Professor: Breno Gregório Lima [email protected] Professor: Breno Gregório Lima [email protected] [email protected] Conceitos Básicos de Economia • Escassez • Especialização, trocas e o dinheiro • Demanda e oferta: O Mecanismo de Mercado Economia Pública e Privada • Ação Econômica do Governo • Organização de Empresas Privadas e seu funcionamento Mercado Monetário e Financeiro • Banco Central e os Instrumentos da Política Monetária • A Moeda e o Sistema Financeiro Economia, Organização e Tecnologia • Digitalização e Virtualização • Mídia de Massa e Redes Interligadas • Inovação e Comércio Eletrônico • Globalização [email protected] Escassez Especialização, trocas e o dinheiro Demanda e oferta: O Mecanismo de Mercado Ação Econômica do Governo Organização de Empresas Privadas e seu funcionamento Banco Central e os Instrumentos de Política Monetária A Moeda e o Sistema Financeiro Digitalização e Virtualização Mídia de Massa e Redes Interligadas Inovação e Comércio Eletrônico Globalização Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição, e consumo de bens e serviços. O termo economia vem do grego oikos (casa) + nomos (costume ou lei), daí “regras da casa (lar).” A ciência econômica existe desde os primórdios das civilizações, e vem se desenvolvendo lentamente como disciplina, agregando elementos da teologia, filosofia, administração, direito, matemática, estatística, entre outras tantas ciências. Sempre existiu uma correlação muito forte entre política e economia, na medida em que as civilizações que conseguiam colocar em prática o desenvolvimento econômico também obtinham uma supremacia em relação aos demais, seja com recursos naturais ou simples aumento da população A Economia estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação entre as necessidades dos homens e os recursos disponíveis para satisfazê-las. Assim sendo, esta ciência está intimamente ligada à política das nações e à vida das pessoas, sendo que uma das suas principais funções é explicar como funcionam os sistemas econômicos e as relações dos agentes econômicos, propondo soluções para os problemas existentes. A grosso modo, a história do pensamento econômico pode ser dividida em 3 eras, conforme quadro abaixo: Pré-Moderno (Gregos, Árabes e Romanos) Moderno (Mercantilismo e Fisiocracia) Contemporâneo (à partir de Adam Smith) Pré-Moderno Diversos filósofos antigos fizeram observações de cunho econômico. Dentre eles, Aristóteles é provavelmente o mais importante. Os árabes medievais também fizeram contribuições para a compreensão da economia. Em particular, Ibn Khaldun de Tunis (1332-1406) escreveu uma teoria política e mostrando, por exemplo, como a densidade da população é relacionada com a divisão do trabalho, que leva ao crescimento econômico que, por sua vez, conduz a uma população maior, formando um círculo virtuoso Moderno - Mercantilismo Mercantilismo é a teoria e prática econômica que defendiam, do século XVI a meados do XVII, o fortalecimento do estado por meio da posse de metais preciosos, do controle governamental da economia e da expansão comercial. Conseqüência da ampliação de horizontes econômicos propiciada pelos descobrimentos marítimos do século XVI, o mercantilismo, apesar de apresentar variantes de país para país, esteve sempre associado ao projeto de um estado monárquico poderoso, capaz de se impor entre as nações européias. Para a consecução dos objetivos mercantilistas, todos os outros interesses deviam ser relegados a segundo plano: a economia local tinha que se transformar em nacional e o lucro individual desaparecer quando assim conviesse ao fortalecimento do poder nacional. A teoria foi exposta de maneira dispersa em numerosos folhetos, meio de comunicação então preferido pelos preconizadores de uma doutrina. Moderno - Fisiocracia O termo fisiocrata (fis - natureza; cratos = poder), de origem grega, significa "poder da natureza" Saindo em defesa do respeito às leis naturais que regulavam a economia, os fisiocratas foram os primeiros teóricos que se mostraram completamente contrários a qualquer tipo de intervenção estatal na economia. Conseqüentemente, uma das mais célebres frases que expressam essa concepção fundamental da fisiocracia, cunhada pelo pensador Vincent de Gournay, diz “laissez faire, laissez passer, lê monde va de lui même” (“deixe fazer, deixe passar, o mundo vai por si mesmo”). De acordo com a fisiocracia, o lucro gerado pela indústria e pelo comércio não poderiam ser geradores de riqueza. As mercadorias e outros bens que circulavam nesses dois setores econômicos somente representavam uma transformação daquilo que era gerado pelo uso da terra, lugar que seria fonte de toda e qualquer riqueza. Desse modo, o pensamento fisiocrata acreditava que os proprietários de terra deveriam ser vistos como os verdadeiros geradores de toda a riqueza nacional. Contemporâneo A economia moderna, como a conhecemos hoje, teve início com a publicação dos trabalhos do escocês Adam Smith – “A Riqueza das Nações” (Wealth of Nations, 1776) Em seu trabalho, Smith estabeleceu alguns dos princípios fundamentais da economia, estudando basicamente dois modos de produção que são o Mercantilismo e a Fisiocracia, que ainda hoje servem de guia aos economistas. Adam Smith foi o primeiro a defender que os interesses privados dos indivíduos produziam benefícios públicos. Porém, diferentemente do atual senso comum, Smith nunca afirmou que o mercado independe do Estado, idéia esta difundida pelos neoliberais Contemporâneo Com uma perspectiva contrária as idéias de Smith, no século XIX, Karl Marx oposicionou a economia de mercado ao afirmar que a organização econômica é uma forma de exploração do homem pelo homem. Em suas idéias, Marx pregava que toda riqueza produzida pelo trabalho era explorado pelos donos do capital. Para Marx, equipamentos, não davam valor, apenas transmitiam uma parte do seu valor às mercadorias, não contribuindo portanto para a formação de valor. Pelo contrário, o Homem através do seu trabalho fazia com que as matérias primas e os equipamentos transmitissem o seu valor ao bem final, e ainda por cima criava valor acrescentado Contemporâneo Teoria Keynesiana - Conjunto de idéias que propunham a intervenção estatal na vida econômica com o objetivo de conduzir a um regime de pleno emprego. As teorias de John Maynard Keynes tiveram enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. Acreditava que a economia seguiria o caminho do pleno emprego, sendo o desemprego uma situação temporária que desapareceria graças às forças do mercado. O objetivo do keynesianismo era manter o crescimento da demanda em paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto provocaria um aumento da inflação. Os keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o pleno emprego e o controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos com os empresários por aumentos salariais. Por esta razão, foram tomadas medidas que evitassem o crescimento dos salários e preços, mas a partir da década de 1960 os índices de inflação foram acelerados de forma alarmante. Assim como toda ciência, o nascimento e o desenvolvimento da economia até os dias de hoje vieram de questionamentos e elaboração de conceitos: 1 • Como os bens são produzidos e trocados? 2 • Como escolhemos os bens produzidos? 3 • Que empregos estão disponíveis? A que salários? 4 • Que qualificações são necessárias para obter um bom emprego? 5 • Vale a pena cursar universidade? E pós-graduação? 6 • Por que é tão difícil conseguir emprego algumas vezes e tão fácil em outras? 7 • Por que os impostos são tão altos? 8 9 10 11 12 13 14 • Por que tantos não conseguem encontrar um emprego enquanto há tanto a fazer? • Por que os preços aumentam de forma contínua? • Por que uns são mais pobres que outros? • Ficaremos sem petróleo? O que acontecerá? • Estamos produzindo as coisas certas? • Devemos produzir mais casas e menos automóveis? Ou mais serviços médicos e menos competições esportivas? • Por que a poluição é um problema? O que deve ser feito para contornar esse problema? Microeconomia A microeconomia examina o comportamento econômico dos agentes (inclusive indivíduos e firmas) e suas interações em mercados específicos, dadas a escassez e regulação governamental. Um determinado mercado pode ser para um produto, digamos, milho fresco, ou os serviços de um fator de produção, por exemplo, os serviços de um pedreiro. A teoria considera agregados de uma quantidade demandada por compradores e quantidade ofertada por vendedores para cada preço possível por unidade. A microeconomia une esses aspectos para descrever como o mercado pode atingir um equilíbrio em relação ao preço e a quantidade negociada ou responder a variações no mercado ao longo do tempo. Isso é geralmente referido como análise de oferta e demanda. As estruturas do mercado, como competição perfeita e monopólio, são examinadas como implicações para o comportamento e para a eficiência econômica. A análise freqüentemente procede a partir da assunção simplificadora de que o comportamento em outros mercados permanece inalterada, isto é, análise de equilíbrio parcial. A teoria do equilíbrio geral permite alterações em diferentes mercados e agrega todos os mercados, inclusive seus movimentos e interações em direção ao equilíbrio Macroeconomia A macroeconomia, também conhecida como "cross-section", examina a economia como um todo, "de cima para baixo", para explicar amplos agregados e suas interações. Tais agregados incluem as medições do produto nacional bruto, a taxa de desemprego, e inflação dos preços e sub-agregados como o consumo todas e os gastos com investimento e seus componentes. Ela também estuda os efeitos da política monetária e política fiscal. Desde pelo menos os anos 1960, a macroeconomia tem sido caracterizada pela integração cada vez maior com a modelagem de base micro de setores, inclusive a racionalidade dos agentes, o uso eficiente da informação no mercado, e a competição imperfeita. Isso tem abordado uma antiga preocupação sobre as inconsistências no desenvolvimentos da disciplina. A análise macroeconômica também considera fatores que afetem o nível de crescimento da renda nacional no longo-prazo. Tais fatores incluem a acumulação de capital, mudança tecnológica e crescimento da força de trabalho Sistemas Econômicos Em toda comunidade organizada, mesclam-se, em maior ou menor medida, os mercados e a atividade dos governos. O grau de concorrência dos mercados é variado, indo do monopólio, em que apenas uma empresa opera, à economia de livre mercado, que apresenta uma verdadeira concorrência, com várias empresas operando. O mesmo ocorre quanto à intervenção pública, que engloba desde uma intervenção mínima em impostos, crédito, contratos e subsídios até o controle dos salários e os preços dos sistemas de economia centralizada que imperam nos países comunistas. Entretanto, em ambos os sistemas ocorrem divergências: no primeiro, existem somente monopólios estatais, sobretudo nas linhas aéreas e na malha ferroviária; no segundo, somente concessões à empresa privada. Sistemas Econômicos As principais diferenças entre a organização econômica centralizada e a capitalista reside em quem é o proprietário das fábricas, fazendas e outras empresas, assim como os diferentes pontos de vista sobre a distribuição da renda ou a forma de estabelecer os preços. Em quase todos os países capitalistas, uma parte importante do produto nacional bruto (PNB) é produzida pelas empresas privadas, pelos agricultores e pelas instituições não governamentais, como universidades e hospitais