Cancer de pulmão
Carlos Alberto deBarrosFranco
Professor Titular de Pneumologia da
Escola Médica de PósGraduação da PUC-RJ
Membro Titular da Academia Nacional de
Medicina
Cancer de pulmão
Epidemiologia
Segunda neoplasia mais diagnosticada – superada pelo cancer
de próstata no homem e cancer de mama na mulher .
15 % de todos os cancereres diagnosticados nos EUA e 30 %
das mortes por cancer .
Incidência maior em paises em desenvolvimento como África e
America do Sul .
Responsável por 28 % de todas as mortes por cancer em geral .
A incidência diminuiu em 18 % nos homens mas aumentou em
220 % nas mulheres nos EUA entre 1973-1994 .
Incidência aumenta com a idade sendo máxima entre 75-79 anos ,
Incidência abaixo de 50 anos é de somente 5-10 % .
Barros Franco
Cancer de pulmão
Fatores de risco
USO DO TABACO
Responsável por 75-90 % dos canceres de pulmão .
Principais substâncias são : hidrocarbonetos poliaromáticos, nitrosaminas,
aminas aromáticas, benzeno e formaldeido .
•
Clara sugestão de interelação entre o tabaco e predisposição genética já
que somente 20 % dos fumantes desenvolvem cancer.
Fumantes que tem entre os familiares com cancer de pulmão têm uma probabilidade de desenvolver cancer 2 a 2,5 vêzes maior do que os fumantes
sem cancer de pulmão entre os familiares.
Entre os fumantes os que apresentam uma queda de VEF1 abaixo de 70 %
tem maior risco de desenvolver cancer .
Tabagismo passivo aumenta risco de cancer em 30-60 % .
Barros Franco
Cancer de pulmão
Fatores de risco
Exposição ambiental e ocupacional
Exposição a randônio
-Trabalhadores de minas de uranio e moradores em
locais com elevado índice e uranio no terreno.
Exposição ao amianto ( asbesto )
-Aumenta o risco de cancer em 6 vêzes
-Aumenta o risco em 11 vêzes quando co-existe o tabagismo
Comorbidades
-Obstrução brônquica em fumantes
- Fibrose pulmonar idiopática aumenta risco em 7 a 14 vêzes.
- Portadores de cancer de pulmão prévio tem maior risco de segundo cancer .
- Historia prévia de tuberculose ou outras sequelas fibrosas no pulmão .
- Imunodeficiência adquirida ( SIDA ) ?
Barros Franco
Cancer de pulmão
Apresentação clínica
Relacionadas ao crescimento do tumor, a invasão local ou as metástases, sintomas relacionados a sindrome consuptiva e sindromes paraneoplásicas.
Sintomas
Tosse --------------------------------------------------------------- Hemoptise ------------------------------------------------------ Dor torácica ---------------------------------------------------- Dispnéia ---------------------------------------------------------- Dor extratorácica ------------------------------------------- Anorexia e perda de peso ------------------------------- Massa cervical ------------------------------------------------- Fadiga --------------------------------------------------------------- Sindrome de veia cava superior --- ------------------ Rouquidão --------------------------------------------------------- Sintomas de SNC ---------------------------------------------- Dor no ombro ---------------------------------------------------- Baqueteamento digital --------------------------------------
Ocorrência ( % )
21
21
16
12
6
5
5
3
3
3
3
2
1
In MurrayJF. Textbook of respiratory medicine,vol 2. 2nd edition, 1994, d.1541.
Cancer de pulmão
Histopatologia
Carcinoma de pequenas células
( origem em células neuroendócrinas )
20 %
- oat-cell
- intermédiario ou pequenas células-grandes células
- combinado
Carcinoma não de pequenas células
( origem em células epiteliais )
80 %
- Escamoso ou epidermóide
- Adenocarcinoma com subtipo bronquioloalveolar
- Carcinoma de grandes celulas com subtipos: células gigantes
células claras
- Carcinoma misto ou combinado ( escamoso- adenocarcinoma)
- Carcinóide típico e atípico
World Health Organization. 1981.
Barros Franco
Cancer de pulmão
Objetivos do
Diagnóstico e Estadiamento
1. Definir o tipo histológico do tumor e suas relações com
estruturas torácicas e árvore brônquica ( T )
2. Definir presença de acometimento neoplásico em linfonodos mediastinais ( N )
3. Definir presença de metástases extratorácicas
principalmente para supra-renais, fígado, ossos e SNC (M)
Barros Franco
Cancer de pulmão
Diagnóstico e Estadiamento
(T
N
M)
T –TUMOR PRIMÁRIO
T0 – ausência de tumor
TX – citologia positiva mas tumor não visualizado em método de
Imagem ou broncoscopia.
T1S – carcinoma in-situ
T1 - tumor < 3cm, localização broncoscópica até bronquio lobar
T2 - tumor > 3cm, localização broncoscópica brônquio fonte > de
2 cm da carina principal
T3 - tumor de qualquer tamanho invadindo : parede torácia, pleura parietal, pericardio, diafragma ou localizado em bronquio
fonte < 2 cm da carina principal mas sem invadí-la. Atelectasia de todo o pulmão.
