FILOSOFIA PRÉ-ENEM 2013 FILOSOFIA A Filosofia é uma investigação racional dos aspectos fundamentais da realidade e da existência humana e das respostas dadas a essas grandes questões. Seu estudo inclui habilidades em perguntar metodologicamente sobre a vida humana, elaborar respostas e compará-las ao que já foi produzido pelos filósofos. Isso exige dos estudantes argumentar, perguntar, diferenciar, caracterizar, analisar, conhecer, contextualizar, comparar, interpretar, inferir. O QUE É A FILOSOFIA? A FILOSOFIA É UMA ATITUDE QUE INDAGA SOBRE A ESSÊNCIA (O QUE É?), A ORIGEM (POR QUE É?) E A FINALIDADE (PARA QUE É?) DE TODAS AS COISAS. EM OUTRAS PALAVRAS, A FILOSOFIA É UMA REFLEXÃO QUE INDAGA “POR QUÊ?”, “O QUE?”. “PARA QUÊ?”, DIRIGINDO-SE AO PENSAMENTO , À LINGUAGEM E A AÇÃO DOS SERES HUMANOS. CULTURA Ciências sociais Do ponto de vista das ciências sociais é um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais artificiais (isto é, não naturais ou biológicos) aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade. Filosofia cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural. é um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos. Cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros. A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. Cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos. Antropologia Esta ciência entende a cultura como o totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. A cultura seria "o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade". Portanto corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo. CULTURA E TRABALHO A cultura surge quando os homens produzem as primeiras transformações na natureza pela ação do trabalho. Com o trabalho, os seres humanos produzem objetos inexistentes na natureza, organizam-se socialmente para realizá-lo, dividindo as tarefas. Para aumentar os recursos produzidos, instituem a família e as relações de parentesco, as aldeias e as vilas. Para protegê-las inventam armas e guerra. Para conseguir sempre condições favoráveis para o trabalho e para a melhoria do que produzem, invocam e adoram forças divinas instituindo a religião. Os vários sistemas de parentesco, trocam entre si produtos de seus trabalhos, inventando o comércio. As desigualdades surgem quando uma parte da comunidade toma para si, como propriedade privada, terras, animais, águas: Começa a divisão social, da qual surgirão as classes os conflitos e o poder. CULTURA E TRABALHO Imanuel Kant (1724-1804) Propôs a separação entre natureza e cultura. Reino da natureza, submetidas às leis naturais da causalidade e o reino da moral, isto é, das ações humanas realizadas por liberdade e segundo finalidades racionais. Reino causalidade x reino da finalidade Friedrich Hegel (1770-1831) Natureza e cultura são aspectos de uma única realidade, a RAZÃO UNIVERSAL. Para se conservar vivo, o ser natural precisa consumir os outros seres que o rodeiam: Os animais consomem água, plantas e outros animais, ar, luz,... Karl Marx Critica a concepção de Hegel É o modo como os homens produzem materialmente sua existência e dão sentido a essa produção material. Materialismo histórico. As formações sociais são determinadas pelo modo de produção e de reprodução da vida material dos homens e são constituídas por contradições internas entre as classes divididas por lutas. CRENÇAS COSTUMEIRAS E A ATITUDE FILOSÓFICA Crenças costumeiras, são ideias que acreditamos sem questionar, que aceitamos porque parecem óbvias. Que horas são?Ele esta sonhando! Ela ficou maluca! Onde há fumaça, há fogo! Não saia na chuva para não se molhar! Atitude filosófica , é a decisão de não aceitar como naturais, óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana, jamais aceitar sem antes havê-los investigado e compreendido. A VERDADE A nossa ideia contemporânea de verdade foi construída ao longo de séculos, desde a antiguidade, misturando a concepção grega, latina e hebraica. Em grego, a verdade (aletheia) significa aquilo que não está oculto, o não escondido, manifestando-se aos olhos e ao espírito, tal como é, ficando evidente à razão. Em latim, a verdade (veritas) é aquilo que pode ser demonstrado com precisão, referindo-se ao rigor e a exatidão. Assim, a verdade depende da veracidade, da memória e dos detalhes. Em hebraico, a verdade (emunah) significa confiança, é a esperança de que aquilo que é será revelado, irá aparecer por intervenção divina. Em outras palavras, a verdade é convencionada pelo grupo que possui crenças em