Organização fundamental
de um texto/
narração/figura e tema
Um texto organiza-se em torno de
suposições de sentido: liberdade x
submissão; vida x morte;
natureza x civilização
organização
O
objetivo final da análise de um
texto não é, apenas, encontrar a
oposição que constitui sua organização
fundamental. No entanto, é
importante compreendê-la, já que ela
dá unidade aos elementos de
superfície
NARRAÇÃO
 Costuma-se
classificar os textos em
gêneros que se estruturam com base
em diferentes modos de organização
do discurso: narração, descrição,
exposição, argumentação, injunção e
diálogo.

Mas convém esclarecer que esses modos de
organização do discurso podem se combinar para
compor o texto, cada um desempenhando uma
determinada função: a narração pode ser o eixo
condutor do texto, entremeada por descrições de
personagens ou cenários; a discussão de um problema
pode ser entremeada por pequenas narrativas que
ilustrem os argumentos contra ou a favor de um
determinado ponto de vista e assim por diante. Há uma
dominância de um tipo sobre os demais, definindo-se,
portanto, o texto em função da categoria dominante.
Figuras - são os elementos concretos presentes no
texto, são palavras ou expressões que
correspondem a algo existente no mundo
natural. O mundo natural não quer dizer apenas
o mundo realmente existente, mas também os
mundos fictícios criados pela imaginação
humana.

Temas - são os elementos abstratos, são as
palavras ou expressões que não correspondem a
algo existente no mundo natural, mas a
elementos que organizam, categorizam, ordenam
a realidade percebida pelos sentidos.

Há dois níveis de concretização dos esquemas
narrativos: o temático e o figurativo. O
figurativo é mais concreto do que o temático,
cria um efeito de realidade, pois constrói uma
cena real, com gente, bichos, cores, etc. Por isso
representa o mundo no texto.
FIGURA TEMA

Um asno, vítima da fome e da sede, depois de
longa caminhada, encontrou um campo de
viçoso feno ao lado do qual corria um regato de
límpidas águas. Consumido pela fome e pela
sede, começou a hesitar, não sabendo se antes
comia do feno e depois bebia da água ou se
antes saciava a sede e depois aplacava a fome.
Assim, perdido na indecisão, morreu de fome e
de sede.(Fábula de Buridan, Filósofo da Idade
Média)
TEMA
 Um
indivíduo, colocado diante de
dois objetos igualmente desejados,
pode ficar de tal forma indeciso
que acaba por perder a ambos.
NARRAÇÃO
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FIGURATIVO
MUDANÇAS DE SITUAÇÃO E
TRANSFORMAÇÃO DE ESTADO
Personagem; enredo;tempo;espaço;foco
narrativo( 1ªpessoa/3ªpessoa);ambiente.
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RELAÇÃO DE ANTERIORIDADE E
POSTERIORIDADE
TEMPOS VERBAIS NO SUBSISTEMA DO
PASSADO
EXEMPLO
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
Tragédia brasileira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa — prostituída com sífilis,
dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em
petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no
Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto
ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo
um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar urna surra, um tiro, urna
facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.

Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado,
Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete,
Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom
Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí,
Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no
Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio,
Boca do Mato, Inválidos...


Por fim na Rua da Constituição, onde Misael,
privado de sentidos e inteligência , matou-a com
seis tiros, e a polícia foi encontra-la caída em
decúbito dorsal, vestida de organdi azul.
Manuel Bandeira
EXEMPLO
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O quê? Romance conturbado, que resulta em
crime passional.
Quem? Misael e Maria Elvira.
Como? O envolvimento inconseqüente de um
homem de 63 anos com uma prostituta.
Onde? Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários
outros lugares.
Quando? Duração do relacionamento: três anos.
Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira.

Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita: —
Ele que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua
Jorge Matheus de Lima (n. em União de Palmares,
Alagoas a 23 Abr 1893, m. no Rio de Janeiro a 15 Nov
1953)
RELATÓRIO
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NARRAÇÃO/
DESCRIÇÃO/DISSERTAÇÃO
DESCRIÇÃO
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
Descrever é explicar com palavras o que se viu e
se observou. A descrição é estática, sem
movimento, desprovida de ação. Na descrição o
ser, o objeto ou ambiente são importantes,
ocupando lugar de destaque na frase o
substantivo e o adjetivo.
FIGURATIVO
AÇÕES CONCOMITANTES
SISTEMA DO PRESENTE

Elementos básicos de uma descrição:
- identificar os elementos;
- situar o elemento (lugar que ele ocupa no tempo e no espaço);
- qualificar o elemento dando-lhe características e apresentando um
julgamento sobre ele.
A descrição pode ser apresentada sob duas formas:
- descrição objetiva: quando o objeto, ser, ambiente são apresentados como
realmente são;
- descrição subjetiva: quando o objeto, ser, ambiente são transfigurados pela
emoção de quem escreve.

Prima Julieta, jovem viúva, aparecia de vez em quando
na casa de meus pais ou na de minhas tias. O marido,
que lhe deixara uma fortuna substancial, pertencia ao
ramo rico da família Monteiro de Barros. Nós éramos
do ramo pobre. Prima Julieta possuía uma casa no Rio e
outra em Juiz de Fora. Morava em companhia de uma
filha adotiva. E já fora três vezes à Europa.
Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a
feminilidade em pessoa. Quando a conheci, sendo ainda
garoto e já sensibilíssimo ao charme feminino, teria ela
uns trinta ou trinta e dois anos de idade.


Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virgílio de outra
mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabeça para trás,
remando os belos braços brancos. A cabeleira loura incluía reflexos metálicos.
Ancas poderosas. Os olhos de um verde azulado borboleteavam. A voz rouca
e ácida, em dois planos; voz de pessoa da alta sociedade. Uma vez descobri
admirado sua nuca, que naquele tempo chamavam de cangote, nome
expressivo: pressupõe jugo e domínio. No caso somos nós, homens, a sofrer a
canga. Descobri por intuição a beleza do cangote e do pescoço feminino, não
querendo com isto dizer que subestimava outras regiões do universo.
MENDES, Murilo. A idade do serrote. Rio de Janeiro,
Sabiá, 1968. p. 88-9.
Por Marina Cabral
EXEMPLO
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INTRODUÇÃO : indicação do assunto,
objetivos,pessoas envolvidas
DESENVOLVIMENTO: relato minucioso do
fato ( narração), data e local, processo e método
CONCLUSÃO:
EXEMPLO
Relatório apresentado à professora Maricinéia Meireles
sobre o seminário de educação realizado no dia ------,
das ------ às--------.O objetivo deste consiste em
demonstrar o conhecimento adquirido, bem como
apresentar, de forma concreta, material para compor
horas de atividade complementar.
O seminário começou às---- com a apresentação do
palestrante-------- feita pela coordenadora do curso........
Após as apresentações deu-se início a palestra sobre-----...
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REQUERIMENTO
______________________________________________________, portador da Carteira de
Identidade nº. ____________________, CPF nº _______________________, residente e
domiciliado à ______________________________________________________________
_________________________________________________________________________,
nascido em ___/___/_____, estudante do curso de _____________________________ na
_________________________________________________________________________,
habilitado ao ENADE 2008 como _______________________________, nos termos do
Artigo 3º da Portaria Normativa nº. 3/2008, REQUER dispensa da obrigatoriedade do
ENADE 2008, amparado no disposto no § 5º do Artigo 5º da Lei nº. 10.861/2004, pautado
na impossibilidade de comparecimento ao Exame realizado no dia 09 de novembro de
2008, em face de ___________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
PETIÇÃO CRIMINAL HABEAS
CORPUS
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SANTA CATARINA.
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PROCESSO Nº 135.06.000414-6
ACUSADO: XXXX
ADVOGADO, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB/SC sob o nº 0000, com
endereço profissional na Avenida Prefeito José Juvenal Mafra, nº 370, Centro, na
Cidade de Navegantes/SC, CEP: 88.375-000, telefones (47) 3342-3452, 8415-4150,
onde recebe avisos e intimações, vem “mui” respeitosamente perante V. Exa., com
fundamento nos artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso
LXVIII da Constituição da República, impetrar a presente ordem de
HABEAS CORPUS, em favor de
XXXXX, brasileiro, amasiado, autônomo, residente e domiciliado na Rua XXXX, na
Cidade de Navegantes/SC, CEP: 00.000-000, tendo em vista as seguintes razões de
fato e de direito a seguir expostos.
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DOS FATOS
O Paciente encontra-se preso desde o dia 04 de fevereiro de 2006, em razão de
“flagrante”, por infringência ao disposto no art. 12 da Lei 6368/76.
Referida prisão em flagrante aconteceu em razão de que supostamente naquela data,
por volta das 21:30 hs, o mesmo adquiriu 01 (uma) buchinha de substância
entorpecente, vulgarmente conhecida como “Maconha”, pesando aproximadamente 03
(três) gramas e 05 (cinco) buchinhas de substância entorpecente, vulgarmente
conhecida como “Crack”, pesando aproximadamente 02 (dois) gramas, de um terceiro
a ser identificado na instrução processual, transportando-as no seu veículo Parati.
Ao ser surpreendido por policiais que, após dar uma busca no interior do veículo,
localizaram as substâncias entorpecentes e deram voz de prisão ao Acusado, o
encaminhando para a Delegacia de Polícia de Navegantes/SC, sendo posteriormente
conduzido à Penitenciária da Cidade de Itajaí/SC.
DOS BONS ANTECEDENTES DO PACIENTE e DO DIREITO À
LIBERDADE PROVISÓRIA
Cumpre ressaltar Exa., antes de qualquer coisa, e acima de tudo, que o Acusado
XXXXX é pessoa íntegra, de bons antecedentes e que jamais respondeu a qualquer
processo crime.
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
O Paciente é primário, possui bons antecedentes, tem família constituída,
residência fixa. Inexistem, pois, motivos para que sua prisão preventiva seja
mantida. Tal fato por si só, autoriza a concessão de sua liberdade provisória,
sendo aliás, data vênia, um direito seu.
O Paciente sempre teve domicílio e residência fixa na Cidade de
Navegantes/SC, desde que nasceu reside no mesmo local com sua família,
logo veio a conviver em união estável, continuando a morar no mesmo local
até a data de hoje.
Ocorre Eméritos Julgadores que, o Acusado é usuário de substância
entorpecente há pouco mais de um ano, sendo até mesmo que sua família
vem auxiliando e ajudando em sua recuperação, o internando em clínicas para
viciados, com a intenção que o mesmo supere esse vício, sendo que o mesmo
não deveria ter sido autuado como traficante, mas sim não passa de um mero
usuário que tenta largar a dependência
(...)

CONCLUSÕES
Por todas estas razões o Paciente confia em que este Tribunal,
fiel à sua gloriosa tradição, conhecendo o pedido, haverá de
conceder a presente ordem de HABEAS CORPUS, para
conceder ao mesmo o benefício de aguardar em liberdade o
desenrolar de seu processo, mediante termo de comparecimento
a todos os atos, sendo expedido Alvará de Soltura, o que se fará
singela homenagem ao DIREITO e à JUSTIÇA!
Termos em que,
Espera deferimento.
Navegantes (SC), 23 de março de 2006.

CYNARA BEATRIZ DE OLIVEIRA MESQUITA
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Organização fundamental de um texto/ narração/figura e