Centro Hospitalar
UsboaNorte
y
'I
Os resultados que
tem conseguido não
deixam lugar a
dúvidas sobre a sua
qualidade: nos dois
últimos anos ficou
em 1º lugar.
Hospital
de São João
É mais um repetente.
Em 2008 ficou em
2º lugar, em 2009
manteve o posto e
agora volta a figurar
atrás do seu maior
concorrente.
Centro Hospitalar
deUsboa
Ocidental
05 PRINCipaiS PROILEMas
I
I
I'
Mais um caso de
regularidade. Há dois
anos que ocupa esta
posição, que premeia
a qualidade dos seus
serviços.
'
I
J'
o CENTRO HOSPITALAR
LISBOA NORTE CONSOLIDOU O 1!!LUGAR DE 2009
Centro Hospitalar
de Lisboa Central
Também este centro
hospitalar mantém
em 2010 a boa
classificação dos dois
últimos rankings
divulgados.
Centro Hospitalar
do Porto
Uma novidade entre
os cinco melhores.
Substitui o Centro
Hospitalar do Alto
Minho, que ocupou
este lugar durante
dois anos.
,'~
......
-'! , I .... ~ "'"~..1 ...••••••
I
-
Doenças dos r'ns e do aparelho urinário
-~--~~
....•
-
l~
~
m- nhe
om um rim novo
"
SÁBADO
I 30 NOVEMBRO 2010
'--
•
•
&
1..
II
I
Espera~
de vida. Em média,
um rim dura cerca de 12 anos
após o transplante. Depois
o doente tem de voltar
a fazer hemodiálise para
<. se sentir bem. ".'
DURANTE QUATRO HORAS POR DIA OS INSUFICIENTESRENAIS QUEREM QUE A MÁQUINA FAÇAO QUE OS SEUS RINS
JÁ
CO.
U
IG
S .PV
00
S O 1-t0SP
L
MA IA T
JMA
MULHER QUE QUASE DESEJAESTARINTERNADA - PELOMENOS ASSIM TERIA ALIMENTAÇÃO GARANTIDA
j
Textos de (arlos Gonçalo Morais
Quemtenh três e
nio os possa doar
hall de uma das alas do "sótão" do
Hospital de Santa Maria cheira a peixe. Pouco passa das 13h e os doentes dão já as últimas garfadas no almoço
daquela quarta-feira. Muitos estão no próprio quarto, mas quatro homens preferem
comer em conjunto numa pequena sala da
O
enfermaria de Nefrologia situada no velho
e ainda não recuperado 9.° andar do hospital, o antigo solário dos tuberculosos.
Ao som do Jornal da Tarde da RTP conversam descontraidamente. Um deles, Joaquim Silva,está doente há nove anos. Começou a fazer hemodiálise em 2001 e foi trans-
plantado ainda nesse ano. Alguns anos
depois, o novo rim deixou de funcionar e
teve de regressar à hemodiálise. Agora, este
bancário de Torres Vedras com 59 anos está
internado há 20 dias porque contraiu uma
infecção no coração, com possíveis consequências para a função renal.
~
30 NOVEMBRO 2010
I SÁBADO
I
.,-
----,-r rAos 70 anos,
)oenças dos rins e do aparelho u .inário
~
A calma que transparece da conversa do
pequeno grupo não se alarga à cama 5 da
mesma enfermaria, onde Sarabjeet Singh,
um indiano de 29 anos, aguarda para ir fazer uma biopsia renal e descobrir o que o
fez sentir-se tão mal, cinco dias antes, em
casa. Desde então está internado.
Oito pisos abaixo, é a hora da mudança
de turno na hemodiálise. A duração média
das sessões de diálise é de quatro horas. É
por isso que quem entrou às 8h ou 8h30
da manhã pode descansar o braço e prosseguir o seu dia. Na maioria dos casos, no
próprio hospital.
José Sousa, um servente de pedreiro
deslocado em trabalho na Vermelha, Cadaval, é uma dessas pessoas. Internado
desde 8 de Setembro depois de descoberta a insuficiência renal em estado avançado, está sozinho em Lisboa: a família mora
emViseu.
