Processo de Inovação de Produtos Industriais: retrospectivas no Brasil II Conferência Internacional de Design, Engenharia e Gestão para Inovação Second International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for Innovation Prof. Nelson Back IDEMI-2012 22/10/2012 Tópicos 1. Introdução 2. Definições e visão geral do processo de inovação de produtos 3. Principais marcos da evolução da inovação de produtos em nível mundial 4. Contribuições para evolução do processo de inovação no Brasil 5. Proposições de modelo do processo de inovação de produtos industriais 2 Tópicos 6. Modelo de processo de inovação proposta pelo NeDIP 7. Incentivos à inovação de produtos no Brasil 8. Eficácia dos esforços e incentivos à inovação nos resultados no Brasil 9. Referências bibliográficas 3 1- Introdução 4 1 Introdução Objetivo: mostrar a retrospectiva de eventos e desenvolvimentos relacionados ao conhecimento de inovação de produtos industriais ocorridos principalmente no Brasil, considerados sob a ótica de pesquisas e estudos realizados no Núcleo de Desenvolvimento Integrado de Produtos – NeDIP, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC Equipe de Pesquisadores: Nelson Back; Longuinho da Costa Machado Leal; Acires Dias; Fernando Antonio Forcellini; André Ogliari e Jonny Carlos da Silva 5 1 Introdução Inovação de produtos: É um campo de conhecimento multidisciplinar pesquisado, estudado, gerado e acumulado em diferentes centros e institutos tradicionais de pesquisa e desenvolvimento, bem como nos diversos setores industriais com tecnologias dos mais variados níveis de complexidade, assim há muitas diferenças de entendimentos, denominações, conceitos, definições e amplitudes de visão do processo de inovação de produtos industriais 6 2- Definições e visão da inovação de produtos 7 2 Definições e visão Projeto: É o uso de princípios científicos, informações técnicas, de mercado e imaginação na definição de estruturas, máquinas, sistemas ou produtos para desempenhar funções préespecificadas com máxima economia e eficiência. A responsabilidade do projetista ou da equipe de projeto se estende por todo o processo, desde o estabelecimento das especificações de projeto até as instruções detalhadas para a fabricação, uso, descarte ou desativação de um produto. 8 2 Definições e visão Para desenvolver o projeto de um produto com eficiência e eficácia, é necessário saber o que fazer, para quem fazer, quando fazer, com que fazer e como fazer. A esta organização do conhecimento, métodos, ferramentas e recursos utilizados, chama-se de metodologia de projeto ou sistematização do processo de desenvolvimento de produtos. 9 2 Definições e visão Termos adotados: Português: teoria de projeto, engenharia do produto, projeto de produto, design de produto, desenho industrial, desenvolvimento integrado de produtos, gestão da inovação do produto. Inglês: engineering design, product design, theory of design, integrated product development, product innovation, innovation management, industrial design. Alemão: Methodisches Konstruieren, Theorie der Konstruktionsprozesse, Konstruktionssystematik, Gestaltung, Produktentwicklung. 10 2 Definições e visão Com a globalização, cada vez mais, os produtos devem apresentar alta qualidade, no mais amplo sentido do termo e devem ser competitivos. Para ter qualidade e competitividade o produto deve ser desenvolvido de forma integrada, com competências em múltiplas disciplinas. Não se pode falar em projetista no singular e sim numa equipe integrada de profissionais de diversas funções ou competências, dentro de um apropriado ambiente de desenvolvimento de produto, ou que atua, simultaneamente, ao longo do ciclo de desenvolvimento do produto 11 2 Definições e visão Para conseguir isto, a gerência do processo de inovação é fundamental, para que a equipe das mais diversas competências e interessados (stakeholders) – desenhistas industriais ou designers; de marketing; de custos; engenheiros mecânicos, eletricistas, eletrônicos, de informática, de materiais, de confiabilidade, de embalagens; assistência técnica; logística; consumidores; fornecedores etc - alcance bons resultados 12 2 Definições e visão Conforme Pesquisa de Inovação Tecnológica – Pintec (2008) – IBGE e Manual de Oslo, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de (2005)] Inovação Tecnológica: é definida pela introdução no mercado de um produto, um processo produtivo ou serviço tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado 13 2 Definições e visão Razões para inovar Razões tecnológicas: • • • • Desenvolver novos produtos ou serviços; Alterar ou melhorar métodos de produção existentes; Imitar os líderes em inovação; Adaptar as tecnologias desenvolvidas por outros às necessidades da empresa; • Melhorar o desempenho de técnicas existentes. Razões econômicas: • • • • • • 14 Substituir produtos obsoletos; Alargar gama de produtos; Manter posição atual de mercado; Entrar/abrir novos mercados; Reduzir custos de fabricação, de pessoal e de projeto; Reduzir consumo de materiais, energia, defeitos de fábrica, poluição ambiental. 2 Definições e visão Visão do processo de inovação de produto: No Brasil há diversas definições, conceitos de gerenciamento do processo de desenvolvimento de produto devido à existência de diversos entendimentos parciais No ensino e pesquisa, desenvolver produtos, era tratado de maneira isolada pelas diferentes áreas de conhecimento especializado ou cursos convencionais Há frequentes discussões sobre as habilitações, competências ou domínios de atuação dos diversos profissionais que atuam no domínio de conhecimento de inovação de produtos [ver Bonsiepe (2011) e http://www.portaldeconhecimentos.org.br/ ] Fig. 1 Visão integrada do projeto do produto (Back et al., 2008) 2 Definições e visão 15Capacitação em Desenvolvimento Integrado de Produtos Pesquisa de mercado Análise da concorrência Lista de verificação QFD Ciclo de vida ..... Pesquisa de mercado Metodologia de projeto etc. Síntese de funções Análise da concorrência Métodos de criatividade Lista de verificação QFD Métodos de seleção Modelagem geométrica Seleção de materiais