particulares, cooperativas e fundações. Os problemas mais importantes enfrentados pelo capitalismo são o desemprego, a inflação e as injustas desigualdades econômicas. Os problemas mais graves das economias centralizadas são o subemprego, o maciço emprego informal, o racionamento, a burocracia e a escassez de bens de consumo. Em uma situação intermediária entre a economia centralizada e a economia de livre mercado, encontram-se os países social-democratas ou liberal-socialistas. A atividade econômica recai, em sua maior parte, sobre o setor privado, mas o setor público regula essa atividade, intervindo para proteger os trabalhadores e redistribuir a renda. É a chamada economia mista. Emprego A meta da economia, pensando em macroeconomia e nas sociedades, é o desenvolvimento de melhores políticas, que minimizem os problemas e maximizem os benefícios em troca de nosso esforço diário. Mais especificamente, existe um consenso de que devemos procurar às seguintes diretrizes: Crescimento Estabilidade Metas Distribuição de Renda Eficiência Emprego/Desemprego A importância da manutenção de um elevado nível destacou-se mais durante a Grande Depressão dos anos 30, quando muitos países não alcançaram este objetivo. Longas filas de desempregados formaram-se às portas das fábricas na esperança de conseguir um emprego. A taxa de desemprego se calcula como um % do total da população economicamente ativa. O trabalho é determinante no panorama econômico de qualquer nação, pois é através do trabalho que a grande engrenagem econômica gira. Uma depressão existe quando a taxa de desemprego permanece alta durante um longo período Uma pessoa está desempregada se ela tem capacidade e , embora procurando, não encontra emprego Estabilidade de Preços / Inflação Em economia, inflação é a queda do valor de mercado ou poder de compra do dinheiro. Isso é equivalente ao aumento no nível geral de preços. Inflação é o oposto de deflação. Inflação zero, ou muito baixa, é uma situação chamada de estabilidade de preços. A inflação pode induzir a uma especulação improdutiva. Os devedores, por exemplo, os que tomam dinheiro emprestado para comprar imóveis, beneficiam-se da inflação. Conseqüentemente, uma aceleração da inflação leva, com freqüência, a uma corrida dos que querem enriquecer de vez com a compra e posterior venda de bens imóveis Nossa economia é complexa e depende de um fluxo contínuo de boa informação. Os preços formam um elo importante na cadeia de informações Eficiência A economia pode exibir um mau desempenho mesmo com taxas bem baixas de desemprego e de inflação. Por exemplo, as pessoas que trabalham em regime de tempo integral poderiam ser mal orientadas em suas tarefas e os bens produzidos não serem aqueles considerados os mais necessários Eficiência é a meta de obter o máximo de resultado possível, com o menor esforço produtivo A eficiência é primordial para alocar os recursos necessários, sem sobras ou perdas, tanto na esfera pública quanto na privada. Distribuição de Renda Um país pode ser muito rico e seus habitantes muito pobres. Ou pode não ser tão rico e seus habitantes desfrutarem de um padrão de vida superior ao de um país que tenha uma renda per capita maior. O que determina essa diferença é o perfil da distribuição de renda, ou seja, como a riqueza total que é produzida no país se distribui entre os habitantes. Muitos querem relacionar os problemas de distribuição de renda a questões ideológicas. Na realidade trata-se de uma questão fundamental de macroeconomia e com ela se preocupam as maiores entidades mundiais, adeptas das mais variadas ideologias, da extrema direita à extrema esquerda. A distribuição, fazendo uma analogia, funciona como um bolo (a riqueza), que é distribuída pelo total da população. Cabe ao governo buscar um equidade nesta distribuição Crescimento Segundo a escola neoclássica, crescimento econômico é determinado pela variação do PIB e sua relação com o crescimento demográfico de um país. Nos fins da década de 50, o pensamento neo-keynesiano buscou entender o crescimento econômico como um processo. O crescimento econômico, nos dias atuais, é avaliado pela sua capacidade qualitativa de gerar riquezas e não mais quantitativa, como pensava-se no início do século XX. Todo crescimento econômico específico de um país apresenta origens históricas enraizadas O crescimento não deve ser compreendido somente no foco do aumento do produto per capita , mas num conjunto de processos dinâmicos nas atividades produtivas. Toda atividade produtiva tem em si fases de planejamento e ações com início, meio e fim suscetíveis a mudanças tecnológicas e econômicas Professor: Breno Gregório Lima [email protected] Açúcar aumenta quase 50% em um ano Depois do leite, é a vez de o açúcar se transformar no grande vilão das compras de supermercado. Depois do leite, é a vez de o açúcar se transformar no grande vilão das compras de supermercado. E a explicação para o aumento -- de quase 50% em um ano -- está lá do outro lado do mundo. 30 kg de açúcar todos os meses, quantidade necessária para dona Ademilde dar conta das encomendas. Equilibrar custo e lucro tem sido quase impossível para a doceira. “Eu estava pagando 99 centavos, agora R$ 1,59, depois R$ 1,99. Tem que ficar com o prejuízo, já que não podemos aumentar o preço,” diz Ademilde de Mello. O açúcar subiu dez vezes mais do que a média dos alimentos pesquisados. Em 12 meses, um salto de quase 50%. Aparentemente não há razão para o preço ter subido tanto, já que o Brasil continua sendo o maior produtor de açúcar do mundo. A Índia, que é o segundo país que mais produz, teve uma queda na safra de açúcar nos últimos dois anos, provocadas por mudanças climáticas. De vendedora no mercado internacional, passou a compradora. As exportações brasileiras cresceram e o estoque interno, diminuiu. Oferta menor, preço nas alturas. E para este economista, as previsões não são nada animadoras. “Já há noticias de que a próxima safra na Índia, ainda não vá ser uma safra tão boa. Não devemos esperar para os próximos meses, uma normalização. Isso deve vir, mas não tão rapidamente. ,” revela o economista Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas. notícia do Jornal Nacional do dia 07/09/09 Queda do preço do aço na China é um alerta Analistas consideram que alta na demanda do aço pode influenciar na desvalorização dos outros metais A queda dos preços do aço e do minério de ferro na China nos últimos dias pode servir de sinal de alerta para outros metais industriais, disse o Deutsche Bank em relatório divulgado nesta sextafeira, 21. Os contratos futuros de aço na China caíram mais de 10% desde 7 de agosto, enquanto o preço do minério de ferro também cedeu. "Está montado o cenário para uma deterioração rápida, já que o sentimento no mercado é ruim", disse o analista Joel Crane. O relatório afirma que a demanda induzida pelo estímulo fiscal permitiu que as siderúrgicas chinesas operassem perto da plena capacidade e repassassem o aumento dos custos do minério de ferro. Assim, a produção de aço bruto da China cresceu para um nível recorde de 50,7 milhões de toneladas em julho, praticamente metade da produção mundial total. Segundo Crane, o aumento da utilização da capacidade, somado com o fato de que a China importou aço bruto entre abril e junho, faz com que o país esteja "claramente com excesso de oferta". Crane acrescentou que os preços do aço são um indício muito melhor da demanda por commodities da China do que as cotações de outros metais, como o cobre. "Ao contrário dos metais básicos, os preços domésticos do aço na China estão muito menos sujeitos às oscilações diárias dos mercados globais", disse Crane. "Nós acreditamos que os preços dos metais básicos sejam mais influenciados pelo sentimento do investidor do que pelos fundamentos mais importantes, como a demanda", acrescentou. As informações são da Dow Jones. Agência Estado, 21/08/09 Analisando as duas notícias, uma sobre aumento, outra sobre queda de preços, o que podemos concluir? Em Economia tudo se resume a uma restrição quase que física - a lei da escassez, isto é, produzir o máximo de bens e serviços a partir dos recursos escassos disponíveis a cada sociedade. Se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, não importaria que uma quantidade excessiva de certo bem fosse de fato produzida. Nem importaria que os recursos disponíveis: trabalho, terra e capital fossem combinados irracionalmente para produção de bens. Não havendo o problema da escassez, não faz sentido se falar em desperdício ou em uso irracional dos recursos e na realidade só existiriam os "bens livres". Bastaria fazer um pedido e, pronto, um carro apareceria de graça. Desejos Ilimitados... Se uma carruagem era suficiente para nossos bisavós, por que não o é para nós? Além das necessidades básicas, o homem trabalha por algo mais. Não produzimos apenas o suficiente para nos vestir, nos alimentar e nos abrigar. “O homem é um eterno insatisfeito” Queremos mais! – O leque dos desejos do consumidor é extremamente amplo. Queremos bens: casa, automóvel, sapatos, relógios.... Queremos serviços: um bom restaurante, bons vinhos, coleções, passeios, viagens, etc... ...E Recursos Escassos Infelizmente, os recursos são limitados. Não temos o suficiente para prover os desejos de consumo da maioria, e muitas vezes dentro de cenários específicos, não existem recursos sequer para as necessidades básicas. Com desejos ilimitados e recursos limitados, enfrentamos o problema fundamental da economia, a escassez Os Recursos podem ser divididos em 3 grupos distintos Terras aráveis, sol, água, recursos minerais, etc.. Mão de Obra, braçal ou intelectual Equipamentos, Recursos financeiros Cuba agora enfrenta escassez de papel Cuba importa e produz papel higiênico, mas atualmente não tem matéria higiênico prima suficiente para a produção Em meio a uma séria crise econômica, Cuba está enfrentando escassez de papel higiênico e pode não ter o suficiente para atender à população até o final do ano, disseram fontes de empresas estatais na sexta-feira. As autoridades dizem estar reduzindo preços de 24 produtos básicos, em reação aos efeitos da crise global financeira e de três violentos furacões no último ano. As reservas financeiras do país ficaram esgotadas devido ao maior gasto com importações e à redução da renda com exportações, o que obrigou o governo comunista a tomar medidas excepcionais. "A corporação deu todos os passos para que, ao final do ano, haja uma importante importação de papel higiênico", disse uma fonte da estatal Climex à estatal Rádio Rebelde. Cuba importa e produz papel higiênico, mas atualmente não tem matéria prima suficiente para a produção. Uma das medidas tomadas diante da crise é um corte de 20 por cento nas importações, o que nos últimos dias se tornou evidente na redução da oferta de produtos nas lojas estatais. Cuba importa cerca de 60 por cento dos seus alimentos. Apesar da escassez, os preços serão reduzidos entre 5 e 27% para alguns alimentos, medicamentos e produtos de higiene pessoal. Uma visita a uma loja no bairro do Vedado, na sexta-feira, mostrou uma queda nos preços de maionese, molho para churrasco e lula enlatada. Um cliente que se identificou como Pedro disse que "não parece que os preços caíram para os produtos fundamentais", como óleo de cozinha. Ana María Ortega, subdiretora do conglomerado varejista TRD Caribe, administrado pelos militares, disse que não haverá escassez de produtos essenciais. "As condições estão em vigor para manter a oferta de produtos essenciais", disse ela no mesmo programa