Em movimento contrário está Alcina da
Silva. Chegou da rua e vai ocupar uma das
14 camas da sala de hemodiálise. Mas esta
mulher de 32 anos quase preferiria estar
é o número de camas
da sala de hemodiálise
do CHLN
horas é a duração
média de uma sessão
de hemodiálise
INFORMAÇÕES ÚTEIS
~J GERAL
Morada Av. Prol. Egas Moniz, 1649'035lisboa
Telefone 217 805 000
Fax 217 805 610
Email [email protected]
Site www.chln.pt
SERViÇO
Telefone 217 805 317
Emai! [email protected]
Horário das visitas Das 13h às 19h30
(internamento) e das 14h às 16h (hemodiálise)
EQUIPA
Director António Amaral Gomes da Costa
Equipa 96 pessoas
Número de actos médicos em 2009 66.660
Número de consultas em 200815.263
Doentes internados em 2009 463
Número de camas 15
AIbe"to Picão te e de
aba::-,c!~
diálise - as veias já
não aguentavam
1""'-'
,
,
,,
na situação de José. Ao menos teria as refeições garantidas. Ao abrigo de um protocolo entre os Estados português e caboverdiano, Alcina veio, há dois anos, para
Portugal submeter-se ao tratamento por
hemodiálise. A embaixada de Cabo Verde
paga-lhe a pensão onde dorme e o passe
para os transportes. E dá-lhe mais 30 euros por mês para alimentação. As duas sanduíches e o pacote de leite que o serviço
fornece a cada doente nas sessões vão ser,
perto das 14h, as primeiras coisas que comerá nesse dia.
Zélia Nascimento (a enfermeira-chefe,
que assume a coordenação da enfermaria e
da diálise) instrui a enfermeira Liliana Silva para desinfectar a zona cirrundante ao cateter e tirar uma seringa de sangue a Aleina para verificar se há condições para começar o tratamento. Nesta fase, as duas têm
de estar com máscara. Alcina é ligada ao
monitor e a hemodiálise começa. Serão quatro horas deitada, calada, alternando pequenos sonos com um olhar vago para o
monitor de televisão não muito distante.
Auns metros daquela sala gigante, ainda
no piso 1, num pequeno gabinete são dados os primeiros passos para substituir, justamente, a hemodiálise. O enfermeiro Carlos Torgal ensina os doentes a serem autosuficientes através de uma técnica diferente:
a diálise peritoneal, realizada diariamente
em casa de modo manual ou através de uma
máquina ligada ao peritoneu (ver caixa).
lberto Picão é um dos formandos. Aos
79 anos foi forçado a abandonar a hemodiálise porque as veias já não permitem o acesso indispensável ao sangue.
Está acompanhado da mulher, Conceição,
que se sente mais insegura do que ele próprio: "Porque é que o hospital não faz a peritoneal em casa, sr. enfermeiro? Tenho
medo que lhe aconteça alguma coisa. Isto
é um bocado complicado", desabafa.
Todas as etapas - das condições que têm
de ser criadas no espaço à lista do material,
passando pelos cuidados de desinfecção e ~
A
SÁBADO
I 30 NOVEMBRO 2010
-
nfografia para coleccionar
e Falópio
Ao longo de cinco semanas, a
SÁBADO publica cinco infografias
sobre uma parte do corpo humano.
Coleccione-as e, no final, pode
colá-Ias para ter o corpo
completo de uma
mulher
Útero
I
~ Os espermatozóides fecundam o
óvulo quando este ainda se
encontra nas trompas de Falópio
r
~ O óvulo fecundado, ou zigoto,
divide-se repetidamente, enquanto
se desloca pela trompa e alcanca o
útero, onde chega em 3 a 5 dia·s. Já
dentro do útero, converte-se num
blastocisto, um novelo de células
que rodeia uma cavidade central
~ O ovo fertiliza o leva 6 a 7 dias a
descer as trom 'âs e a implantar-se
no útero. Quanílo há um atraso, o
ovo pode implélJltar-se nas trompas
ou noutros loca ,levando a uma
gravidez ectópicp, esta deve ser
tratada para evifar hemorragias
internas
\
I
Fonte SÁBADO,INE, www.manualmerck net
www.saude24.nete Ministério da Saúde'
,
Ivan Kemp SÁBADO
Infografia para coleccionar
Ao longo de cinco semanas, a
SÁBADO publica cinco infografias
sobre uma parte do corpo humano.