Etc. Contratação Síntese de funções Métodos de criatividade Técnicas de representação Protótipos Norma lização Tecnologia da Informação Processos da organização (processo de projeto) Projeto Informacional Projeto Análise detalhada DFX Planilhas eletrônicas Base de dados Métodos de seleção Etc. Projeto Conceitual Sistema Especialista Produção Modelagem geométrica Seleção de materiais Protótipos Sistemas CAD/CAE/CAM Etc. Projeto Preliminar Comercialização Linguagens computacionais Utilização Análise detalhada Normalização Técnicas de representação Padrões de modelagem Etc. Projeto Detalhado Desativação ..... Integração Iniciação 16 15 Escopo Tempo Planejamento Prof. Nelson Back Comunicações Execução Riscos Aquisições Custo Gerenciamento de projeto Qualidade Controle Recursos Encerramento etc. etc. etc. 3- Evolução da inovação em nível mundial 17 3 Evolução da inovação em nível mundial Quadro 1 Principais obras até 1990 Item 1 2 3 4 18 Autores Comentários sobre a obra Asimov, M. (1962) Autor apresentou o projeto de sistemas técnicos de forma sistemática. Foi traduzida para o português em 1968. Woodson, T. T. (1966) Até esta data apresentou a melhor visão sobre o processo de projeto. Cain, W. D. (1969) Esta obra apresentou , pioneiramente, capítulos tais como: projeto para função; projeto para uso; projeto para aparência; projeto para manufatura. Para a época foi uma obra muito boa. Pahl & Beitz 36 artigos (Für die Konstruktionspraxis) na (1972 a 1974), revista Konstruktion, com resultados de Darmstadt, Berlin pesquisas de centros na Alemanha. É considerado um marco inicial para a sistematização do processo de desenvolvimento de produtos. 3 Evolução da inovação em nível mundial Quadro 1 Principais obras até 1990 Item Autores Comentários sobre a obra 5 O autor apresentou uma sistemática, ou melhor, uma metodologia de projeto Koller, R. (1976) de sistemas técnicos. Está baseada em resultados de pesquisas desenvolvidas Aachen na Alemanha semelhantes ao material citado no item 4. 6 Rodenacker, W. Esta obra é semelhante ao livro de KOLLER, também apresenta uma G. (1976), metodologia de desenvolvimento de sistemas técnicos. Os livros dos itens 5 e Munich 6, para o seu tempo, eram de muito bom conteúdo. 7 Pahl, G. & Os editores dos artigos do item 4 publicaram livro Beitz, W. que foi republicado em várias edições e línguas. Estes dois autores estão, mundialmente, entre os (1977) Darmstadt/ mais referenciados nessa área. Foi e é uma Berlin excelente obra. 8 Norma que apresenta uma sistemática de projeto de sistemas técnicos. VDI 2222 (Konstruktionsmethodik, konzipieren Technischer Produkte). Em 1985 foi (1977) - Norma publicada a VDI 2221. 19 3 Evolução da inovação em nível mundial Quadro 1 Principais obras até 1990 Item 9 Autores Tjalve, E. (1979), Copenhagen Blanchard, B. S. & 10 Fabrycky, W. J. (1981), Virginia Polytechnic Inst. Pahl, G. & 11 Beitz, W. (1984) 20 Comentários sobre a obra Uma das primeiras obras que trata em mais profundidade os conceitos de desenho Industrial (A short course in industrial design) Obra é típica de engenharia de sistemas que, até aquela data, apresentou a melhor visão global do processo de desenvolvimento de produtos. Visão de projeto do produto para consumidor e ciclo de vida do produto, visão de engenharia simultânea. Engineering design: a systematic approach (1ª tradução do alemão para o inglês). Mais tarde foi traduzida para cinco línguas inclusive português 3 Evolução da inovação em nível mundial Quadro 1 Principais obras até 1990 Item Autores Comentários sobre a obra ASME pesquisou razões pelas quais os produtos dos Estados Unidos perdiam competitividade 12 ASME (1985) perante Japão e Alemanha. Constatou baixa qualidade do projeto de produtos e descuidos no ensino e pesquisa em projeto de produtos. Wallace, K. M. & Hales, 13 C. (1987), De forma análoga ao item 12, este artigo trata de estudo realizado na Inglaterra. Cambrigde 14 21 ASME (1986) Este artigo apresenta recomendações e diretrizes para o ensino e pesquisa na área. Os itens 12 e 13 podem ser considerados como marcos para o desenvolvimento dessa área, especialmente nos Estados Unidos e na Inglaterra. 3 Evolução da inovação em nível mundial Evolução de conceitos após 1990 •projeto para o consumidor (Design for Consumer); •projeto para custo (Design for Cost - DFC); •projeto para manufatura (Design for Manufacturing - DFM); •projeto para montagem (Design for Assembly - DFA); •projeto para meio ambiente (Design for Environment - DFE); •projeto para confiabilidade (Design for Reliability); •projeto para estética (Design for Aesthetics - DFA) •projeto para mantenabilidade (Design for Maintainability); •engenharia simultânea (Concurrent Engineering - CE); •projeto para a qualidade (Design for Quality - DFQ); •projeto para competitividade (Design for Competitiveness); e •desenvolvimento integrado do produto (Integrated Product Development - IPD) 22 3 Evolução da inovação em nível mundial Quadro 2 Principais obras entre 1990 e 2000 item 1 Autores Pugh, S. (1991), Strathclyde, Escócia 2 Huthwaite, B. & Schneberger, D. (1992) 3 Kusiak, A. (1993), Iowa 4 Clausing, D. (1994), MIT Título da obra Total design Design for competitivness: the teamwork approach to product development Concurrent engineering: automation, tools and techniques Total quality development – a step-bystep guide to world-class concurrent engineering 5 Boothroyd, G.; Dewhurst, P. & Knight, W. (1994) Product design for manufacture and assembly 6 Ulrich, K.; Eppinger, S. (1995), MIT Product design and development 23 3 Evolução da inovação em nível mundial Quadro 2 Principais obras entre 1990 e 2000 item Autores Título da obra (principais obras 1990 a 2000) 7 Roozemburg, N. F. M. & Eekels, J. (1995) Product design: fundamentsls and methods 8 Prasad, B, 1996 Concurrent engineering Fundamentals 9 Bralla, J. G. (1996) Design for excellence 10 Huang, G. Q. (1996) Design for X: concurrent engineering imperatives 11 Magrab, E. B. (1997) Integrated product and process design and dvelopment 12 Stoll, H. W. (1999) Product design and practices Dieter, G. E. (2000), Engineering design: a materials and 13 Maryland