de rádio. Os cubanos recebem uma ração subsidiada de alimentos do governo a cada mês, mas dizem que essa quantidade alcança para apenas duas semanas. O presidente Raúl Castro disse na semana passada à Assembléia Nacional que o governo cortou seus gastos orçamentários pela segunda vez neste ano e tem negociado seus débitos e gastos com fornecedores estrangeiros. Cuba tradicionalmente atribui seus problemas econômicos ao embargo norte-americano, mas desta vez diz também que os furacões do ano passado, que provocaram prejuízos de 10 bilhões de dólares, obrigaram o governo a gastar mais na importação de alimentos e compra de materiais para a reconstrução. Gazeta do Povo, 07/08/09 Soja rouba área do milho em 2010 Depois de perder mais de R$ 11 bilhões de receita neste ano, a agricultura de grãos deve voltar a crescer de forma significativa só em 2011. A safra 2010 de soja, milho, algodão, arroz e feijão, que começa a ser semeada no Centro-Sul a partir deste mês, promete praticamente repetir o desempenho da safra deste ano, tanto em receita como em volume de produção. É consenso entre especialistas e produtores que não haverá avanços importantes na área plantada total, apenas mudanças no mix de produção, com aumento da lavoura de soja em detrimento da de milho. A razão para esse rearranjo é o preço desfavorável hoje do milho e ainda atraente da soja. Essa freada da arrumação no agronegócio de grãos reflete, segundo especialistas, o próprio ajuste da atividade por causa do menor ritmo da economia mundial, com a recessão nos Estados Unidos e na Europa e crescimento em mercados emergentes, como China e Índia. Corre-se o risco de que a China, a maior compradora da soja brasileira, reduza o ritmo de aquisições no ano que vem, quando se deparar com a maior oferta do grão em razão das boas safras dos EUA, da Argentina e do Brasil, os maiores exportadores. O avanço da soja no lugar do milho é confirmado pelos produtores de sementes. “Já faltam no mercado as variedades melhores de soja. Essas sementes terminaram no mês passado”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes (Abrasem), Ywao Miyamoto. Pelas vendas de sementes, a área plantada com soja deverá crescer entre 5% e 7% na próxima safra,, há perspectivas de queda na área plantada com arroz, segundo o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto. O Rio Grande do Sul, que responde por cerca de 60% da produção de arroz do País deve reduzir em 30% a área plantada. Os preços em queda do grão e a falta de mananciais para irrigar a lavoura são apontados como fatores que vão afetar a produção. Vai faltar arroz em 2010. Agência Estado, 08/09 Problemas Econômicos Básicos Como produzir? Para quem produzir? Conforme visto anteriormente, exemplificado na reportagem, o problema da escassez resulta na necessidade de fazer escolhas. Uma economia no pleno emprego precisa sempre, ao produzir um bem, desistir de produzir um tanto de outro bem. Para uma melhor elucidação, vamos analisar a seguinte situação hipotética: Uma determinada fábrica X de automóveis tem tecnologia para produzir 2 tipos de carros – um de luxo, outro popular. Sua capacidade total de produção/mês, independente do produto, é de 200 unidades Possibilidades de Produção Cenário A Cenário B Cenário C Cenário D Cenário E Analisando o gráfico da produção exemplificada, notamos que à curva revela as opções da produção em relação aos recursos disponíveis A B C D E Variações nos fatores considerados constantes determinarão um deslocamento da curva para a direita. 1º: Quanto maiores forem as disponibilidades de recursos produtivos da Economia, mais afastada da origem a curva estará. A 2º: Variações tecnológicas iguais para os processos de produção dos dois bens deslocarão a curva para a direita e paralelamente. B C D E De uma forma geral ele é o sacrifício de se transferir os recursos de uma atividade para outra. Todo aluno tem seu custo de oportunidade, que é o sacrifício de se estar estudando no curso de Economia em vez de estar trabalhando e recebendo salário. Sumarizando: as condições básicas para a existência do custo de oportunidade são: - Recursos limitados; - Pleno emprego dos recursos. Embora a teoria tenha muitos usos, estes podem ser divididos em duas famílias principais: A economia positiva é o ramo da economia que se preocupa com a descrição e explicação dos fenômenos econômicos. Ela foca no fatos observáveis e nas relações de causa e efeito e inclui o desenvolvimento e teste de teoria econômicas. Uma teoria econômica positiva pode descrever como o crescimento da oferta monetária afeta a inflação, mas não fornece nenhuma instrução quanto a que política deveria ser adotada A teoria normativa é mais complexa, pois baseia-se em um fator adicional, uma visão de que metas e valores são apropriados. Uma afirmação normativa envolve juízos de valor sobre o que deve ser Na teoria normativa, o exemplo anterior de que “O crescimento da oferta monetária afeta a inflação”, conduz a decisões relativas ao fato e ao objetivo econômico. Por exemplo: O Banco Central deveria reduzir a quantidade de moeda emitida. Neste caso, envolve questões como valores, ética e política. Os países ricos têm uma obrigação moral de ajudar os mais pobres a superar o subdesenvolvimento? Quanto mais bens de capital produzirmos, mais crescerá a economia brasileira, e mais poderemos consumir, nós e nossos filhos no futuro. Portanto, o governo deve estimular a formação de capital. Concorda? Por quê? Professor: Breno Gregório Lima [email protected] O Sistema Financeiro Nacional (SFN) não é um órgão, nem uma instituição. Pode-se definir como sendo o conjunto de instituições financeiras que geram a política e a instrumentação econômico-financeira do país. É composto por um conjunto de instituições financeiras que mantém o fluxo monetário entre poupadores e investidores. O Sistema Financeiro Nacional une a necessidade de quem precisa tomar dinheiro emprestado com a daquele que tem dinheiro disponível para emprestar. Tomadores Exemplos de Tomadores: pessoas físicas que têm cheque especial no banco, empresas que tomam capital de giro para o seu negócio, o governo, que financia o seu déficit no mercado financeiro, etc... Doadores Exemplos de Doadores: pessoas físicas que têm recursos investidos, por exemplo, em CDBs, empresas que geram fluxo de caixa excedente e podem aplicar no mercado financeiro, etc... Segundo a lei 4595/64, que “Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências.” temos a seguinte estruturação Dentro do SFN, temos os seguintes conselhos SFN Ao nosso estudo, interessa apenas o que concerne ao Conselho Monetário Nacional (CMN), conforme veremos a seguir Finalidade O Conselho Monetário Nacional é um órgão exclusivamente normativo com a finalidade principal de formular as políticas monetária, cambial e de crédito. O CMN, que é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional, não desempenha funções executivas. Objetivo Atender aos interesses econômicos e sociais do país. Atribuições Controlar o volume dos meios de pagamento da economia Regular o valor interno da moeda Regular o valor externo da moeda Garantir condições favoráveis ao desenvolvimento econômico Buscar o aprimoramento das instituições financeiras Regular as operações Definir metas para inflação Dento da estrutura do CMN, órgão responsável por expedir as leis do sistema financeiro, temos a seguinte estruturação: BANCO CENTRAL DO BRASIL Instituições Financeiras Captadoras de Deposito à Vista • Bancos Múltiplos • Bancos Comerciais • Caixa Econômica Federal • Cooperativas de Crédito Bolsas de Valores Demais Instituições Financeiras • Agências de Fomento • Associações de Poupança e Empréstimo • Bancos de Desenvolvimento • Bancos de Investimento • BNDES • Companhias Hipotecárias • Cooperativas Centrais de Crédito • Sociedades de Crédito, Financiamento eInvestimento • Sociedades de Crédito Imobiliário • Sociedades de Crédito ao Micro-empreendedor Outros Intermediários Financeiros e Administradores de Recursos de Terceiros Outros Intermediários Financeiros e Administradores de Recursos de Terceiros COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM) Bolsas de Mercadorias e Futuros Ao longo de sua existência, o CMN teve diferentes constituições. A partir do Plano Real (1994), sua composição foi simplificada e ficou assim: Ministro da Fazenda (presidente do Conselho) Funcionam ainda junto ao CMN diversas comissões consultivas, tais como: • Técnica da Moeda e do Crédito • Normas e Organização do Sistema Financeiro • Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros • Crédito Rural • Crédito Industrial • Endividamento Público • Política Monetária e Cambial • Crédito Habitacional e para Saneamento e Infra-Estrutura Urbana Min. Guido Mantega Ministro de Planejamento Min. Paulo Bernardo Silva Presidente do Banco Central Henrique Meirelles Estes três cargos são indicados pelo Presidente da República. O Presidente do Banco Central, além disso, precisa ser aprovado pelo Senado Federal, em votação secreta. Atribuições Finalidade O Banco Central do Brasil, vinculado ao Ministério da Fazenda, pode ser definido como sendo o órgão executivo e fiscalizador das políticas determinadas pelo CMN, junto ao Sistema Financeiro Nacional. Executor da Política Monetária Objetivo Banqueiro do Governo Emissor de Moeda Executor da Política Cambial Gestor e Controlador do Sistema Financeiro Nacional Fiscalizar as instituições financeiras, aplicando as penalidades necessárias que podem ir de uma advertência até a liquidação extrajudicial; • Conceder autorização de funcionamento, fusão e incorporação; • Realizar e controlar operações de redesconto e as de empréstimos dos bancos; • Emitir dinheiro e controlar a liquidez; • Controlar o crédito interno e de capitais estrangeiros; • Receber os depósitos compulsórios; • Comprar e vender títulos públicos federais; • Supervisionar os serviços de compensação de cheques entre instituições financeiras; • Através do Comitê de Política Monetária (COPOM) busca cumprir as metas de inflação definidas pelo CMN e estabelece a meta para a taxa Selic. Finalidade Objetivo Normatizar e controlar o Mercado de Valores Mobiliários, ou seja, títulos emitidos pelas sociedades anônimas e autorizados pelo CMN. A CVM é uma autarquia do Ministério da Fazenda, e atua sob a orientação do CMN. Seu presidente e quatro diretores são nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. O principal objetivo da CVM é o fortalecimento do mercado de ações e títulos mobiliários. Proteger investidores em valores mobiliários Atuar na fiscalização da emissão, registro, distribuição e negociação de títulos emitidos pelas empresas S/A Estimular a aplicação de recursos no mercado acionário Objetivo Garantir o funcionamento das bolsas, corretoras e distribuidoras Atribuições • promover medidas incentivadoras à canalização das poupanças ao mercado acionário • estimular o funcionamento das bolsas de valores e das instituições operadoras do mercado de ações em bases eficientes e regulares • garantir a legalidade e a ética nas operações com títulos e valores mobiliários • proteger os investidores. A CVM tem seu poder disciplinador e fiscalizador sobre: Matérias Mercados Bancos Comerciais Bancos de Investimento Corretoras e Distribuidoras Possuem depósitos a vista Concedem crédito de médio e longo prazo Fazem a Intermediação de operações no mercado aberto e no mercado de capitais. Corretoras participam das bolsas. Títulos que Emitem CDB/RDB e CDI CDB/RDB e CDI CDI Principais Negócios Empréstimos de Curto Prazo:Cheque especial, hot