CARTA DE ACEITAÇÃO DO ORIENTADOR DECLARAÇÃO Eu, Cibele Nazaré da Silva Câmara, aceito orientar o trabalho que tem como Titulo “Impacto na qualidade de vida em mulheres climatéricas atendidas na Santa Casa de Misericórdia do Pará”, de autoria das alunas Ana Laura Pereira de Souza, Diany Conceição Araújo Ponte Sousa e Thiago de Araújo Brito, declarando ter total conhecimento sobre as normas de publicação de trabalhos científicos vigentes do curso de fisioterapia da Universidade da Amazônia – UNAMA para 2008/09, estando inclusive ciente da necessidade de participação na banca examinadora por ocasião da defesa do trabalho. Belém, 11 de Fevereiro de 2009. _____________________________ Cibele Nazaré da Silva Câmara Orientadora 69 ANEXO I 70 71 ANEXO II 72 Nome: ___________________________________________________________________ Idade: _______ Estado Civil: Casada ( ) Viúva ( ) Solteira ( ) Divorciada ( ) Escolaridade: Ensino básico incompleto ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio completo ou superior incompleto ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino superior completo ( ) Ocupação: _______________________________________________________________ História reprodutiva: _______ Posse de itens: Televisão em cores Rádio Banheiro Automóvel Empregada mensalista Aspirador de pó Máquina de lavar Vídeo cassete e/ou DVD Geladeira Freezer (aparelho interdependente ou parte da geladeira duplex) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Quantidade de itens 1 2 3 4 ou + 2 3 4 5 1 2 3 4 2 3 4 4 2 4 5 5 2 4 4 4 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 Grau de instrução do chefe da família: Analfabeto / Primário incompleto 0 ( ) Primário completo / Ginasial incompleto 1 ( ) Ginasial completo / Colegial incompleto 2 ( ) Colegial completo / Superior incompleto 3 ( ) Superior completo 5 ( ) Renda familiar por classes: Classe A1 A2 B1 B2 C D E Pontos 30 a 34 25 a 29 21 a 24 17 a 20 11 a 16 6 a 10 0a5 Renda média familiar (R$) 7.793 4.648 2.804 1.669 927 424 207 73 Questionário da Saúde da Mulher(QSM) - Myra Hunter Sim sempre 1. Você acorda no meio da noite e então dorme mal o resto dela? 2. Você tem muito medo ou sensação de pânico sem nenhuma razão aparente? 3. Você se sente triste e infeliz? 4. Você se sente ansiosa quando sai de casa sozinha? 5. Você perdeu o interesse pelas coisas? 6. Você tem palpitações ou sensação de “aperto” no estômago ou no peito? 7. Você ainda gosta das coisas de que costumava gostar? 8. Você sente que a vida não vale a pena? 9. Você se sente tensa ou muito nervosa? 10. Você tem bom apetite? 11. Você está impaciente e não consegue ficar calma? 12. Você está mais irritada que o normal? 13. Você está preocupada com o envelhecimento? 14. Você tem dores de cabeça? 15. Você se sente mais cansada que o normal? 16. Você tem tonturas? 17. Você tem a sensação de que seus seios estão doloridos ou desconfortáveis? 18. Você sofre de dor nas costas ou nos membros (braços/pernas)? 19. Você tem fogachos (ondas de calor)? 20. Você está mais chata/implicante que o normal? 21. Você se sente cheia de vida (com energia) e empolgada? 22. Você tem cólicas ou desconfortos abdominais? 23. Você se sente nauseada ou com mal-estar constante? 24. Você perdeu o interesse pelas atividades sexuais? 25. Você tem sensação de bem-estar? 26. Você tem hemorragias (útero)? 27. Você tem suores noturnos? 28. Você tem sensação de empachamento (estômago)? 29. Você tem sonolência? 30. Você freqüentemente sente formigamento nas mãos e nos pés? 31. Você se sente satisfeita com sua vida sexual? (omita se não for sexualmente ativa) 32. Você se sente fisicamente atraente? 33. Você tem dificuldades para se concentrar? 34. Você acha que suas relações sexuais tornaram-se desconfortáveis em razão de secura vaginal? 35. Você precisa urinar/beber água mais que antigamente? 36. Você acha que sua memória está ruim? 37. Daquilo que foi perguntado acima, há algum(ns) sintoma(s) que você tenha mais dificuldade que os outros para lidar? Sim, algumas vezes Não, Não muito SIM ( ) NÃO ( ) Se sim, qual(is)? Não, nunca