Coleccione-as e, no final, pode
colá-Ias para ter o corpo
completo de um
homem
o Intestino
Estômago
Fígado
iL---':'Cólon
(ancro do cólon
transversal
~ O cancro do cólon
e do recto é, em
Portugal, o cancro
mais frequente nos
homens
2
23/Nov.
Cólon
descendente
Cólon
ascendente
4
7/Dez.
4
O cancro pode chegar até um nódulo
linfático mais afastado ou até ao
fígado, pulmões ou ovários
5
16/0ez.
,
cancro só no
re)/'estimento in
dÓ\intestino (m
I
3
O cancro alastra
cada vez mais e
pode afectar alguns
nódulos linfáticos,
pode até criar
tecidos perto dos
nódulos linfáticos
(ancro
propagado
aos gânglios
linfáticos
Fonte SABADO, www.cancer.gov,
www.portaldasaude.pt,
www.manualmerck.net
Ivan Kemp e Filipe Raminhos SÁBADO
Os exames
~ Além dos exames
físicos e clínicos
habituais, deverão
realizar-se, de
forma mais ou
menos periódica,
isolados ou em
conjunto, sempre
sob orientação
clínica: o toque
recta I, a pesquisa
de sangue oculto
nas fezes e/ou
outros exames
que permitem a
visualização directa
ou indirecta do
cólon e do recto,
como sejam a
sigmoidoscopia
e a colonoscopia
Parede do Intestino
o
O 00 c:o--- Nódulo linfático
0000 O 00
Evolução do cancro do cólon
Terapia
\
1
O cancro forma-se na mucosa e
Pode-se
espalha-se até à submucosa.
espalhar até à camada do músculo da
parede do cólon
~ O principal
tratamento
para
o cancro colo-recta!
a !!Iiminação
çirúrgica dum
grande segmento
' do intestino
afectado e dos
gânglios linfáticos
associados
t
2
Atinge a serosa, pode alastrar
também aos órgãos mais próximos
o NOVEMBRO 2010 I SÁBADO
H
I
.,.
ft
o aparelho
•
reprodutor feminino e a gravidez ectópica .
~ O aparelho reprodutor f linino
Alojado na cavidade pél rca, q
várias partes
Trompa
o protege, é contituído
por
Cavidade pélvica
Útero
I
Ca
Exame da vagina e colo do útero
7
'
'I' uar com
A co Iposcopra'. e um dos exames que permitem
visua
maior pormenor a vagina e o colo do útero, sendo por isso
indicado para o diagnóstico de vários tipos de lesões,
especialmente as muito temidas pré-cancerosas.
O colposcópio consegue aumentar 10 a 40 vezes o tam
real da área observada, o que possibilita a detecção d
pequenas alterações impossíveis de serem vistas a 01 o nu,
Esta técnica é aplicada, em muitos casos, nas mulherês qúe
têm um resultado anormal nos exames de Papanicq au .6u
ginecológico, Também é indicada quando há susp~íta da
existência do vírus do papiloma humano - o resp~sá;el pelo
cancro do colo do útero - e é frequentemente
'.