processing approach 24 3 Evolução da inovação em nível mundial Quadro 3 Principais obras após 2000 Item Autor Titulo da obra 1 Otto, K. N.; Wood, K. L. Product design: techniques in reverse (2001), MIT/Texas engineering and new product development 2 Clarkson & Eckert (2005) Rainey, D. L. (2005), Design process improvement: a review of current practice Product Innovation: leading change through integrated product development 3 Rensselaer. Polytechnic Institute 4 Trott, P. (2005) Innovation management and new product development 5 Ettlie, J. E. (2006), Rochester Institute of Technology. Managing innovation: new technology, new products, and new services in a global economy 6 7 25 Eversheim, W. (2009), RWTH Aachen Crawford, C. M.; Benedetto, C. A. di (2010), Huston Innovation Management for Technical Products: systematic and integrated product development and production planning New Product Management 3 Evolução da inovação em nível mundial Quadro 4 principais revistas adotadas no NeDIP Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 26 Título da revista Computer Aided Design Design Design Issues Design News Design Studies International Journal of Product Management Journal of Engineering Design Journal of Design Engineering Journal of Mechanical Engineering Journal of Product Innovation Management Journal of Research in Engineering Design Konstruktion Machine Design Materials and Design Editor, ano de início Elsevier, 1968 1992 MIT Press, 1997 UBM Canon LLC, 1997 Elsevier, 1979 Elsevier Taylor & Francis,1994 1991 ASME, 1989 Wiley Springer Springer-VDI-Verlag Penton Media, 1981 Elsevier, 1980 3 Evolução da inovação em nível mundial Quadro 5 Principais congressos em desenvolvimento de produtos Item 1 2 3 4 5 6 27 Nome ASME Interational Conference on Design Theory and Methodology (DTM) ASME International Conference on Engineering Design CIRP Design Conference (College International pour la Recherche em Productique) International Conference on Engineering Design ICED International Design Conference International Conference on Design Education 3 Evolução da inovação em nível mundial Principais instituições de pesquisa • • • • • • • • • • • 28 Technische Universität Berlin Technische Hochschule Darmstadt Technische Universität Munich Rheinisch Westfälische Technische Hochschule - Aachen Massachusetts Institute of Technology - MIT Virginia Polytechnic Institute - VPI Rensselaer Polytechnic Institute University of Texas at Austin The University of Iowa Univesrsity of Cambridge, Department of Engineering Copenhagem University, College of Engineering 4- Evolução da inovação no Brasil 29 4 Evolução da inovação no Brasil Brasil teve um início lento e tardio no ensino, pesquisa e prática em inovação de produtos Fatos 1. Cabe destacar a criação da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), do Instituto de Belas Artes no então Estado da Guanabara, em 1962. 2. Tradução para português do livro de Morris Asimov (Asimov, 1962), pela Editora Mestre Jou, em 1968 (Asimov, 1968), que apresentava alguma sistematização do processo de projeto (engineering design). 30 4 Evolução da inovação no Brasil 3. Em 1974 no NeDIP/EMC/UFSC foram introduzidas disciplinas de desenvolvimento de produtos industriais, na graduação e pós-graduação, desenvolvidas pesquisas sobre o processo de inovação e desenvolvido protótipos de máquinas e equipamentos como temas de mestrado e doutorado. 4. Em 1984 o governo, para melhorar a competitividade dos produtos, substituir importações e equilibrar a balança de pagamentos, pensou criar centros, na forma de laboratórios associados “Laboratório de Desenvolvimento de Produto - Desenho Industrial – LDP/DI”, similar ao bem sucedido modelo da EMBRAPA, principal promotora da alta produtividade e competitividade dos produtos agrícolas brasileiros. 31 4 Evolução da inovação no Brasil 5. Em 1984 foi instalado em Florianópolis o Laboratório Associado de Desenvolvimento de Produto/Desenho Industrial de Santa Catarina - LDP/DI-SC, sede provisória na UFSC e posteriormente com instalação em Canasvieiras, sob a coordenação de Gui Bonsiepe, no período de 1984 a 1987, posteriormente, por Eduardo Barroso até 1997. 6. A partir dos anos 90, mais intensamente a partir de 2000, foram criados mais de 160 cursos de projeto do produto ou design de produto (ver site http://shenrique.wordpress.com/2008/08/11/faculdadesde-design-no-brasil/) 32 4 Evolução da inovação no Brasil Quadro 6 Principais cursos de projeto ou design de produto no Brasil Item Faculdade ou universidade Graduação/ habilitação Ano de implant. Pósgraduação 1 Escola Superior de Desenho Industrial – ESDI –UERJ Projeto de Produto 1963 Mestrado 2 Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, Escola de design (ex - ESAP de 1963) Projeto de Produto (1963) 1990 Mestrado 3 Universidade Federal de Campina Grande - UFCG Pontifícia Universidade Católica – PUC/RIO Projeto de produto Projeto de Produto 1978 Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC Design Industrial 1996 4 5 33 1980 Mestrado e doutorado 4 Evolução da inovação no Brasil Quadro 6 Principais cursos de projeto ou design de produto no Brasil 6 Pontificia Universidade Católica – PUC/PR – Escola de Arquitetura e Design 7 Universidade Federal Projeto do de Pernanbuco Produto 1997 8 Fundação Armando Design de Alvares Penteado - FAAP Produto 2004 9 Universidade Federal Design de do Rio grande do Sul Produto Industrial 2006 34 Projeto do Produto Mestrado Mestarado e doutorado Mestrado e Doutorado 4 Evolução da inovação no Brasil Em geral se observa nos cursos de graduação de projeto do produto uma estrutura curricular para identificação das especificações de projeto, a busca da concepção, configuração ou modelagem da solução, bem como alguns conhecimentos para dimensionamento, seleção de materiais e de processos de fabricação. Entende-se que deveria haver mais ênfase em disciplinas de gerenciamento do processo de desenvolvimento de produtos, de métodos e ferramentas utilizados ao longo do ciclo do produto, bem como da organização gestão de negócios. 