T. D. A. H.
Intervenções
Psicopedagógicas
Prof. Dr. J. R. Facion
www.inapea.com
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Principais Características dos
alunos com TDAH
Os indivíduos com este transtorno podem não
prestar muita atenção a detalhes ou podem
cometer erros por falta de cuidados nos trabalhos
escolares ou outras tarefas.
O trabalho freqüentemente é confuso e
realizado sem meticulosidade nem consideração
adequada.
Os indivíduos com freqüência têm dificuldade
para manter a atenção em tarefas ou atividades
lúdicas e consideram difícil persistir em tarefas
até seu término.
Eles freqüentemente dão a impressão de estarem
com a mente em outro local, ou de não escutarem o
que recém foi dito...
Os indivíduos diagnosticados com este transtorno
podem iniciar uma tarefa, passar para outra, depois
voltar a atenção para outra coisa antes de
completarem qualquer uma de suas incumbências.
Eles freqüentemente não atendem a solicitações
ou instruções e não conseguem completar o
trabalho escolar, tarefas domésticas ou outros
deveres.
As tarefas que exigem um esforço mental
constante são vivenciadas como desagradáveis e
acentuadamente aversivas.
Por conseguinte, esses indivíduos em geral evitam
ou têm forte antipatia por atividades que exigem
dedicação ou esforço mental prolongados ou que
exigem organização ou concentração (por ex.,
trabalhos escolares ou burocráticos).
Os hábitos de trabalho freqüentemente são
desorganizados e os materiais necessários para a
realização da tarefa com freqüência são
espalhados, perdidos ou manuseados com descuido
e danificados.
Os indivíduos com este transtorno são facilmente
distraídos por estímulos irrelevantes e
habitualmente interrompem tarefas em
andamento para dar atenção a ruídos ou eventos
triviais que em geral são facilmente ignorados por
outros (por ex., a buzina de um automóvel, uma
conversa ao fundo).
A hiperatividade pode manifestar-se por:
• inquietação ou remexer-se na cadeira.
• não permanecer sentado quando deveria.
• correr ou subir excessivamente em coisas
quando isto é inapropriado.
• por dificuldade em brincar ou ficar em silêncio
em atividades de lazer.
• freqüentemente parecer estar “a todo o vapor”
ou “cheio de gás” ou por falar em excesso.
As crianças têm
• dificuldade para permanecer sentadas.
• Elas manuseiam objetos inquietamente.
• batem com as mãos e balançam pernas e
braços excessivamente.
• Com freqüência se levantam da mesa durante
as refeições, enquanto assistem televisão ou
enquanto fazem os deveres de casa.
• falam em excesso e podem fazer ruídos
demasiados durante atividades tranqüilas
Em adolescentes e adultos, os sintomas
de hiperatividade assumem a forma de
sensações de inquietação e dificuldade
para envolver-se em atividades tranqüilas
e sedentárias.
A impulsividade manifesta-se como:
• dificuldade para protelar respostas, responder
precipitadamente, responder precipitadamente,
antes de as perguntas terem sido completadas.
• dificuldade para aguardar sua vez e interrupção
freqüente ou intrusão nos assuntos de outros,
ao ponto de causar dificuldades em contextos
sociais, escolares ou profissionais.
• Outros podem queixar-se de dificuldade para
se expressar adequadamente.
Os sinais do transtorno podem ser mínimos ou estar
ausentes quando :
• O indivíduo se encontra sob um controle rígido.
• Está em um contexto novo.
• Está envolvido em atividades especialmente
interessantes
• Em uma situação a dois (por ex., no consultório
do médico) ou enquanto recebe recompensas
freqüentes por um comportamento apropriado.
ETIOLOGIA
Não se conhece ainda as causas do T.D.A.H.
Na maioria dos casos não se observa evidências de
amplas lesões estruturais ou doenças no sistema
nervoso central.
Há uma série de hipóteses relacionadas com este
transtorno. São elas:
a) Defeitos orgânico-cerebrais.
b) Fatores Neuroquímicos
c) Fatores genéticos
d) Fatores alergênicos
Supondo-se uma causa orgânica,
reuniu-se uma série de itens de
anomalias físicas, chamadas
“minor”, anomalias estas muitas
vezes (mas não somente) que
podem ser observadas em
crianças com T.D.A.H..
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CURSO E PROGNÓSTICO
O T.D.A.H. é geralmente diagnosticado quando a
criança começa a freqüentar a escola ainda que os
sintomas já estejam presentes antes disto.