T4 - Tumor de qualquer tamanho invadindo : mediastino, coração,
grandes vasos, traqueia, esôfago, corpo vertebral, carina principal, derrame pleural neoplásico, mais de uma lesão no mesmo lobo.
Barros Franco
Cancer de pulmão
Diagnóstico e Estadiamento
(T
N
M)
N – LINFONODAL ENVOLVIMENTO
NX – Linfonodos regionais não podem ser
acessados
N0 - Ausência de metástases linfonodais
N1 - Metástases linfonadais intrapulmonares
ou hilares ipsilaterais
N2 - Metástases linfonodais mediastinais
ipsilaterais ou subcarinais
N3 - Metástases linfonodais mediastinais
contralaterais, hilares contralaterais ou supraclaviculares
Barros Franco
Cancer de pulmão
Diagnóstico e Estadiamento
(T
N
M)
M – Metástase extra torácica
( hematogênica )
M0 – ausência de metástases
M1- presença de metástases
mais comuns : suprarenais, fígado,
osso e SNC
Barros Franco
Cancer de pulmão
Diagnóstico e Estadiamento
(T
N
M)
Estádio
TNM
0
lA
lB
llA
llB
Carcinoma in situ
T1N0M0
T2N0M0
T1N1M0
T2N1M0 - T3N0M0
lllA
T3N1M0 – T1N2M0 – T2N2M0 – T3N2M0
lllB
T4N0M0 – T4N1M0 –T4N2M0
T1N3M0 – T2N3M0 – T3N3M0 –T4N3M0
lV
M1 com qualquer T e qualquer N
Barros Franco
Mountain CF.Chest 1997;111:1710-7.
Cancer de pulmão
Conduta no
Diagnóstico e Estadiamento
Radiografia de tórax
TC de tórax e abdome superior
Broncofibroscopia – Punção transtorácica – Punção pleural
PET-TC scan
Mediastinoscopia – Toracoscopia
TC ou US de abdome – TC ou RM de SNC – Cintilografia óssea
PET-TC scan
Barros
Franco
Cancer de pulmão
Tratamento do Tipo
Não de Pequenas Células
Estadios lA ( Tl N0 )
Cirurgia ( lobectomia )
Estadio lB ( T2 N0 )
Cirurgia ( lobectomia )
Estadio llA ( T1N1)
Cirurgia ( pneumectomia )
Estadio llB ( T2N1
T3N0 )
Cirurgia ( pneumectomia sem/com
toracectomia + tratamento comple
mentar )
Barros
Franco
Cancer de pulmão
Tratamento do Tipo
Não de Pequenas Células
Estadios lllA ( T3N1,N2
ou T1N2,T2N2)
Estadio lllB ( T4 com
qualquer N
N3 com qualquer T)
Estadio lV ( M1 com
qualquer N e T)
Tratamento neoadjuvan+cirurgia
( pneumectomia com/sem toracectomia)
Quimioterapia com/sem radioterapia )
Quimioterapia ou medidas de suporte
Barros
Franco
Cancer de pulmão
Outras modalidades terapêuticas
Terapêutica broncoscópica
Ressecção endoscópica
Próteses / suportes
endobrônquicos
Braquiterapia
Barros Franco
LASER ENDOBRÔNQUICO
Barros Franco
Recanalização por
eletrocirurgia broncoscópica
Barros Franco
Próteses/Suportes
Barros Franco
PRÓTESES/SUPORTES
Suporte metálico
Barros Franco
Braquiterapia Técnica
Barros Franco
Cancer de pulmão
Diagnóstico e Estadiamento
Carcinoma de Pequenas Células
Doença Extensa
Doença Limitada
Inclui aqueles com doença
extratorácia
Confinada a um hemitorax
Metastase supraclavicular unilateral
Acometimento mediastinal pode ser
Bilateral
Doença tratavel por um único campo
de radioterapia
Derrame pleural
Doença intratorácica extensa que não pode ser tratada com um só campo de
radioterapia.
Barros
Franco
Cancer de pulmão
Carcinoma de Pequenas Células
Estadiamento
Doença Limitada ?
1.
2.
3.
4.
RX e TC de torax
Exames de sangue
TC ou US da abdome
RM de SNC ( metástases em 10 a 15 %)
1. Cintilografia óssea
Doença extensa ?
2/3 dos pacientes após
Esses exames demonstrarão doença extensa.
PET-TC scan ?
Cancer de pulmão
Carcinoma de Pequenas Células
Tratamento
Quimioterapia 4 a 6 ciclos
Resposta 80 %, com resposta completa em 20%
sobrevida média de 9 meses
Doença limitada
cura em 20 %
Radioterapia após
2 ciclos + radioterapia
cerebral profilática ?
Doença extensa
Sobrevida 2 anos 2 %
e cura anedótica
Cirurgia em casos
selecionados ?
Barros Franco
Cancer de Pulmão
Prevenção
TABAGISMO
Estratégias de Controle
Medidas na esfera legislativa
Atividades educativas
Programas institucionais
Programas de apoio a suspensão do
tabagismo
Obrigado
Rio de Janeiro-Brasil
Barros Franco