Saneamento e pobreza Dilma Pena Secretária de Saneamento e Energia 6 de março de 2009 São Paulo - SP IV ENCONTRO DE EX-PRESIDENTES AGENDA SOCIAL DA DEMOCRACIA PARA A AMÉRICA LATINA Saneamento e pobreza Abordagem: 1. Referenciada em saúde pública – comunidades rurais, bairros isolados – contingentes excluídos e submetidos a situações de extrema precariedade 2. Referenciado no déficit tipicamente urbano – trata-se de analisar as políticas públicas de cada país, cujas falhas explicam os déficits Saneamento e pobreza Cobertura dos serviços de água tratada e saneamento (%) Água potável Urbano Total Saneamento Urbano Total África 85 62 84 60 0 América Latina e Caribe 93 85 87 78 14 América do Norte Ásia 100 100 100 100 90 93 81 78 48 14 Europa 100 96 99 92 66 Oceania 98 88 99 93 a Fonte: ONU, 2008 – Projeto de Água e Saneamento (WSP na sigla em inglês) Dinâmica Populacional Participação da América Latina e Caribe na População Mundial 1950 a 2025 (projeção) População (%) População Ano Urbana Total 1950 9,41 6,61 2010 13,48 8,6 2025 12,53 8,59 Fonte: Base de Dados da Revisão Populacional de 2007 (ONU 2007). Elaboração dos autores. Dinâmica Populacional População urbana/total do Mundo, América Latina e Caribe e das regiões mais desenvolvidas Urbana/total (%) Ano Mundo Regiões mais desenvolvidas* Am. Latina e Caribe 1950 29,06 52,52 41,35 2010 50,60 75,03 79,36 2025 57,23 79,01 83,51 Fonte: Base de Dados da Revisão Populacional de 2007 (ONU 2007). Elaboração dos autores *Europa, América do Norte, Austrália / Nova Zelândia, Japão Dinâmica Populacional América Latina. População residente em cidades com mais de 1 milhão de habitantes (1960-2000) 200,0 35,0% 30,0% milhões habitantes 150,0 25,0% 20,0% 100,0 15,0% 10,0% 50,0 5,0% 0,0 0,0% 1960 1970 Fonte: Banco Mundial, em Pena (2002) 1980 1990 2000 População % > 1 Milhão Dinâmica Populacional milhões de habitantes América Latina. População residente em grandes metrópoles (1960-2000) 20,0 São Paulo 18,0 Buenos Aires 16,0 Santiago Bogotá 14,0 México 12,0 Lima 10,0 Caracas 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 1960 1970 Fonte: Banco Mundial, em Pena (2002) 1980 1990 2000 Dinâmica Populacional Riqueza Mundial - de 1970 a 2005 PNB per capita cresceu: •7,6 vezes na América Latina •7,8 vezes no Mundo •7,4 vezes na América •10,9 vezes na Europa •12,9 vezes na Europa Ocidental Dinâmica Populacional • Nos últimos 50 anos, a população aumentou 3,3 vezes - de 170 milhões para 560 milhões de habitantes sendo 435 em áreas urbanas • 50 milhões de pessoas em área urbana não tem acesso a água potável • 125 milhões de pessoas em área urbana não tem acesso a saneamento Saneamento e pobreza na América Latina Fonte: Banco Mundial Água e saneamento (2004) e população total (2007) América Latina e Caribe. Abastecimento de água (%), acesso a saneamento (%) e população total (1000 hab.) 100 200.000 90 180.000 80 160.000 70 140.000 60 120.000 50 100.000 40 80.000 30 60.000 20 40.000 10 20.000 0 - Abastecimento de água Eixo da esquerda Acesso a saneamento Eixo da esquerda População total(1000 hab) Eixo da direita Saneamento e pobreza na América Latina Água Saneamento < 90% > 90% Bolívia Uruguai El Salvador Cuba Guiana Argentina Peru Chile Venezuela Entre 80 e 89% Nicarágua Equador Haiti Colômbia Entre 70 e 79% Brasil Panamá Abaixo de 70% Demais países Saneamento e pobreza na América Latina • Quanto mais pobre a família, maior sua presença no universo de não cobertos pelo serviço. • Porém, não existe uma correlação linear entre tamanho, pobreza, cobertura e renda. A estes fatores devem ser adicionadas características específicas da economia e do setor de cada país como: – – – – – Organização do mercado Forma da prestação de serviços Financiamento e subsídios Estrutura regulatória Eficiência tecnológica e de gestão Saneamento e pobreza na América Latina América Latina e Caribe: evolução dos indicadores de acesso aos principais serviços públicos, 1995-2006 1995 2000 2006 Variação 95-06 (pontos percentuais) Infra-estrutura de saneamento urbano, (% da população urbana com acesso) 83,30% 84,76% 86,18% 2,88 Abastecimento de água (% da população com acesso) 86,73% 89,23% 91,37% 4,64 Assinantes de telefonia fixa e móvel (por 100 pessoas) 9,56% 26,53% 72,10% 62,54 Consumo de eletricidade (kWh per capita) 1.351,2 1.579,58 1.714,7* 26,9** Fonte: Banco Mundial — *dado de 2005 / ** em porcentagem Saneamento e pobreza na América Latina Quadro geral de tarifas médias e perspectivas prováveis de recuperação de custos Tarifas médias de água (US$/ m3) Global Média Mediana 0,53 0,35 Mínima Serviços cujas tarifas médias parecem suficientes para (em % de serviços) Máxima 25º percentil 75° percentil Menos que O&M Cobrir O&M O&M e invest. 0,00 1,97 0,13 0,85 39 30 30 Por nível de renda HIC 1,00 0,96 0,00 1,97 0,60 1,37 8 42 50 UMIC 0,34 0,35 0,03 0,81 0,15 0,57 39 22 39 LMIC 0,31 0,22 0,04 0,85 0,19 0,39 37 41 22 LIC 0,11 0,09 0,01 0,45 0,05 0,16 89 9 3 OECD 1,04 1,00 0,00 1,97 0,70 1,37 6 43 51 LAC 0,41 0,39 0,12 0,81 0,22 0,54 13 39 48 MENA 0,37 0,15 0,03 1,17 0,03 0,60 58 25 17 EAP 0,25 0,20 0,04 0,53 0,18 0,30 53 32 16 ECA 0,13 0,16 0,01 0,20 0,08 0,17 100 0 0 SAS 0,09 0,06 0,02 0,22 0,05 0,12 100 0 0 Por região Fontes: ADB 2004; ADERASA 2005; GWI 2004; NIUA 1999, apud Komives et al. (2005, 21). Saneamento e pobreza na América Latina Universalização da prestação dos serviços Políticas eficientes de saneamento: • Excessiva pulverização X organização do mercado • Tarifas artificialmente baixici adequada e baixas X financiamento/tarifação Financiamento / tarifação subsídios focalizados - ineficientes adequada e subsídios focalizados • Monopólio X ambiente competitivo • Autorregulação X marco e estrutura regulatória implantados • Foco em obras X foco na prestação dos serviços • Água como bem livre X escassez / bem finito com valor econômico