money, descontos Empréstimos de Longo Prazo, Repasses do BNDES, Emissões de Títulos, Serviços de Custódia, Gestão de Recursos de Terceiros... Intermediação Administração de fundos (Não emprestam) Principal Característica Bancos Múltiplos Possuem no mínimo duas carteiras de negócios financeiros, sendo que uma delas deve ser de Banco Comercial ou de Investimento. Podem possuir: carteira de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeira), permitindo emitir letra de câmbio; de Crédito Imobiliário, permitindo emitir letra hipotecária e captar recursos em poupança; e as carteiras de Desenvolvimento (exclusiva de bancos públicos) e de Arrendamento Mercantil. Bolsa de Valores As bolsas são associações civis sem fins lucrativos, cujos patrimônios são constituídos pelos recursos advindos das sociedades corretoras. Cliente Corretoras Corretoras Corretoras Distribuidora Bolsa Banco Pregão Corretoras Corretoras 1. Fornecem o local para realização dos negócios com títulos e valores mobiliários; 2. Definem regras de transparência, liquidez e continuidade aos negócios. Finalidade Objetivo A finalidade básica do sistema de pagamentos é transferir recursos entre bancos, de forma a viabilizar o processamento e a liquidação de pagamentos de pessoas, empresas, governo, Banco Central e instituições financeiras. Estas transferências são realizadas através de débitos e créditos nas Contas Reserva Bancárias que os bancos possuem junto ao Banco Central. Implantado em abril de 2002, com o objetivo de dar mais agilidade e segurança às transações bancárias, através da transferência imediata de dinheiro, de forma irreversível, o que coloca o Brasil no grupo de países que monitoram em tempo real as reservas de seus bancos. Desta forma, permite que as liquidações financeiras sejam feitas com muito mais eficiência e menor risco, dado que não está sujeita ao tempo de processamento de cheques ou DOCs, inerente ao sistema de compensação tradicional. Este mecanismo permite que um valor, que esteja disponível em reservas na conta corrente de um cliente em um determinado banco, seja transferido e creditado na conta do favorecido, em outra instituição financeira, no mesmo dia ou até mesmo no mesmo momento. Este procedimento é utilizado pelo mercado para valores acima de R$ 5.000,00. Os recursos depositados em conta corrente são diferenciados em “disponíveis” e “bloqueados”, o que impacta a negociação de investimentos, como as aplicações em CDB/RDB, que podem ter suas taxas diferenciadas, em função da disponibilidade ou não dos recursos em conta corrente. O novo SPB está apoiado nos seguintes pilares: CONTAS DE RESERVAS BANCÁRIAS POSITIVAS OU ZERADAS DURANTE TODO O DIA SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA ELETRÔNICA DE RECURSOS ADEQUAÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOBRE OS RISCOS DO SETOR PRIVADO IRREVOGABILIDADE E INCONDICIONALIDADE DAS LIQUIDAÇÕES FINANCEIRAS Monitoramento automático e em tempo real do saldo de cada conta de Reserva Bancária. Desta forma, não é possível que os agentes do sistema financeiro trabalhem com posições a descoberto. As transferências de grandes volumes acontecem instantaneamente no momento da transação, através de um sistema de mensagens eletrônicas seguras. O SPB alterou as regras de funcionamento das câmaras de compensação (clearings), que passaram a assumir o risco das liquidações e, conseqüentemente: 1-Adotaram mecanismos mais adequados ao gerenciamento dos riscos de liquidação 2-Estabeleceram limites operacionais 3-Exigiram garantias dos participantes Adoção do mecanismo de Novação, ou seja, de um dispositivo contratual por intermédio do qual as câmaras podem se interpor como responsáveis para assegurar a finalização de uma transação entre duas partes, sendo a Clearing a contraparte central. Os bancos possuem no Banco Central (BC) uma conta denominada Reservas Bancárias, na qual é processada toda a movimentação financeira dos bancos, decorrente do resultado de suas operações próprias ou de seus clientes. O novo Sistema de Pagamentos Brasileiro constitui-se de uma rede que interliga as instituições financeiras às Câmaras de Pagamentos, de Ativos e de Câmbio e ao Sistema de Transferências de Reservas desenvolvido pelo Banco Central, permitindo que a troca de mensagens de débitos e créditos, que transitam em tempo real, gere impacto imediato nas contas de reserva bancária dos bancos. Os benefícios para o Investidor são a segurança e transparência - Não permite mais que bancos sem recursos na conta reserva possam operar SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia Esse sistema realiza as transações, primárias e secundárias, com títulos públicos federais (LFT, LTN, NTN) . Todos os títulos negociados nesse sistema são desmaterializados (escriturais, isto é, emitidos exclusivamente em formato eletrônico), custodiados em nome de seus possuidores e utiliza-se o mecanismo de Entrega Contra Pagamento, ou seja, a troca de custódia dos títulos é feita simultaneamente ao movimento da reserva bancária dos bancos no Bacen. A liquidação da operação impacta instantaneamente a conta reserva do Banco. CETIP – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos A Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos – CETIP registra prioritariamente as operações de títulos privados (além de títulos emitidos por estados e municípios). A liquidação, da mesma forma que no Selic, é feita pelo mecanismo de Entrega Contra Pagamento. Na CETIP são custodiados os títulos privados: CDB, Debêntures, Letras Hipotecárias e as Operações de SWAP. A CETIP e a SELIC, ao contrário das outras Centrais de Liquidação, não atuam como Contrapartes Centrais. Ou seja, estas duas centrais não atuam como últimas garantidoras das operações por elas cursadas. Abaixo, temos um quadro resumo dos principais atores do SFN e suas características SFN – Sistema Financeiro Nacional Intermediação entre tomadores e doadores de Recursos no Mercado Financeiro Todos os Instrumentos Financeiros CMN – Conselho Monetário Nacional Formular as políticas monetária, cambial e creditícia para atender aos interesses econômicos e sociais do país Todos os Instrumentos Financeiros BACEN – Banco Central do Brasil Órgão executivo e fiscalizador das políticas determinadas pelo CMN, junto ao Sistema Financeiro Nacional. Tem como missão assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do Sistema Financeiro Nacional. Moeda, Títulos Públicos Federais, Estaduais e Municipais,Títulos Privados de Renda Fixa de emissão bancária – CDB e RDB,Operações de Crédito, incluindo factoring e cartão de crédito, Serviços Bancários ,Crédito Imobiliário e Poupança, Letras Hipotecárias, Leasing, Operações de Câmbio, Consórcios CVM – Comissão de Valores Mobiliários Normatizar, disciplinar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do Mercado de Valores Mobiliários. Bancos de Investimento Os bancos de investimento são os principais fornecedores de crédito de médio e longo prazo, bem como na estruturação de operações de captação de recursos. Ações, debêntures e bônus de subscrição; Cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários; Certificados de depósito de valores mobiliários; Cédulas de debêntures; Cotas de fundos de investimento ou de clube de investimentos ; Notas comerciais; Contratos futuros, de opções e outros derivativos; Títulos ou contratos de investimento coletivo, ofertados publicamente repasses de recursos oficiais de crédito,repasses de recursos externos, subscrição pública de valores mobiliários (underwriting de ações e debêntures), leaseback, financiamento de bens de produção, securitização de recebíveis ,avais, fianças, serviços de custódia, administração de fundos e carteiras de títulos e valores mobiliários, fusões e aquisições Instituição pública federal ou estadual Empréstimos e financiamentos, Avais e fianças, Arrendamento Mercantil, Subscrição de ações e debêntures Caixa Econômica Atuam no fomento ao desenvolvimento urbano e nos segmentos de habitação, saneamento e infra-estrutura, e na administração de fundos, programas e serviços de caráter social Produtos de bancos comerciais, Financiamento imobiliário, Operacionalização das loterias federais, Centralização do recolhimento e aplicação do FGTS,Pagamento de PIS e seguro desemprego Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento São aquelas conhecidas como Financeiras e dedicam-se basicamente ao financiamento de bens duráveis às pessoas físicas por meio de fornecimento de Crédito Direto ao Consumidor Bancos de Desenvolvimento. Crédito Direto ao Consumidor (com ou sem interveniência); Letras de Câmbio Sociedade de Crédito Imobiliário Financiam imóveis, loteamentos, incorporações de edifícios, etc. Financiamento de Imóveis; Caderneta de poupança;Letras Hipotecárias e,Letras Imobiliárias,Repasse de recursos captados no exterior, Depósitos Interfinanceiros (DI) Companhias Hipotecárias Financiar a produção, reformas ou a comercialização de imóveis residenciais ou comerciais e lotes urbanos. Financiamentos Imobiliários; Fundos Imobiliários; Letras Hipotecárias; Debêntures Sociedade de Arrendamento Mercantil Realizar operações de leasing Repasse de recursos captados no exterior; Repasse de recursos oficiais de crédito;Debêntures Bancos Comerciais Bancos Múltiplos Os Bancos Comerciais têm como principal característica a criação de moeda, através da captação de recursos em depósitos à vista, que são repassados na forma de operações de crédito. Os Bancos Múltiplos são aqueles formados por pelo menos duas das seis carteiras, sendo que pelo menos uma deve ser de banco comercial ou banco de investimento Conta corrente e captação de depósitos à vista, CDBs/RDBs, Descontos de títulos, Adiantamento sob caução de títulos, Crédito pessoal, Crédito rural,Cheques especiais, Financiamento de capital de giro, Operações e serviços de câmbio, Cobranças,Ordens de pagamento e transferência de recursos,Pagamentos de cheques, Recebimento de impostos e tarifas públicas,Custódia de valores Depende da Carteira Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários Sociedades Corretoras de Câmbio As sociedades corretoras são aquelas que atuam com exclusividade na intermediação nos pregões de bolsas de valores e mercadorias. Intermediação em operações de câmbio Operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de valores ,Intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários; Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros, Administrar fundos, carteiras e clubes de investimentos; Custodiar títulos e valores mobiliários; Exercer funções de agente fiduciário; Intermediar, ou comprar e vender, no mercado de metais preciosos; Operar em bolsas de mercadorias ou de futuros, por conta própria ou de terceiros, Prestar assessoria nas operações do mercado financeiro, Intermediar operações de câmbio; Operações de câmbio Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários Bolsas de Valores As sociedades distribuidoras se assemelham às sociedades corretoras, sendo que a principal diferença é não poderem atuar como intermediárias nos mercados de bolsa de valores e de mercadorias Intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários; Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros; Administrar fundos, carteiras e clubes de investimentos; Custodiar títulos e valores mobiliários; Exercer funções de agente fiduciário; Intermediar, ou comprar e vender, no mercado de metais preciosos; Prestar assessoria nas operações do mercado financeiro. O objetivo principal das Bolsas de Valores é proporcionar