CANCRO NO SERVIÇO DE ANATOMIA PATOLÓGICA DO HOSPITAL CENTRAL DE MAPUTO ESTUDO RETROSPECTIVO DE 18 ANOS (1991-2008) Cesaltina Ferreira Lorenzoni,MD, MSc Especialista em Anatomia Patológica I ª JORNADAS CIENTÍFICAS DO HOSPITAL CENTRAL DE MAPUTO Estrutura da apresentação • • • • • • • • • INTRODUÇÃO EPIDEMIOLOGIA DO CANCRO JUSTIFICAÇÃO PARA O ESTUDO OBJECTIVOS MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÕES RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Introdução (1) • Causa multifactorial • 90% - factores ambientais, potencialmente preveníveis (tabaco, maus hábitos alimentares, sedentarismo, exposição ocupacional, má higiene pessoal, actividade sexual promíscua, consumo excessivo de álcool, entre outros). • 43% dos cancros associam-se a: Tabaco Infecções Maus hábitos alimentares Silva, 1999; Stewart e Kleihues, 2003 Introdução (2) • O cancro é um importante problema de saúde pública • Elevadas taxas de morbimortalidade • Em 2002 – 24,6 milhões de pessoas viviam com cancro 10,9 milhões de novos casos 6,7 milhões de mortes • Em 2020 estima-se que o número de novos casos de cancro irá aumentar para 15 milhões e que o numero de mortes irá aumentar para 12 milhões Ferlay et al, 2004; Parkin et al, 2005, Stewart e Kleihues, 2003, WHO, 2005 Situação no mundo Incidência e mortalidade do cancro no mundo • Cancros mais frequentes no mundo em ambos os sexos: cancros do pulmão (12,3%), mama (10,4%) (Parkin et al, 2005a). • Cancros mais mortais: pulmão (17,8%) estômago (10,4%) e fígado (8,8%) (Stewart e Kleihues, 2003) Stewart e Kleihues, 2003 Situação na África Sub-Sahariana Incidência na África Sub-Sahariana Stewart e Kleihues, 2003 Situação em Moçambique Poucos estudos: • 1º Registo do Cancro – base populacional (ex-Lourenço Marques) – década de 50-60. • 2º Registo do cancro - base laboratorial (Serviço de Anatomia Patológica do HCM) – 1970-90. Último registo de Maputo. • Desde 2005: Registo do cancro da Cidade da Beira – ( base populacional) . Justificação • Em Moçambique as DNT, onde está incluído o cancro, são um problema importante de saúde pública e constituem uma das prioridades para o presente quinquénio (MISAU, 2008; PARPA II, 2006). • Dados do cancro em Moçambique são escassos. • O conhecimento da situação actual do cancro é fundamental para estabelecimento de acções de prevenção e tratamento precoce. • Os registos de cancro são instrumentos fundamentais para o estudo do cancro. • Os registos de cancro com base em diagnóstico anatomopatológico são importantes fontes de informação, particularmente na ausência de registos de base populacional. Objectivos do estudo Objectivo geral: Contribuir para o conhecimento do perfil do cancro a partir dos casos diagnosticados no Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Central de Maputo entre os anos 1991 e 2008. Objectivos específicos: • Descrever as principais localizações anatómicas dos cancros • Descrever a frequência absoluta e relativa, e a sua distribuição por idade, sexo, raça, proveniência e métodos de diagnóstico • Descrever os diferentes tipos histológicos • Descrever as tendências de distribuição dos cancros mais frequentes ao longo do tempo e por grupos etários