SITUAÇÕES-PROBLEMAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NOS ANOS INICIAIS Entender a matemática como objeto histórico-cultural de conhecimento: seus usos e funções. O que diferencia basicamente o ser humano dos demais é nossa capacidade de antecipar o que vai acontecer. Isso significa imaginar. É possível observar crianças pequenas aprendendo a apanhar objetos que estão além de seu alcance, como um brinquedo colocado sobre uma mesa. Professor(a), pense nas crianças com as quais você trabalha. Liste as práticas das quais elas participam na Educação Infantil e escola, e também na comunidade, que você poderia reconhecer como apoiadas em algum conhecimento matemático. As crianças aprendem muito fora de qualquer instituição escolar. Por isso, antes discutirmos como ensinar conceitos matemáticos, seria aconselhável verificar o que as crianças já sabem a respeito desses conceitos: o que já aprenderam sobre números, operações, medidas, relações entre objetos(acima/abaixo/aolado/na frente/atrás) etc. Escolha uma receita qualquer de um livro ou de uma revista. Se possível, experimente reproduzir essa receita. Depois escreva todo o conteúdo matemático que você teve de utilizar. Destaque o que você teve que fazer a partir de sua própria experiência, porque não estava explicado na receita. Um carpinteiro constrói casas de brinquedo. Em cada casa que produz, ele coloca 3 janelas. Hoje, ele tem 12 janelas na sua oficina. Usando todas essas janelas, quantas casas ele vai poder construir? Piaget estava interessado em mostrar uma coisa simples: criança não aprende números de uma maneira passiva. Ex: 1,2,3... Piaget trabalhou no sentido de mostrar que aprendemos por processos muito mais complexos que esse. Segundo ele, os seres humanos já nascem com a capacidade de pensar criativamente e se desenvolvem não somente a partir de experiências sensoriais, mas também usando o pensamento para interpretar essas experiências. Piaget pensava, também, que era possível detectar esse desenvolvimento. Para mostrar evidências de suas idéias, aproveitou-se de seu conhecimento sobre testes de inteligência. Quantas estrelas você acha que existem no céu? Em problemas dessa natureza, o que está em questão não é a resposta exata e sim o contato com o universo numérico e o levantamento de hipóteses. Professor posição de escuta e consegue se inserir na brincadeira: coleção de pauzinhos. Procure se lembrar de atividades já desenvolvidas com o seu grupo de crianças e responda: Quais dessas atividades poderiam ser consideradas apropriadas? E quais poderiam ser questionáveis? Propor algumas situações e verificar o que as crianças conseguem fazer. Pode, por exemplo, apresentar a elas duas caixas de fósforo fechadas e dizer quantos palitos têm em cada uma. Em seguida, desafia as crianças a descobrir qual é o total de palitos das duas caixas. Em geral, se elas resolvem a situação muito facilmente, isso pode ser um indicativo de que o desafio não exigiu maior elaboração do que já sabiam. Quantas patas encontramos em 3 cachorros? Podem afirmar que são 6 patas. Mostrando como chega à resposta através de um desenho, ela pode desenhar cachorros sobre duas patas, como assiste em desenhos animados. Significa que ela pensa logicamente e é importante tentar verificar como ela explica suas respostas. Em primeiro lugar, é importante propor os problemas sempre na forma oral. Em segundo lugar, as crianças apresentam respostas através de desenhos e outras representações que elas mesmas vão criando. Consideramos que não é nesse momento que ensinamos os sinais convencionais, tais como o sinal de igualdade ou os sinais que representam as operações. Essa representação formal da matemática é assunto para mais tarde. Em terceiro lugar, os melhores problemas são aqueles que se aproximam das condições reais das crianças. Para que se possa construir enredos sobre essas condições, é necessário conhecer mais de perto a realidade dos alunos. Arme e efetue: Constituem simples treino de técnicas operatórias e de memorização da tabuada, nem pode ser considerado como problema. Problemas de enredo: problemas tradicionais envolvendo operações que estão sendo estudadas no momento. Treino do uso de algoritmo. Desenvolvem no aluno a capacidade de planejar, elaborar estratégias gerais de compreensão do problema, tentar soluções e avaliar a adequação do raciocínio desenvolvido e os resultados encontrados. Este tipo de problema estimula o aluno a seguir sua intuição, fazer estimativas. Envolve experiências anteriores, conhecimentos acumulados e intuição. É elaborado a partir de uma situação de vivência dos alunos, e a solução requer o uso de conceitos, técnicas e processos matemáticos. Desse modo os alunos se conscientizam da utilidade da matemática no cotidiano. Este tipo de problema integra as disciplinas. São problemas que envolvem e desafiam grande parte dos alunos. Geralmente constituem a chamada Matemática recreativa. Problemas sem solução Problemas com mais de uma solução Problemas com excesso de dados Problemas de lógica Segundo o esquema de Polya, são quatro as etapas principais para a resolução de um problema: Compreender o problema Elaborar um plano Executar o plano Fazer o retrospecto ou verificação. O que se pede no problema? Quais são os dados e as condições do problema? É possível fazer uma figura, um esquema ou um diagrama? É possível estimar a resposta? Qual é o seu plano para resolver o problema? Que estratégia você tentará desenvolver? Você se lembra de um problema semelhante que pode ajudá-lo a resolver este? Tente organizar os dados em tabelas e gráficos. Tente resolver o problema por partes. Execute o plano elaborado, verificando-o passo a passo. Efetue todos os cálculos indicados no plano. Execute todas as estratégias pensadas, obtendo várias maneiras de resolver o mesmo problema. Examine se a solução obtida está correta. Existe outra maneira de resolver o problema? É possível usar o método empregado para resolver problemas semelhantes? Ser desafiador para o aluno Ser real para o aluno. Ser interessante para o aluno Ser o elemento desconhecido de um problema realmente desconhecido. Não consistir na aplicação evidente e direta de uma ou mais operações aritméticas. Ter um nível adequado de dificuldade. Linguagem usada na redação do problema. Vocabulário matemático específico. Tamanho e complexidade dos números Como apresentar o problema Equivalentes mais motivador Número de condições a serem satisfeitas e sua complexidade Número e complexidade de operações e estratégias envolvidas. Mudando o método de ensino: utilizar o método heurístico, no qual o professor encoraja o aluno a pensar por si mesmo, a levantar suas próprias hipóteses e a testá-las, a discutir com seus colegas como e por que aquela maneira de fazer funciona. Problema desafiador, real e interessante Dê tempo razoável Facilite a discussão Certifique se todos compreenderam o problema Percorra as carteiras Estratégias diferentes pelos alunos, discuta e analise. Ensinando algumas estratégias 1ª estratégia: tentativa e erro organizados 2ª estratégia: procurar padrões ou generalizações. 3ª estratégia: resolver primeiro um problema mais simples 4ª estratégia: reduzir à unidade 5ª estratégia: fazer o caminho inverso. DANTE, Luiz Roberto. Didática da resolução de Problemas/ Luiz Roberto Dante. São Paulo, Ática, 1989. PADOVAN, Daniela. Projeto prosa: matemática/Daniela Padovan, Isabel Cristina Guerra, Ivonildes Milan.- São Paulo: Saraiva, 2008. REGO, Ana Lúcia Gravato Bordeaux . Matemática na vida e na escola/ Ana Lúcia Gravato Bordeaux Rego...(et al.). - São Paulo: Editora do Brasil, 2004. SMOLE, Kátia Stocco. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. - Porto Alegre: Artmed, 2001.