FACULDADE VALE DO CRICARÉ
DIREITO
DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA I
AULA Nº 05 – 12-06-2015
PROFª ANDRÉA MANOEL
Níveis de leitura
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NÍVEIS DE LEITURA
• Nível superficial (estrutura discursiva)
• Nível intermediário (estrutura narrativa)
• Nível profundo (estrutura profunda)
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TEXTO COMENTADO
Recado ao senhor 903
Vizinho —
Quem fala aqui é o homem do 1003.
Recebi outro dia, consternado, a visita do
zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu
apartamento. Recebi depois a sua própria
visita pessoal — devia ser meia-noite — e a
sua veemente reclamação verbal. Devo dizer
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que estou desolado com tudo isso, e lhe
dou inteira razão. O regulamento do prédio
é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda
teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem
trabalha o dia inteiro tem direito ao
repouso noturno e é impossível repousar no
903 quando há vozes, passos e músicas no
1003. Ou melhor: é impossível ao 903
dormir quando o 1003 se agita; pois como
não sei o seu nome nem o senhor sabe o
meu, ficamos reduzidos a ser dois números,
dois números empilhados entre dezenas
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de outros. Eu, 1003, me limito, a Leste pelo
1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo
Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao
alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 — que é
o senhor. Todos esses números são
comportados e silenciosos; apenas eu e o
Oceano Atlântico fazemos algum ruído e
funcionamos fora dos horários civis; nós
dois apenas nos agitamos e bramimos ao
sabor da maré, dos ventos e da lua.
Prometo sinceramente adotar, depois das
22 horas, de hoje em diante, um
comportamento de manso lago azul.
Prometo. Quem vier à minha casa (perdão;
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ao meu número) será convidado a se retirar
às 21:45, e explicarei: o 903 precisa
repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve
deixar o 783 para tomar o 109 que o levará
até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na
sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda
numerada; e reconheço que ela só pode ser
tolerável quando um número não incomoda
outro número, mas o respeita, ficando
dentro dos limites de seus algarismos. Pecolhe desculpas — e prometo silêncio.
...Mas que me seja permitido sonhar
com outra vida e outro mundo, em que um
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homem batesse à porta do outro e dissesse:
"Vizinho, são três horas da manhã e ouvi
música em tua casa. Aqui estou". E o outro
respondesse: "Entra, vizinho, e come de meu
pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos
todos a bailar e cantar, pois descobrimos que
a vida é curta e a lua é bela".
E o homem trouxesse sua mulher, e os
dois ficassem entre os amigos e amigas do
vizinho entoando canções para agradecer a
Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da
brisa nas árvores, e o dom da vida, e a
amizade entre os humanos, e o amor e a
paz. BRAGA, Rubem. —. In: ANDRADE, Carlos Drummond de et al Para
gostar de ler; crônicas. São Paulo, Ática, 1975. v. l, p. 74-5.
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NÍVEL DA ESTRUTURA SUPERFICIAL
1) há dois vizinhos que não se conhecem
pelo nome e por isso se chamam pelos
números dos respectivos apartamentos:
1003 e 903;
2) o 1003 responde uma carta ao 903,
reconhecendo as reclamações deste contra
o barulho que o 1003 faz em seu
apartamento no horário em que todos
deveriam estar dormindo. Sinceramente,
promete atender às reclamações do 903;
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NÍVEL DA ESTRUTURA SUPERFICIAL
3) apesar de dar razão ao seu vizinho, o
1003 se dá o direito de sonhar com um
mundo onde não existam as imposições do
mundo em que vive e seja possível uma
vida mais livre e mais humana.
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NÍVEL DA ESTRUTURA NARRATIVA
— o 1003 está em desacordo com o
regulamento do prédio e com as leis da
sociedade em que vive; está em acordo com a
espontaneidade dos próprios impulsos;
— o 903, por estar em acordo com o
regulamento e as leis, exige que o 1003
também aja da mesma forma;
— o 1003 passa, no nível do comportamento
prático, a estar em acordo com as leis da
sociedade, mas, no nível da sua visão de
mundo, continua em desacordo com essas leis
e em acordo com a liberdade e autonomia.
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NÍVEL DA ESTRUTURA PROFUNDA
Podemos organizar todo o texto em
torno de uma oposição básica: submissão x
autonomia.
Assim,
— num primeiro momento existe a
afirmação da autonomia caracterizada pelo
desacato às leis da sociedade;
— num segundo momento, a negação da
autonomia, caracterizada pela repressão do
vizinho, do zelador, das leis e da polícia;
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NÍVEL DA ESTRUTURA PROFUNDA
— num terceiro momento, a afirmação da
submissão, caracterizada pela promessa
sincera de acatar a reclamação do vizinho;
— Deve-se notar, entretanto, que, apesar de
submeter-se às determinações impostas
pela organização social, o narrador preserva
a sua visão crítica, ironizando o mundo em
que vive e imaginando uma sociedade em
que se possa viver liberto de imposições.