Material e métodos (1) • Tipo, Local e População de estudo Estudo descritivo, retrospectivo. Todos os casos de cancro consecutivamente diagnosticados no Serviço de Anatomia Patológica (SAP) do Hospital Central de Maputo. Período de 18 anos (de 01/01/1991 – 31/12/2008). • Recolha a partir de Requisições e Livros de registo do SAP. • Aprovado pelo Comité Nacional de Bioética para a Saúde (CNBS) . Material e métodos (2) Dados de identificação da análise: • Número da análise • Nome • Residência • Proveniência Dados de diagnóstico: • Data do diagnóstico • Método de diagnóstico • Localização (topografia) • Morfologia Dados demográficos: • Idade • Sexo • Raça Base e análise de dados Base em Access. Análise em SPSS (versão 15.0) e STATA (versão 11.0). Resultados e Discussão Total de cancros 16150 Cabo Delgado Niassa (52; 0,0%) (10; 0,0%) Nampula Total de cancros com proveniência conhecida (146; 1,0%) Tete Zambézia 1,227.8 hab. (97; 1,0%) (233; 2,0%) Manica 1,041.0 hab. 15163 Sofala 1,370.7 hab. (328; 2,0%) (7; 0,0%) Total de cancros da Cidade da Maputo Inhambane 1,158.9 hab. Gaza 1,118.5 hab. (87; 1,0%) (393; 3,0%) Maputo Cidade 989.4 hab. Maputo Provincia 832.1 hab. (13710; 89,0%) (100; 1,0%) Número de cancros e respectivas percentagens por província (entre parentesis e a azul) diagnosticados entre 19912008, em relação ao número de habitantes (em milhares e a preto – censo de 1997). Usou-se para o cálculo das percentagens, o número total de cancros com proveniência conhecida (15163casos). Figura adaptada de INE, 2º censo geral da população, 1997 13710 % Frequência trienal de cancros provenientes da Cidade de Maputo, em percentagens, ambos os sexos, SAP-HCM, 19912008 35 30 25 20 15 10 5 0 19 -1 1 9 29,2 23,3 8,1 3 9 9 19 -1 4 9 12,2 6 9 9 19 -1 7 9 13 9 9 9 20 -2 0 0 Total de cancros provenientes da Cidade da Maputo 14,1 2 0 0 20 Anos -2 3 0 5 0 0 20 -2 6 0 8 0 0 13710 casos cancro Frequência dos cancros diagnosticados da Cidade de Maputo por sexo, raça e proveniência. SAP-HCM, 1991-2008 Sexo Frequência % Masculino 5808 42,4 Feminino 7846 57,2 56 0,4 12413 90,5 Branca 239 1,7 Mista 338 2,5 Outras 66 0,5 654 4,8 12237 90 Hospitais Gerais 920 6 Clínicas/consultórios privados 418 3 Centros de Saúde 124 1 Sem informação 11 0 13710 100 Sem informação Raça Negra Sem informação Proveniência HCM Total Frequência dos cancros diagnosticados, provenientes da Cidade de Maputo, por grupos etários e por sexo, SAP-HCM, 1991-2008 Sexo Grupo Etário Masculino Feminino Total Sem informação N % N % N % N % 0–4 139 2,4 99 1,3 4 7,1 242 1,8 5–9 168 2,9 143 1,8 3 5,4 314 2,3 10 – 14 122 2,1 79 1,0 1 1,8 202 1,5 15 – 19 156 2,7 171 2,2 3 5,4 330 2,4 20 – 24 225 3,9 349 4,4 . 0,0 574 4,2 25 – 29 316 5,4 544 6,9 . 0,0 860 6,3 30 – 34 350 6,0 768 9,8 5 8,9 1123 8,2 35 – 39 424 7,3 830 10,6 1 1,8 1255 9,2 40 – 44 414 7,1 903 11,5 5 8,9 1322 9,6 45 – 49 471 8,1 793 10,1 3 5,4 1267 9,2 50 – 54 445 7,7 787 10,0 9 16,1 1241 9,0 55 – 59 449 7,7 560 7,1 5 8,9 1014 7,4 60 – 64 571 9,8 644 8,2 6 10,7 1221 8,9 65 – 69 493 8,5 408 5,2 2 3,6 903 6,6 70 – 74 475 8,2 285 3,6 2 3,6 762 5,6 75 – 79 235 4,0 164 2,1 . 0,0 399 2,9 80 – 84 128 2,2 74 0,9 . 