'.
complementada pela biopsia
Vai
Cólon
Ânus
~ A pélvis define uma estrura óssea
forte, que protege o útero
Existem v· los, no mais
simples paciente é
deitada
colocada em
posi~oi depois é-lhe
int4'Muzido um espéculo
~ginal para permitir o
",exame
omas: dor no abdómen, teste de gravidez negativo,
sa gramento anormal, falta ou atraso menstrual e dor
a efecar ou urinar. Perante estes sintomas, a grávida
d ve recorrer ao hospital. Esta gravidez deve ser
i terrompida, pois acarreta risco de vida para a grávida
~ Numa gravidez
medicamente assistida,
corresponde a cerca de
4% das gestações obtidas
~ Numa gravidez normal,
corresponde a cerca de 1a
2% das gestações obtidas
2%
98%
J
•••
SÁBADO
I 30 NOVEMBRO 2010
•
-
Para não ser mais
prejudicada no trabalho na
10
decidiu fazer diálise
e 1itoneal em casa
r:»;
o mesmo piso, mas na extremidade
oposta, decorrem as consultas de Nefrologia. A transplantação é o denominador comum da maioria dos encontros
entre médicos e pacientes. Alice Santana
tenta perceber se tudo continua bem com
Elisa André, de 70 anos, que recebeu um
rim de cadáver em 1999. As consultas são
de rotina e não se prolongam por muitos
minutos, mas há tempo para a médica confirmar, pelo teste das etiquetas em cima da
mesa, se a doente sabe as horas e dosagens
os medicamentos
que tem de tomar.
Se Elisa André já recebeu um rim, Marco Borralho, de 30 anos, está ansioso por
um. a consulta de pré- transplante, a médica Clara Mil-Homens faz-lhe perguntas
N
i
~.
Escondida.
Estima-se que 10%
da população mundial tenha
insuficiência renal. É uma
doença silenciosa: a maioria
dos portadores não sabe ,
que atem.
'
~
~ pelo modo como se administra o próprio
liquido da diálise - são explicadas e recapituladas por Carlos.
O enfermeiro aproxima-se do lavatório
e exemplifica como deve lavar as mãos antes de se submeter à diálise. Depois de as
secar, pede a Alberto que faça o exercício
para ter a certeza de que já aprendeu.No
fim do processo, pede-lhe que repita os
passos e que enumere todo o material de
que precisa para fazer a diálise peritoneal.
Ana Margarida Carvalho está numa fase
mais avançada daquele que costuma ser
o mês de treino antes de o doente começar a tratar-se em casa, sem apoio médico.
Esta será uma das suas últimas sessões e
percebe-se bem porquê: Ana, de 36 anos
(faz hemodiálise
desde os 29), executa
com grande precisão quase todo o itinerário do tratamento. Sobra-lhe uma dúvida: "Lavo as mãos antes ou depois de tirar o cateter?"
Transplantada em 2005, Ana acabou por
regressar à hemodiálise, o que lhe causou
alguns prejuízos a nível profissional. Foi,
aliás, para minorar este efeito que decidiu
mudar para a diálise peritoneal, que poderá fazer à noite, em casa, quando regressar
do trabalho.
•
Umpa, O sangue
em casa, usando
o próplio como
> A diálise peritoneal é um
tratamento onde o sangue é limpo
por um líquido introduzido num
espaço vazio dentro do abdómen,
chamado cavidade peritoneal.
Amembrana peritoneal actua
como um filtro, através do qual
as substâncias tóxicas passam do
sangue para o líquido da cavidade
peritoneal. É feita em casa com a
ajuda de uma máquina lna foto).
ií.:
_
~. ~~ I
'!
-1
José Sousa acabado de
sair de uma sessão de
hemodiálise realizada
no Centro Hospitalar
Lisboa Norte
sobre o seu historial clínico e os seus hábitos, dá-lhe uma explicação detalhada sobre os tempos de espera para o transplante, fala-lhe sobre o dia da operação e o que
se lhe segue. A mensagem
que pretende
deixar a Marco é muito clara: "O transplante não é uma coisa cor-de-rosa."
O electricista de Portel (distrito de Évora) parece bem informado e nada impressionado. "Sim, sim, eu sei" ou "já me informei" são respostas recorrentes.
Quando é levantada
a hipótese
de o
transplante ter como fonte um dador vivo,
a mulher oferece-se imediatamente:
"Eu
gostava de lho dar. Tenho três rins." Resposta da médica: "Então não pode ser."
Explicação: ter três rins não é necessariamente bom, trata-se de uma disfuncionalida de anatómica.
A médica pergunta então a Marco se tem
algum familiar disposto a dar-lhe o rim.