liquidez aos títulos negociados, a um preço justo, que seja consenso de mercado Ações à vista,Direitos e recibos de subscrição, Recibos de depósito de ações, Ações a termo, Opções sobre ações,Warrants,Futuros de ações,BDRs, Cotas de fundos fechados ou clubes de investimento, Debêntures e Notas Promissórias BM&F Efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico, bem como desenvolver, organizar e operacionalizar mercados livres e transparentes. ANBID – Associação Nacional dos Bancos de Investimento Representação do segmento das instituições financeiras que operam no mercado de capitais. A Anbid cria procedimentos que permitam que o mercado se autoregule, os quais, depois de aprovados, devem ser seguidos por todos os associados. Contratos que possuem como referência ativos financeiros, taxas de juros, índices de ações, índices de preços, taxas de câmbio, cupom cambial, títulos da dívida externa, ouro e commodities agrícolas. A Anbid possui atualmente quatro códigos de Auto-Regulação: Auto-Regulação de Fundos; Auto-Regulação de Oferta Pública de Títulos e Valores Mobiliários, AutoRegulação do Programa de Certificação Continuada; Auto-Regulação para o serviço de Custódia Qualificada SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia CETIP – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional e do Banco Central do Brasil, bem como ao registro e à liquidação de operações com os referidos títulos. Letras Financeiras do Tesouro (LFT) ,Letras do Tesouro Nacional (LTN) ,Notas do Tesouro Nacional (NTN) ;Notas do Banco Central (NBC) CDB e RDB; Debêntures; Export Notes; Notas Promissórias; Depósito Interfinanceiro(DI); Letra de Câmbio;Letra de Crédito Imobiliário; Hipotecárias;Título de Mercado de balcão organizado Letras para registro e negociação de Desenvolvimento Econômico(TDE); títulos e valores mobiliários de Cotas de Fundos (FIF, FAC, FITVM); Certificado a Termo de Energia renda fixa (títulos privados) Elétrica; Certificado de Investimento Audiovisual;Certificado de Recebíveis Imobiliários; Título da Dívida Agrária (TDA); Letras Financeiras dos Tesouros de Estados e Municípios; Contratos de SWAP Clearings CBLC As Câmaras de Compensação ou Clearing House são responsáveis pelo registro, compensação e liquidação eletrônica de operações financeiras. Operam sob a proteção de mecanismos de garantia tomadas dos bancos participantes, conferindo mais segurança e confiabilidade às operações do sistema financeiro. Há atualmente quatro clearings: CBLC, BM&F-derivativos e BM&Fcâmbio e BM&F ativos. Tem como objetivo a prestação de serviços de compensação e liquidação física e financeira de operações realizadas nos mercados à vista e a prazo da BOVESPA e de outros mercados, bem como a operacionalização dos sistemas de custódia de títulos e valores mobiliários em geral. Depende da clearing Ações; Opções sobre ações; Contratos a termo; Futuros de ações BM&F- Clearing de derivativos Responsável pelo registro e liquidação das operações com derivativos cursadas na BM&F. BM&F- Clearing de câmbio Oferece todas as condições operacionais apropriadas à gestão de riscos intrínsecos às operações de compra e venda de moeda estrangeira cursadas por intermédio de seus sistemas. BM&F – Clearing de Ativos É uma Clearing nova lançada pela BM&F para registro, compensação e liquidação de operações com títulos de renda fixa, tanto públicos quanto privados. As operações são feitas por meio de um sistema eletrônico de negociação e registro chamado Sisbex. Contratos futuros; Opções Moedas estrangeiras Títulos públicos e Privados 1-) Por que é importante que o Banco Central controle as taxas de crescimento da oferta de moeda? 2-) Suponha que um furacão destrua grande parte do capital instalado de uma economia. O que deve acontecer com a taxa de juro? Se a taxa de juro aumentar, seria ótimo limitar de alguma forma esse aumento? 3-) Como os bancos criam moeda? Que fatores aumentam ou diminuem a sua capacidade de criar moeda? 4-) Discuta brevemente a seguinte afirmação: “Aumento das importações penaliza crescimento do PIB”. 5-) O economista Alan Blinder, designado por Bill Clinton vice-presidente do Federal reserve, escreveu em certa ocasião “Os custos que acompanham as taxas de inflação baixas e moderadas experimentadas nos Estados Unidos e em outros países industrializados parecem ser bastante modestos – mais como um resfriado do que um câncer para a sociedade (...). Como pessoas racionais , não nos oferecemos para fazer uma lobotomia a fim de curar uma dor de cabeça. Contudo, coletivamente, rotineiramente receitamos o equivalente econômico da lobotomia (alto desemprego) como uma cura para o resfriado inflacionário.” O que você acha que Blinder quis dizer com isso? Explique. Professor: Breno Gregório Lima [email protected] A revolução agrícola (aproximadamente há 10.000 anos), considerada um marco no desenvolvimento das civilizações, foi a transformação das sociedades, antes formadas por tribos nômades e semi-nômades, em grupos capazes de desenvolver um entendimento sobre a necessidade de consumo e produção. Por que se fala em revolução agrícola? Porque o impacto da nova atividade na história do homem foi enorme. E não se trata apenas de mera questão acadêmica, mas de algo muito real e palpável como o próprio número de seres humanos sobre a face da Terra. O conhecimento das formas de plantio possibilitou a colonização permanente de áreas, não sendo mais necessária a constante mudança de local para obtenção de alimentos, caça, fuga das intempéries, etc... Agregado ao plantio, desenvolveu-se também a criação de animais, igualmente crucial na formação das primeiras cidades A partir da revolução agrícola, quando a economia começou a criar excedentes, é que, surgiu a necessidade de trocas de mercadorias que se produziam, por outras que não eram produzidas internamente. As mercadorias surgiram a partir da formação de excedentes, cujo montante era necessário trocar por produtos que determinada tribo não produzia, frente a isto, surgem os mercados, as mercadorias; e, consequentemente, algo que servisse como meio de troca entre os produtos No início não havia moeda. Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalência de valor. Assim, quem pescasse mais peixe do que o necessário para si e seu grupo trocava este excesso com o de outra pessoa que, por exemplo, tivesse plantado e colhido mais milho do que fosse precisar. Esta elementar forma de comércio pode ser encontrada, ainda hoje, entre povos de economia primitiva, em regiões onde, pelo difícil acesso, há escassez de meio circulante, e até em situações especiais, em que as pessoas envolvidas efetuam permuta de objetos sem a preocupação de sua equivalência de valor. Este é o caso, por exemplo, da criança que troca com o colega um brinquedo caro por outro de menor valor, que deseja muito. O sal foi uma importante moeda–mercadoria; de difícil obtenção, principalmente no interior dos continentes, era muito utilizado na conservação de alimentos. Ambas deixaram marca de sua função como instrumento de troca em nosso vocabulário, pois, até hoje, empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro acumulado) derivadas da palavra latina pecus (gado). A palavra capital (patrimônio) vem do latim capita (cabeça). Da mesma forma, a palavra salário (remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empregado) tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o pagamento de serviços prestados. O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados; apresentava vantagens de locomoção própria, reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse o risco de doenças e da morte. Quando o homem descobriu o metal, logo passou a utilizá-lo para fabricar seus utensílios e armas anteriormente feitos de pedra. Por apresentar vantagens como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal se elegeu como principal padrão de valor. Era trocado sob as formas mais diversas. A princípio, em seu estado natural, depois sob a forma de barras e, ainda, sob a forma de objetos, como anéis, braceletes etc. O metal comercializado dessa forma exigia aferição de peso e avaliação de seu grau de pureza a cada troca. Mais tarde, ganhou forma definida e peso determinado, recebendo marca indicativa de valor, que também apontava o responsável pela sua emissão. Essa medida agilizou as transações, dispensando a pesagem e permitindo a imediata identificação da quantidade de metal oferecida para troca. Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas. Como sua produção exigia, além do domínio das técnicas de fundição, o conhecimento dos locais onde o metal poderia ser encontrado, essa tarefa, naturalmente, não estava ao alcance de todos. A valorização, cada vez maior, destes instrumentos levou à sua utilização como moeda e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em pequenas dimensões, que circulavam como dinheiro. É o caso das moedas faca e chave que eram encontradas no Oriente e do talento,moeda de cobre ou bronze, com o formato de pele de animal, que circulou na Grécia e em Chipre. Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O emprego destes metais se impôs, não só pela sua raridade, beleza, imunidade à corrosão e valor econômico, mas também por antigos costumes religiosos. Nos primórdios da civilização, os sacerdotes da Babilônia, estudiosos de astronomia, ensinavam ao povo a existência de estreita ligação entre o ouro e o Sol, a prata e a Lua. Isto levou à crença no poder mágico destes metais e no dos objetos com eles confeccionados. A cunhagem de moedas em ouro e prata se manteve durante muitos séculos, sendo as peças garantidas por seu valor. Durante muitos séculos os países cunharam em ouro suas moedas de maior valor, reservando a prata e o cobre para os valores menores. Estes sistemas se mantiveram até o final do século passado, quando outras ligas metálicas passaram a ser muito empregadas, passando a moeda a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que independe do metal nela contido. Na Idade Média, surgiu o costume de se guardarem os valores com um ourives, pessoa que negociava objetos de ouro e prata. Este, como garantia, entregava um recibo. Com o tempo, esses recibos passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos, circulando de mão em mão e dando origem à moeda de papel. No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido à mão, tal como, hoje, fazemos com os cheques. Com o tempo, da mesma forma ocorrida com as moedas, os governos passaram a conduzir a emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o poder de pagamento. Atualmente quase todos os países possuem seus bancos centrais, encarregados das emissões de cédulas e moedas. A moeda de papel evoluiu quanto à técnica utilizada na sua impressão. Hoje a confecção de cédulas utiliza papel especialmente preparado e diversos processos de impressão que se complementam, dando ao produto final grande margem de segurança e condições de durabilidade. Nas sociedades mais complexas, como as que vivemos hoje, dificilmente fabricamos produtos para o nosso próprio consumo pessoal. Geralmente, vamos ao mercado, levamos alguma soma de dinheiro, e trazemos leite, pão, arroz e feijão para a nossa subsistência orgânica, sapatos e roupas para a apresentação pessoal e produtos de limpeza para a higiene do lar. Por que as sociedades modernas substituíram as trocas diretas pelas indiretas? Porque o uso do dinheiro, considerado pelos economistas como um véu, facilita substancialmente a troca. Contudo, a sua presença na sociedade moderna dificulta a compreensão