RELAÇÕES INTERPESSOAIS
AULA II
PARADIGMAS E RELAÇÕES INTERPESSOAIS
 Os paradigmas são modelos de pensamento que
permitem a elaboração de inferências e estratégias
no trabalho de qualquer àrea do conhecimento;
 É por meio deles que se direcionam os olhares
metodológicos e estabelece-se os objetivos de uma
determinada pesquisa ou trabalho;
PARADIGMAS E RELAÇÕES INTERPESSOAIS
 Quanto às questões concernentes a abordagem nas
relações interpessoais Almir e Zilda Del Prette
apontam que existem dois paradigmas centrais que
delimitam o trabalho dentro desse enfoque;
 O primeiro é o paradigma linear e o segundo o
paradigma sistêmico;
Paradigma linear
 É chamado de newtoniano-cartesiano ou clássico;
 Defende posições positivistas, por exemplo, no
tratamento de problemas psicossoiais. A investigação
aqui é feita pelo método hipotético-dedutivo, do tipo
ação reação, consistindo em avaliar o problema como
fator isolado.
Paradigma linear
 Tentação da busca de uma causalidade;
 Explicações
oscilam entre o os determinantes
endógenos e exógenos;
 Mesmo quando abre para verificação de vários
fatores que interferem no comportamento humano
permanece
ainda
vinculado
ao
paradgma
newtoniano das ciências naturais. O problema é
transpor leis da natureza para o plano das vivências e
interações humanas;
Paradigma linear
 Dentro desse ponto de vista a busca por explicações
centra-se na idéia de decomposição das partes para
gerar uma melhor noção do todo;
 Em áreas como a mecânica esse tipo de pensamento
trouxe vários avanços, e desse modo foi transposto
para outras áreas do saber.
Paradigma linear
 Essa visão em busca de entender o comportamento
humano se espraiou para disciplinas clássica (como a
Filosofia e Biologia) e outras criadas dentro dessa
mesma esteira (Psicologia, Psicanálise, Sociologia,
entre outras);
 Esse
processo criou divisões e subdivisões,
separando e isolando os pesquisadores;
Paradigma linear
 Em
um primeiro momento apresenta-se a
multidisciplinariedade
(várias
disciplinas
estudando o mesmo tema), posteriormente a
interdisciplinariedade (preconizando a busca de
diálogo entre os pesquisadores) e por último a
transdisciplinariedade (busca pela abolição das
fronteiras entre as disciplinas);
Paradigma linear
 Apesar de todos os avanços trazidos pelo paradigma
linear é preciso apontar que ele não se tornou
suficiente para entender os atuais problemas;
 Nesse sentido, cabe entender os limites desta
abordagem e retirar dele aquilo que tem de melhor;
Paradigma sistêmico
 “Um sistema pode ser entendido como uma combinação
ordenada de partes que interagem para produzir um
resultado. A visão sistêmica constitui a tentativa de
compreender a influência recíproca entre as partes do
sistema (seus subsistemas) e entre sistemas e seu
entorno. Todo subsistema possui relativa autonomia,
mas é, ao mesmo tempo, componente de sistemas mais
amplos. A decomposição de um sistema em subsistemas
(ou a recomposição destes em sistemas mais amplos)
depende da perspectiva de investigação do observador
(DEL PRETTE & DEL PRETTE, 2001, p. 25).”;
Paradigma sistêmico
 Comporta a subdivisão sem comprometimento de
suas premissas, pois não
transformação paradigmática;
implica
em
sua
 Permite a articulação com outros sistemas, não se
prendendo assim a posições estanques. Nesse
sentido apresenta-se como modelo não dicotômico;
Paradigma sistêmico
 No
plano do desempenho social, mesmo que
decompondo as habilidades sociais, a perspectiva é
de um continuum que entende os subsistemas do
indivíduo ao seu ambiente (família, escola,
sociedade, cultura);
Paradigma sistêmico
 Nessa perspectiva questões relativas ao indivíduo se
mostram como meios para melhor compreensão das
dificuldades interpessoais que utrapassam o sistema
linear;
Paradigma sistêmico
 Rejeita-se portanto a idéia de causalidade, por
exemplo no caso de dificuldades interpessoais,
atribuindo a culpa ou ainda gerando apenas
possibilidades de enfrentamento;
 Nesse caso o que a perspectiva sistêmica põe como
necessitados de ajuda os polos antagônicos.
Paradigma sistêmico
 Afasta-se da aproximação com a lógica capitalista de
competição e aptidão;
 Focaliza, portanto, promover a integração do cliente
sem o auxílio de poder coercitivo, preenchendo os
espaços com relações amistosas, fraternais e
igualitárias.
Paradigma sistêmico
 “Os sistemas humanos são determinados pela
forma como seus componentes se relacionam entre
si e isto lhe confere a estrutura. (...) Isso implica
em reconhecer que uma relidade pode ser objetiva,
mas a percepção dela é sempre subjetiva (DEL
PRETTE & DEL PRETTE, 2001, p. 28)”;
A
análise das relações interpessoais, nessa
perspectiva apoia-se na tríade pensamento,
sentimento e comportamento.
