Área - Componente Curricular
Língua Portuguesa
Ensino Médio - Série 1ª
TÓPICO
Sequências Tipológicas: narrativa, descritiva e dialogal
COMPONENTE CURRICULAR : Língua Portuguesa
Tópico: Sequências Tipológicas: narrativa, descritiva
e dialogal - 1ª Série
Objetivos
Identificar os elementos
básicos da narrativa.
Reconhecer um texto
narrativo: descritivo e
dialogal.
Entender o que
é uma narrativa.
COMPONENTE CURRICULAR : Língua Portuguesa
Tópico: Sequências Tipológicas: narrativa, descritiva
e dialogal - 1ª Série
A narrativa:
Narrar consiste em construir o
conjunto de ações que constituem a
história;
narrativa  história o enredo;
enredo acontecimentos reais ou
imaginários com os personagens;
personagens seres que praticam
atos ou sofrem fatos;
narrador  quem narra os
acontecimentos.
Texto narrativo
A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos,
respondendo às seguintes perguntas essenciais:
O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(m) a história;
QUEM? - a personagem ou personagens;
COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;
ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência;
QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os
fatos;
POR QUÊ? - a causa do acontecimento.
.
• Características:
Para fazer uma
narração, além do
narrador existem
outros elementos que
são fundamentais
para tal produção.
São eles: foco
narrativo, enredo,
personagens, espaço
e tempo.
O foco narrativo é a
posição tomada pelo
narrador ao contar a
história. Pode ser
narrador-observador,
testemunha, ou
narrador
personagem, que
participa da história.
Observe como se aplicam no texto de Manuel
Bandeira esses elementos:
Tragédia brasileira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa — prostituída com sífilis,
dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes
em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado
no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo
quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou
logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro,
uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael
mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General
Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês
de Sapucaí, Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no
Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato,
Inválidos...
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de
sentidos e inteligência , matou-a com seis tiros, e a polícia foi
encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.
(Manuel Bandeira)
Respondendo às perguntas:
O quê? Romance conturbado, que resulta em
crime passional;
Quem? Misael e Maria Elvira;
Como? O envolvimento inconsequente de um
homem de 63 anos com uma prostituta;
Onde? Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários
outros lugares;
Quando? Duração do relacionamento: três anos;
Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira.
O texto apresenta a estruturação de uma narrativa
convencional; acompanhe a sequência de ações que compõem
o enredo:
Exposição: a união de Misael, 63 anos, funcionário público, e Maria Elvira,
prostituta;
Complicação: a infidelidade de Maria Elvira obriga Misael a buscar nova
moradia para o casal;
Clímax: as sucessivas mudanças de residência, provocadas pelo
comportamento desregrado de Maria Elvira, levam ao descontrole
emocional de Misael;
Desfecho: a polícia encontra Maria Elvira assassinada com seis tiros.
A narrativa pode apresentar diálogo
Pense num cabra brabo...
O homem mais ignorante do Mundo!!!! O Sr. Lunga é da
região do Cariri (Crato), Ceará.
O funcionário do banco veio avisar:
- Seu Lunga, a promissória venceu.
- Meu filho, pra mim podia ter perdido ou empatado. Não
torço por nenhuma promissória..
Seu Lunga entrando em uma agropecuária.
-Tem veneno pra rato?
-Tem! Vai levar? - Pergunta o balconista.
- Não, vou trazer os ratos pra comer aqui!!! - responde seu
Lunga.
Seu Lunga, no elevador (no subsolo-garagem). Alguém
pergunta:
- Sobe?
Seu Lunga:
- Não, esse elevador anda de lado.
Seu Lunga vai saindo da farmácia, quando alguém pergunta:
- Tá doente, Seu Lunga?
- Quer dizer que seu fosse saindo do cemitério, eu tava
morto???
Seu Lunga dava uma bela surra no filho e o menino gritava:
- Tá bom, pai! Tá bom, pai! Tá bom, pai!
- Tá bom? Quando tiver ruim, você me avisa, que eu paro.
O amigo de seu Lunga o cumprimenta:
- Olá, seu Lunga! Tá sumido! Por onde tem andado?
- Pelo chão, não aprendi a voar ainda...
Na década de 70, Seu Lunga chega num bar e fala pro
atendente:
- Traz uma cerveja e bota o disco de Luiz Gonzaga pra eu
ouvir!
- Desculpe seu Lunga, não posso botar música hoje...
- Mas por que??
- Meu avô morreu!
- E ele levou os discos, foi?
Durante a madrugada, a mulher do seu Lunga passa mal:
- Lunga! Ta me dando uma coisa..
- Receba!
- Mas é uma coisa ruim!
