FILOSOFIA ILUMINISTA
Profª Karina Oliveira Bezerra
Aula 08
Unidade 01. Capítulo 04: p.57-58
Unidade 08. Capítulo 05: pg. 442-446
FILOSOFIA DA ILUSTRAÇÃO OU ILUMINISMO
(MEADOS DO SÉCULO XVIII AO COMEÇO DO
SÉCULO XIX)
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Pela razão, o homem pode conquistar a liberdade e a felicidade social e
política (a Filosofia da Ilustração foi decisiva para as idéias da Revolução
Francesa de 1789);
A razão é capaz de evolução e progresso, e o homem é um ser perfectível.
A perfectibilidade consiste em liberar-se dos preconceitos religiosos,
sociais e morais, em libertar-se da superstição e do medo, graças as
conhecimento, àsciências, às artes e à moral;
O aperfeiçoamento da razão se realiza pelo progresso das civilizações,
que vão das mais atrasadas (também chamadas de “primitivas” ou
“selvagens ”) às mais adiantadas e perfeitas (as da Europa Ocidental);
Data também desse período o interesse pela compreensão das bases
econômicas da vida social e política, surgindo uma reflexão sobre a
origem e a forma das riquezas das nações, com uma controvérsia sobre a
importância maior ou menor da agricultura e do comércio, controvérsia
que se exprime em duas correntes do pensamento econômico: a corrente
fisiocrata (a agricultura é a fonte principal das riquezas) e a
mercantilista (o comércio é a fonte principal da riqueza das nações).
NATUREZA HUMANA E DEVER
JEAN-JACQUES ROUSSEAU SÉCULO XVIII
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A consciência moral e o sentimento do dever são inatos,
são “a voz da Natureza” e o “dedo de Deus” em nossos
corações. Nascemos puros e bons , dotados de generosidade
e de benevolência para com os outros. Se o dever parece
ser uma imposição e uma obrigação externa, imposta por
Deus aos humanos, é porque nossa bondade natural foi
pervertida pela sociedade, quando esta criou a propriedade
privada e os interesses privados, tornando-nos egoístas,
mentirosos e destrutivos.
O dever simplesmente nos força a recordar nossa natureza
originária e, portanto, só em aparência é imposição
exterior. Obedecendo ao dever (à lei divina inscrita em
nosso coração), estamos obedecendo a nós mesmos, aos
nossos sentimentos e às nossas emoções e não à nossa
razão, pois esta é responsável pela sociedade egoísta e
perversa.
NATUREZA HUMANA E DEVER
IMMANUEL KANT
Opondo-se à “moral do coração” de Rousseau, Kant volta a
afirmar o papel da razão na ética. Não existe bondade natural. Por
natureza, diz Kant, somos egoístas, ambiciosos, destrutivos,
agressivos, cruéis, ávidos de prazeres que nunca nos saciam e
pelos quais matamos, mentimos, roubamos. É justamente por isso que precisamos do
dever para nos tornarmos seres morais.
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A razão prática é a liberdade como instauração de normas e fins éticos. Se a razão
prática tem o poder para criar normas e fins morais, tem também o poder para
impô-los a si mesma. Essa imposição que a razão prática faz a si mesma daquilo
que ela própria criou é o dever. Este, portanto, longe de ser uma imposição
externa feita à nossa vontade e à nossa consciência, é a expressão da lei moral em
nós, manifestação mais alta da humanidade em nós. Obedecê-lo é obedecer a si
mesmo. Por dever, damos a nós mesmos os valores, os fins e as leis de nossa ação
moral e por isso somos autônomos.
Qual o papel da religião? Oferecer conceitos e princípios para a ação moral e
fortalecer a esperança num destino superior da alma humana. Sem Deus e a alma
livre não haveria a humanidade, mas apenas a animalidade natural; sem a
imortalidade, o dever tornar-se-ia banal. (p.400)
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O imperativo categórico exprime-se numa fórmula geral: Age em
conformidade apenas com a máxima que possas querer que se
torne uma lei universal .
Em outras palavras, o ato moral é aquele que se realiza como acordo
entre a vontade e as leis universais que ela dá a si mesma.
Essa fórmula permite a Kant deduzir as três máximas morais que
exprimem a incondicionalidade dos atos realizados por dever. São elas:
1. Age como se a máxima de tua ação devesse ser erigida por tua vontade
em lei universal da Natureza;
2. Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como
na pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca como um meio;
3. Age como se a máxima de tua ação devesse servir de lei universal para
todos os seres racionais.
As respostas de Rousseau e Kant, embora diferentes, procuram resolver a
mesma dificuldade, qual seja, explicar por que o dever e a liberdade da
consciência moral são inseparáveis e compatíveis. A solução de ambos
consiste em colocar o dever em nosso interior, desfazendo a impressão de
que ele nos seria imposto de fora por uma vontade estranha à nossa.
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