35 4 Evolução da inovação no Brasil Quadro 8 Disciplinas de pós-graduação em programas de engenharia Item 1 2 3 36 Instituição Disciplinas de pós-graduação NeDIP - Projeto conceitual; Modelagem e simulação de PPGEM/ sistemas mecânicos; Projeto para manufatura; Confiabilidade e mantenabilidade; Gerenciamento do UFSC desenvolvimento de produtos; Sistemas especialistas aplicados à engenharia. PPGEP/ Análise funcional; Gestão da inovação; Fundamentos de desenho industrial; Desenvolvimento de Produtos UFSC I, II e III; Projeto ergonômico do produto; Sustentabilidade em projetos; Inteligência para inovação; Sistemas enxutos; Desdobramento da função qualidade. PPGEP/ Ergonomia e projeto; Qualidade no desenvolvimento UFSCar do produto; Projeto e desenvolvimento do produto; Gestão de tecnologia e inovação. 4 Evolução da inovação no Brasil Quadro 8 Disciplinas de pós-graduação em programas de engenharia Processo de desenvolvimento de produto; Melhoria do processo de desenvolvimento 4 de produtos; Gerenciamento ágil de projetos de produtos inovadores. Gestão da inovação tecnológica; Métodos PPGEP/UFMG de projeto de produtos; Métodos de projeto de produtos aplicados a novas tecnologias; 5 Sistema de desenvolvimento de produtos; Design e ergonomia no projeto; Metodologia de projeto de produto. PPEP/COPPE/UF Teorias e práticas de design; Ergonomia e projetos industriais; Tópicos especiais em RJ eco-concepção e reciclagem de materiais; 6 Design, inovação social e desenvolvimento sustentável. EESC/EP/USP 37 4 Evolução da inovação no Brasil Quadro 9 Principais revistas nacionais em desenvolvimento de produto item 1 Título da revista Editora, início e periodicidadae IGDP desde 2002, semestral 2 3 4 Product: Management & Development Produção Arcos Design ARC Design 5 Estudos em Design PUC/RJ, AEnD-BR, 1993, semestral 6 Produto & Produção 7 8 abc Design AGITPROP - Rev. Brasileira de Design Design e Tecnologia PPGEP/UFRGS, desde 2001, quadrimestral Editora Infolio, 2001, trimestral Anthea Comunicação, 2007, mensal 9 38 ABEPRO, 1991, mensal UERJ, 1998, semestral Quadrifoglio Editora, 1997, bimestral UFRGS, 2009, semestral 4 Evolução da inovação no Brasil Quadro 10 Principais livros textos publicados em português no Brasil Item Cronologia das principais obras Asimov, M. (1968) Tradução da obra de Morris Asimov, edição de 1964, sendo a primeira obra que trata o processo de projeto de engenharia de forma sistemática. Back, N. (1983) É a primeira obra de autor brasileiro que trata do projeto de produtos industriais de forma mais detalhada em todas as fases do processo de desenvolvimento. Bonfim, G. (1984 e 1995) Descreve métodos de aplicação no desenho industrial. Bonsiepe, G. et al. (1984 e 1986) Descreve metodologias experimentais de desenho industrial e casos de desenvolvimento de produtos. Bonsiepe, G. (1998) Do material ao digital, FIESC/IEL, trata da estratégia, organização, conceito, avaliação, mercado e comercialização de novos produtos. 1 2 3 4 5 39 Comentários sobre a obra ou editora 4 Evolução da inovação no Brasil Quadro 10 Principais livros textos publicados em português no Brasil 6 7 8 9 40 Baxter, M. (1998) Trata-se de uma tradução de Itiro Iida do livro de M. R. Baxter de 1995 que dá ênfase aos princípios e métodos considerando as fases planejamento, concepção, configuração e projeto detalhado no desenvolvimento de produtos. Heskett, J. (1997) Sob o título de Desenho Industrial, é uma tradução do livro Industrial Design de 1980, tratando do processo geral da estratégia, organização, geração do conceito e planejamento do mercado e comercialização de produto Löbach, B. (2001) É uma tradução, por Freddy Van Camp professor da ESDI, do livro original em alemão “Industrial Design - Grundlagem der Industrieproduktgestaltung” de 1976. É uma obra completa de apoio ao projeto para usabilidade de produtos industriais e de estações de trabalho. “Projeto na Engenharia” é a tradução da 6ª edição do livro clássico de Pahl e Beitz, originalmente a obra de maior destaque neste campo de conhecimento. Iida, I. (2005) Pahl, G. et al. (2005) 4 Evolução da inovação no Brasil Quadro 10 Principais livros textos publicados em português no Brasil Rozenfeld, H. et 10 al. (2006) Bürdeck, B. E. (2006) Cheng, L. C. et al. (2007) 11 12 13 41 Back, N. et al. (2008) Coral, E. et al. (2008) Pode ser considerada a obra mais completa sob o ponto de vista de completeza de visão e estruturação do processo de projeto e de produção de produtos industriais e de sua gestão. Sob o título História, Teoria e Prática do Design de Produtos é uma tradução de Freddy Van Camp do original em alemão “Design – Geschichte, Theorie und Praxis der Produkte-Gestaltung’ de 2005 Esta obra trata com profundidade o método de desdobramento da função qualidade – QFD, fundamental na fase da determinação das especificações de projeto do produto, bem como de sua influência e contribuições nas demais fases do ciclo de vida do produto. Apresenta um modelo global de desenvolvimento integrado do projeto, com detalhamento das fases de planejamento, projeto informacional, projeto conceitual e modelagem de produtos industriais Dá uma visão geral da gestão integrada da inovação, considerando a estratégia, a organização no desenvolvimento de produtos 4 Evolução da inovação no Brasil Considerações: 1 No Brasil ocorreu um desenvolvimento lento com poucas instituições promovendo ensino e pesquisa no domínio de inovação de produtos, no período de 1970 a 1995 2 Nos cursos de graduação em engenharia poucos introduziram disciplinas neste domínio de conhecimento 3 Destaca-se alguns programas de pós-graduação em engenharia mecânica e engenharia de produção ao introduzir disciplinas e realizar pesquisas no domínio de inovação de produtos, mais acentuadamente a partir do ano de 1995 42 4 Evolução da inovação no Brasil Considerações: 4 Houve uma expansão de cursos de graduação e pósgraduação em desenho industrial ou design de produto, especialmente após o ano de 2000 5 Foram poucos os textos produzidos tendo a finalidade didática e prática de projeto de produtos 6 São poucas as revistas nacionais bem classificados neste domínio de conhecimento 7 O Brasil tem uma boa produção de artigos científicos (2% de participação mundial), mas os pesquisadores brasileiros preferem publicar seus artigos em revistas internacionais melhor classificadas 43 4 Evolução da inovação no Brasil Considerações: 8 A boa produção de artigos científicos (2% de participação mundial, 13ª posição), deveria refletir uma correspondente participação em depósitos de patentes nacionais e internacionais {somente a 24ª posição no ranking de depositantes de patentes no PCT, Gorgulho (2012)} 9 Isto torna importante disciplinas que tratam dos procedimentos e assuntos correlatos ao patenteamento nacional e internacional bem como da legislação pertinente ao desenvolvimento e consumo de produtos em cursos de projeto de produtos 44 5- Proposições de modelo do processo de inovação 45 5 Proposições de modelo processo de inovação Figura 2 Fases do ciclo de produção-consumo de produtos (Asimov, 1962 ) 46 5 Proposições de modelo processo de inovação Figura 3 Fases do processo de projeto Pahl and Beitz (1977) 47 5 Proposições de modelo processo de inovação Figura 4 Procedimento geral para o projeto de sistemas segundo VDI 2221 (1985) 48 5 Proposições de modelo processo de inovação Figura 5 49 Modelo de referência do processo de desenvolvimento de produtos (Rozenfeld, 2006 e Romano, 2003) 5 Proposições de modelo processo de inovação Uma análise mais detalhada de modelos do processo de desenvolvimento de produtos é encontrada em diversos trabalhos: - Salgado, E. G. et al. (2010); - Back et al. (2008); - Rozenfeld, H. et al. (2006); - Romano, L. N. (2003); - Ogliari, A. (1999); - Fiod Neto, M. (1993 ) e muitos outros. Examinando estas referências, observa-se inúmeras proposições de modelo do processo de desenvolvimento de produtos que podem ser resumidas em poucas efetivamente úteis. 50 6- Modelo de processo de inovação no NeDIP 51 6 Modelo de processo de inovação no NeDIP O NeDIP iniciou suas atividades em 1974 introduzindo disciplinas - na pós-graduação • Projeto de Produtos Industriais I – PPI-I • Projeto de Produtos Industriais II – PPI-II. - na graduação • Metodologia de Projeto Formou até o presente no PPGEM/NeDIP/UFSC: 100 mestres e 29 doutores Publicações de mais de 350 artigos, diversos capítulos de livros e 4 livros textos Desenvolveu protótipos de máquinas e equipamentos 52 6 Modelo de processo de inovação no NeDIP Semeadora de Arroz Pré-Germinado Dissertação de Carlos Cziulik(1990) 53 6 Modelo de processo de inovação no NeDIP Reator de Processamento de materiais por plasma (componentes sinterizados) Tese de doutorado Luciano A. Mendes (2001) Financiamento: PRONEX 54 6 Modelo de processo de inovação no NeDIP Figura 6 Processo de Desenvolvimento Integrado de Produtos PRODIP (Romano, 2003 e Back et al., 2008) 55 6 Modelo de processo de inovação no NeDIP PLAN. ESTRATEG. DA INOVAÇÂO Inteligência Competitiva Exploração de oportunidades Geração de idéias Avaliação e seleção das idéias Caracterização das idéias de produtos Figura 7 Destaque da fase de planejamento do produto (Leonel, 2006 e Coral et al., 2008) 56 6 Modelo de processo de inovação no NeDIP Sugestão para o modelo PRODIP Adotar a denominação de “projeto de otimização” para a fase de projeto preliminar No inglês são frequentes as denominações de preliminary design ou embodiment design No Brasil, além de projeto preliminar, tem-se adotado a denominação de projeto de configuração, encorpamento, conformação ou eliminado por não gostar da denominação de projeto preliminar 57 6 Modelo de processo de inovação no NeDIP Na fase de projeto de otimização da concepção são realizados: modelagem; simulação do desempenho; dimensionamento e otimização do produto Otimização do produto é um conceito amplo, às vezes referido como otimização global ou otimização total, ou de qualidade total Qualidade total significa que a concepção é otimizada sob múltiplos critérios: função, usabilidade, estética, confiabilidade, fabricabilidade, mantenabilidade, segurança, sustentabilidade, apoio logístico e tantos outros atributos 58 7- Incentivos à inovação de produtos 59 7 Incentivos à inovação de produtos Para desenvolver produtos competitivos é necessário: - conhecer o mercado, conhecer a tecnologia , ter o conhecimento do processo de inovação, o ambiente apropriado, os recursos Para estes objetivos os governos do Brasil têm promovido incentivos ou apoio à inovação, sob duas formas: - a criação de centros de pesquisa, desenvolvimento e apoio às indústrias - fomentos sob a forma de: incentivos fiscais; recursos não reembolsáveis ; recursos reembolsáveis (financiamentos das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação - P,D&I) 60 7 Incentivos à inovação de produtos Exemplos de organizações internacionais de apoio à inovação de grande sucesso: - Fraunhofer - Gesellschaft na Alemanha, com mais de 80 unidades (incluindo 60 institutos, staff de 20.000 cientistas e engenheiros e orçamento anual de 1,8 bilhão de euros. - Korea Institute of Science and Technology – KIST, criado em 1966 na Coreia do Sul. É um instituto de pesquisa científica multidisciplinar, suportado pelo governo com staff de mais de 1800 cientistas pesquisadores, visitantes e profissionais em treinamento. 61 7 Incentivos à inovação de produtos Alguns exemplos nacionais setoriais: - Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - CENPES - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello - CERTI - Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - Laboratório Polo - parceria entre Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC e EMBRACO Compressores - CESAR – Centro de Estudos Avançados de Recife (Porto Digital – Recipe - PE) - Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer - CTI 62 (Campinas – SP) 7 Incentivos à inovação de produtos A EMBRAPA é a instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, criada em 26 de abril de 1973 Estrutura com 40 Centros de Pesquisa, Unidades de Serviços e Unidades Centrais, contando com 9.248 empregados, dos quais 2.215 são pesquisadores Orçamento em 2010 de R$1,82 bilhão, 1% quando comparado com o PIB agropecuário brasileiro de R$180 bilhões EMBRAPA é a grande responsável pela alta produtividade e competitividade do Brasil neste setor 63 7 Incentivos à inovação de produtos CENPES criado em 1963, com o objetivo de atender às demandas tecnológicas para a consolidação e expansão da Petrobras no cenário da energia mundial Petrobras é um dos líderes mundiais no desenvolvimento de tecnologias de produção em águas profundas e ultraprofundas. 