UNESC FACULDADES – ENFERMAGEM
NEFROLOGIA
PROFª FLÁVIA NUNES
TERAPIA
RENAL SUBSTITUTIVA
O QUE É TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA - DIÁLISE?
É o tratamento que substitui a função dos rins, nos
pacientes que apresentam falência da função renal.
Tem o objetivo de restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico do paciente através da retirada de
substâncias tóxicas, excesso de água e sais minerais
do organismo e reduzir os sintomas tipo fraqueza
falta de apetite, náuseas, vômitos, inchaços, palidez,
falta de ar, anemia, e alterações sanguíneas como
aumento de uréia, creatinina e outras substâncias.
TIPOS

Hemodiálise

Diálise peritoneal
HEMODIÁLISE

É um tratamento que substitui a função renal
através da passagem de sangue por um filtro
(dialisador capilar), impulsionado por uma
máquina.

A hemodiálise é realizada 3 vezes por semana,
em sessões com duração de aproximadamente
3 a 4 horas,
O QUE É PESO SECO?

O peso seco é o peso ideal, com o qual o paciente deve
estar sentindo-se bem, sem inchaços, com pressão arterial
normal. Este peso deve ser atingido ao término de cada
sessão de hemodiálise. Quando se ingere muita água ou
outros líquidos entre as sessões de hemodiálise, o seu peso
pode ficar muito acima do peso seco e, além do inchaço,
você pode sofrer intensa falta de ar, antes de chegar o
momento de uma nova diálise.
O QUE É NECESSÁRIO PARA REALIZAR HEMODIÁLISE?
- Via de acesso vascular*;
- Máquinas de hemodiálise;
- Água tratada;
- Solução de diálise - dialisato;
- Dialisador Capilar - filtro;
- Anticoagulante - heparinização.
TIPOS DE ACESSO
- Cateter Duplo Lúmen;
- Catéter Tipo Permicath;
- Fístula Arteriovenosa.
CATÉTER DE DUPLO LÚMEN

É uma via de acesso temporária mais utilizada para
hemodiálise. O cateter é implantado sob anestesia local nas
veias de grande calibre como jugular, subclávia e femoral,
com técnica asséptica por equipe treinada em hospital e é
fixado por fios cirúrgicos.
CATÉTER TIPO PERMICATH

É um tipo de cateter usado nos pacientes que apresentam
problemas vasculares e distúrbios de coagulação. O cateter é
implantado cirurgicamente em veias de grande calibre como
jugular, subclávia.
FÍSTULA ARTERIOVENOSA (FAV)

Consiste em uma união cirúrgica e subcutânea de uma
artéria com uma veia no braço. Geralmente é confeccionada
no braço não-dominante, para não limitar as atividades do
paciente.
CUIDADOS COM A FÍSTULA (FAV)

O acesso vascular FAV da hemodiálise é a linha
da vida do paciente, portanto, são necessários
cuidados para sua preservação e manutenção.
Uma fístula bem cuidada pode durar anos!!!
CUIDADOS COM A FÍSTULA (FAV)

Manter o local sempre limpo, lavando sempre com água e sabonete. Isto evita
infecções que podem inutilizar a fístula. Qualquer sinal de inchaço e/ou
vermelhidão deve ser comunicado imediatamente ao médico ou à equipe de
enfermagem.

Fazer exercícios com a mão e o braço onde está localizada a fístula, isto faz com
que os músculos do braço ajudem no amadurecimento da fístula.

Evite carregar pesos ou dormir sobre o membro da FAV, pois a pressão sobre ela
pode interromper seu fluxo.

Não usar relógios e roupas apertadas que restrinjam o movimento e podem
provocar traumas na FAV.

Não permita a retirada de sangue ou uso de medicamentos nas veias no braço
da fístula. As retiradas de sangue podem criar coágulos no interior do vaso e
interromper seu fluxo e os medicamentos podem irritar as paredes das veias.
CUIDADOS COM A FÍSTULA (FAV)

Não permita as verificações de pressão no braço onde esta localizada a
fístula, pois o fluxo de sangue pode ser interrompido.


Caso aconteçam hematomas (manchas roxas) após uma punção, use
compressas de gelo no dia, e água morna nos dias seguintes, conforme a
recomendação médica ou da enfermagem.


É sempre bom evitar as punções repetidas em um mesmo local da fístula,
para que não se formem cicatrizes que dificultam as próximas punções.