"Sim, o meu irmão. Mas eu não concordo."
Não quer, de forma alguma, correr qualquer risco que possa pôr em causa a qualidade de vida do irmão. Só há uma solução: vai para a lista de espera .•
30 NOVEMBRO 2010
I SÁBADO
Doenças dos rins e do aparelho urinário
SOUBE QUE ESTAVA DOENTE QUANDO TINHA 10 ANOS, MAS
SÓAOS21CO Er
I M
I
S SAIS
NÃO PODIAM DAR-LHO. A SOLUÇÃO VEIO DE ONDE NÃO ESPERAVA
m.r
arcoSilva soube que estava doente por acaso. Sem nada que o justificasse, em 1997, tinha ele 10
anos, o pai lembrou-se de que valia a pena
levá-lo a fazer exames de rotina.
Os resultados foram um choque para todos: os dois rins da criança estavam a funcionar apenas a 50%. Como não tinha queixas, não começou logo a tratar-se - as consultas e exames frequentes foram considerados suficientes para seguir o estado
clínico de Marco até que atingisse a idade
adulta e pudesse submeter-se a terapias
mais invasivas.
Foram as análises realizadas no Verão de
2008 que fizeram disparar o alerta vermelho:
o seu estado de saúde deteriorara-se e Marco' então com 21 anos, teve de começar a fazer diálise. Optou pela peritoneal. "Eraa que
me permitia ter uma vida mais normal, mais
quotidiana. Preferiaestar preso a casa durante a noite do que ao hospital ou ao centro de
diálise durante o dia", diz.
Marco tentou sempre contornar a doença. Na passagem de ano de 2008 para 2009,
improvisou e esteve com a namorada e os
amigos em casa. Perto das zh da manhã,
teve de ir para o quarto para fazer tratamento. Nada que o deprimisse, uma vez que
nunca perdeu a capacidade de se rir de si
mesmo. Dizia: "Vou-me ligar. Sou como o
telemóvel- chego ao fim do dia e tenho de
me meter a carregar."
Nessa altura, Marco e a família procuravam, na consulta de pré-transplante do Centro Hospital de Lisboa Norte, uma solução
para a doença. A indefinição do tempo de
M
SÁBADO
I 30 NOVEMBRO 2010
espera por um rim de dador cadáver voltou todas as energias para o transplante
com dadorvivo. Mas quem? O pai foi o primeiro voluntário, mas as análises realizadas
concluíram que não era compatível.
Filho único e com a mãe impossibilitada de ser dadora por ter uma doença oncológica, restavam poucas alternativas. Foi
então que Maria Celestina, sua avó, se ofereceu para o salvar.Asua idade (59 anos) desencorajou Marco, que pensava não ser possível uma pessoa com perto' de 60 anos ser
dadora de um órgão.
Na consulta com José Guerra, médico
coordenador da Unidade de Transplante
do Hospital Santa Maria, a possibilidade
foi discutida. O clínico disse que se os exames mostrassem compatibilidade, nada
impedia a operação. Todos os exames mostraram um elevado grau de compatibilidade entre neto e avó. "Não me importo de
perder a vida para ele ficar bem", dizia Maria Celestina.
O dia decisivo ficou marcado para 22 de
Março de 2009. "Já foi. Será que ele [Marco 1 está bem? Eu já acordei", foram os primeiros pensamentos de Celestina quando
retomou os sentidos. Noutro quarto, o seu
neto repousava: tinha corrido tudo bem.
Marco saiu do hospital 38 dias depois da
cirurgia. Entretanto, concluiu a licenciatura em Farmácia, voltou a fazer desporto e
deixou de estar preso à diálise. Tem consultas trimestrais. A saúde renal devolvida
pelo transplante tem sido bem gozada: entre outros passeios, ainda recentemente foi
conhecer Nova Iorque com a namorada .•
.
, ,.
Regresso. Depois de se licenciar
em Farmácia, Marco voltou ao
Hospital de Santa Maria,
onde trabalha na farmácia e,
por vezes, revê quem
o tratou.
r-:JC~\
I
I
I
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U
I,::=:;
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CJL/
'I..
