ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE INFECÇÕES E MORTALIDADE POR DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES DA CLÍNICA DE DOENÇAS RENAIS DE TUBARÃO, SANTA CATARINA Diego Machado 1 Silvano , Talita Aparecida 2 Calegario , Marcos de Oliveira 3 Machado 1 Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul, Tubarão, SC 2 – Brasil; Acadêmica do Curso de Farmácia e Bioquímica da Universidade do Sul de Santa Catarina 3 - Unisul, Tubarão, SC – Brasil; Professor Doutor do Curso de Farmácia da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, Tubarão, SC – Brasil. Introdução 11% Gráfico 2: Causas de morte nos pacientes com DRC em hemodiálise. 21% Infecção 9% Hemorragia A insuficiência renal crônica (IRC) tem recebido maior atenção dos profissionais de Falência Múltipla de Órgãos 4% saúde devido ao importante papel desempenhado na morbimortalidade da 5% Cardiovascular Câncer Insuficiência Renal população mundial, sendo considerada uma condição sem alternativas de melhoras 27% Cerebrovascular rápidas, assim, causando problemas médicos, sociais e econômicos (MARTINS; Outras 19% 4% CESARINO, 2005). Para os portadores de IRC estão disponíveis os tratamentos dialíticos, como a hemodiálise. Em janeiro de 2005, nos 498 centros de diálise, estimava-se que 54.311 pacientes estavam em diálise. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA et al., 2007). Conseqüentemente, devido ao grande número de 80 pacientes submetidos à esse processo algumas complicações se tornam presentes. 70 Gráfico 3: Tempo de hemodiálise dos pacientes que foram a óbito por um quadro infeccioso vs tempo de hemodiálise em pacientes que foram a óbito por outras causas. Uma delas é a infecção, uma importante causa de morbidade e mortalidade de pacientes com IRC. Conforme registros do United States Renal Data System, infecção é a segunda maior causa de morte em pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) em diálise, só perdendo para patologias cardiovasculares (BIERNAT et al., 2008). Meses 60 50 40 Tempo de diálise 30 20 10 0 Infecção (n=37) Outros (n=148) Grupos Objetivo Avaliar a prevalência das infecções adquiridas durante o processo de hemodiálise no município de Tubarão, bem como, conhecer o meio na qual ocorre à contaminação para proporcionar melhoria do processo, diminuindo ocorrências e 5% Infecção Respiratória 6% Gráfico 4: Principais sítios de infecção nos pacientes com DRC. Infecção Urinária 10% 38% 11% Infecção no Cateter Infecção Cutânea suas conseqüências. Infecção na FAV 30% Outros Metodologia Foi realizado um estudo analítico do tipo transversal dos prontuários de pacientes atendidos pela Clínica de Doenças Renais de Tubarão-SC que foram a óbito entre os anos de 2002 a 2009. Bem como os pacientes que nesses mesmos anos sofreram infecção no processo de hemodiálise. Conclusão Os prontuários eram compilados no programa Microsoft Excel® quanto a dados individuais como sexo, idade, tempo de hemodiálise, sítio de infecção, antibiótico usado, diagnóstico inicial, causa de óbito. As complicações infecciosas em pacientes com DRC submetidos ao tratamento A partir das fichas foi criado um banco de dados com o Excel® e a análise hemodialítico representaram uma das principais causas de óbito em nosso estudo. O estatística foi feita pelo programa estatístico SPSS® para as variáveis quantitativas e tempo de vida durante a hemodiálise foi menor nos pacientes com DRC associada a qualitativas. doença infecciosa. O sistema respiratório foi um dos principais sítios de entrada do agente infeccioso. Diante do exposto, concluímos que nossos dados podem fornecer Resultados dados epidemiológicos importante para a prevenção primária desses locais de Foram estudados 186 pacientes que foram a óbito entre 2002 e 2009, tendo como saúde pública local, uma vez que o fluxo de pacientes que utilizam os serviços da critérios de inclusão: ser portador de DRC, realização de hemodiálise e óbito Clínica de doenças Renais de Tubarão cobre toda a região da AMUREL. infecção, aumentando a expectativa de vida desses pacientes e principalmente para a independente da causa. A média de idade da população foi 61,46 ± 13,81 anos, sendo 50,8% do sexo masculino. Referências Gráfico 1: Taxa de mortalidade geral vs taxa de mortalidade por infecção nos pacientes com DRC. 50 45 40 MARTINS, M. I; CESARINO, C. B. Qualidade de vida de pessoas com doença renal crônica em tratamento hemodialítico. 35 Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 13, n. 5, p. 670-676, 2005. 30 BIERNAT, J.C.; SANTOS, F.; SANTOS, A. M. G.; RAUBACH, A. A.; SAUZA, M. E. L.; DEMIN, M. S. S.; KOCHHAN, D.; 25 TMG 20 TMDI BIERNAT, M. S. Jornal Brasileiro Nefrologia, v. 30, n. 2, p. 105-112, 2008. 15 COSTA, M. F. L.; BARRETO, S. M. Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e aplicações na área do 10 envelhecimento. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 12, n. 4, p. 189-201, out./dez. 2003. Disponível em: 5 <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v12n4/v12n4a03.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2009. 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA et al. Perfil da Doença Renal Crônica: O Desafio Brasileiro. 2007. 3 p. Disponível em: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/saude/programas/0007/Doenca_Renal_Cronica.pdf > Acesso em: 10 abril. 2009.