XI Salão de Iniciação Científica PUCRS Sobrevida da Fístula Arteriovenosa de idosos em hemodiálise Ana Carolina Gonçalves Kehl1, Ana Elizabeth P. Figueiredo1, Marion Creutzberg1 (orientador) 1 Faculdade de Enfermagem, PUCRS Introdução A insuficiência renal crônica é uma das principais doenças que atingem crianças, adultos e idosos. É uma doença com alta taxa de morbidade e mortalidade. Para entender a gravidade da insuficiência renal, é preciso ressaltar as funções dos rins, dentre as quais a excreção de produtos finais do metabolismo, produção e excreção de hormônios e enzimas e o metabolismo de hormônios. As doenças que podem levar as limitações dos rins são principalmente a DM, HAS, hepatites b e c, AIDS e Infecções renais como gomerulonefrites, nefrite intercisitial, entre outras. Independente do número de doenças que podem levar a insuficiência renal crônica, o resultado é o mesmo: diminuição do número de néfrons atuantes, causando a perda de substâncias químicas essenciais ao organismo pela urina, também como o acúmulo de produtos tóxicos e químicos no sangue do paciente. (Nunes, Lautert; Borba, Unicovsky; Silva, Morsch; 2009) Apesar da probabilidade de seu aparecimento aumentar com a idade, uma vez que o envelhecimento torna as pessoas mais vulneráveis aos processos patológicos, a IRA não é mais uma característica da população idosa, já que também tem comprometido jovens em idade produtiva. (Lovera, 2010) Alguns dos principais sinais da perda das funções renais são a anemia, irritabilidade, tremores, derrames pleurais. Dentre as alternativas de terapia renal substitutiva tem-se a hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal, sendo mais utilizada a hemodiálise. (Nunes, Lautert, 2009), que é um procedimento terapêutico que não cura e não compensa as perdas das atividades endócrinas e metabólicas dos rins, mas evita a morte precoce. Os pacientes que necessitam de hemodiálise alteram sua vida, pois sua sobrevivência passa a depender de uma máquina e de uma equipe de saúde especializada. A população em diálise está crescendo em número e está se tornando cada vez mais idosa. Estabelecer e manter um acesso durável e confiável, que ofereça altas 418 taxas de fluxo sanguíneo associada a baixas taxas de complicações é fundamental. Evidências publicadas internacionalmente apontam para a FAV, como sendo o padrão ouro dos acessos utilizados em hemodiálise. (Nunes, Lautert, 2009) Geralmente realizada no antebraço não dominante, a FAV é a ligação de uma artéria e uma veia, cuja alteração do aporte sanguíneo deixa a veia mais larga e com as paredes mais fortes e resistentes, permitindo maior rapidez do fluxo de sangue. A FAV é um dos acessos vasculares mais utilizados em hemodiálise, por ser um acesso mais duradouro e seguro. Para aumentar a sobrevida da fistula é necessário cuidados pré e pós-operatórios. Dentre os fatores que influenciam na confecção e na maturação da fístula arteriovenosa estão a escolha do local de confecção, a idade, obesidade, diabetes, doenças vasculares, história previa de falências de veias. (Lovera, 2010) Os objetivos deste estudo são descrever as características demográficas e de saúde de adultos jovens, médios e idosos em hemodiálise; identificar a sobrevida da fistula arteriovenosa nos últimos cinco anos em um serviço de hemodiálise de Porto Alegre. Metodologia Estudo retrospectivo, do tipo coorte histórica. A coleta de dados está sendo realizada nos prontuários de pacientes adultos e idosos submetidos à hemodiálise em um serviço especializado de Porto Alegre, nos anos de 2005-2010. As variáveis pesquisadas são: dados de identificação (idade, sexo, raça), dados relacionados à saúde e tratamento (idade no início da HD, data de início da HD, motivo da internação, realização ou não de HD, portador de Diabete Mellitus, doenças pregressas, cateter anterior), dados relacionados à fístula (data da cirurgia, data de confecção, tempo de maturação, intercorrências na fístula, tempo de duração, técnica de punção), dados relacionados ao desfecho do paciente (transferência, óbito, recuperação da função renal, abandono do tratamento, FAV em uso) e as medicações utilizadas (vitaminas, eritropoetina, antihipertensivo, carbonato de cálcio, vitamina D associada e ferro). Os dados coletados são registrados em instrumento próprio elaborado pela equipe de pesquisa. Os dados serão organizados em um banco de dados do programa estatístico SPSS 11.5 e analisados por estatística descritiva e inferencial. As variáveis idade, sexo, raça, tempo de tratamento, patologias atuais e pregressas, cateter anterior, tempo de maturação e tempo de fístula, 419 intercorrências na fístula, técnica de punção, desfechos e medicamentos serão descritas por freqüência absoluta e relativa, médias e desvio padrão. Para verificar se há relação entre as variáveis serão realizados os testes qui-quadrado, t de Student, ANOVA.O estudo foi submetido à Comissão Científica da FAENFI/PUCRS e ao Comitê de Ética/PUCRS. O projeto foi autorizado pelo Serviço de Hemodiálise. Os autores assinaram um termo de responsabilidade de uso de dados. Resultados esperados Identificar a sobrevida da FAV em idosos e possíveis fatores contributivos para maior ou menor sobrevida, subsidiando protocolos assistenciais específicos. Referências THOMÉ, E.G.R. , LAUTERT, L. Enfermagem em Diálise. In: NUNES, Fabiana S. LAUTERT, Liana. et al. A enfermagem na hemodiálise longa noturna. 1. ed. Porto Alegre, RS: ABEN, 2009. p. 19-29. THOMÉ, E.G.R. , LAUTERT, L. Enfermagem em Diálise. In: SILVA, Karine da, MORSCH, Cássia. et al. Qualidade de vida de pacientes submetidos a tratamento hemodialítico em um Centro de Atendimento Privado. 1. ed. Porto Alegre, RS: ABEN, 2009. p. 85-92. THOMÉ, E.G.R. , LAUTERT, L. Enfermagem em Diálise. In: BORBA, Daniela C., UNICOVSKY, Margarita A. R. et al. Perfil dos idosos com tratamento hemodialítico em uma clínica da cidade de Camaquã no RS. 1. ed. Porto Alegre, RS: ABEN, 2009. p. 149-158. LOVERA, J et al. Sobrevida da fístula arteriovenosa de idosos em hemodiálise: estudo preliminar. Revista Graduação PUCRS. Porto Alegre. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/scientiamedica/ojs/index.php/graduacao/article/view/67 25. Acesso em: 01 jun. 2010 420