Atividade
 Analisem as imagens do artista Maurits Cornelis
Escher e discutam entre si como elas podem
representar e pensar os paradigmas tratados
anteriormente.
Habilidades Sociais
 “Habilidades
sociais refere-se a existência de
diferentes classes de comportamentos sociais no
repertório do indivíduo para lidar de maneira
adequada com as demandas das situações
interpessoais (DEL PRETTE & DELPRETTE, 2001,
p. 32).
Habilidades Sociais
 A compreesão do indivíduo deve se pautar pelo
afastamento de dicotomias, como coerência e
incorência e focalizar as ações e posicionamentos
sem elaborar juízos valorativos.
Habilidades Sociais
 Muitas vezes o indivíduo tem habilidades , mas não o
utiliza por diversas
competências sociais;
razões.
Aqui
entra
as
 Guarda em si um sentido avaliativo que remete aos
efeitos do desempenho social nas situações vividas
pelo indivíduo.
Competências Sociais
 Leva-se em consideração a interação como resultado
de vários fatores, seja subjetivo ou objetivo. Isso quer
dizer que independe de maior menor grau do nível
de coerência ou incoerência das ações;
 Coerência e incoerência fazem parte das interações
humanas, e assim, podem ser aprendidas.
Competências Sociais
 Isso pode ser observado melhor pelas expressões
do que pelas ações, verificando as imitações de
padrões, punição para a expressão verdadeira de
sentimentos e recompensa;
 Ao longo do tempo a incoerência pode gerar um
sistema que se retroalimenta reforçando padrões
de comportamento.
Competências Sociais
 Além da dimensão subjetiva, o uso das habilidades
sociais depende da:
- Dimensão situacional (contexto)
- Dimesão cultural (valores e normas do grupo)
- O desempenho socialmente competente pode ser
identificado como aquele que se expressa
adequadamente no ambiente social;
Critérios e limites das competências sociais
 É necessário atentar que mesmo para uma pessoa
competente socialmente, ou seja aquela ao qual o
processo interacional é melhor direcionado, há
possibilidades de fracasso.
Critérios e limites das competências sociais
 A autoestima atua como possibilitador de melhor
rendimento interacional, pois ela é produto dos
pensamentos, e sentimentos a partir de seu
comportamento e suas consequências no ambiente.
Critérios e limites das competências sociais
 Esses sentimentos serão positivos dependendo de
como eles são postos em circulação, tendo em vista
uma melhor colocação ou adequação, mesmo
quando não se atinge os objetivos.
Critérios e limites das competências sociais
 Atingir objetivos gera satisfação e auto-avaliação
positiva, desde que utilizando instrumentos e meios
socialmente aceitos. Do contrário o efeito pode gerar
prejuízos para a autoestima.
Critérios e limites das competências sociais
 Não se pode também negligenciar os próprios
sentimentos pelo bem do entendimento interpessoal;
 Isso afeta a autoestima e a autoconfiança, trazendo
com isso a médio e longo prazo insatisfação e
frustrações nas relações interpessoais.
Critérios e limites das competências sociais
 Busca
por relações honestas que estimulem
positivamente cada um dos envolvidos, garantindo o
fortalecimento entre elas.
Critérios e limites das competências sociais
É
preciso focalizar a aplicação dos direitos
interpessoais como a aplicação dos direitos
humanos, afastando a possibilidade de desequilíbrio
entre os indivíduos.
Atividade
 Pensando
em termos de relações de trabalho
institucional
como
é
possível
o
melhor
aproveitamento
das
habilidades
sociais
e
competência sociais nesse ambiente?
 Tracem um plano de ação visando o melhor convívio
entre as pessoas.
Desenvolvimento e socialização
 Destaque
para a
(ambiente social);
relação
organismo-ambiente
 A análise do desenvolvimento humano dentro de
uma ótica não linear mira o seu olhar para o
processo de construção, reconstrução e plasticidade
das caracteríticas individuais em relação contínua
com o ambiente.
Desenvolvimento e socialização
 O desenvolvimente ocorre, portanto, em um sistema
de interações determinantes e determindas em um
fluxo constante de ações e eventos.
 Ganha destaque aqui a interação entre o indivíduo e
o ambiente sociocultural em que está imerso;
Desenvolvimento e socialização
 Essa ação recíproca está na base das relações sociais,
continuamente afetada
emoções e ações;
pelas
suas
cognições,
 Diante de uma dada situação o indivíduo interpreta,
classifica e age, a partir do arcabouço simbólico que
seu ambiente social lhe permitiu elaborar;
Referências
 DEL PRETTE, A e DEL PRETTE, Z.A.P. Psicologia
das relações interpessoais e habilidades
sociais: Vivências para o trabalho em grupo.
Petrópolis: Vozes, 2001.
 MINICUCCI, A. Relações humanas: psicologia
das relações interpessoais. São Paulo: Atlas,
1984.
 Web sites consultados:
http://www.mcescher.com/
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