Os principais sintomas podem persistir na
adolescência e até na vida adulta. É às vezes comum
observar uma remissão na puberdade e mais comum
na juventude.
Esta remissão pode permitir uma vida adolescente ou
adulta mais produtiva, relacionamentos interpessoais
gratificantes e poucas seqüelas significativas
A maioria destas pessoas, entretanto, apresentam
uma remissão somente parcial e podem ficar
bastante vulnerável ao distúrbio da personalidade
anti-social e a outros distúrbios da personalidade e
do humor.
De acordo com Kaplan, Sadock & Grebb, em cerca de
15 a 20% dos casos, os sintomas persistem na vida
adulta. Ainda que a hiperatividade apresente uma
melhora, os indivíduos podem apresentar uma
impulsividade e propensos a acidentes.
Observa-se também que as famílias destes
normalmente estão estruturadas de uma forma
caótica.
Tratamento Psicoterápico
Princípios Psicoterapêuticos
Duas modalidades psicoterapêuticas têm
demonstrado alguns avanços no tratamento de
pessoas com T.D.A.H.:
1- Psicoterapia e Medicina Comportamental
2- Treinos de auto-instrução
1- Psicoterapia e Medicina Comportamental
Fundamentado e orientado nos princípios da teoria
behaviorista de reforço, os indivíduos são
“recompensados” regularmente quando
permanecem realizando uma atividade por um
determinado período de tempo (que inicialmente
pode ser limitado e, posteriormente,
sucessivamente aumentado).
1- Psicoterapia e Medicina Comportamental
A recompensa realiza-se através de atitudes
carinhosas, afetuosas acompanhadas de elogios. De
maneira semelhante, outras formas de
comportamento, como controle motor podem ser
reforçados sistematicamente integrando deste
modo o repertório de comportamento dos
pacientes.
O objetivo central desta modalidade é treinar o
indivíduo a exercer um controle sobre os seus
próprios comportamentos.
2- Treinos de auto-instrução
Este treino, segundo MEICHENBAUM, executase em três etapas:
a) a criança observa o pedagogo (a professora)
realizando determinado trabalho, com calma e
concentração (por ex., faz um desenho),
comentando em voz alta suas atividades (“eu
pinto agora devagar esse canto”).
b) A criança é solicitada para efetuar a tarefa
observada e verbalizá-la em voz alta da mesma
maneira que a professora.
c) As auto-instruções faladas em voz alta são
substituídas pela tonalidade de voz cada vez mais
reduzida, até que a criança seja capaz de
estruturar sua atividade verbal a nível de
pensamento.
A orientação familiar assim como as modalidades
de modificações de comportamento são sempre
necessárias.
A estruturação do ambiente, a organização do
ciclo circadiano e a educação com limites podem
ajudar a diminuir o nível de ansiedade e
desorganização da pessoa com T.D.A.H..
Sendo assim, os pais, professoras e profissionais
devem estabelecer uma estrutura e
relacionamento organizados, previsíveis de
recompensas e punições.
Os familiares devem ser orientados no sentido de
compreender que a permissividade, a compaixão,
a falta de limites não são úteis para a criança.
Elas não se beneficiam por serem dispensadas das
exigências, expectativas e planejamentos da vida
diária de qualquer outro indivíduo.
Estes procedimentos são especialmente
adequados para contribuir com o
desenvolvimento do potencial de atenção
e concentração, estimulando o aumento
geral dos resultados. Com tudo isto podese diminuir o grau de sofrimento tanto da
criança como das pessoas que convivem
com ela no dia a dia.
Estratégias Pedagógicas
• Alunos com TDAH podem e devem
frequentar uma sala regular.
• De acordo com seu grau de acometimento
será necessário um auxiliar pedagógico e
um programa especial fora da sala de
aula.
• É preciso desenvolver algumas atividades
que são prazerosas para eles e pelas
quais eles têm interesse.
É necessário organizar e estruturar a sala de aula,
utilizando material didático adequado de acordo
com a habilidade do aluno e realizando avaliações
frequentes.
Estabelecer regras claras, com planejamento
previsível e carteiras separadas são outros
procediementos que auxiliam no sucesso
pedagógico.
Lembrem-se: envolvam os outros alunos comuns no
processo pedagógico com a criança com TDAH.
Deve-se trabalhar estratégias cognitivas que
facilitam a auto-correção, assim como
melhoram o comportamento nas tarefas,
devem ser ensinadas.
