ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE FORMAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO BÁSICA
CENTRO DE FORMAÇAO E ATUALIZAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Profª. Ms. Soely Soares
Formadora Alfabetizadora
CEFAPRO/Cuiabá
Cuiabá/MT, Junho de 2007
HISTÓRICO DA
ALFABETIZAÇÃO EM MT
A alfabetização em Mato Grosso possui
uma longa trajetória.
Neste momento, pinçaremos os últimos
11 anos de Política Educacional para a
Alfabetização no Estado.
1996: Projeto Terra – Projeto piloto que
contemplava também a alfabetização. Foi
implantado em 05 municípios. Teve como foco
a educação do campo, numa perspectiva de
organização curricular considerando o tempo,
espaço e o modo de vida do homem no
campo. O projeto
apresentou como eixo
norteador do currículo
Cultura.
- Terra, Trabalho e
1997-1999: Ciclo Básico de Alfabetização –
CBA.
Tinha
como
objetivo
favorecer
flexibilidade na organização curricular,
a
dos
tempos e espaços da escola e nova prática
avaliativa. Assim, visou garantir o sucesso da
aprendizagem, com a revisão da prática
pedagógica e a garantia do direito de
aprender.
2000: Escola Ciclada – estratégia políticopedagógica para o Estado de Mato Grosso com
o
objetivo
de
implantar
uma
Educação
transformadora que faz da escola um local
privilegiado de reflexão, de estudo e construção
da cidadania, em que todos tenham assegurado
o
direito
de
acesso,
permanência
e
terminalidade com sucesso da Educação Básica,
com
vista
ao
enfrentamento
do
processo de exclusão no espaço escolar.
Atualmente,
a
redirecionando
perspectiva
Seduc
essa
estratégia
vem
na
da escola organizada por
Ciclo de Formação Humana.
2002 - Mec/Seduc: PROFA – Programa de
Formação de Alfabetizadores. Visou subsidiar,
em
termos
organizacionais,
alfabetizador,
teóricos,
o
metodológicos
trabalho
dando-lhe
do
uma
e
professor
dimensão
coletiva e institucional, assegurando ao aluno
o direito à aprendizagem e ao professor a
formação continuada para o exercício da
profissão docente.
2004-2005
-
Alfabetizado/Letração
Mec/Seduc:
–
Projeto
Brasil
de
Alfabetização de Adultos, com objetivo de
erradicar o analfabetismo de jovens e
adultos do Estado de Mato Grosso. Conta
com um material específico formulado a
partir do referencial teórico-metodológico
do letramento.
2006 - Mec/Seduc: PraLer – Programa de Apoio
a Leitura e Escrita. Privilegia o desenvolvimento
da consciência fonológica do sistema da língua
e a construção de procedimentos mais amplos
de leitura, a partir do convívio intenso dos
alunos com textos de diversos gêneros. Tem
como uma das estratégias
continuada
de
professores
a
formação
alfabetizadores
desenvolvido na rede estadual no município de
Rondonópolis.
2007 (IAS/SEDUC):
 Circuito
Campeão
–
Programa
de
Gerenciamento da Aprendizagem nos
primeiros
cinco
anos
do
ensino
fundamental.
 Acelera – Projeto de atendimento aos
alunos alfabetizados que tenham distorção
idade/série.
 Se liga – Projeto de alfabetização dos
alunos com distorção idade/série.
ESTRATÉGIAS ATUAIS PARA
A ALFABETIZAÇÃO:
• Atualmente os 13 CEFAPROS – Centro de
Formação e Atualização Profissional,
contam com 83 professores formadores,
destes 17 são responsáveis em fomentar,
proporcionar e acompanhar a formação
continuada dos alfabetizadores no Estado.
• A Seduc via grupo de alfabetizadores
formadores dos CEFAPRO, tomam
como referencial teórico-metodológico
algumas premissas, dentre elas:
– Alfabetização.
– Letramento.
– Métodos.
– Avaliação.
• A partir dessas premissas, e para
melhor compreender o processo de
construção sobre estes conceitos,
precisamos perceber os modelos
elaborados ao longo da trajetória das
concepções históricas, o que revela
sucessivas mudanças, ora conceituais,
ora metodológicas.
ALFABETIZAÇÃO
Até a década de 60 segundo Geraldi
(1996), a concepção de língua era tida
como expressão do pensamento,
definindo a língua como código
homogêneo. Neste sentido, o ato de
escrever é considerado transcrição
fonética e o ato de ler, decodificação e
oralização dos símbolos gráficos.