do que realmente está atrás de um simples ato de consumo. O pão que compramos representa, pelo lado do produtor, o somatório de todos os custos, desde a plantação do trigo até a sua confecção final. Por outro lado, o dinheiro gasto pelo consumidor mostra, em última análise, a especialização do proprietário daquela soma monetária. Mas por que há especialização? Porque com ela ganha-se mais do que cada um produzindo para o seu próprio consumo. Suponha que uma pessoa que não seja alfaiate queira confeccionar o seu próprio terno. Quantas horas não gastará nesse mister? Mas se outra pessoa, especializada, ou seja, o alfaiate o confeccionar, fá-lo-á em menos tempo e com mais qualidade. Enquanto o alfaiate está empregando o seu tempo para a fabricação do terno, o futuro usuário do terno estará empregando-o em outra atividade, ou seja, na sua especialização. Como isso, a sociedade como um todo sai ganhando. Adam Smith, o fundador da economia no Século XVIII, já previa que a especialização levaria a um aumento de consumo e a um aumento da atividade econômica. Alem disso, a extensão do mercado propiciaria uma maior quantidade de bens consumidos. A globalização a que estamos assistindo nos dias que correm é um exemplo da amplitude desse mercado global. As grandes empresas estão preocupadas em diminuir o tamanho de sua ingerência na economia. Por isso, estão procurando mais parceiros, a fim de premiar outras especializações, no sentido de diminuir custos e tornar-se mais competitiva no mercado reduzido de sua especialização. Professor: Breno Gregório Lima [email protected] “ Em economia, a Lei da Oferta e Procura , também chamada de Lei da Oferta e da Demanda é a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto - isto é, a procura - e a quantidade que é oferecida, a oferta. A partir dela, é possível descrever o comportamento preponderante dos consumidores na aquisição de bens e serviços em determinados períodos, em função de quantidades e preços ” O mercado é o local onde se encontram os vendedores e compradores de determinados bens e serviços. Antigamente, a palavra mercado tinha uma conotação geográfica que hoje não mais subsiste, uma vez que os avanços tecnológicos nas comunicações permitem que hajam transações econômicas até sem contato físico entre o comprador e o vendedor, tais como nas vendas por telefone e/ou Internet. Os economistas classificam os mercados as seguinte forma: Concorrência perfeita – Trata-se de um mercado caracterizado pelos seguintes fatores: a) Existência de um grande número de pequenos vendedores e compradores; b) O produto transacionado é homogêneo; c) Há livre entrada e saída de empresas no mercado; d) Perfeita transparência, ou seja, perfeito conhecimento pelos compradores e vendedores, de tudo o que ocorre no mercado; e) Perfeita mobilidade dos recursos produtivos Como se percebe por suas características, o mercado de concorrência perfeita não é facilmente encontrado na prática, embora possa se afirmar que os mercados que mais se aproximam dela são os mercados de produtos agrícolas. Monopólio – é o mercado que se caracteriza pela existência de um único vendedor. O monopólio pode ser legal ou técnico. Oligopólio – é o mercado em que existe um pequeno número de vendedores ou em que, apesar de existir um grande número de vendedores, uma pequena parcela destes domina a maior parte do mercado. Monopsônio – é um mercado em que há apenas um único comprador. Oligopsônio – é o mercado caracterizado pela existência de um pequeno número de compradores ou ainda que, embora haja um grande número de compradores, uma pequena parte destes é responsável por uma parcela bastante expressiva das compras ocorridas no mercado. Concorrência Monopolística – trata-se de um mercado em que apesar de haver um grande número de produtores (e, portanto, ser um mercado concorrencial), cada um deles é como se fosse monopolista de seu produto, já que este é diferenciado dos demais. Uma importante diferenciação entre as estruturas de mercados reside no grau de controle que vendedores e compradores têm sobre o preço pelo qual o produto é transacionado no mercado. Na concorrência perfeita, nenhum vendedor ou comprador, considerado isoladamente, tem influência sobre o preço de mercado.Neste mercado, portanto, é somente a influência conjunta de todos os vendedores e de todos os compradores quem determina o preço de mercado. Nas demais estruturas de mercado, ou o vendedor ou o comprador, isoladamente, pode impor um preço ao mercado. A demanda de um determinado bem é dada pela quantidade de bem que os compradores desejam adquirir num determinado período de tempo. A demanda do bem x depende de uma série de fatores, dos quais, os economistas consideram como os mais relevantes: O Preço do Bem A Renda do Consumidor O Preço de Outros Bens Os Hábitos e Gostos dos Consumidores A demanda do bem x é, portanto, a resultante da ação conjunta ou combinada de todas essas variáveis. Assim, por exemplo, caso se deseja saber o que ocorre com a demanda do bem x se o preço do mesmo aumentar, é preciso supor que todas as demais variáveis que influenciam a demanda permaneçam com o mesmo valor, de modo que a variação da demanda seja atribuível exclusivamente a variação de preço Matematicamente, pode-se dizer que a demanda do bem x é uma função inversa ou decrescente do seu preço.Embora seja perfeitamente aceitável ao bom senso comum que a quantidade procurada do bem x varie inversamente ao seu preço, os economistas justificam tal comportamento da demanda em função de dois efeitos: a) Efeito-renda – quando o preço do bem x aumenta, o consumidor fica, em termos reais, mais pobre e, portanto, irá reduzir o consumo do bem; o inverso ocorrerá se o preço do bem x diminuir. b) Efeito-substituição – se o preço do bem x aumenta e o de outros bens fica constante, o consumidor procurará substituir o seu consumo por outro bem similar; se o preço diminuir, o consumidor aumentará o consumo do bem x às expensas da diminuição do consumo dos bens sucedâneos A quantidade do bem x, por unidade de tempo, que os vendedores desejam oferecer no mercado constitui a oferta do bem x. Similarmente à demanda, a oferta também é influenciada por diversas variáveis, entre elas: O Preço do Bem Preço dos Insumos Utilizados na Produção Tecnologia Preço de Outros Bens Num mercado em concorrência perfeita, caso o Governo tabele o preço num valor inferior ao de equilíbrio, ocorrerá escassez do bem (excesso de quantidade demandada sobre a oferta).Tendo em vista que a solução adequada para esta escassez, que seria a elevação do preço de mercado, não é possível pois o mesmo está tabelado, não há outra alternativa ao não ser a administração da escassez. BENS INFERIORES: bens inferiores são bens cuja demanda diminui quando o nível de renda do consumidor aumenta e aumenta quando o consumidor fica mais pobre. Se o bem x for um bem inferior, o aumento de renda dos consumidores reduz a sua demanda, a curva desloca-se para a esquerda e o preço e a quantidade de equilíbrio diminuem. BENS SUBSTITUTOS: São aqueles bens em que o consumo de um deles exclui o consumo do outro. A substituição não precisa ser total, basta o fato de ele comprar maiores quantidades de manteiga implicar um certa redução do seu consumo de margarina. BENS COMPLEMENTARES: São os bens cujo consumo é feito geralmente de forma simultânea. Da mesma forma que a substitubilidade, a complementaridade não precisa ser total, ou seja, o consumo de um implicar necessariamente no consumo do outro, bastando que o consumo de ambos seja associado de alguma forma. Exemplo: Pão e manteiga. HÁBITOS E GOSTOS DOS CONSUMIDORES: Esta variável é influenciada principalmente por campanhas de publicidade e propaganda do bem x. Por exemplo, se uma campanha publicitária convencer o consumidor que o consumo de um determinado produto faz bem a saúde, a demanda deste deverá aumentar e, consequentemente, elevar seu preço e quantidade de equilíbrio. Em suma, a lei da oferta e demanda sugere que quem determina o preço são os consumidores. Eles decidem quanto querem comprar e a que preço, e os fornecedores só podem é concordar com as exigências e decidem quanto vale a pena produzir para vender ao preço dado pelo consumidor. Professor: Breno Gregório Lima [email protected] Ao tomar suas decisões de investimentos, os investidores, de forma direta ou indireta, são norteados pela relação retorno x risco. Por mais leigo que seja um investidor, esta relação está sempre implícita no seu raciocínio. Este é o tripé sobre o qual se apóia a análise de investimentos: Rentabilidade x Riscos x Liquidez. Estes três fatores são interdependentes, e funcionam como os três pés de uma banqueta: se faltar um deles na análise, fatalmente a banqueta cai, machucando quem estava sentado. A rentabilidade ou retorno de qualquer investimento é dada pela seguinte equação: Por trás de uma fórmula tão simples, escondem-se alguns conceitos fundamentais em finanças: Notemos que a rentabilidade é dada por um percentual. Digamos que uma determinada ação tenha saído de R$ 10,00 para R$ 12,00 em um mês. A rentabilidade desta ação será de: Outro conceito importante em investimentos é o chamado custo de oportunidade. Existe uma rentabilidade teórica, que se obtém sem correr riscos. Quando um investidor resolve assumir algum risco, ele espera que este investimento lhe proporcione um retorno maior que o investimento livre de risco. O investidor está abrindo mão de um retorno certo (sem risco), por outro incerto (com risco). Na prática, não existem investimentos completamente sem risco. No Brasil, o que mais se aproxima de um investimento sem risco são os títulos federais atrelados ao SELIC, de curtíssimo prazo. Portanto, espera-se que qualquer investimento com mais risco proporcione retornos acima da taxa SELIC. Rentabilidade Absoluta é o próprio conceito de rentabilidade que já vimos. Se o preço de uma ação variou de R$10 para R$11, dizemos que sua rentabilidade absoluta foi de 10%. Rentabilidade Absoluta é, então, a própria variação do preço de um ativo. Rentabilidade Relativa, por outro lado, é a diferença entre a rentabilidade absoluta e a rentabilidade de um determinado referencial, ou benchmark. Continuando com nosso exemplo, digamos que o benchmark (o índice Bovespa, por exemplo), tenha apresentado um rendimento de 7% no mesmo período. Dizemos então que a rentabilidade relativa da ação foi de 3% (10% - 7%). Nos fundos de investimento, por exemplo, a rentabilidade relativa indica o sucesso ou não de um determinado fundo. Todo gestor busca que seus fundos obtenham rentabilidade relativa positiva, ou seja, que seus fundos apresentem rentabilidade absoluta acima da rentabilidade do benchmark. Uma rentabilidade relativa negativa indica que o gestor pode não ter feito um bom trabalho. Outros dois conceitos ligados ao conceito de rentabilidade são os de Rentabilidade Esperada e Rentabilidade Observada. Rentabilidade Esperada é aquela que ainda não ocorreu. Trata-se de uma previsão, e como toda previsão, embute um certo risco de não se concretizar no futuro. Este risco pode ser maior ou menor, dependendo da natureza do investimento. Ações, por exemplo, têm rentabilidades esperadas menos precisas que títulos de renda fixa, por exemplo. Outro fator importante é o tempo. Quanto maior o período para frente, menos precisa é a rentabilidade esperada. Rentabilidade Observada, por sua vez, é a rentabilidade que já ocorreu, já se realizou. As rentabilidades dos diversos ativos publicadas nos jornais são todas observadas. As decisões de investimento deveriam