64 7 Incentivos à inovação de produtos Principais leis federais de apoio à inovação e incentivos fiscais: - Lei nº 8.248 de 23 de outubro de 1991, lei da informática e versões posteriores (8.387 – 30/12/1991; 10.176 – 11/01/2001e 11.077 - 30/12/2004) (redução do Imposto sobre Produtos Industrializados do setor de tecnologia da Informática) - Lei nº 10.973 de 02 de dezembro de 2004, denominada lei da inovação, regulamentada pelo Decreto nº 5.563 de 11 de outubro de 2005 (dispõe de Incentivos à Inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo) Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009) 65 7 Incentivos à inovação de produtos Principais leis federais de apoio à inovação e incentivos fiscais: - Lei nº 11.196 de 21 de novembro de 2005, conhecida como a lei do bem, regulamentada pelo Decreto nº 5.798 de 07 de junho de 2006 (Exclusão, do Lucro Líquido e da Base de Cálculo da CSLL, do valor correspondente a até 200% da soma dos gastos classificados como investimentos em pesquisa e desenvolvimento) - Lei nº 11.487 de 15 junho de 2007, de incentivo adicional à Lei nº 11.196, conhecida como a Lei Rouanet da Pesquisa, regulamentada pelo Decreto nº 6.260 de 20 de novembro de 2007 (exclusão do lucro líquido e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, os dispêndios efetivados em projeto de pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica a ser executado por Instituição Científica e Tecnológica – ICT Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009) 66 7 Incentivos à inovação de produtos - Financiamentos de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - P,D&I, são concedidos na forma de recursos não reembolsáveis e recursos reembolsáveis a baixos juros. - Fontes de financiamento: MCTI, CNPq, FINEP, BNDES, Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa-FAPs, Confederação Nacional da Indústria (SESI, SENAI), bancos regionais e estaduais de desenvolvimento e outros ministérios. Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009) 67 7 Incentivos à inovação de produtos - Para recursos financeiros não reembolsáveis são permitidos gastos de custeio: despesas com pessoal, consultorias, treinamento, serviços de terceiros e demais despesas correntes. - O acesso aos recursos não reembolsáveis ocorre por meio de editais com prazo e direcionamento a setores específicos, tais como: editais temáticos, FUNTEC, Primeira Empresa Inovadora (Prime), Recurso Senai Sesi de Inovação, RHAE – Pesquisador na Empresa, Subvenção Econômica entre outros. Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009) 68 7 Incentivos à inovação de produtos Recursos reembolsáveis são financiamentos em condições vantajosas de encargos financeiros, prazos de amortização e carência, quando comparado ao mercado financeiro. Linhas reembolsáveis são de fluxo contínuo, propostas podem ser encaminhadas em qualquer época do ano. Ver Rezende & Rosa (2011) e ANPEI (2009) 69 8- Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil 70 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil Desde os anos de 1970 algumas iniciativas, de setores específicos tiveram grande sucesso. Exemplos: - EMBRAPA - alta produtividade e competitividade de produtos agrícolas - CENPES - líder mundial em exploração de petróleo em águas profundas - Parceria EMBRACO e Laboratório Polo - Embraco mundialmente, a maior produtora de compressores de refrigeração doméstica e comercial de pequeno porte - A Fundação CERTI de perfil mais multidisciplinar tem avançado consideravelmente, dentro dos moldes de institutos de grande porte como o Instituto Fraunhofer e KIST 71 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil No que concerne à criação de laboratórios e centros de desenvolvimento de produtos até o presente, houve boas iniciativas mas que deveriam, em âmbito mais geral e em planos de longo prazo, ser tomadas muito antes como ocorreu em países, Coreia do Sul e China desde os anos de 1968. 72 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil - Quanto aos incentivos fiscais concedidos pelo governo federal há acertos, mas também muitas críticas sobre os resultados alcançados e da participação das indústrias em programas de inovação - De acordo com Rocha (2011) e Soares (2012), o relatório do Ministério de Ciência, Tecnologia (MCTI) de 2011 mostra que o número de empresas que utilizaram, desde o primeiro ano de aplicação, os Incentivos Fiscais à Inovação Tecnológica, previstos no Capítulo III da lei nº 11.196/05 (Lei do Bem), foi pouco representativo conforme Quadro 12 73 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil Quadro 11. Participação de empresas nos incentivos fiscais à inovação tecnológica, Lei 11.196, Lei do Bem (Rocha 2011 e Soares 2012) Ano Empresas candidatas Empresas contempladas Dispêndios de custeio (R$ milhões) Benefícios fiscais (R$ milhões) 2006 130 130 1.447 229 2007 332 300 4.579 884 2008 552 460 7.915 1.583 2009 635 542 6.030 1.383 2010 875 639 7.183 1.727 74 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil - MCTI estima que somente 15 a 20% das empresas que declararam, na Pesquisa de Inovação Tecnológica Pintec 2008, terem realizado investimentos em P,D&I beneficiaram-se dos incentivos fiscais da Lei do Bem - Uma das causas dessa baixa utilização é que a legislação restringe o uso do benefício por empresas pequenas e médias, que não são optantes pelo Lucro Real, além de exigir controles contábeis dos gastos de inovação 75 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil - Taxa de inovação na indústria que representa, o número n de empresas que afirmaram que introduziram alguma inovação, dividido pelo número total N de indústrias ouvidas nos anos em que foram efetuados os levantamentos da Pintec, são mostrados no Quadro 12 Quadro 12 Taxa de inovação das empresas