Ter o hábito de palpar seu pulso na região da fístula para sentir o fluxo de
sangue passando. Caso perceba que o fluxo está muito fraco, diferente do
costumeiro ou que parou completamente, procure auxílio do médico ou
enfermeiro imediatamente, pois este é um sinal de mau funcionamento
ou perda da fístula.
MÁQUINAS DE HEMODIÁLISE

As máquinas de hemodiálise consistem em uma bomba
de sangue, um sistema de fornecimento de solução
dialítica e monitores de segurança do circuito extra
corpóreo (controle da pressão arterial e venosa do
sistema, detector de ar, detector de rompimento de
fibras, bomba de heparina, controle de temperatura,
controle de retirada de líquidos (ultrafiltração), tudo de
forma computadorizada.
ÁGUA TRATADA PARA HEMODIÁLISE

Durante
uma
sessão
de
hemodiálise
utilizamos
aproximadamente 120 litros de água. As substâncias
presentes na água entram em contato direto com a
corrente sanguínea do paciente, por isso, é muito
importante que a qualidade e pureza da água para
hemodiálise sejam controladas. A água deve seguir os
critérios definidos por portarias governamentais.
DIÁLISE

O que é Solução de Diálise – Dialisato?
A composição da solução de diálise pode variar de
acordo com circunstâncias clínicas especiais, porém os
componentes em comum das soluções são: potássio,
sódio, cálcio, magnésio, cloro, acetato, bicarbonato,
dextrose e dióxido de carbono. As concentrações deste
componente podem variar, mas normalmente esta
solução tem a concentração semelhante ao plasma do
indivíduo normal.
DIALISADOR CAPILAR – FILTRO

Atualmente, o único tipo de dialisador utilizado é o de fibra oca
chamado capilar. O sangue flui para dentro de uma câmera em
uma extremidade do compartimento cilíndrico e entra em milhares
de pequenos capilares firmemente agrupados em um feixe.

Uma vez tendo passado pelos capilares, o sangue é coletado em
uma câmera na outra extremidade do compartimento cilíndrico e é
então devolvido ao paciente já filtrado.

A solução de diálise entra no sentido oposto ao lado do sangue
para maximizar a diferença de concentração dos catabólitos do
sangue e o dialisato em todas as partes do dialisador.
O USO DO ANTICOAGULANTE
HEPARINIZAÇÃO

Para realizar a circulação extra corpórea e ter um fluxo de
sangue constante durante toda a sessão de hemodiálise, o
sangue do paciente não pode coagular.
Para evitar a coagulação usa-se a heparina. Desta maneira
evita-se que o paciente perca grande quantidade de sangue e
não agrave o seu quadro anêmico.
PROBLEMAS DURANTE A HEMODIÁLISE


É bastante comum sentir cãibras musculares e queda
rápida da pressão arterial (hipotensão) durante a sessão de
hemodiálise. Esses problemas acontecem, principalmente,
em consequência das mudanças rápidas no equilíbrio dos
líquidos e do sódio. A hipotensão pode fazer com que o
paciente sinta fraqueza, tonturas, enjôos ou mesmo
vômitos.
O paciente poderá evitar muitas complicações se seguir à
dieta recomendada, tomar poucos líquidos e tomar seus
remédios nos horários corretos.
DIÁLISE PERITONIAL

Através da colocação de um catéter flexível no abdômen, é feita a infusão
de um líquido semelhante a um soro na cavidade abdominal. Este líquido,
que chamamos de banho de diálise, vai entrar em contato com o
peritônio, e por ele será feita a retirada das substâncias tóxicas do sangue.

Após um período de permanência do banho de diálise na cavidade
abdominal, este fica saturado de substâncias tóxicas, e é então retirado,
sendo feita em seguida a infusão de novo banho de diálise.

Esse processo é realizado de uma forma contínua, e é conhecido por
CAPD (diálise peritoneal ambulatorial contínua).

Este mesmo tipo de tratamento pode ser feito por uma máquina
chamada cicladora, onde a infusão e drenagem do líquido é feito
automaticamente pela máquina, durante o período da noite.
TRANSPLANTE RENAL

O transplante é a substituição dos rins doentes por um rim
saudável de um doador. É o método mais efetivo e de
menor custo para a reabilitação de um paciente com
insuficiência renal crônica terminal.
TRANSPLANTE RENAL

O transplante de rim oferece aos pacientes em diálise
a chance de uma maior independência e melhor
qualidade de vida. Pode ocasionar também, na maioria
das pessoas (mas não em todas), a diminuição dos
riscos de mortalidade, quando comparados aos da
diálise.
TRANSPLANTE RENAL

A pessoa submetida a um transplante renal será capaz de voltar a
ter uma dieta normal e a beber líquidos normalmente. Poderá
exercer atividades normais, como trabalhar, estudar, viajar e
praticar exercícios.