;
)
anos era a
idade da avó
aquando
da realização
da cirurgia
22
de Marco de
2009
foi' o dia
em que fez
o transplante
renal
Não podia sair de casa
à noite. Desde que
tem um rim novo
voltou a viajar - até
já foi a Nova lorque
IINão me importo
de perder a vida
para ele ficar bem",
disse a avó
aos médicos
30 NOVEMBRO 2010
I sÁBADO
Doenças dos rins e do aparelho urinário
-
>
N
É possível ter
novo
aos 61 anos
HÁ DUAS FORMAS DE FAZER DIÁLlSE: NO HOSPITAL OU EM CASA.
A MAIORIA DOS DOENTES DO CHlN OPTOU POR A FAZER LÁ DENTRO
Ê!J,::.
~. L~-=~(
!2
~_
~
~
'---,
..;.i- -~----~-
Entre 65 e 70 doentes fazem
diariamente diálise no CHLN.
Em 2009, o número mensal
rondou os 180. Destes, 76%
recorreram à hemodiálíse
(feita 2 a 3 vezes por semana
no hospital) e 24% à diálise
peritonial (feita em casa).
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It-.._ - - --
o
~
~
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~
No Serviço de Hernodialíse do ~
Centro Hospitalar Lisboa Norte
a idade dos pacientes é muito
variável. O mais velho tem
94 anos e o mais novo tem 26.
A média global é de 64,2 anos.
Normalmente a doenca é
diagnosticada muito tarde.
,
--- -----~\~,----ê;] ---~/ ----------
:
,
,
F>-
19
ti;J.;:1
> Em 2009, foram feitos 42
transplantes de rim pelo Serviço de
Nefrologia do CHlN (o número não
inclui os transplantes pediátricos,
realizados a menores de 18 anosJ.
A média de idades do receptor
do rim é de 43 anos e o órgão
transplantado foi proveniente de
dador cadáver em 88% dos casos e
de dador vivo em 12%. A pessoa mais
velha que recebeu um rim linha 61
anos. Nos primeiros 10 meses deste
ano, o número de transplantes
de 2009 iá foi superado.
-. ~
,,
.:
>
MANHO
Um órgão
Ao abrigo de um acordo entre
o Estado português e os
Estados dos Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa,
24 doentes estão a fazer diálise
supervisionada no CHLN
(I8 estão em hemodiálise
e 6 em diálise peritonial).
-
-
-
-
-
-
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,
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SÁBADO
I 30 NOVEMBRO
-
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2010
-
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,
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,
Depois de ser retirado do
seu corpo de origem, o rim
deve ser introduzido no novo
co po o mais rapidament
possível. O razoável é que
isso aconteça num prazo
inferior a 24 horas. O limite
aceitável é de 30 horas.
it
elástico
Ocomprimento habitual de um rim
varia entre os 10 e os 13 cm e o seu
peso entre 120 e 160 gramas.
Quando as pessoas sofrem de
insuficiência renal crónica, os rins
atrofiam e podem mirrar até 40%
do respectivo peso e comprimento,
sem que isso ponha em risco a vida
do doente .
•
•
!
!.
Recorde. Segundodadosoficiais
referentesa 2009, Portugalé o
Paíseuropeu onde sefizeram
maistransplantesde rim com
dador cadáverpor milhão
de habitantes (50).
L Até que idade é viável
um doente submeter-se
a um transplante de rim?
a) 50 anos
b) 60 anos
c) 70 anos
> VOXPOPULI
inchados, depois com falta de ar e
tensão alta. Fui às urgências e foi-me
detectado uma deficiência nos rins.
Estou cá há uma semana para se tentar
perceber qual é a extensão do problema.
O:
O:
O:
Romão Mouralinho
68 anos, Alverca
2. Em média, quanto
tempo funciona um rim
transplantado?
a) 5 anos
b) 10 anos
c) 15 anos
O:
O:
Há quanto tempo deixaram
rins de funcionar?
> Há 1 mês e 15 dias.
Como é que tem ocupado os seus dias?
