A INTERFACE BLOG NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA:
UM OLHAR COMPLEXO
CBLA 2011
UFRJ- RIO DE JANEIRO
Sérgio Gartner
1] LAEL-PUCSP/CAPES, GPeAHF
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INTRODUÇÃO
• Indivíduos letrados digitalmente
• práticas de escrita e leitura que o meio virtual
• A vivência com os instrumentos tecnológicos, pode trazer
um diferencial no processo de formação dos aprendizes,
(Ribeiro, 2005)
• Acreditamos que as novas tecnologias de informação
poderão ser úteis nos contextos educacionais,
• Analisadas, planejadas, executadas e avaliadas a cada um
dos objetivos que se propõe.
• Desenvolver um desenho de curso online.
2
Web 2.0
•
•
•
•
As ferramentas da Web 2.0
adolescentes
caráter social
ferramenta de auto-expressão e
compartilhamento. Solomon & Schrum (2007)
• blogs, wikis, Orkut, Facebook, Youtube, MSN, etc .
• “com a introdução da Web 2.0 as pessoas
passaram a produzir os seus próprios
documentos e a publicá-los automaticamente na
rede
(Coutinho & Bottentuit, 2007)
3
• O papel do aluno
• nova abordagem
• mudança paradigmática do modo de pensar e de
um novo olhar sobre os fenômenos e realidades
do mundo.
• “o paradigma da complexidade evidencia a
necessidade de profundas transformações sociais,
o que implica dizer que todas as instituições,
inclusive as educacionais, precisam reestruturar-se
tendo em vista as mudanças que vêm ocorrendo
no mundo...”. (Morin, 2000)
4
O gênero blog
• No meio digital, vários gêneros foram criados ou “expandidos” a
partir de gêneros já existentes. O e-mail, o bate-papo virtual, as
homepages, as listas de discussão, as aulas virtuais, dentre outros,
são exemplos de textos escritos e orais dos quais fazemos uso no
ciberespaço.
• Nosso foco nesse trabalho é no gênero blog que é um tipo de
página da internet que permite aos seus usuários publicarem
diversos tipos de textos de forma rápida, podendo também ser
atualizada constantemente por pessoas sem conhecimentos
técnicos. As publicações dos textos são organizadas
cronologicamente, sempre com o mais recente exibido no topo da
página. Esses artigos, chamados de posts, tratam de assuntos e
temas variados de acordo com o tipo de blog e os objetivos de cada
usuário.
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Abordagem teórica
complexidade
• Pode ser entendida como um sistema de pensamento aberto,
abrangente e flexível que configura em um novo olhar sobre o
mundo, procurando entender as mudanças constantes do mundo
real,
• Morin (1990, 2009, 2010), Mariotti (2007) e Martinazzo (2004).
•
O novo paradigma dialoga com os opostos, com a multiplicidade, a
aleatoriedade e as incertezas das coisas. Assim, a complexidade é a
reforma do pensamento que não isola, não separa, não reduz ou seja,
“a complexidade é efectivamente, o tecido de acontecimentos,
acções, interacções, retroacções, determinações, acasos, que
constituem o nosso mundo fenomenal” (MORIN,1990,p.20).
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• A visão de complexidade segundo Morin se
baseia em novos conceitos e instrumentos
teóricos que substituem o paradigma da
disjunção/redução/ unidimensionalização por
uma paradigma de privilegie a
distinção/conjunção/multidimensionalização que
permite “distinguir sem separar, associar sem
identificar ou reduzir” (Morin, 1999, p. 22).
• Segundo o mesmo, a complexidade pode ser
entendida através de três princípios ou macroconceitos que estão interligados, são
complementares e interdependentes:
• o princípio dialógico, a recursão organizacional e
o princípio hologramático.
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• O princípio dialógico - entende-se que
devemos pensar e refletir em duas lógicas
concorrentes e contraditórias, associando dois
termos ao mesmo tempo complementares e
antagônicos.
• “O desafio consiste em captar a lógica
complexa que une noções antagônicas como
sapiens/demens, ordem/desordem,
organização/desorganização e que constituem
os processos organizadores da realidade da
vida e da própria historia” (Martinazzo, 2004,
p. 55).
8
• O princípio da recursão organizacional ou círculo
recursivo ou recursividade – entende-se que um
processo recursivo “é um processo em que os produtos
e os efeitos são ao mesmo tempo causas e produtores
daquilo que os produziu” (Morin, 1990. p. 108).
• Esse princípio quebra com a idéia linear de causa e
efeito, uma vez que o efeito retorna sobre a causa em
um ciclo auto-organizador e produtor. Não há
fenômenos de causa única no mundo natural nem no
cultural, social ou educacional. Onde houver
indivíduos, as relações serão sempre circulares, pois os
efeitos sempre retroagem sobre as causas e as
retroalimentam.
9
• O princípio holográfico ou hologramático - Entende-se
que em um holograma, o menor ponto da imagem
contém a informação da totalidade do objeto
representado, sendo que “Não apenas a parte está no
todo, mas o todo está na parte” (Morin, 1990. p. 108).
• A parte pode ser entendida como parte, mas não pode
ser desligada do todo. O pensamento binário nos leva a
ver tudo sempre separadamente e a achar natural a
divisão e a separação.