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ESTRUTURA NARRATIVA
Dentro da estrutura narrativa, os
enunciados podem ser agrupados em
quatro fases distintas:
Manipulação: Um personagem induz outro
a fazer alguma coisa. O que vai fazer
precisa: querer ou dever.
Competência: O sujeito do fazer adquire um
saber e um poder.
“Performance”: O sujeito do fazer executa
sua ação.
Sanção: O sujeito do fazer recebe castigo ou
recompensa.
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ESTRUTURA NARRATIVA
A filha do rei era muito bela. Certo dia,
um dragão raptou-a, levando-a para sua
caverna. Desolado, o rei, já avançado em
anos, recorre a um príncipe, generoso e
forte e lhe delega a incumbência de libertar
a filha. No dorso de impetuoso cavalo, sai o
príncipe com pressa de resgatar a princesa.
(MANIPULAÇÃO)
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No caminho, uma velha maltrapilha,
sentindo-se perdida, roga ao príncipe que a leve
de volta para casa. Movido pela bondade do
coração, ainda que angustiado pela pressa, o
príncipe desvia-se do caminho e conduz a pobre
velha ao lar. Eis que, ante os olhos surpresos do
príncipe, a velha revela-se como uma bela fada
de vestes transluzentes. Enaltecendo a
generosidade do caráter do heroico cavaleiro,
indica a caverna do dragão, presenteia-o com
reluzente espada de ouro, advertindo-o de que
somente com aquele instrumento conseguiria
cortar a cabeça do dragão. Junto com a espada,
a bondosa fada lhe dá uma ânfora de prata,
cheia de uma poção capaz de torná-lo invisível.
(COMPETÊNCIA)
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Seguindo as indicações da fada, o
príncipe atravessa a floresta povoada de
perigosas feras e, sem ser visto, penetra na
caverna do dragão, decapitando-o com um
só golpe de espada. (PERFORMANCE)
Salva a bela princesa, o generoso
cavaleiro devolve-a para o rei, que,
reconhecido, dá-lhe a mão da princesa e faz
dele seu sucessor. (SANÇÃO)
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Texto comentado
Tragédia brasileira
Misael, funcionário da Fazenda, com
63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa —
prostituída, com sífilis, dermite nos dedos,
uma aliança empenhada e os dentes em
petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida,
instalou-a num sobrado no Estácio, pagou
médico, dentista, manicura... Dava tudo
quanto ela queria.
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Quando Maria Elvira se apanhou de
boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia
dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez
nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava
namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio,
Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria,
Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua
Marquês do Sapucaí, Niterói, Encantado,
Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os
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Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato,
Inválidos...
Por fim na Rua da Constituição, onde
Misael, privado de sentidos e de
inteligência, matou-a com seis tiros, e a
polícia foi encontrá-la caída em decúbito
dorsal, vestida de organdi azul.
BANDEIRA,
Manuel. Estrela da vida inteira. 4. ed. Rio de Janeiro, J.
Olympio, 1973. p. 146-7.
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Texto comentado
Há, no texto de Manuel Bandeira, dois
programas narrativos básicos: o de Misael e
o de Maria Elvira.
Aparece,
inicialmente,
uma
performance de Misael: faz com que Maria
Elvira passe a ter conforto, boa aparência e
saúde.
As fases da manipulação e da
competência, estão pressupostas:
Competência: Misael queria dar o que
deu a Maria Elvira e podia fazê-lo (tinha
dinheiro para tanto).
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Misael queria que Maria Elvira
retribuísse com a fidelidade o que ele lhe
dera. Ele pretendia que uma troca se
realizasse. Está pressuposto que ele quer
que ela lhe seja fiel (manipulação).
Ela não aceita a manipulação e
começa a realizar outro programa narrativo:
o da infidelidade. Ela quer e pode ser infiel.
(competência)
A cada ato de infidelidade, Misael não
a sancionava negativamente, não lhe
aplicava um castigo (surra, tiro, facada), mas
afastava-a do namorado.
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Não realizava a sanção, porque o medo
do escândalo o levava a não castigar.
Realizava, então, a performance do
afastamento.
Está implícito que ele queria e podia
separar Maria Elvira e o namorado.
(competência)
Essa performance repetiu-se inúmeras
vezes. Isso está indicado pela relação de
locais em que moraram e pelas reticências
que mostram que a lista não terminou.
Um dia, a privação dos sentidos e da
inteligência suplanta o medo do escândalo,
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e Misael é levado a sancionar Maria Elvira,
matando-a.
O texto quer mostrar que o fazer de
Misael, ao matar Maria Elvira, não foi uma
performance, mas uma sanção, decorrente
do fato de Misael não conseguir manipular
Maria Elvira. É desse fato que derivam o seu
desespero e a sua frustração.