> A ler o jornal que a minha filha traz,
os seus
ela vem cá todos os dias. Etambém já
travámos conhecimento uns com os
outros. Isto aqui é como uma família.
O:
3. Depois de um transplan- :
te, o que se faz aos rins que:
deixaram de funcionar?
a) É deixado no organismo
(que passa a ter três)
b) É extraído e colocado
num banco de rins
c) É extraído e deitado fora
O:
O:
O:
4. Oprimeiro transplante de :
rim em Portugal foi quando? :
,
a)
t»
c)
o:,
o:
1969
1976
1981
Fernanda Menéndez
50 anos, Lisboa
Por causa da diálise está presa em casa
ou consegue ter alternativas?
> Não deixo de passarférias, não deixo de ir
a um congresso, ainda no fim-de-semana
dei uma escapadinha ao Alentejo.
luís Zurrapa
39 anos. Montemor-o~Novo
Correu bem o seu transplante?
> Sim, o rim veio de um cadáver
e nunca houve rejeição. Tenho fé de
que dure muito.
o:
5. Qual o tempo médio de
espera por um transplante
de rim em Portugal?
a) 2 a 3 anos
b) 4 a 5 anos
c) 6 a 7 anos
João Afonso
62 anos, Marvão
O
O
O
Por que é que está aqui na enfermaria?
Comecei a andar com os pés muito
Alcino dos Sanlos
52 anos. Alter do Chão
Que avaliação faz da equipa médica
que o tratou?
> Numa escala de Oa 100 dou-lhe 101.
6. Qual a taxa de aceitação
do novo rim pelo
organismo?
a) Cerca de 50%
t» Cerca de 75%
c) Cerca de 90%
--------------------------------.--.-
(J·9
O:
O;
O:
,,
--------------
:(q·s :(e·v :(e·€ :(q·z :p.' :Saf13DIOS
,:
> li, SÚTEIS
www.apir.PI Associação Portuguesa de Insuficientes Renais
www.spnelro,PI Sociedade Portuguesa de Nefrologia
WWW.SPl.PlSociedade Portuguesa de Transplantação
www.admp-sede.oru.Pl Associação dos Doentes Renais de Portugal
30 NOVEMBRO 2010
I SÁBADO
yl ..
:
Doenças dos rins e do aoarelho urinário
r
'::J~ntro
Hospitalar Lisboa
Norte Lisboa
lodosos
vencedores
AS CIDADESde Lisboa e do Porto estão em grande
destaque no ranking deste ano - dividem entre si
os cinco primeiros lugares da classificação geral.
c55J
~
Número
Número
Doentes
Número
de actos médicos em 2009 70.350
de consultas em 200919.740
internados em 2009 1.074
de camas 28
SERViÇO DE UROLOC •
Telefone 210 432 550
Horário das visitas Das 16h30 às 20h
EQU PA
Director Hélder Monteiro
Equipa 37 pessoas
Número de actos médicos em 2009 6.740
Número de consultas em 200913.677
Doentes internados em 20091.191
Número de camas 23
Centro Hospitalar de
Lisboa Central Lisboa
Hospital São João
Centro Hospitalar
do Porto Porto
GERAL
Porto
GERAL
Morada Alameda Prof. Hernâni Monteiro, 4200-319 Porto
Telefone 225 512100 Fax 225 025 766
Emaíl [email protected]
Sitewww.hsjoao.min-saude.pt
Morada Rua José António Serrano, 1150-199 Lisboa
Telefone 218 841 267 Fax 218 841 023
Emaíl [email protected]
Sitewww.chlc.pt
GERAL
Morada Largo Prof. AbelSalazar, 4099-001
Telefone 222 077 500 Fax 223320318
Emaíl [email protected]
Site www.chporto.pt
Nota No CHLC,as doenças dos rins e do aparelho urinário são
tratadas na Especialidade de Urologia, no Hospital de S. José.