• para Morin, “o indivíduo é o ponto do holograma que
contém a totalidade da sociedade e da espécie, mesmo
assim continua singular e não pode ser reduzido a essa
totalidade.” (Mariotti, 2007.p.155)
10
Design instrucional do projeto de escrita
colaborativa
• termo design em inglês será traduzido aqui por projeto ou
desenho instrucional. Filatro (2008, p. 3) define design
instrucional como:
• “a ação intencional e sistemática de ensino que envolve o
planejamento, o desenvolvimento e a aplicação de
métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e
produtos educacionais em situações didáticas especificas, a
fim de promover, a partir dos princípios de aprendizagem e
instrução conhecidos, a aprendizagem humana. Em outras
palavras, definimos design instrucional como o processo
(conjunto de atividades) de identificar um problema (uma
necessidade) de aprendizagem e desenhar, implementar e
avaliar uma solução para esse problema”.
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• Segundo Filatro (2008), podemos dividir o design
instrucional em três modelos: design instrucional fixo,
design instrucional aberto e design instrucional
contextualizado (DIC).
• O DIC se aproxima bastante do pensamento complexo,
pois é aberto e flexível à mudanças, ou seja, traduz a
capacidade de um sistema para manter-se em
equilíbrio ou estável diante das variações do meio. Não
exclui a possibilidade de utilização de unidades fixas e
pré programadas, mas pressupõe a integração e o
caráter multidimensional conforme os objetivos,
situações, domínio de conhecimento e contextos
específicos de aprendizagem.
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• O DIC dialoga com a complexidade por ter um
movimento recursivo, sujeito as mudanças e
variações de seus agentes.
• Figura
• Os alunos e professores são os seres vivos
envolvidos no centro desse sistema, pois são
estes agentes que manterão o sistema vivo
através do feedback ou retroalimentação.
• Mariotti (2007, p. 141) afirma que o feedback ou
circularidade “traduz a capacidade de um sistema
para manter-se em equilíbrio diante das
variações do meio. Permite comparar
constantemente os resultados de uma ação com
um modelo preestabelecido.”
13
Desenvolvimento
Design
Implementação
Aprendizes
Professores
(seres vivos)
Análise
Avaliação
Figura 1. Proposta de design instrucional contextualizado (DIC) na óptica complexa
14
• No DIC, nas fases de design e desenvolvimento, o
designer instrucional ou professor tem o papel de
estruturar um conjunto de atividades
independentes, distintas umas das outras por
objetivos de aprendizagem explícitos. Também se
leva em conta as relações inter-pessoais,
conteúdos, ferramentas e o tempo de execução e
término. Na fase de design e desenvolvimento
poderão surgir possibilidades e/ ou necessidades
de adaptação durante a execução da situação
didática.
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• Henri Atlan, citado por Mariotti (2007) assinala
que a auto-organização é um processo contínuo e
circular de desorganização e organização. Quando
um sistema funciona, há troca de informações
dele com o ambiente e também dentro do
próprio sistema.
• As setas da Figura 1, por exemplo, mostram esse
movimento de inter-relação das partes. A
quantidade de setas em várias direções tem
como objetivo mostrar o fluxo das interações, e
portanto, melhor será a sua capacidade de se
adaptar às mudanças desse ambiente.
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As fases do DIC
Análise
• O projeto de escrita colaborativa será adotado
como uma necessidade de se desenvolver a escrita
em LE com o objetivo de trabalhar os diversos
gêneros discursivos. Através dos blogs são
desenvolvidas atividades escritas que privilegiem
diversos gêneros discursivos tais como; artigos de
revista, artigo de opinião, ensaios, textos
narrativos e descritivos, manual de instruções etc
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Design
• Nesta etapa, Filatro (2003) determina o
contexto no qual acontecerá a
aprendizagem, “incluindo elementos como
título, autor ou instituição responsável pela
oferta, abordagem pedagógica, objetivos de
aprendizagem, papéis, conteúdos, mídias e
ferramentas utilizadas, fluxo das atividades
e outros requisitos específicos do contexto”
(p. 29).
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Implementação
• Nesta etapa, segundo Filatro (2003, p.30), “constitui a
situação didática propriamente dita, quando ocorre a
aplicação da proposta de design instrucional. No
aprendizado eletrônico, ela é dividida em duas fases: a
publicação e a da execução” .
• A fase de publicação consiste em disponibilizar as
unidades de aprendizagem aos alunos. Envolve fazer a
carga (upload) de conteúdos, configurar ferramentas,
determinar horários de inicio e fim para as atividades e
definir papeis e privilégios para usuários.
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Avaliação
• A fase de avaliação inclui considerações sobre a
efetividade da solução proposta, bem como a
revisão das estratégias implementadas. Nela,
avalia-se tanto a solução educacional quanto os
resultados de aprendizagem dos alunos, que, em
última instância, refletirão a adequação do design
instrucional.
• A avaliação da solução educacional deve permear
todo o processo de DI, desde a fase inicial de
análise.
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Segundo Filatro (2003, p. 31)
• O DIC pressupõe a participação dos alunos na
(redefiniçao de objetivos, bem como na seleção
de estratégias de aprendizagem e mecanismos de
avaliação. Por essa razão, envolve uma carga
maior de metacognição (pensar sobre os próprios
processos de aprendizagem) para tomada de
decisões individuais ou colaborativas
relacionadas ao design.
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CONCLUSÃO
Através da lente da complexidade podemos refletir:
► Blog como um sistema aberto e adaptativo.
► Blog privilegia trabalhos interdisciplinares e/ou
transdisciplinares (Moraes, 2008, Morin, 2003, 2007)
► Blog privilegia trabalhos colaborativos que estão sujeitos a
não linearidade e a não uniformidade.
22
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