0,0 202 1,5 85 – 89 68 1,2 46 0,6 1 1,8 115 0,8 SI 159 2,7 199 2,5 6 10,7 363 2,6 Total 5808 100,0 7846 100,0 56 100,0 13710 100 N – número de casos. SI – sem informação Frequência de cancros provenientes da Cidade de Maputo por métodos de diagnóstico, SAP-HCM, 1991-2008 1249; 9% 2251; 16% Estudo histopatológico (biópsias e peças cirúrgicas) Citologias 10210; 75% Autópsias Distribuição percentual das dez localizações de cancro mais frequentes, por sexo, no SAP-HCM, 1991-2008 Incidência do cancro/100 000 hab. ex-Lourenço Marques ,1956-60 Localização No. casos (todas as idades) % Incidência ajustada a idade Fígado 264 65.5 101.7 Bexiga 24 6.0 17.1 Linfomas não-Hodgin 18 4.5 5.2 Pele (excepto melanomas) 13 - 7.6 Próstata 10 2.5 9.0 Todos locais 403 Localização 100 No. Casos (todas as idades) 184 % Incidência ajustada a idade Fígado 61 31.0 31.4 Colo útero 42 21.3 29.1 Bexiga 21 10.7 14.0 Boca 10 5.1 7.0 Pele (excepto melanomas) 9 - 7.6 Todos locais 197 100 Homens Mulheres 122.2 Prates e Torres, 1969 Registo do cancro, Serviço de Anatomia Patológica – HCM, 1970-90 Frequência do cancro por sexo (3 mais frequentes) Homens Localização Mulheres % Localização % Fígado 34.8 Colo do útero 25.6 Pele 14.0 Fígado 14.2 Gânglio linfático 6.2 Pele 10.5 Outras localizações 45.0 Outras localizações 49.8 N= 13194 (homens – 46%; mulheres – 52%; sem informação – 2%) Distribuição dos dez cancros mais frequentes por sexo e por grupos etários, SAP-HCM, 1991-2008 15-34 anos 35-54 Anos 55- 64 Anos ≥ 65 Anos % Frequência trienal de cancros provenientes da Cidade de Maputo, em percentagens, ambos os sexos, SAP-HCM, 19912008 35 30 25 20 15 10 5 0 19 -1 1 9 29,2 23,3 8,1 3 9 9 19 -1 4 9 12,2 6 9 9 19 -1 7 9 13 9 9 9 20 -2 0 0 14,1 2 0 0 20 Anos -2 3 0 5 0 0 20 -2 6 0 8 0 0 cancro Distribuição dos cancros mais comuns ao longo do tempo, SAPHCM, 1991-2008 35 25 30 20 25 15 20 15 % % 40 30 10 10 5 5 0 0 19 91 -1 19 993 94 -1 19 996 97 -1 20 999 00 -2 20 002 03 -2 20 005 06 -2 00 8 93 96 99 02 05 08 -1 9 4-1 9 7-1 9 0-2 0 3-2 0 6-2 0 1 9 9 9 0 0 0 19 19 19 20 20 20 Anos Feminino Anos Cancro da Mama feminina % 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Anos Cancro da Próstata 40 35 30 25 20 15 10 5 0 19 91 -1 99 3 19 94 -1 9 19 96 97 -1 99 9 20 00 -2 00 2 20 03 -2 0 20 05 06 -2 00 8 19 91 -1 19 99 94 3 -1 19 99 97 6 -1 20 99 00 9 -2 20 00 03 2 -2 20 00 06 5 -2 00 8 % Cancro do Colo do Útero Feminino Masculino Anos Cancro do Esófago Masculino Feminino 08 20 06 -20 05 -20 02 20 03 -20 99 20 00 -19 19 97 -19 93 94 -19 35 40 30 25 % 30 20 20 15 10 10 0 5 Cancro da conjuntiva Anos Cancro do Fígado 08 20 06 -20 05 03 -20 02 99 -20 20 Feminino 00 Masculino 20 Anos -2 -19 2 6 00 96 -2 97 2 3 00 19 -2 -19 2 0 00 0 8 00 94 -1 5 00 19 1 7 99 2 00 93 -1 9 99 -19 1 4 99 6 99 91 -1 3 99 19 1 19 19 Linfoma nao-Hodgkin 50 1 99 Masculino Feminino Anos Feminino Sarcoma de Kaposi % 91 08 -20 05 20 06 -20 02 20 03 -20 99 20 00 -19 96 19 97 -19 93 94 -19 19 91 19 Anos Masculino 96 35 30 25 20 15 10 5 0 % % 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Masculino Feminino Cancro na Infância Distribuição percentual dos dez cancros mais frequentes por sexo no grupo etário dos 0-14 anos, SAP-HCM, 1991-2008 