SERVICO DE NEFROLOGIA ETRANSPLANTE RENAL
Telefoné 225512179
Emaí[email protected]
Horário das visitas Das 12h às 21h
SERViÇO DE UROLOGIA
SER IIÇO DE UROLOGIA
Telefone 218841000
Emaíl [email protected]
Horário das visitas Das 12h30 às 16h e das 18h30 às 20h
Telefone 222 077 500
Emaíl [email protected]
Horário das visitas Duas pessoas em permanência
das llh às 19h30
EQUIPA
~QL nll.
Director Vítor Vaz Santos
Equipa 36 pessoas
Número de actos médicos em 200912.098
Número de consultas em 200916.657
Doentes internados em 20091.556
Número de camas 18
Director Avelino Fraga
Equipa 44 pessoas
Número de actos médicos em 20091. 934
Número de consultas em 2009 21.401
Doentes internados em 20091.828
Número de camas 35
EQUIPA
Director Manuel Pestana
Equipa Não disponibilizada
Número de actos médicos em 2009 35.597
Número de consultas em 2009 21.467
Doentes intemados em 2009 602
Número de camas 4 no internamento e 9 na Unidade
de Transplantes Renais
v
~
Hospitais
em análise
_-----_ _------_._-- ----- ._--
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Centro Hospitalar de
Lisboa Ocidental Lisboa
GERAL
Morada do Hospital de Santa Cruz
Avenida Prof. Reynaldo dos Santos, 2790-134 Carnaxide
Telefone 210 433 000 Fax 214188095
Email [email protected]
Sitewww.hsc.min-saude.pt
Morada do Hospital Egas Moniz
Rua da Junqueira, n"126, 1349-019 Lisboa
Telefone 210 432 550 Fax 210 432072
Emaíl [email protected]
Site www.hsc.min-saude.pt
Nota No Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, as doenças
de rins são tratadas nos Serviços de Nefrologia (no Hospital
de Santa Cruz) e de Urologia (no Hospital Egas Moniz).
SEfNlÇO DE NEFROLOGI
Telefone 210 433 086
Horário das visitas Das 15h30 às 19h30
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CHCovada Beira, EPE
H:iie-SãOMii'CiiS::iiraga--,.
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I 30 NOVEMBRO
2010
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IPCdo Porto FranciscoGentil,EPE
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CH- Centro Hospitalar. H.- Hospital.lPC -Instituto Português de On,ologia. ULS- Unidade Localde Saúde. EPE- Entidade Pública Empresarial
• utilizou-sea designação actual, ainda que tenha sido constituída em Setembro de 2009.
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icos mais relevantes
Mortalidade
Episódios
Diagnóstico
Complicações
Readmissões
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Diagnóstico
SÁBADO
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H.Distritalde Santarém, EPE
H. Prof. Doutor F.Fonseca,
CHdo Barlavento Algarvio,EPE
Hospitais da Unive"idade
a:ide'Eiiíié"ííDóüiiievOüQá;-iPE
EPE-Amadora-Sintraii:SãOiéOióniii;EriE::iii;eu'
deCoimbra.EPE
H:ESPiriiiisaniii;EPE::EVOra'CHdéT~eseAiiO--j:ti~i~iif~;:~:
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IPCde Coimbra Francis<o:~:Cü;ry_c.;iii:OI-::~sbiia
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H.Reynaldo dos Santos
Gentil,EPE
ULSdo AltoMinho, EPE
H.Garda de 0113, EPE-Almada
CHde lisboa Norte, EPE
-Vila Franca de Xira
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H.intaiiiéii:"Pedro.iPE.:AVci;;;·····-j ··a:iiieViiáNMde-Gai;':ESjiirÍíiii;··-Ij;Qd~.iiSijiki~raíiéiséíí~ÇÉiiE
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Director José Diogo Barata
Equipa 98 pessoas
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H.Nossa Senhora do Rosário,
CHSanto André, EPE-leiria
EPE-Barreiro-a:idííAiiiiA;;é;iPE:::___:(iiT~á'SóiiSa;EPE-
Ne~p.lasia_l11a.lign~.d~.bexig.a. ._..
EQUIPA
Porto
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Diagnóstico
não seleccionado
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Doença Rins e Aparelho Urinario - Revista Sábado