As atividades devem ser variadas e
interessantes para os alunos; as
expectativas do professor devem ser
adequadas ao nível de habilidade da criança.
Os professores devem ter
conhecimento sobre o conflito
incompetência x desobediência, e
aprender a discriminar entre os dois
tipos de problema. É preciso
desenvolver um repertório de
intervenções para poder atuar
eficientemente no ambiente da sala de
aula de uma criança com TDAH.
Recapitulando
Para uma intervenção pedagógica com maior
probabilidade de sucesso, Santos (2009)
propõe as seguintes estratégias:
• Deve-se proporcionar uma boa estrutura,
organização e constância (ex.: sempre a mesma
arrumação das cadeiras ou carteiras, programas
diários, regras claramente definidas).
• Colocar a criança perto de colegas que não o
provoquem, perto da mesa do professor, na
parte de fora do grupo.
• Encorajar freqüentemente, elogiar e ser
afetuoso, para que os alunos não desanimem
facilmente.
• Procurar dar responsabilidades que possam
cumprir fazendo com que se sintam necessárias e
valorizadas.
• Iniciar sempre com tarefas simples e
gradualmente mudar para mais complexas.
• Proporcionar um ambiente acolhedor,
demonstrando calor e contato físico de madeira
equilibrada e, se possível, fazer os colegas
também terem a mesma atitude.
• Proporcionar trabalho de aprendizagem em
grupos pequenos e favorecer oportunidades
sociais.
• Trabalhar em grupos pequenos, buscando atingir
melhores resultados acadêmicos,
comportamentais e sociais.
• Manter comunicação com os pais, pois
geralmente, eles sabem o que funciona melhor
para o seu filho.
• Proporcionar mudança do ritmo ou o tipo de
tarefa com frequencia para eliminar a
necessidade de ficar enfrentando a inabilidade
de sustentar a atenção, e isso vai ajudar a autopercepção.
• Dar oportunidades para movimentos
monitorados, como uma ida à secretaria, levantar
para apontar o lápis, levar um bilhete para o
professor, regar as plantas ou dar de comer ao
mascote da classe.
• Reconhecer as deficiências e inabilidades
decorrentes do TDAH, fazendo adaptações
necessárias. (Exemplo: se a atenção é muito
curta, não deve esperar concentração em uma
única tarefa).
• Dar recompensa pelo esforço, persistência e o
comportamento bem sucedido ou bem planejado.
• Trabalhar com exercícios de consciência e
treinamento dos hábitos sociais da comunidade.
• Avaliação continua sobre o impacto do
comportamento da criança sobre ela mesma e
sobre os outros ajuda bastante.
• Proporcionar contato aluno/ professor,
permitindo um “controle” extra sobre o aluno na
execução da tarefa, possibilitando
oportunidades de reforço positivo e incentivo
para um comportamento mais adequado.
• Colocar limites claros e objetivos; tendo uma
atitude disciplinar equilibrada e proporcionar
avaliação frequente, com sugestões concretas e
que ajudem a desenvolver um comportamento
adequado.
• Fornecer instruções claras, simples e dadas uma
de cada vez, com um mínimo de distrações.
• Não segregar o aluno que talvez precise de um
canto isolado com biombo para diminuir o apelo
das distrações.
• Fazer do canto um lugar de recompensa para
atividades bem feitas em vez de um lugar de
castigo.
• Desenvolver um repertório de atividades físicas
para a turma toda, como exercícios de
alongamento ou isométricos.
• Proporcionar intervalos previsíveis sem trabalho
que o aluno pode ganhar como recompensa por
esforço feito, aumentando o tempo da atenção
concentrada e o controle da impulsividade
através de um processo gradual de treinamento.
• Perceber se há isolamento nas atividades
recreativas barulhentas, pode indicar
dificuldades de coordenação ou auditivas que
exigem uma intervenção adicional.
• Preparar com antecedência para as novas
situações, pois tem sensibilidade em relação às
suas deficiências e facilmente se assusta ou se
desencoraja.
• Trabalhar com métodos variados (som, visão,
tato), entretanto, novas experiências envolvem
muitas sensações (sons múltiplos, movimentos,
emoções ou cores), e provavelmente irá precisar
de tempo extra para completar a tarefa.
• Reconhecer que os alunos com TDAH necessitam
de aulas diversificadas, modificando o programa
para que o aluno senta conforto.
• Ter comunicação constante com o psicólogo ou
orientador da escola, ele é a melhor ligação entre
a escola, os pais e o médico.
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