Ao dar o nome de tragédia brasileira
ao texto, o narrador quer mostrar o
conservadorismo presente nas relações
afetivas: se um homem dá a uma mulher
conforto se julga no direito de exigir
fidelidade. (estrutura profunda)
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Nos exemplos anteriores, falou-se das
relações de posse e de privação entre um
sujeito e um objeto.
Agora, é preciso descrever melhor os
objetos com os quais o sujeito entra em
relação de posse ou de privação.
Objeto, nesse caso, não deve ser
entendido como uma coisa, mas como tudo
aquilo que um sujeito pode adquirir ou
perder: riqueza, amor, alegria, etc.
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Texto comentado
Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
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Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, Fernando. Mensagem. Intr. notas explicativas e bibliog. de
Carlos Felipe Moisés. São Paulo, Difel. 1986. p. 53
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O belo poema de Fernando Pessoa
afirma, de início, que muito do sal existente
no mar é resultado das lágrimas de Portugal
(ou do povo português).
Em seguida, explica que para a
conquista do mar foi necessário muito
sofrimento do povo.
Pode-se, então, dizer que:
Um sujeito (Portugal), para entrar na
posse do mar (que representa a ampliação
do espaço do território português), teve
necessidade de passar pelo sofrimento e
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pela dor, representados pelo choro das
mães, a prece dos filhos e a privação das
noivas.
O mar, no caso, representa o objeto
(espaço ampliado) que os portugueses
realmente buscavam; a dor representa um
objeto sem o qual não se poderia possuir o
mar.
Em outras palavras, enfrentar a dor e o
sofrimento impôs-se como necessidade para
o sujeito adquirir um objeto (o poder) para
realizar a conquista de um espaço maior.
(competência)
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Se o sujeito (Portugal) dispôs-se a
enfrentar a dor para conquistar o mar, é
porque já estava previamente decidido
(querer) a realizar essa transformação. Isso
nos permite dizer que o sujeito estava também de posse do objeto querer
(manipulação).
Colocando
linearmente
essa
sequência, pode-se fazer a seguinte
representação:
1) o sujeito (Portugal) quer adquirir um
objeto (manipulação);
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2) para realizar essa performance, esse
sujeito adquire um poder (= enfrentar a dor
- competência);
3) o sujeito realizou a performance (= a
conquista do objeto): o possessivo nosso do
verso 6 não deixa dúvida de que o sujeito
adquiriu efetivamente o objeto desejado.
Na segunda estrofe, o poema coloca
como indagação se valeu a pena tanto
sacrifício, isto é, se esses objetos desejados
são realmente positivos.
A conclusão é que esse percurso todo
valeu a pena por duas razões (sanção):
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— em primeiro lugar porque o querer
do sujeito era grandioso, fruto de uma
vontade que não vê apenas interesses
restritos e imediatos;
— em segundo lugar porque a
performance (ampliação do território) não
se daria sem dor e sofrimento, o que se
depreende da leitura dos versos 3 e 4 da
segunda estrofe.
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Como conclusão, os dois versos finais
enfatizam que, se o mar é perigoso, na
mesma medida, é o espelho da grandeza e
da sublimidade, já que é nele que se reflete
o céu.
Em síntese, o poema de Fernando
Pessoa não só descreve os objetos que o
povo português adquiriu como também
valoriza positivamente a grandeza e a
sublimidade desses objetos.
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Exercícios
O acendedor de lampiões
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o
[poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.
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Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que
[habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua!
LIMA. Jorge de. Jorge de Lima: poesia. 3. ed. Rio de Janeiro. Agir. 1975. p.
25. (Nossos Clássicos, 26).
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1. No plano da estrutura narrativa, o poema
relata uma transformação de estado
operada pelo acendedor de lampiões.
Explique qual a transformação que se
realiza.
2. Ao relatar uma performance que o
acendedor é capaz de executar, o texto faz
referência a outra que ele não é capaz de
realizar. Qual é essa performance?
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3. O narrador deixa entrever que o
acendedor de lampiões recebe uma sanção
positiva pela performance que executa e
uma sanção negativa por não conseguir
executar outra performance.
a) Qual é a sanção positiva?
b) Qual é a sanção negativa?
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4. No poema, há uma comparação que
aproxima entre si o acendedor de lampiões
e um certo tipo de gente. Qual a
semelhança que o narrador aponta entre os
dois elementos dessa comparação?
5. Levando ainda em conta a comparação
presente no texto, pode-se concluir que a
um lado irônico do acendedor de lampiões
corresponde outro lado irônico das pessoas
a que se refere a última estrofe do poema.
Qual é esse lado irônico?
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6. Levando em conta o sentido global do
texto, pode-se concluir que:
(a) o acendedor de lampiões, na verdade,
não consegue imitar o sol nem a lua.
(b) por ironia, há pessoas que carecem dos
bens que pretendem doar aos outros.
(c) não há quem seja capaz de fazer para si
aquilo que faz para os outros.
(d) as pessoas religiosas são hipócritas.
(e) nem sempre, quem pretende fazer bem
aos outros consegue realizar o seu desejo.
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