considerar apenas as rentabilidades esperadas. As rentabilidades observadas devem servir apenas como uma base inicial para se tentar projetar as rentabilidades esperadas. No entanto, o que normalmente se vê é que as rentabilidades observadas tendem a ser a única base para a tomada de decisão de investimento. Não por outro motivo, em todo material sobre fundos de investimento, é obrigatória mensagem com o seguinte teor: “Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”. Em outras palavras, o investidor deveria sempre olhar para frente, e não dirigir olhando pelo espelho retrovisor. É de extrema importância para a o sucesso nos investimentos, saber identificar, previamente, quais são os tipos de riscos existentes, qual deve ser a política a ser adotada e quais os instrumentos de controle. Os riscos mais importantes a serem observados ao se fazer um investimento são: Risco de mercado é a incerteza com relação ao valor do ativo em um determinado momento no futuro. O preço dos ativos oscila por natureza. A isso chamamos de volatilidade, que é uma medida dessa oscilação. Assim, os preços das ações são mais voláteis (oscilam mais) que os preços dos títulos de renda fixa. A medida matemática dessas oscilações é o desviopadrão, que representa a dispersão dos retornos de um ativo em relação à média desses retornos. Ou, de outra maneira, o Risco de Mercado é representado pelos desvios (ou volatilidade) em relação ao resultado esperado. Risco de mercado, Volatilidade e Desvio-Padrão, na prática, podem ser utilizados como sinônimos. O risco de mercado pode ser dividido em duas partes: • Risco sistemático: é a parte da volatilidade do ativo que tem sua origem em fatores comuns a todos os ativos do mercado. Por exemplo, determinado resultado das eleições presidenciais afeta, em maior ou menor grau, todos os ativos do mercado. • Risco não sistemático ou específico: é a parte da volatilidade do ativo que tem sua origem em características específicas do ativo. Por exemplo, se uma plataforma da Petrobrás sofre um acidente, a princípio somente as ações desta empresa recebem um impacto negativo. Os ativos, no mercado Financeiro brasileiro, estão expostos a 4 fatores de risco de mercado: 1. Oscilação nos preços das ações 2. Oscilação nas cotações do câmbio 3. Oscilação nas taxas de juros 4. Oscilação nos preços das commodities mercadorias e serviços Isto significa que as ações estão expostas ao fator de risco preço das ações. Uma NTN cambial está exposta ao fator de risco cotações do câmbio e às taxas de juros (“cupom” pago acima do indexador). Um CDB pré-fixado está exposto ao fator de risco taxa de juros. Os três primeiros fatores influenciam muito mais o mercado de investimento brasileiro, dado que temos poucos investimentos em commodities negociados através das instituições financeiras. Risco de crédito está associado às possíveis perdas que um investidor poderá ter caso, na data do resgate dos seus investimentos, ou em alguma data de pagamento intermediário, por qualquer motivo, não receba o montante a que tem direito. Exemplo: falta de pagamento no vencimento de um CDB ou de um título público. O risco de crédito pode ser dividido em: a. Risco político ou soberano: Quando são impostas restrições ao livre fluxo de capitais, impondo controles cambiais que impossibilitam a remuneração dos investidores externos. Golpes militares, políticas econômicas, resultado de novas eleições entre outros podem trazer este tipo de restrição. b. Risco país: Quando o devedor é um país que pode não honrar seus compromissos, ou seja, quando o país não tem capacidade de gerar recursos para o pagamento de suas obrigações. c. Risco de falta de pagamento ou inadimplência (risco privado): Quando a parte credora não recebe, na data combinada, um pagamento já contratado. Pode ter 4 origens: d. Risco de emissor: Risco do emissor de um determinado título não honrar o pagamento na data do resgate, no vencimento de um pagamento de juros, no vencimento de uma amortização ou ainda em uma data de repactuação. Por exemplo, uma empresa emite uma debênture, e não honra um pagamento intermediário de juros. e. Risco de contraparte: Risco da contraparte não honrar a sua obrigação na data acordada. Exemplo: um cliente realiza uma operação de swap com o Banco A, que é, então, a sua contraparte nessa operação. Neste caso, não existem emissores, existem acordos estabelecidos em contratos. Se, ao final da operação, o cliente possuir um valor a receber, o Banco A deve lhe pagar a diferença financeira entre dois indexadores. O risco, portanto, está na possibilidade de o Banco A não poder honrar o pagamento na data prevista. f. Risco de intermediação: Algumas operações no mercado financeiro são feitas através de intermediários, tipicamente as distribuidoras e corretoras. O risco de intermediação consiste na possibilidade destes intermediários não liquidarem tais operações, prejudicando compradores e vendedores. Exemplo: Um investidor comprou ações através de uma corretora, fez o pagamento, mas ainda não recebeu os títulos. A corretora compra os títulos de outro cliente, faz o pagamento e depois “quebra”. As ações que estão em poder da corretora e, portanto, não pertencem ao cliente que as comprou, vão para a “massa falida”. g. Risco de liquidação: Representa o risco do processo de liquidação, que geralmente envolve vários participantes, principalmente nas Câmaras de Compensação e, portanto, demandam garantias. A qualidade das garantias reduz o risco de liquidação. Exemplo: Um cliente compra ações através de uma corretora, que liquida através de uma câmara de compensação. Se a estrutura de garantias exigidas pela câmara não for adequada, o não pagamento de um dos participantes da câmara podecomprometer os demais, impedindo a liquidação da operação do cliente. Análise feita com base em informações colhidas pela instituição, tanto em fontes públicas como em pesquisas da própria instituição. A análise é baseada em: a. Qualitativos, como reputação e princípios éticos b. Quantitativos, como endividamento, geração de caixa, volatilidade nos lucros e garantias oferecidas. Análise de como o ciclo econômico e o nível das taxas de juros afetam o setor e, conseqüentemente, a instituição analisada. Por exemplo, quando há, recessão, o consumo de bens duráveis é afetado, uma vez que os consumidores tendem a gastar apenas nos bens de primeira necessidade. Já o nível de taxas de juros resultante da política monetária do governo pode limitar bastante o endividamento das empresas. Empresas tomadoras de empréstimo num momento de taxas altas devem ter sua liquidez analisada cautelosamente. As empresas em geral são avaliadas por agências especializadas como Standard & Poor’s, Moody’s, Fitch, etc. Estas empresas avaliadoras atribuem “ratings” à qualidade do crédito das empresas. Portanto, o “rating” é uma opinião expressa por uma agência especializada sobre a qualidade do crédito de uma determinada empresa. O “rating” é obtido a partir de dados quantitativos e qualitativos da emissora. Estes dados são extraídos das demonstrações financeiras publicadas, bem como de outras informações setoriais e conjunturais. No caso de uma determinada emissão, as agências avaliadoras levam em consideração também as garantias, os prazos etc. As escalas de “ratings” de crédito das duas mais tradicionais agências são: Qualidade de Crédito Standard & Poor’s Moody’s Altíssima qualidade AAA e AA Aaa e Aa Qualidade Alta A e BBB A e Baa Qualidade Intermediária BB e B Ba e B Qualidade Muito Baixa CCC, CC, C e D Caa, Ca, C e D Atribuição de limites operacionais, que evita a concentração indevida dos investimentos em um único emissor. Definição adequada das garantias necessárias. Políticas de revisão de risco, que deve ser feita de forma contínua, já que o próprio dinamismo do mercado pode alterar, rapidamente, a capacidade de pagamento dos tomadores de recursos. As empresas de “rating” reavaliam e reatribuem ratings periodicamente. O risco de liquidez de mercado baseia-se na possibilidade de que uma operação não possa ser negociada pelos preços desejados, devido a uma atividade insuficiente no mercado com relação ao ativo/contrato/valor em questão. Quanto maior for a liquidez de um ativo/contrato/valor no mercado, menor será o spread, ou seja, a diferença entre o preço desejado pelos compradores e o preço desejado pelos vendedores. À medida em que a liquidez se reduz, este spread vai aumentando, afetando a rentabilidade dos negócios, o que reduz ainda mais a liquidez. Se o mercado apresentar insuficiência de liquidez de determinado ativo/valor/contrato, a realização da operação, se for possível, implicará numa alteração substancial no preço de negociação, afetando a rentabilidade do negócio. Para controlar este tipo situação, utiliza-se o mecanismo de limitar a concentração da carteira de várias maneiras: Estes limites resultarão em uma carteira diversificada, onde o risco de dificuldade para a geração de caixa através da venda de um ativo, contrato ou valor fica reduzido. O risco operacional refere-se às perdas resultantes de falhas nas operações financeiras causadas por problemas relacionados a: Sistemas (tecnologia), Controles, Má administração da organização e dos recursos humanos, Avaliação de ativos de forma incorreta. O mercado cobra um preço pela liquidez. Normalmente, quanto mais líquido um investimento, menos rentabilidade proporciona. Portanto, o investidor deveria manter o mínimo possível de recursos em liquidez. Dois fatores influenciam a decisão do investidor de deixar recursos em liquidez: É sempre aconselhável manter uma reserva de emergência para necessidades inesperadas, que variam desde um acidente até a perda do emprego. O montante a ser reservado depende muito das circunstâncias pessoais do investidor. Por exemplo, um executivo jovem que acabou de ser contratado talvez não precise de tanta reserva quanto um advogado autônomo que está atravessando uma entressafra de clientes. Por outro lado, o grau de inquietação com relação ao futuro por parte do investidor também é um fator importante a ser considerado. Digamos que um investidor está “juntando” dinheiro para comprar um apartamento. Na medida em que a quantidade de dinheiro investido vai chegando à meta determinada, este montante deve ser transferido para investimentos mais líquidos, pois a qualquer momento deverá ser utilizado para a compra do bem. Da mesma maneira, se a data da aposentadoria vai se aproximando, é recomendável que uma parte razoável dos recursos acumulados para esse fim sejam transferidos para investimentos mais líquidos, pois está chegando o momento de utilizá-los. Os seguintes aspectos devem ser explorados e entendidos para uma melhor escolha Fatores Determinantes Objetivos Horizonte Risco x Retorno Restrições Diversificação Ao procurar uma instituição financeira para investir os seus recursos, o investidor possui uma série de planos em mente. Deve-se procurar entender quais são estes planos para traduzi-los em uma carteira de investimentos adequada. Exemplo: Um pessoa física pode desejar comprar um carro novo, comprar um apartamento, custear os estudos de seus filhos, criar uma reserva financeira para a sua aposentadoria, etc. Portanto, em última instância, as necessidades podem ser traduzidas concretamente no Retorno que ele pretende obter para a carteira de investimento a ser estabelecida, e é o primeiro subsídio para fazer uma correta adequação. Em outras palavras, é necessário traduzir, por exemplo, a compra do apartamento em volume de recursos necessários para adquiri-lo.Se o