CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO AUTISMO Simone Secco da Rocha Psiquiatra da Infância e Adolescência FAMERP - 2015 CARACTERÍSTICAS • Hoje não há dúvidas quanto a uma base biológica inata, • • • • • apesar da etiologia não definida e da falta de marcadores biológicos; Aparece antes dos 30 meses de vida; Mais comum em meninos do que em meninas, 4H:1M; Prevalência de 1/88 nascidos vivos; Em torno de 60% tem Deficiência Intelectual e 50% tem epilepsia; Diferentes níveis de gravidade compõem o Espectro Autista. IDENTIFICAÇÃO • SISTEMAS CLASSIFICATÓRIOS • CID 10 OMS/1993 • DSM 5 APA/2013 MODELO CATEGORIAL X MODELO DIMENSIONAL CARACTERÍSTICAS • Alterações quantitativas e qualitativas de comunicação verbal e não verbal; • Alterações da interação social e • Comportamentos restritos e repetitivos. DIAGNÓSTICO • Impacto pessoal, social, acadêmico e ocupacional • Comorbidades • Deficiência intelectual • Transtornos da comunicação • Tdah • Transtornos específicos da aprendizagem • Transtornos motores CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS No Brasil a taxonomia oficial é a CID 10 (F84), onde recebe o nome de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento e tem como categorias: • Autismo Infantil • Autismo Atípico • Síndrome de Rett • Síndrome de Asperger • Transtorno Desintegrativo da Infância • TID Sem Outra Especificação São sinônimos: T. Global do Desenvolvimento (DSM IV) ou T. Abrangentes do Desenvolvimento. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS CID 10 • Prejuízo qualitativo na interação social; • Prejuízo qualitativo na comunicação; • Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. DSM 5 • Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos; • Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades DSM 5 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS A- Deficiências persistentes na comunicação e interação social: 1. Limitação na reciprocidade social e emocional; 2. Limitação nos comportamentos de comunicação não verbal utilizados para interação social; 3. Limitação em iniciar, manter e entender relacionamentos, variando de dificuldades com adaptação de comportamento para se ajustar as diversas situações sociais. B- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, manifestadas pelo menos por dois dos seguintes aspectos observados ou pela história clínica: 1. Movimentos repetitivos e estereotipados no uso de objetos ou fala; 2. Insistência nas mesmas coisas, aderência inflexível às rotinas ou padrões ritualísticos de comportamentos verbais e não verbais; 3. Interesses restritos que são anormais na intensidade e foco; 4. Hiper ou hiporreativo a estímulos sensoriais do ambiente. C- Os sintomas devem estar presentes nas primeiras etapas do desenvolvimento. Eles podem não estar totalmente manifestos até que a demanda social exceder suas capacidades ou podem ficar mascarados por algumas estratégias de aprendizado ao longo da vida D- Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento atual do paciente. E- Esses distúrbios não são melhores explicados por deficiência cognitiva ou atraso global do desenvolvimento. DSM 5 ESPECIFICADORES • Com ou sem comprometimento intelectual • Com ou sem comprometimento da linguagem • Associado a alguma condição médica, genética ou a fator ambiental • Associado a outro transtorno do neurodesenvolvimento, mental ou comportamental • Com catatonia TEA DSM 5 Níveis de gravidade, cada um deles avaliado quanto ao padrão de comunicação social e aos comportamentos restritos e repetitivos. 1- Exige apoio 2- Exige apoio substancial 3- Exige apoio muito substancial DIAGNÓSTICO PRECOCE • Diagnóstico e intervenção precoces permitem minimizar as características do quadro e melhor prognóstico; CUIDADO atraso no desenvolvimento pode ser decorrente de uma dificuldade de relacionamento situacional, sinais em um lactente não permitem diagnóstico, mas apontam para o risco. A REGRESSÃO Em torno de 25% das crianças com diagnóstico de TEA parecem ter apresentado um desenvolvimento típico até os 2 anos de idade, quando perdem habilidades já alcançadas. Não existe uma explicação e nem mesmo uma definição precisa deste fenômeno. O que mais chama a atenção é a “perda da palavra”, pois esse é o marco mais claramente observado. Infere-se que outros desvios podiam estar presente, mas não foram valorizados. TEA Asperger 1M:9H FAA TEA SOE DI 1H:1M Autismo Infantil 10% Nível cognitivo FAA-FENÓTIPO AMPLIADO DO AUTISMO Refere-se a fenótipos leves (que não cumprem critérios diagnóstico) em familiares, de diferentes graus de parentesco de portadores dos TEA. (American Academy of Pediatrics-Committee on Children With Disabilities.2001) EPIDEMIOLOGIA Os dados epidemiológicos internacionais indicam uma maior incidência de TEA no sexo masculino, com uma proporção de cerca de 4,2 nascimentos para cada um do sexo feminino (Fombonne, 2009;Rice, 2007). A prevalência é estimada em um em cada 88 nascimentos (Centers for Disease Control and Prevention, 2012), confirmando a afirmação de que o autismo tem se tornado um dos transtornos do desenvolvimento mais comuns (Fombonne, 2009; Newschaffer et al.,2007). No Brasil, os estudos epidemiológicos são escassos. No Primeiro Encontro Brasileiro para Pesquisa em Autismo (EBPA http://www6.ufrgs.br/ebpa2010/), Fombonne (2010) estimou uma prevalência de aproximadamente 500 mil pessoas com autismo em âmbito nacional, baseando-se no Censo de 2000. IDENTIFICAÇÃO PROTOCOLOS TEA SP • http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/profission al-da-saude/homepage//protocolo_tea_sp_2014.pdf • http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_aten cao_reabilitacao_pessoa_autismo.pdf https://youtu.be/mc1H0aVqn20