• A partir da década de 80, estudos de
várias
áreas,
delineam
avanços
conceituais e metodológicos para as
pesquisas e propostas educacionais e
provoca a ruptura da visão anterior ao
considerar a linguagem escrita e oral
como processo de interação entre autor
e leitor, o texto mediador do processo e
o sujeito histórico e socialmente
situado. (BAKHTIN, 2002)
• Neste sentido, o processo de representação
que o indivíduo deve aprender a dominar
durante a alfabetização não é linear (somgrafema); é, antes, um processo complexo.
(Tfouni, 2002)
• Soares (2003) e Tfouni (2002), focalizam
•
aspectos pessoais, históricos e sociais da
construção do sistema de escrita.
Chartier (1998) aponta aspectos culturais, o
que nos oportuniza ampliar a noção de uma
proposta
de
ensino-aprendizagem
na
alfabetização.
LETRAMENTO
“(...) é uma variável contínua e não discreta
ou
dicotômica;
refere-se
a
uma
multiplicidade de habilidades de leitura e de
escrita, que devem ser aplicadas a uma
ampla variedade de materiais de leitura e
escrita; compreende diferentes práticas que
dependem da natureza, estrutura e
aspirações de determinada sociedade”.
(SOARES, 2003)
• Assim,
ALFABETIZAÇÃO
E
LETRAMENTO “(...) embora designem
processos
interdependentes,
indissociáveis e simultâneos, são de
natureza fundamentalmente diferente,
envolvendo conhecimentos, habilidades
e competências específicas, que
implicam formas de aprendizagem
diferenciadas e, consequentemente,
procedimentos
diferenciados
de
ensino.” (SOARES, 2003)
MÉTODOS
• Por quase um século os esforços, se
concentraram em “engessar” a opção por um
método. Nos últimos anos, o método vem
sendo (re)pensado a partir da compreensão
do processo de aprendizagem da criança que
aprende, tomando como base as várias áreas
de
conhecimento
–
psicologia
da
aprendizagem, sociolingüística, sociologia,
neurociência, antropologia, entre outras.
AVALIAÇÃO
• Numa perspectiva reflexiva/formativa,
em que está intrínseca e indissociável a
qualquer tipo de ação que vise provocar
mudanças, ou seja, é uma atividade
constituinte da ação educativa, quer nos
refiramos à avaliação do projeto
educativo,
do
ensino
ou
da
aprendizagem, constituindo-se em um
recurso para a tomada de decisões.
• É a reflexão permanente do educador
sobre
sua
realidade
e
acompanhamento, passo a passo, do
educando, na sua trajetória de
construção do conhecimento. (Hoffmann,
1991)
• Estes,
dentre outros referenciais
teórico-metodológico trouxeram novos
paradigmas conceituais ao processo de
ensino e aprendizagem.
• Desse
modo, a SEDUC/CEFAPRO
delineam seus referenciais para a
reelaboração e o fortalecimento da
proposta de Alfabetização no Estado de
Mato Grosso.
Referencial
• CAGLIARI,
•
•
•
•
•
Gladis
Massini.
O
texto
na
alfabetização: coesão e coerência. Campinas,
SP: Mercado de Letras, 2001.
CAGLIARI,
Luís
Carlos.
Alfabetização
e
Lingüística. São Paulo: Scipione, 1989.
CHARTIER, Roger. As práticas de leitura. In:
História da vida privada. Da renascença ao
século das luzes. São Paulo: companhia das letras,
1991.
DAVIS, Cláudia. Psicologia na Educação. São
Paulo: Cortez, 1994.
FERREIRO, Emília e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese
da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,
1999.
________________.
Reflexões
sobre
alfabetização. São Paulo: Cortez, 2000.
• GERALDI, J. W. (org.). O texto na sala de aula:
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leitura e produção. Cascavel: Assoeste, 1993.
LIMA, Elvira Souza. Ciclos de Formação: uma
reorganização do tempo escolar. GEDH, Grupo
de Estudo do Desenvolvimento Humano. São Paulo,
SP: Editora Sobrinho, 1998.
MATO GROSSO/Seduc. Escola ciclada de Mato
Grosso: novos tempos e espaços. Cuiabá, Seduc.
2000.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três
gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
______________. Linguagem e Escola: uma
perspectiva social. São Paulo: Ática, 1994.
TFOUNI,
Leda
Verdani.
Letramento
e
Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2002.
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Profª. Ms. Soely Soares