comum. A união destes conceitos fez com que Tomás de Aquino terminasse definindo a verdade como expressão da realidade, a concepção em voga entre nós no senso comum até hoje. VERDADE NA FILOSOFIA Em filosofia, uma designação tradicional de verdade diria que é aquilo que permanece inalterável a quaisquer contingências, um conceito que não está em concordância com o senso comum e que trás um problema. O conceito tradicional de verdade, do ponto de vista do senso comum e da filosofia, contraria o objetivo da filosofia, uma busca pelo que está oculto por trás das aparências, tornando a verdade relativa e provisória. Em outras palavras, a verdade espelha aquilo que é, o problema é encontrar a essência do que as coisas são, adquirir a certeza incontestável sobre algo, o que geraria uma atitude dogmática. O grande problema é que a verdade não possui um significado único, tampouco estático e definitivo, sendo influenciada por inúmeros fatores. DIFICULDADES PARA A BUSCA DA VERDADE A enorme quantidade de veículos e formas de informação que torna tão difícil a busca da verdade, pois todo mundo acredita que essas informações são verdadeiras. As pessoas não tem meios para avaliar o que recebem. (logo ficam sem subsídios para comparar as fontes) A propaganda, que não vende um produto mas sim uma imagem A BUSCA PELA VERDADE Essas dificuldades podem suscitar, em muitas pessoas, dúvidas, incertezas, desconfianças e desilusões que as façam conhecer a realidade. Sócrates (470 a.C – 399 a.C) Começou a fazer perguntas, a indagar sobre fatos pessoas, coisas e situações, a exigir explicações, a exigir liberdade de pensamento e de conhecimento. RENÉ DESCARTES (1596 – 1650) “Dúvida metódica” Faz um balanço de tudo o que sabia e o que lhe fora ensinado. Decide, então, não aceitar nenhum desses conhecimentos a menos que pudesse provar racionalmente que eram certos. Só aceitaria um conhecimento, uma ideia ou fato se passados pelo crivo da dúvida. ARGUMENTO DO SONHO Quando sonhamos, estamos convencidos de que a realidade sonhada existe e que conhecemos tal como é, de maneira que não há diferença entre percepção da realidade pelo sonhador e a percepção do mundo por aquele que esta desperto. Logo, não temos nem um critério racional para afirmar que o mundo existe ou que ele não é um sonho. A VERDADE PARA DESCARTES “Eu penso” A capacidade de duvidar é uma forma de pensar e, portanto, quando estou duvidando estou pensando. “Eu duvido, significa eu penso. LINGUAGEM Na abertura de sua obra política, Aristóteles afirma que o homem é um “animal político”, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (phoné) e com ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra (logos) e, com ela exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e política. ROSSEAU “A palavra distingue os homens e os animais; a linguagem distingue nações entre si. Não se sabe de onde é um homem antes que ele tenha falado.” “Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante a si próprio, o desejo e a necessidade de comunicar-lhe seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isto.” HJELMESLEV “O instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influência e é influenciado, a base mais profunda da sociedade humana.” Linguagem é um sistema de signos ou sinais usados para indicar coisas, para a comunicação entre pessoas e para expressão de ideias, valores e sentimentos. ÉTICA E MORAL O termo ética, deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade, serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. É construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos. É o conjunto de valores e princípios que usamos para responder as três grandes questões da vida: QUERO DEVO POSSO Define-se pelos exemplos, pelos princípios da sociedade, religiosos ou não, e pelas normatizações. ÉTICA Estuda o conjunto de comportamentos dos indivíduos estabelecendo comportamentos morais que poder ser aceitos na vida em sociedade. MORAL Costumes, hábitos frutos da consciência do próprio homem. O que é certo ou errado convergindo para uma ação. LIBERDADE Liberdade é classificada pela filosofia, como a independência do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade. A liberdade é um conceito utópico, uma vez que é questionável se realmente os indivíduos tem a liberdade que dizem ter, se com as mídias ela realmente existe, ou não. Liberdade em Ética Em ética, liberdade é relacionado com responsabilidade, uma vez que um indivíduo tem todo o direito de ter liberdade, desde