nacionais no período de 2000 a 2008 (Pintec, 2008) Ano 2000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Taxa (n/N) % 31,5 Cresc. PIB % 4,3 76 33,3 2,7 1,1 33,4 5,7 3,2 38,1 4,0 5,7 5,1 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil Quadro 13 Gastos em P, D&I empresarial em relação ao PIB (Cenários Macroplan, 2011) País Portugal Espanha China Dinamarca Estados Unidos Brasil OCDE Alemanha União Europeia 77 Ano 2005 0,31 0,60 0,90 1,68 1,79 0,49 1,50 1,72 1,20 Ano 2008 0,76 0,74 1,08 1,91 2,00 0,54 1,63 1,84 1,28 Variação % 145 23 21 14 12 10 9 7 7 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil - IEDI (2010) (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) considerando todos os instrumentos, mostra que o apoio do setor público ao gasto privado em P,D&I no ano de 2008 foi de 0,18%(1) do PIB, quando incluídos os incentivos fiscais da Lei da Informática e 0,07%(2) sem estes incentivos, Quadro 14. 78 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil Quadro 14. Apoio governamental ao gasto privado em P&D/PIB (IEDI, 2010) País Canadá EUA França Brasil(1) Japão Reino Unido Espanha Brasil(2) México Ano 2005 2005 2005 2008 2005 2005 2005 2008 2005 Incentivos fiscais 0,21 0,04 0,05 0,16 0,12 0,05 0,03 0,05 0,04 Subvenções 0,02 0,18 0,12 0,02 0,03 0,09 0,08 0.02 0,01 (1) quando incluídos os incentivos fiscais da Lei da Informática (2) sem estes incentivos 79 Total 0,23 0,22 0,18 0,18 0,15 0,14 0,10 0,07 0,05 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil Brasil tem posição intermediária entre os países que colocam a produção de conhecimento no centro do desenvolvimento econômico e social (Pereira, 2011) Nos países do Quadro 15 a iniciativa privada, em especial a indústria, participa com mais de 60% dos investimentos em pesquisa e tecnologia e no Brasil o setor público contribui com mais de 60% Quadro 15 Dispêndio em DP, D&I em relação ao PIB (OCDE 2005) País Brasil Espanha USA Japão Coreia do Sul DP, D&I/PIB 1,07% 0,94% 2,7% 3% 2,5% 80 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil Quadro 16 Depósitos na fase internacional do PCT (Boletim Inovação Unicamp, 12/03/2012) Ordem por número de depósitos Ano 2010 Ano 2011 Variação % 1º Estados Unidos 2º Japão 3º Alemanha 4º China 5º Coreia do Sul 21º Rússia 23º Cingapura 24º Brasil 25º Turquia 45.008 32.150 17.568 12.296 9.296 798 641 488 480 48.596 38.888 18.568 16.406 10.447 964 671 572 541 8 21 5,6 33,4 8 20,8 4,6 17,2 12,7 Total mundial 164.316 181.990 10,7 81 8 Eficácia dos esforços e incentivos à inovação no Brasil Conclusão: temos muito esforço pela frente para tornar o Brasil efetivamente inovador e competitivo Obrigado pela atenção 82 9 Referências ANPEI. Guia prático de apoio à inovação: onde e como conseguir apoio para promover a inovação em sua empresa. São Paulo: ANPEI; MCT, 2009. Asimov, M. Introduction to design: fundamentals of engineering design. Prentice Hall, 1962. Asimov, M. Introdução ao projeto de engenharia. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1968. ASME - National Science Foundation. Goals and priorities for research on design theory and methodology. 1985. Technical report. ASME Research. Design theory and methodology: a new discipline. Mechanical Engineering. (1986) Back, N. Metodologia de projeto de produtos industriais. Rio de Janeiro: Guanabara DOIS, 1983. Back, N. et al. Projeto Integrado de Produtos: planejamento, concepção e modelagem. Editora Manole, 2008. 83 9 Referências Baxter, M. Projeto de Produto: Guia Prático para o Desenvolvimento de Novos Produtos. São Paulo, Editora Edgard Blücher Ltda, 1998. Blanchard, B. S.; Fabrycky, W. J. Systems engineering and analysis. New Jersey: Prentice Hall, 1981. Boletim Inovação Unicamp. Depósito de patentes do Brasil no exterior cresceu de 17% em 2011. Em 12/03/2012. Bomfim, G. A. Metodologia para desenvolvimento de projetos. Editora Universitária UFPB, 1995 (notas de aula desde 1984). Bonsiepe, G.; Kellner, P. ; Poessnecker, H. Metodologia experimental: desenho industrial. Brasília, CNPq/Coordenação Editorial, 1984. Bonsiepe, G. Design de máquinas especiais. Brasília, CNPq, Coordenação Editorial, 1986. Bonsiepe, G. Do material ao digital, FIESC/IEL, 1998 Bonsiepe, G. Design, Cultura e Sociedade Editora Edgard Blücher Ltda, 2011. Boothroyd, G; Dewhurst, P.; Knight, W. Product design and assembly. New York, Marcel Dekker, 1994. 84 9 Referências Bralla, J. G. Design for excellence. New York, McGraw-Hill, 1996. Bürdeck, B. E. História, teoria e prática do design de produtos.Editora Edgard Blücher, 2005. Clarkson, J. and Eckert, C. Design process improvement: a review of current practice. Springer Verlag, London, 2005. Cain, W. D. Engineering product design. London: Business Books Ltd., 1969. Cenários Macroplan. Inovação no Brasil: avanço a passos lentos. Boletim de Monitoramento Mensal. 16ª Edição, abril de 2011. Clausing, D. Total quality development - a step-by-step guide to world-class concurrent engineering. New York: ASME Press, 1994. Cheng, L. C.; MELO FILHO, L. D. R. de. QFD – Desdobramento da função qualidade na gestão de desenvolvimento de produtos. Editora Edgard Blücher, 2007. Coral, E; Ogliari, A.; Abreu, A. F. de. Gestão integrada da inovação: estratégia, organização e desenvolvimento de produtos. Editora Atlas, 2008. 85 9 Referências Crawford, C. M.; Benedetto, C. A. di. New Product Management, Mc-Graw-Hill, 2010. Dias, A. et al. Metodologia para análise de risco: mitigação de perda de SF6 em disjuntores. Edição da UFSC, Eletrosul e ANEEL, 2011. Dieter, G. E. Engineering design: a materials and processing approach. 