- Então devolva!! (1)
Narração em 1ª pessoa
Narrador personagem (o foco narrativo é em primeira pessoa ) um personagem participante da história narra os fatos. Vê os
fatos de dentro para fora e a narrativa desenvolve-se em primeira
pessoa.
Exemplo: Contou-me uma guia em Buenos Aires que, quando se
diz que essa cidade é a mais europeia das Américas, muitas
pessoas torcem no nariz. Pura dor de cotovelo! Quem conhece
Buenos Aires como eu, sabe que isso é verdade (2).
Narrativa em 3ª pessoa
O narrador-observador, também chamado objetivo, conta a
história fora dela, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Tal
narrador conta como quem observou objetivamente os
acontecimentos, com distanciamento e neutralidade para
narrar as situações e apresentar as personagens.
Exemplo: “Curvado no guidão lá vai ele numa chispa. Na
esquina dá com o sinal vermelho e não se perturba – levanta
voo bem na cara do guarda crucificado. No labirinto urbano
persegue a morte com o trim-trim da campainha: entrega sem
derreter o sorvete a domicílio”.
(Dalton Trevisan. Os desastres do amor. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,
1968.)
Narrador-onisciente
O narrador-onisciente é mais complexo. Conta a história em
3ª pessoa, mas, às vezes, permite-se certas intromissões
falando na 1ª pessoa. Ele sabe tudo sobre as personagens e
sobre o enredo. Sabe o que se passa no interior das
personagens , conhece suas emoções e seus pensamentos
mais íntimos, revelando dimensões inconscientes das
personagens.
Exemplo: “Baleia respirava depressa, a boca aberta, os
queixos desgovernados, a língua pendente e insensível. Não
sabia o que tinha sucedido. O estrondo, a pancada que
recebera no quarto e a viagem difícil do barreiro ao fim do
pátio desvaneciam-se no seu espírito”.
(Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo, Record, 1977.)
A descrição apresenta características de alguém ou de alguma
coisa. Ela é um processo de caracterização que requer
sensibilidade. A apresentação conjunta de traços físicos e
psicológicos permite que a descrição se torne mais concreta.
Um texto narrativo pode apresentar descrição. Vejamos
exemplos:
O grande desastre aéreo de ontem
“Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para
noiva, abraçado com a hélice. E o violinista , em que a morte
acentuou a palidez , despenhar-se com sua cabeleira negra e
seu estradivárius”.
( Jorge de Lima. Poesia e prosa. © by Maria Thereza Jorge de Lima e Lia
Corrêa Lima de Alves. Rio de Janeiro, Nova Aguilar.)
Observe no texto da canção “Sapato velho”, do
grupo Roupa Nova, as características de um
texto narrativo com descrição.
a) Destaque essas características;
b) Identifique a quem se referem tais
características.
Música: “Sapato velho”; grupo: Roupa Nova
Você lembra, lembra ?
Daquele tempo
Eu tinha estrelas nos olhos
Um jeito de herói
Era mais forte e veloz
Que qualquer mocinho de cowboy
Você lembra, lembra ?
Eu costumava andar
Bem mais de mil léguas
Pra poder buscar
Flores de maio azuis
E os seus cabelos enfeitar
Imagem: Dinkum / Creative CommonsCC0
1.0 Universal Public Domain Dedication
imagem: Rich Niewiroski Jr. / Creative
Commons Attribution 2.5 Generic
Água da fonte
Cansei de beber
Pra não envelhecer
Como quisesse
Roubar da manhã
Um lindo pôr do sol
Hoje, não colho mais
As flores de maio
Nem sou mais veloz
Como os heróis
Imagem: Bertilvidet / Mandoe / GNU Free Documantation License
É talvez eu seja
simplesmente
Como um sapato velho
Mais ainda sirvo
Se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio
Dos seus pés
Exercício
1º) Assista ao vídeo “ Vida Maria ” , observando os
elementos da narrativa. Em seguida, identifique:
a) Fatos principais;
b) Personagens e características;
c) Enredo;
d) Espaço ou lugar;
e) Época ou tempo;
f) Tipo de narrativa;
2º) Escreva qual a temática do texto.
Assista ao vídeo Vida Maria, clicando no link abaixo
http://vimeo.com/28397701.
Tabela de Imagens
Slide
Autoria / Licença
Link da Fonte
Data do
Acesso
19 Dinkum / Creative Commons CC0 1.0
Universal Public Domain Dedication.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bl 13/02/2012
ue_flowers_in_bloom.jpg
20 Rich Niewiroski Jr. / Creative Commons
Attribution 2.5 Generic
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ari 13/02/2012
zona-sunset.jpg
21 Imagem: Bertilvidet / Mandoe / GNU Free
Documantation License
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:M 13/02/2012
andoe.JPG
Download

Sequências Tipológicas narrativa, descritiva e dialogal.