pretendido é comprar um apartamento de 100 mil reais, então este é o volume esperado como resultado de sua carteira de investimentos. No entanto, esta informação não é suficiente. Ainda é preciso saber em quanto tempo se pretende efetivamente adquirir o apartamento. Este tempo, quando o investidor vai necessitar utilizar o dinheiro até então aplicado, chamamos de horizonte de investimento. O Horizonte de Investimento representa o tempo disponível para se atingir o objetivo proposto, ou seja, por quanto tempo o investidor manterá aplicado o recurso até a sua utilização para concretizar o objetivo inicial. Uma carteira de investimentos de um mesmo cliente pode apresentar recursos disponíveis por prazos curtos, médios e longos. A bolsa de valores apresenta grande volatilidade.Observe que, de 1997 a maio/03, o Ibovespa médio evoluiu 81,70%; no entanto apresentou perdas elevadas em 98 e 2002 e ganhos extraordinários em 97 e 99. Assim, no longo prazo, é mais fácil dizer que a bolsa apresentará rendimento atrativo, mas em um mês é extremamente difícil fazer previsões. O horizonte do investimento sugere a que nível de Risco o cliente pode expor seu patrimônio. Quanto mais abrangente o horizonte de investimento, maiores podem ser os investimentos em ativos que apresentam mais oscilações de preços no curto prazo, pois no longo prazo as oscilações tendem a diminuir. O que define a rentabilidade que se pode esperar dos vários investimentos? Em princípio, quanto maior o risco de um investimento, maior deve ser a expectativa de rentabilidade. Caso contrário, os investidores não se animariam a assumir maiores riscos. Veja, na figura a seguir, uma representação gráfica desse princípio: Este gráfico representa a relação entre o retorno esperado de cada tipo de investimento, e o risco que o investidor deve assumir ao escolher cada um deles. Perceba que isto não significa garantia de rentabilidade: a aplicação em ações pode proporcionar um retorno inferior aos títulos atrelados à taxa SELIC. No entanto, se não houvesse esta expectativa de um retorno superior, ninguém investiria em ações. E, por outro lado, se um investidor quer um retorno superior, ele deve assumir mais riscos: ninguém consegue um retorno excepcional aplicando em fundos DI. O investidor pode deparar-se com restrições a um ou outro investimento, além dos obstáculos próprios que o investidor tenha a alguma situação específica, como segue: Se o investidor sempre aplicou de uma determinada maneira, pode demonstrar um perfil mais conservador (não gosta muito de experimentar emoções novas). Em geral, quem conhece o mercado compreende melhor as sugestões tecnicamente corretas. No entanto, muitos investidores aparentam entender os mecanismos do mercado financeiro e na verdade não o conhecem Em função de momentos de mercado ou momento de vida do cliente, o investidor pode se declarar conservador (não deseja assumir riscos momentaneamente). Muitos investidores já correm riscos elevados. Por exemplo, um investidor que é empresário já está exposto aos riscos econômicos, políticos e sociais que impactam o mercado acionário. Diversificar significa escolher ativos que tenham, ao menos potencialmente, comportamentos diferentes uns dos outros, de modo que o resultado final seja um portfólio com um risco menor do que cada um dos ativos tomados separadamente. Trata-se, então, de diversificar os riscos. A diversificação procura diminuir os três riscos que vimos até aqui: o risco de mercado, o risco de crédito e o risco de liquidez. Cabe ao investido atentar aos seguintes parâmetros: A separação entre os recursos de curto, médio e longo prazo. A meta de rentabilidade estabelecida para os recursos de médio e de longo prazo. O horizonte de tempo necessário para os investimentos de médio e longo prazo. O nível de risco de crédito da carteira. O nível de risco de mercado de cada um dos investimentos. O nível de risco de liquidez de todos os investimentos. Para diluir os vários riscos, é importante diversificar os investimentos para reduzir o risco total. Professor: Breno Gregório Lima [email protected] O funcionamento do sistema econômico caracteriza-se, de um lado, pela atividade de obtenção de recursos – ou fatores – de produção em si e, de outro, pela obtenção de meios financeiros e sua utilização. Caracterizam-se, portanto, dois mercados: o primeiro, de fatores de produção; o segundo, de bens e serviços finais. a) setor primário; abrange as atividades que se realizam próximas às bases dos recursos naturais, ex. atividade agrícola, pesqueira, pecuária, extrativismo. b) Setor secundário; inclui atividades industriais, mediante as quais são transformados os bens. c) Setor terciário ou de serviços; reúne as atividades direcionadas a satisfazer necessidades de serviços produtivos que não se transformam em material, ex. comércio, transportes, saúde, sistema financeiro, segurança, educação, lazer. Mercado é toda “instituição” na qual bens e serviços, assim como os fatores de produção são trocados livremente. Famílias são as unidades consumidoras e proprietárias dos fatores de produção e os oferece as unidade de produção compostas por firmas. Firmas são as organizações que realizam a combinação dos fatores de produção e produzem bens e serviços. A obtenção dos fatores de produção e a produção e distribuição dos bens e serviços constituem a atividade real da economia. Os indivíduos – que são os proprietários dos fatores de produção – fornecem às empresas – que são as produtoras de bens e serviços finais – os recursos de que elas necessitam para a produção de bens e serviços finais que irão satisfazer suas necessidades. Com base na ação dos agentes econômicos, família e firma, formamse dois mercados reais da Economia: a) mercado de fatores de produção compostos por terra, trabalho, capital, tecnologia e capacidade empresarial; b) mercado de bens e serviços finais que são todos os bens disponibilizados pelas firmas. A integração desse dois mercados pelos agentes econômicos forma o fluxo real da Economia, com suas respectivas ofertas e demandas. Supondo uma economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha transações com o exterior (economia fechada) Agentes econômicos – Família (unidades familiares) e as empresas (unidades produtoras). Foram combinados nas Figuras, os fluxos real e monetário; pode-se nela visualizar a sua interdependência e a caracterização dos dois grandes mercados em que se fundamenta a organização econômica: o mercado de fatores – ou recursos – de produção e o mercado de bens e serviços, nas partes superior e inferior dos fluxos, respectivamente. Mercado de bens e serviços Demanda Família Fluxo Real da Economia Oferta Oferta Empresas Demanda Mercado de fatores de produção Para que haja fluxo real entre os dois mercados é preciso a presença da moeda que é utilizada para remunerar os fatores de produção e pagamento dos bens e serviços vis preço. Deste modo, paralelamente ao fluxo real da Economia temos o fluxo monetário. Pagamento dos bens e serviços Empresas Famílias Remuneração dos fatores de produção Unindo os fluxos real e monetário da Economia temos o chamado fluxo circular de renda Mercado de bens e serviços O que e quanto produzir Demanda Família Oferta Fluxo Monetário Oferta Como produzir Empresas Fluxo real (bens e serviços) Para quem produzir Mercado de fatores de produção Demanda Em cada um dos mercados atuam conjuntamente as forças da oferta e da demanda, determinando preço. Assim, no mercado de bens e serviços formam-se os preços dos bens e serviços, enquanto no mercado de fatores de produção são determinados os preços dos fatores de produção (salários, juros, alugueis, lucros, royalties, etc). Esse fluxo, também chamado de fluxo básico, é o que se estabelece entre famílias e empresas. O fluxo completo incorpora o setor público, adicionando-se o efeito dos impostos e dos gastos públicos ao fluxo anterior, bem como o setor externo, que inclui todas as transações com mercadorias, serviços e o movimento financeiro com o resto do mundo. No mercado de bens e serviços – Forma os preços dos bens e serviços. No mercado de fatores de produção – São determinados os preços dos fatores de produção: •Salários; •Juros; •Aluguéis; •Lucros; •Royalties; •Etc. Fluxo básico: Família e Empresas Fluxo completo: Família, Empresa e Setor público. Setor público inclui o Setor externo, transações com mercadorias, serviços e o movimento financeiro com o mundo. Bens de Capital: São aqueles utilizados na fabricação de outros bens (máquinas, equipamentos e instalações). Bens de Consumo: Destina-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. Duráveis: Geladeiras, fogões e automóveis. Não-duráveis: Alimentos, produtos de limpeza. Bens Intermediários: São aqueles que são transformados ou agregados na produção de outros bens e que são consumidos totalmente no processo produtivo (insumos, matéria-prima e componentes). INSUMO: Tudo que entra na composição do produto. São chamados de recursos de produção da economia, e são constituídos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. Remuneração do fator de produção: Fator de Produção Tipo de remuneração Trabalho Salário Capital Juro Terra Aluguel Tecnologia Royalty Capacidade empresarial* Lucro Gerência dos proprietários Nem todo o rendimento auferido pelos indivíduos ao fornecerem fatores de produção constitui base para o pagamento pelos bens e serviços adquiridos. Uma parte destes rendimentos pode ficar retida sob a forma de poupança — identificada pela letra S, do inglês saving, na maioria dos trabalhos acadêmicos que focalizam esta importante variável econômica. Este ato representa um vazamento de recursos financeiros do sistema, já que haverá produção que não será adquirida. No fluxo circular da renda a dois pólos — empresas e indivíduos —, as empresas também são poupadoras, na medida em que não utilizam todo o seu lucro para a aquisição de novos fatores de produção, juntando-se aos indivíduos poupadores. Por outro lado, nem toda a produção de bens e serviços finais é destinada aos indivíduos. Uma parcela considerável dos bens e serviços produzidos é adquirida pelas próprias empresas, para constituírem seu ativo permanente, ou seja, a parcela dos ativos totais da empresa que compreendem o ativo imobilizado e os investimentos sob diversas formas, dentre outras rubricas. No fluxo circular da renda a dois pólos — empresas e indivíduos —, as empresas também são poupadoras, na medida em que não utilizam todo o seu lucro para a aquisição de novos fatores de produção, juntando-se aos indivíduos poupadores. Por outro lado, nem toda a produção de bens e serviços finais é destinada aos indivíduos. Uma parcela considerável dos bens e serviços produzidos é adquirida pelas próprias empresas, para constituírem seu ativo permanente, ou seja, a parcela dos ativos totais da empresa que compreendem o ativo imobilizado e os investimentos sob diversas formas, dentre outras rubricas. Estes dispêndios das empresas com aquisição de bens e serviços finais que irão ampliar seus ativos são considerados genericamente como investimentos no sentido econômico e não financeiro do termo, caracterizando, portanto, uma injeção, ou seja, uma entrada de recursos no fluxo circular da renda. Diz-se que o sistema econômico está equilibrado quando os vazamentos são de mesma magnitude que as injeções, ou seja, quando a poupança S é igual ao investimento I, tal que I=S Foi relacionado nas figuras, incorporando os vazamentos e a injeção, isto é, a poupança dos indivíduos e das empresas e os seus investimentos em ativos