Frequência por grupos etários, dos 5 cancros mais frequentes na infância, SAP-HCM, 1991-2008 70 Linfoma de Burkitt 60 Outros linfomas naoHodgkin 40 Sarcoma de Kaposi % 50 30 Tumor de Wilms 20 10 Sarcoma das partes moles 0 0-4 5-9 Grupo etario (anos) 10-14 Limitações • Registo de base laboratorial • Alguma insuficiência de dados Conclusões (1) • Este estudo é o mais actualizado em relação ao perfil do cancro na Cidade de Maputo. • Observa-se um aumento em 21% de número de casos de diagnosticados ao longo dos 18 anos. cancro • O cancro do colo do útero é o mais frequente mesmo considerando ambos os sexos em conjunto e reflecte provavelmente a ausência de programas de rastreio. • Na mulher, os cancros mais frequentes são os cancros do colo do útero, da mama e o sarcoma de Kaposi. No homem, lideram o cancro da próstata, o sarcoma de Kaposi e o cancro do fígado. • Na infância os cancros mais comuns são os linfomas não Hodgkin e o sarcoma de Kaposi. Conclusões (2) • A epidemia do HIV/SIDA em Moçambique e a maior capacidade de detecção diagnóstica trouxe mudanças do padrão de ocorrência dos cancros: O aumento da frequência dos cancros da próstata, do esófago e da mama, está provavelmente em relação com uma maior capacidade de detecção e precisão diagnóstica. O aumento da frequência do sarcoma de Kaposi, dos linfomas não Hodgkin, do cancro da conjuntiva e de alguns cancros do colo do útero esta provavelmente em relação com a epidemia do HIV/SIDA. A distribuição destes cancros não poupou qualquer idade. Recomendações • Melhorar o sistema de registo de dados recolhidos por rotina. • Implementar a curto prazo um Registo do Cancro de Base Populacional para a cidade de Maputo. • Reforçar e prosseguir com programas de prevenção e de detecção precoce dos cancros mais comuns. • Realizar estudos na população, sobre factores de risco dos cancros mais comuns para estabelecer programa de prevenção adequados Referências bibliográficas • • • • • • • • • • • • • • • • • Anyanwu, S.N.C. (2008). Temporal treands in breast cancer presentation in the third word. Journal of Experimental & Clinical Cancer Reserarch 27:1756-9966-27-17. Arlin, Z.A., Mittelman, A., Gebhard et al (1983). Chonic lymphocytic leukaemia in a bisexual man. Cancer Invest 1:549-50. Ateenyi-Agaba, C. (1995) Conjunctival squamous-cell carcinoma associated with HIV infection in Kampala, Uganda. Lancet 345: 695–696. Bah, E., Parkin, M.D., Hall, A.J. et al (2001). Cancer in the Gambia: 1988-97. Br J Cancer 84:1207-14. 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Cancro e HIV/SIDA • o risco de cancros aumenta imunodeprimidas (Parkin et al, 2003) consideravelmente em pessoas • a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana virus-1 (HIV-1) está associada com o aumento do risco de desenvolver Sarcoma de Kaposi e linfomas não-Hodgkin (Stweart e Klehues, 2003) • A frequência das lesões precurssoras do cancro do colo do útero está aumentada nas mulheres infectadas pelo HIV (Mandelblatt et al, 1992) • O cancro invasor do colo do útero é actualmente condição de SIDA numa doente HIV positiva, tal como o sarcoma de Kaposi e o linfoma não Hodgkin (autores não listados, MMWR Recomm Rep, 2003)