3rd. Edition. McGraw-Hill, 2000 Ettlie, J. E. Managing innovation: new technology, new products and new services in global economy, Elsevier, 2006. Eversheim, W. (editor). Innovation management for technical products: systematic and integrated product development and production planning. Springer Verlag, 2009. Fiod Neto, M. Desenvolvimento de um sistema computacional de apoio ao projeto de produto. Florianópolis, 1993. Tese de doutorado - PPGEM/UFSC. Fonseca, A. J. H. Sistematização do processo de elaboração das especificações de projeto de produtos industriais e sua implementação computacional. Florianópolis, 2000. Tese de doutorado – PPGEM/UFSC. 86 9 Referências Huang, G. Q. Design for X: concurrent engineering imperatives. Chapman & Hall, 1996 Huthwaite, B.; Schneberger, D. Design for competitiveness: the teamwork approach to product development. USA: Institute for Competitive Design, 1992. Heskett, J. Desenho industrial. Editora José Olympio,1980. IEDI. Desafios da Inovação – Incentivos para Inovação: o que falta ao Brasil. Instituto de Estudos para o desenvolvimento Industrial, fevereiro de 2010. Iida, I. Ergonomia projeto e produção. Editora Edgard Blücher, 2ª Edição, 2005. Koller, R. Konstruktionslehre für den Maschinen, Geräte und Apparatebau. Berlin: Springer Verlag, 1976. Kusiak, A. Concurrent engineering: automation, tools and techniques. USA: John Wiley & Sons, 1993. Leonel, C. E. L. Sistematização do processo de planejamento da inovação de produtos com enfoque em empresas de pequeno e médio porte. Florianópolis, 2000. Dissertação de mestrado – PPGEM/UFSC. 87 9 Referências Löbach, B. Design industrial: bases para a configuração dos produtos industriais. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. Magrab, E. The integrated product and process design and development. CRC Press, 1997. Negri, F. de; Cavalcante, L. R. Pintec 2008: análise preliminar e agenda de pesquisa. Radar Tecnologia, Produção e Comércio Exterior. Brasilia, nº 11, p. 7-15, dezembro, 2010. Nevins, J. L.; Whitney, D. L. Concurrent design of products and processes. McGraw-Hill, 1989. Nicolsky, R. Inovação tecnológica e desenvolvimento. Caderno de Tecnologia 1, pág. 107126. Sistema FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, 2001. Nicolsky, R. Participação nos custos e riscos de P&D de inovações tecnológicas. Caderno de Tecnologia 3, pág. 85-98. Sistema FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, 2005. OECD – Organization for Economic Cooperation and Development. Oslo manual: guidelines for collecting and interpreting innovation data. 3. Ed. European Comission, 2005. 88 9 Referências Ogliari, A. Sistematização da concepção de produtos auxiliada por computador com aplicações no domínio de componentes de plástico injetado. Florianópolis, 1999. Tese de doutorado – PPGEM/UFSC. Otto, K.; Wood, K. Product design: techniques in reverse engineering and new product development. New York: Prentice Hall, 2001. Pahl, G.; Beitz, W. Für die Konstruktionspraxis. Série de 36 artigos publicados na revista Konstruktion de 1972 a 1974. Pahl, G.; Beitz, W. Konstruktionslehre. Springer Verlag, 1977 Pahl, G.; Beitz, W. Engineering Design: a systematic approach, Springer Verlag. 1984. Pahl, G. et al. Projeto na Engenharia: fundamentos do desenvolvimento eficaz de produtos, métodos e aplicações. Editora Edgard Blücher, 2005 Pereira, L. M.; Medeiros, M. C.; Silva, J. C. P. da. Laboratório Brasileiro de Design - uma revisão da sua importância histórica para o design Brasileiro. 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, 2010. 89 9 Referências Pereira, J. M. A gestão do sistema de proteção à propriedade intelectual no Brasil é consistente? Revista Administrativa Pública – RAP, v. 45, n. 3, p. 567-90, 2011. PINTEC 2008 - Relatório da Pesquisa de Inovação Tecnológica 20081 e o Relatório de utilização dos Incentivos Fiscais à Inovação Tecnológica, publicado anualmente pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) Portal de Conhecimentos. http://www.portaldeconhecimentos.org.br/, criado por Henrique Rozenfeld em 2009 Prasad, B. Concurrent engineering fundamentals, Prentice Hall,1996 Pugh, S. Total design. Wokingham: Addison Wesley, 1991. Pugh, S., Creating innovative products using total design, Addison-Wesley. 1996 Rainey, D. L. Product Innovation: leading change through integrated product development. Cambridge University Press, 2005. Rezende, E.; Rosa, D. S. da. Gestão de inovação na indústria de bens de capital: custos do processo de inovação tecnológica - quem financia e o que é financiado. Fundação Certi/SC, Florianópolis, 2011. 90 9 Referências Rocha, M. C. A eficiência dos incentivos fiscais à inovação tecnológica. Inventta, 2011. http://inventta.net/wp-content/uploads/2011/06/A-eficiencia-dos-incentivos-fiscais-ainovacao.pdf Rodenacker, W. G. Methodisches Konstruieren. 4. ed. Berlin: Springer Verlag, 1976. Romano, L. N. Modelo de referência para o processo de desenvolvimento de máquinas agrícolas. Florianópolis, 2003. Tese de doutorado – PPGEM - UFSC. Roozenburg, N. F .M; Eekels, J. Product design: fundamentals and methods. Chichester, England: John Wiley & Sons Ltd., 1995. Rosenau, M. D. The PDMA handbook of new product development. John Wiley & Sons. 1996 Roth, K. Konstruieren mit Konstruktions Katalogen. Berlin: Springer Verlag, 1982. Rozenfeld, H et al. Gestão de Desenvolvimento de Produtos, Saraiva, (2006). Salgado, E. G. Modelos de referência para desenvolvimento de produtos: classificação, análise e sugestões para pesquisas futuras. Revista Produção Online, v. 10, n.4, dez. 2010. 91 9 Referências Silva, J. C. da. Expert system prototype for hydraulic system design focusing on concurrent engineering aspects. Florianópolis, 1998. 185f. Tese de doutorado PPGEM - UFSC. Soares, M. Um olhar da Inventta: análise dos incentivos fiscais à inovação no Brasil. Inventta Inteligência em Inovação. 13 de janeiro de 2012. Tjalve, E. A short course in industrial design. London. Newnes-Butterwords, 1979. Trott, P. Innovation management and new product development. Prentice Hall, 2005. Ullman, D. G. The mechanical design process. New York: McGraw-Hill, 1992. Ulrich, K. T.; Eppinger, S. D. Product design and development. New York: McGraw-Hill, 1995 VDI 2222: Konstruktionsmethodik, konzipieren technischer Produkte. Düsseldorf: VDIVerlag, 1977. VDI 2221: Methodik zum entwickeln und konstruieren technischer Systeme und Produkte. Düsseldorf: VDI-Verlag, 1986. 35p. Wallace, K. M.; Hales, C. Some applications of a systematic design approach in Britain. Konstruktion, n.7, 1987, p. 275-279 Woodson, T. T. Introduction to engineering design. New York: McGraw-Hill, 1966. 1977. 92 OBRIGADO!