que essa atitude não desrespeite ninguém, não passe por cima de princípios éticos e legais. Liberdade na Filosofia Segundo a filosofia, liberdade é o conjunto de direitos de cada indivíduo, seja ele considerado isoladamente ou em grupo, perante o governo do país em que reside; é o poder qualquer cidadão tem de exercer a sua vontade dentro dos limites da lei. ARISTÓTELES É livre aquele que tem em si mesmo o princípio para agir ou não agir, isto é, aquele que é causa interna de sua ação ou da decisão de não agir. A liberdade é concebida como o poder pleno e incondicional da vontade para determinar a si mesma, isto é, autodeterminar-se. SARTRE É a condição de vida do ser humano, o princípio do homem é ser livre. O homem é livre por si mesmo, independente dos fatores do mundo, das coisas que ocorrem, ele é livre para fazer o que tiver vontade. “ESTAMOS CONDENADOS A LIBERDADE” Dois termos incompatíveis, condenação e liberdade. Com isso, quis dizer que a liberdade é como a necessidade e a fatalidade, pois, inevitavelmente, somos livres para escolher entre agir ou ficarmos resignados. KANT liberdade está relacionado com autonomia, é o direito do indivíduo dar suas próprias regras, que devem ser seguidas racionalmente. Essa liberdade só ocorre realmente, através do conhecimento das leis morais e não apenas pela própria vontade da pessoa. Kant diz que a liberdade é o livre arbítrio e não deve ser relacionado com as leis. Karl Marx Diz que a liberdade humana é uma prática dos indivíduos, e ela está diretamente ligada aos bens materiais. Os indivíduos manifestam sua liberdade em grupo, e criam seu próprio mundo, com seus próprios interesses. POLÍTICA O termo política é derivado do grego antigo e se refere a todos os procedimentos relativos à polis, ou a Cidade-estado. Assim, pode se referir tanto a Estado, quanto sociedade, comunidade e definições que se referem à vida humana Política denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta ciência aos assuntos internos da nação (política interna) ou aos assuntos externos (política externa MAQUIAVEL Foi um importante historiador, diplomata, filósofo, estadista e político italiano da época do Renascimento. Nasceu na cidade italiana de Florença em 3 de maio de 1469 e morreu, na mesma cidade, em 21 de junho de 1527. POLÍTICA: DEVER SER OBRA: O PRÍNCIPE “OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS” “para manter-se adorado é necessário que o líder saiba utilizar os vícios e das virtudes necessárias, fazendo o que for possível para garantir a segurança e o bem-estar.” “melhor é ser visto como miserável, pois com este julgamento ele poderá ser generoso quando bem entender, e o povo irá se acostumar com isso” ROSSEAU Foi um importante filósofo, teórico político e escritor suíço. Nasceu em 28 de junho de 1712 na cidade de Genebra (Suíça) e morreu em 2 de julho de 1778 em Ermenoville (França). É considerado um dos principais filósofos do iluminismo, sendo que suas ideias influenciaram a Revolução Francesa (1789). A filosofia de Jean-Jacques Rousseau tem como essência a crença de que o Homem é bom naturalmente, embora esteja sempre sob o jugo da vida em sociedade, a qual o predispõe à depravação. Para ele o homem e o cidadão são condições paradoxais na natureza humana, pois é o reflexo das incoerências que se instauram na relação do ser humano com o grupo social, que inevitavelmente o corrompe. É assim que o Homem, para Rousseau, se transforma em uma criatura má, a qual só pensa em prejudicar as outras pessoas. Por esta razão o filósofo idealiza o homem em estado selvagem, pois primitivamente ele é generoso. Um dos equívocos cometidos pela sociedade é a prática da desigualdade, seja a individual, seja a provocada pelo próprio contexto social. Nesta categoria ele engloba desde a presença negativa dos ciúmes no relacionamento afetivo, até a instauração da propriedade privada como base da vida econômica. "O Contrato Social" é considerado uma das obras fundamentais da filosofia política. Rousseau parte do pressuposto de que é impossível retornar ao estado de natureza. O homem em estado de natureza participa de uma condição sem lei nem moralidade. Só um contrato com seus semelhantes oferece as bases legítimas para uma vida em sociedade.” “É preciso, então, criar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa do uso da força. Longe de ser um pacto de submissão, o contrato social é um pacto de associação entre os homens. No estado civil, preconizado por Rousseau, o soberano é a vontade geral.”