Entretanto, cria-se uma nova rotina na vida devido à necessidade
de medicações que precisam ser tomadas todos os dias, em
horários rígidos, além de consultas médicas e exames frequentes.
CIRURGIA DE TRANSPLANTE RENAL



Desde a década de 1970.
A cirurgia dura em geral de três a quatro horas e consiste
em implantar o novo rim na região inferior do abdômen,
unindo os vasos sanguíneos do receptor ao órgão
transplantado, além de implantar o ureter (estrutura que
leva a urina do rim para a bexiga) do novo rim na bexiga do
paciente.
Como os rins do paciente não são retirados, o receptor fica,
portanto, com três rins, mas só o rim transplantado
funciona normalmente.
DOADORES (VIVOS E FALECIDOS)




Geralmente os doadores vivos são parentes (mães, pais, irmãos, tios,
avós), mas qualquer pessoa pode se dispor a ser doadora, desde que não
apresente nenhum problema de saúde.
A vantagem do transplante com doador vivo é, principalmente, o
planejamento da cirurgia (com dia e hora marcados) e o fato de que
esses rins funcionam imediatamente após a cirurgia, trazendo o benefício
da recuperação da função renal já durante a intervenção.
Os doadores falecidos são aquelas pessoas que sofrem morte cerebral (o
cérebro para de funcionar, mas o coração continua batendo e o sangue
continua circulando.
Há critérios bastante específicos para definir morte cerebral. É feita uma
série de exames e dois médicos atestam que o cérebro do paciente
deixou de funcionar. Além disso, a família precisa autorizar a doação,
mesmo que a pessoa já tenha manifestado em vida vontade de doar seus
órgãos.
A ESPERA DO TRANSPLANTE

Os pacientes que não possuem um doador vivo compatível
necessitam de uma avaliação pré-transplante e podem entrar na
lista de espera com doador falecido da Secretaria de Estado da
Saúde. Caso apareça um doador com a mesma tipagem sanguínea
que a do paciente, seu soro servirá para a realização de exames
com células do doador para verificar a compatibilidade.

Desde 1º de janeiro de 2002 está em vigor lei federal que distribui
órgãos de acordo com a compatibilidade de tecidos entre o doador
falecido e todos os pacientes da lista. O receptor mais compatível e
com maior tempo de espera recebe o órgão. O médico do paciente
é informado e convoca o paciente para o transplante.
O transplante renal com doador falecido tem resultado
muito semelhante ao do doador vivo, a curto e longo
prazos. Cerca de 40% desses rins não funcionam
imediatamente após o transplante, mas entre 7 e 15 dias
após a cirurgia. Nesse período, o paciente continua em
diálise, aguardando pela recuperação do rim transplantado.
REJEIÇÃO

O organismo humano tem um sistema muito complexo (sistema
imunológico) que reage contra órgãos estranhos nele introduzidos.
É um sistema protetor contra infecções e câncer, mas infelizmente
pode reconhecer o rim transplantado como "estranho". O
organismo reagirá contra o rim e tentará destruí-lo.

A esse processo denomina-se rejeição aguda.

No entanto, o paciente recebe medicações para diminuir a chance
dessa
reação.
Esses
medicamentos,
chamados
de
imunossupressores, serão tomados pelo paciente transplantado por
toda a vida.

Em torno de 10% dos pacientes apresentam algum grau de
rejeição, a maioria durante a primeira e a segunda semana
após o transplante. Há várias maneiras de tratar a rejeição,
que na maior parte das vezes é curada.

O paciente que se submete ao transplante de rins necessita de cuidados
contínuos e estará exposto a determinados riscos:

Apesar de ser uma cirurgia até certo ponto simples, o transplante
envolve o risco inerente a qualquer ato cirúrgico.

Há a necessidade de uso de medicações imunossupressoras, que
possuem determinados efeitos colaterais e podem trazer complicações.
O rim transplantado pode não funcionar e o paciente necessitará
retornar à diálise.
Nem todos os pacientes podem receber um transplante de rim. Pessoas
que tiveram câncer não curado, ou mesmo curado há pouco tempo,
pacientes com infecções ativas e aqueles com doença grave em outros
órgãos devem ser analisados individualmente.


Download

transplante renal